domingo, 12 de maio de 2013

Indústria brasileira é a que mais encolheu entre emergentes


Estudo divulgado pela Folha de S. Paulo aponta que a produção industrial encolheu mais no Brasil que em qualquer outro país emergente em 2012

REUTERS/Stringer
operários trabalham em indústria
A indústria brasileira perdeu a corrida para a de outros países latino-americanos e asiáticos

São Paulo – A produção industrial do Brasil caiu 2,6% em 2012, a maior retração entre os países emergentes. O número é de um estudo da consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) citado hoje numa reportagem da Folha de S. Paulo

Em 2011, o resultado da indústria brasileira já era um dos três piores no grupo dos emergentes. Em 2012, houve redução de 0,8% na participação da indústria no produto interno bruto (PIB) brasileiro. Foi a maior queda desse indicador nesse grupo de países.

O cenário externo parece ter contribuído um pouco para esse resultado ruim, já que, segundo a EIU, o comércio global de produtos manufaturados cresceu apenas 2,5% no ano passado, contra 6,3% em 2011.
Mas os especialistas apontam que, no caso do Brasil, os problemas domésticos prejudicaram mais a indústria do que a crise externa. O desempenho brasileiro foi inferior ao de outros países latino-americanos e ao dos emergentes da Europa.

Neste ano, há alguns sinais que apontam para uma possível mudança nesse cenário. Nesta semana, o banco HSBC divulgou um estudo que mostra que, em abril, os resultados econômicos do Brasil foram melhores que os de outros emergentes, que tiveram números bastante ruins no mês.

Além disso, números indicam que houve aumento do investimento produtivo no país no primeiro trimestre deste ano. É um indicador positivo, que mostra uma possível reversão da queda observada no ano passado.

É prematuro ver melhora no emprego industrial, diz IBGE


Por Alessandra Saraiva | Valor
Ty Wright/Bloomberg


RIO - A ligeira melhora do emprego industrial, que subiu 0,2% em março ante mês anterior, após mostrar estabilidade em fevereiro, não pode ser considerada primeiro sinal de retomada mais robusta na abertura de postos de trabalho no setor. O emprego não crescia na indústria desde dezembro do ano passado. “Seria prematuro considerar essa elevação como sinal de recuperação”, afirmou André Macedo, economista da coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Pesquisa Industrial Mensal – Emprego e Salários (Pimes), divulgada hoje pelo instituto, apontou que o nível de ocupação no setor seguiu estagnado – cenário observado desde meados do ano passado, observou Macedo. A atividade da indústria, na avaliação dele, ainda não apresentou condições para uma reação mais significativa na criação de vagas. Com exceção da alta ante fevereiro, o emprego industrial continuou a mostrar em março taxas negativas em todas as outras comparações.

Outro ponto destacado pelo especialista foi o comportamento das horas pagas, que funcionam como uma espécie de indicador antecedente e sinaliza possíveis recuperações no emprego industrial. Esse indicador mostra comportamento intermitente, oscilando entre taxas negativas e positivas na comparação de mês ante mês anterior. Em relação a igual mês do ano passado, as horas pagas na indústria tiveram em março a 19ª taxa negativa consecutiva, observou. “Elas funcionam como uma espécie de termômetro para a tendência no emprego industrial e não mostram sinais positivos até março”, avaliou.

Ao mesmo tempo, a folha de pagamento aumentou, mas provocada por pagamentos de bônus e participações de lucros, que ocorrem nessa época do ano, segundo Macedo. Além disso, o especialista explicou que a folha industrial do IBGE tem sido cada vez mais influenciada, ano a ano, por ganhos reais dos empregados, obtidos nas negociações salariais, mais do que por avanço no emprego.

Entre os destaques negativos do emprego industrial em março, Macedo citou o comportamento da indústria do Nordeste. Além de essa localidade ser intensiva em setores que sofrem com concorrência acirrada de importados, como calçados e vestuário - o que estimula recuo em atividade, e menor ritmo de contratações - houve, ainda, fortes retrações de emprego nas indústrias de refino e extrativa, que são setores expressivos na região, informou.

Brasil colhe resultados na conquista de espaços em organizações multilaterais

 
 
 
Por Paulo Kliass (foto),de Paris. Sim! Pode-se afirmar com relativo grau de segurança que os resultados da recente eleição para o cargo de diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) são o reflexo de uma importante mudança que está em movimento no interior dessa instituição multilateral do sistema das Nações Unidas. 

Afinal, foi a primeira vez que um candidato de um país externo ao grupo apoiado pelos países europeus obteve a maioria de votos.

A performance da campanha em prol de Roberto Azevedo, embaixador brasileiro de carreira, com larga experiência de atuação no âmbito da própria OMC, tem um sabor especial de vitória para a diplomacia de nosso País. 

Afinal, ele terminou por receber os votos necessários para se eleger, ao longo do complexo processo de decisão daquela instituição. 

Na reta de chegada, disputou com outro candidato latino-americano e conseguiu a aprovação definitiva. Herminio Blanco, da diplomacia mexicana, apesar do apoio recebido dos Estados Unidos e dos países da União Européia, não obteve êxito contra o brasileiro. 

A identificação de Hermínio com o processo do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla do inglês) e sua relação de subserviência à política externa norte-americana com toda certeza tornaram inviável qualquer tentativa de simulação de uma suposta independência de seus interesses.

Assim, esse evento vem se somar à indicação de outro brasileiro, José Graziano da Silva, ocorrida no ano passado, para comandar a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). 

A estratégia encaminhada pelo Itamaraty parece estar colhendo alguns bons resultados para o Brasil na conquista de espaços estratégicos no seio das organizações multilaterais. 

A guinada estratégica de nossa política externa, operada a partir do primeiro mandato de Lula em 2003, rompeu com a lógica do alinhamento automático aos Estados Unidos, abrindo caminhos de consolidação do bloco regional (Mercosul e América Latina) e de busca de parcerias no chamada “eixo sul-sul” (África e Ásia).

Na verdade, na OMC ocorreu uma polarização entre o candidato apoiado pelos países mais ricos e aquele que se identificava como o preferido pelo conjunto de países que guardavam alguma diferença mais séria com o outro bloco.

No entanto, o jogo de alianças da geopolítica é muito mais complexo do que se pode imaginar à primeira vista. Os exemplos são muitos. A China apoiou o Brasil nessa eleição, mas temos com esse país um potencial futuro de muitas disputas no campo das trocas comerciais.

O Paraguai, apesar da identificação regional com o Mercosul, votou contra Azevedo em função da discordância do novo governo local quanto ao apoio de nossa diplomacia ao ex presidente deposto, Fernando Lugo.

O fato inquestionável é que o resultado final revela uma fotografia bastante adequada do processo de insatisfação da maioria dos 159 membros da organização quanto ao rumo que a direção da mesma vinha imprimindo à agenda multilateral do comércio internacional até o presente momento. 

Não é por acaso que dois representantes de países do mundo em desenvolvimento tenham chegado à disputa final. Ainda que o candidato derrotado contasse com o apoio explícito dos países mais ricos do planeta, não deixava de ser significativo que fosse natural, ele também, de uma nação da América Latina.

Porém, é importante que esse resultado não seja recebido com um otimismo ingênuo. Não há espaço para se trabalhar com a possibilidade de melhoria imediata da ação brasileira no domínio das relações econômicas internacionais. 

O “timing” do jogo e das articulações da diplomacia é completamente diferente do tempo da política interna dos países. As agendas em debate e de implementação pela OMC obedecem a um ritmo bastante lento, uma vez que os interesses econômicos e geopolíticos envolvidos são enormes. 

Desde os tempos de vigência apenas do Acordo Geral de Tarifas e Comércio em 1947 (GATT, da sigla em inglês) até a fase posterior à constituição formal da organização em 1995 (a partir da recomendação da Rodada Uruguai, ocorrida entre 1986 e 1994), os avanços foram bastante vagarosos. 
Aliás, o que é perfeitamente compreensível, em se tratando de movimentos complexos e contraditórios no jogo de interesses econômicos conflitantes no cenário internacional. 

Os grandes temas são lançados em processos de ampla consulta junto aos países membros, as chamadas rodadas. E como não há mecanismo de imposição possível, o que se busca sempre é o consenso mais amplo possível, quando não a unanimidade.

Por outro lado, não custa relembrar que Roberto Azevedo não foi indicado para defender os interesses brasileiros. E esse ponto precisa ficar bastante claro, ao contrário do que deixam transparecer alguns artigos nos grandes meios de comunicação. É óbvio que sua presença nos é mais conveniente do que qualquer outro secretário geral, mas não devem caber ilusões nesse jogo pesado das nações. 

A margem de manobra do ocupante do posto máximo é bastante exígua e o mesmo é obrigado a seguir de perto o sentido e as sutilezas da correlação de forças entre os países a cada instante. Assim, por exemplo, é impossível evitar que as conjunturas de crises de natureza econômica e financeira na esfera global – como a atual, por exemplo – contribuam para retrocessos em termos das pautas de liberalização comercial no campo dos países desenvolvidos. Ou, então por outro ângulo, é inevitável que as questões envolvendo as reclamações e os pleitos da maioria dos países contra as práticas comerciais agressivas patrocinadas pela China venham à tona no horizonte próximo.

As atribuições delegadas à OMC limitam-se à defesa de determinados princípios de prática de comércio internacional. Isso está na base da sua própria criação, uma vez que foi constatado que não bastava anunciar por todos os cantos a defesa da liberdade de exportar e importar. 

Ficou claro que os países sempre teriam algum mecanismo para burlar esse quadro e defender seus próprios interesses nacionais em primeiro lugar. 
Assim, caberia à ONU criar um sistema específico contra o protecionismo, com instrumentos de pressão e constrangimento aos países que não respeitem as regras previstas nos acordos. 

E aqui entram temas bastante delicados, tais como: 

i) barreiras fitossanitárias; ii) compras governamentais; iii) cotas para produtos importados; iv) subsídios implícitos ou explícitos à produção nacional; v) impostos sobre produtos importados; vi) prática de “dumping”, entre outros. Para uns, defesa legítima de interesses soberanos. Para outros, meras desculpas para justificar práticas protecionistas.

Como se pode imaginar, os procedimentos para averiguar e confirmar tais políticas consideradas como “protecionismo comercial” são muito sutis e demorados. Os processos formais são caros e as instâncias de deliberação no interior da OMC dependem de etapas protocolares, com espaço para acusação e defesa das partes envolvidas, levando a decisões que podem levar décadas até a sentença final. 

E que podem contar ou não com a concordância ou boa vontade por parte do país “condenado”. Foi o caso, por exemplo, das ações brasileiras contra as práticas protecionistas dos Estados Unidos no caso das nossas exportações de suco de laranja ou de algodão. Semelhante foi o processo contra as barreiras alfandegária da União Européia contra as nossas exportações de açúcar. 

Ou então do questionamento da maioria dos países do chamado Terceiro Mundo quanto aos mecanismos de subsídio concedidos pelos países europeus às respectivas atividades agrícolas.

A agenda da OMC está praticamente paralisada com a chamada Rodada de Doha (iniciada em 2001 e ainda não concluída), quando os países do mundo em desenvolvimento tentavam impor elementos de uma pauta de trocas internacionais que incorporasse também os aspectos das desigualdades e disparidades regionais. 

Os países ricos, por seu turno, propunham a ampliação da liberalização comercial também para o setor de serviços, estratégia que seria prejudicial para a maioria dos países mais pobres. Ou seja, trata-se de jogo de difícil solução e conclusão. Essa contradição estava na base dos poucos avanços obtidos desde o início. 

Além disso, à natural e compreensível resistência dos países desenvolvidos somou-se a emergência da crise econômica e financeira internacional. As portas se fecharam a qualquer tipo de diálogo, em razão dos problemas domésticos que se aprofundaram.

Destravar os impasses da negociação parece ser o grande desafio que se coloca para a OMC nos próximos tempos. À medida que começam a surgir os primeiros sinais de recuperação da atividade econômica nos países ricos, abre-se espaço para que os temas da Doha voltem à mesa de negociação. Em tese, esse deve ser um dos primeiros pontos com que Azevedo deverá se defrontar ao longo de sua gestão, como ele mesmo já adiantava em sua página de candidato na internet.

No entanto, apenas retomar a agenda atualmente bloqueada não é suficiente. A grande dificuldade continua sendo a busca dos pontos de consenso entre países com interesses tão díspares nas trocas internacionais. 

A começar pela própria China, que teve seu peso sensivelmente elevado no comércio mundial ao longo dos últimos anos e não deverá aceitar tão facilmente as propostas de revisão de suas práticas comerciais agressivas e lesivas à maior parte de seus parceiros, dentre eles o próprio Brasil.    

 Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Azevêdo colocará a China, pela 1ª vez, em uma das 4 vice-diretorias da OMC

 
 
 
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, deve indicar a China para uma das quatro vice-diretorias da entidade. 

Esta será a primeira vez que Pequim ocupa um cargo no alto escalão da OMC.  

As outras vagas devem ficar com a África, de onde veio mais de um terço dos votos que elegeram Azevêdo, EUA e Europa, que não votaram nele, mas não o bloquearam.

O governo da China considera um triunfo para as economias emergentes a nomeação do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo como diretor-geral da OMC.

"A designação de Azevêdo é algo que merece ser celebrado por ser a primeira vez que um candidato dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) alcança o cargo máximo na OMC", afirma uma nota da agência estatal Xinhua.

"A nomeação demonstra mais uma vez o fato amplamente reconhecido de que as economias emergentes estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas atividades econômicas globais", completa.
A agência chinesa destaca que o brasileiro enfrentará uma tarefa difícil ante o protecionismo generalizado para forjar consensos.

Embora tenha mantido mistério durante a campanha, a China tornou clara a preferência pelo brasileiro na rodada final da votação, quando a candidatura de Azevêdo ficou identificada com os países emergentes.

"O embaixador Azevêdo é a pessoa perfeita para avançar com a Rodada Doha e colocar o multilateralismo no centro das relações comerciais", disse Chai Xiaolin, chefe do departamento de OMC no ministério do Comércio chinês.

A ênfase dada à Rodada Doha, a negociação de um acordo de comércio global lançada em 2001, não impediu a China de se lançar em busca de acordos bilaterais de livre comércio.
A China tem acordos desse tipo com 16 países, o mais recente deles assinado com a Islândia, há três semanas.

A última tentativa de destravar a rodada fracassou em 2008, quando um desacordo sobre importações agrícolas contrapôs países desenvolvidos, com os EUA à frente, e em desenvolvimento, encabeçados por Índia e China.

A divisão voltou a se manifestar na seleção do novo diretor-geral da OMC, em que o brasileiro saiu vitorioso sem o apoio dos EUA e da União Europeia. 

Para a China, porém, Azevêdo é capaz de reduzir as diferenças.
"Ele tem todas as qualificações para servir como ponte entre todas as frentes. O avanço da Rodada Doha é um interesse comum a todos os países", disse Chia.
Fonte: redação com agências.

Acordo Sul-Sul, pronto no Palácio do Planalto, reúne 10 países emergentes


 
 
 
Um acordo comercial Sul-Sul, liderado pelo Brasil e que reúne outros dez países emergentes, está pronto na Casa Civil da Presidência da República aguardando a assinatura da presidenta Dilma. 

O acordo dará margem de preferência de 20% em boa parte das exportações entre o Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela), Índia, Indonésia, Coreia do Sul, Malásia, Egito, Marrocos e Cuba.

Isso significa que, quando o acordo entrar em vigor, se a tarifa de importação de um produto na Índia for de 10% para os Estados Unidos, cairá a 8% para o Brasil, dando vantagem ao produto brasileiro. 

O Brasil dará a mesma preferência aos produtos que entrarem em seu mercado vindos dos participantes do compromisso. 

O acordo cobre 70% do comércio entre os países signatários, com setores sensíveis fora da liberalização. 

Um suporte estratégico para o fortalecimento da cooperação Sul-Sul, mecanismo de desenvolvimento conjunto entre países emergentes em resposta a desafios comuns, vem do Programa das Nações Unidas ara o Desenvolvimento (PNUD).

O PNUD Brasil apoia o governo brasileiro em sua contribuição para a agenda global de desenvolvimento por meio da plataforma de cooperação Sul-Sul. 
O organismo busca o fortalecimento da agenda de cooperação pelo mapeamento e transferência do conhecimento brasileiro em um conjunto de áreas temáticas que incluem segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, redução da pobreza, entre outras, além do fortalecimento de capacidades e da inclusão de novos parceiros nos arranjos de cooperação triangular.

Com o objetivo de acionar e reforçar sua rede global de escritórios para empreender esforços no escopo da cooperação Sul-Sul, o PNUD assinou o documento “Aliança Estratégica entre o PNUD e o Brasil” com o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, que facilita a implementação de atividades nos países com os quais o governo brasileiro mantém acordos de cooperação.
 Fonte: redação com agências.

Brasil deve seguir a China, que investe pesado para manter economia aquecida
 
 
 
Em entrevista à Carta Maior, Mark Weisbrot (foto), co-diretor do Center for Economic and Policy Research, de Washington, fala sobre as perspectivas da economia brasileira no atual cenário internacional. Para Weisbrot, Brasil deveria seguir o exemplo da China que faz um gigantesco investimento para manter aquecida a atividade econômica no país.
Exatamente o oposto do que faz a União Europeia, que, na opinião do economista, segue mantendo uma "demente política de austeridade".

Por Marcelo Justo, de Londres.
É o terceiro ano em que a economia do Brasil tem um crescimento anêmico.
A que se deve isso?


Mark Weisbrot: Toda a América Latina está sofrendo o golpe da crise mundial. Essa é a realidade. Em seu último informe, o FMI reduziu as expectativas de crescimento para toda a região. O problema vem dos Estados Unidos, Europa e China. Cabe não esquecer que, até o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, ter indicado que faria tudo o que fosse necessário para salvar o euro, existia o perigo de uma crise financeira mundial como a de 2008. Este pânico foi controlado, mas a Europa segue em uma situação de recessão. Os Estados Unidos estão crescendo, mas vive ameaçado pela restrição fiscal que o congresso não conseguiu solucionar e que pode apresentar a conta este ano, o que gera muita incerteza. E a China está crescendo muito menos.

O governo tem buscado separar-se do monetarismo que dominou a política econômica brasileira desde os anos 90.
Com Dilma Rousseff, as taxas de juro caíram e há uma tentativa de estimular a indústria.
Mas, no momento, isso não tem dado resultado.


MW: É que essas políticas levam tempo para surtir efeito. Há mais de 20 anos de descuido da indústria para dar conta. O crescimento industrial per capita foi de 0,5 anual entre 1990 e 2003. Isso não se resolve da noite para o dia.
Mas acredito que a economia vai se recuperar. O investimento terminou em alta em 2012 e o governo tem reservas consideráveis que pode usar a qualquer momento para estimular sua economia.
É um debate que tem ocorrido nos Estados Unidos. Lamentavelmente, o governo de Barack Obama preferiu um estímulo moderado ao invés de implementar o que defendia Christina Romer no conselho de assessores econômicos do presidente.
Na crise de 2008 e na atual, a China fez um gigantesco investimento para manter a atividade econômica.
Exatamente o oposto do que faz a União Europeia que segue mantendo uma demente política de austeridade. Creio que o Brasil deveria seguir o exemplo chinês.


No Brasil está claro que, no momento, a magnitude do estímulo não tem sido suficiente para reverter o caminho da desindustrialização nacional que um professor da Universidade de Cambridge, José Gabriel Palma, denominou como um dos processos de desindustrialização mais extremos do século passado. Segundo Palma, hoje a indústria do Brasil é a metade do que era em 1980 em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB).

MW: Precisamente por isso mudar esta situação levará tempo. A desvalorização do real ajuda, mas não é suficiente.
Por um lado, porque esta depreciação também precisa de tempo para disseminar-se por toda a economia.
Por outro lado, porque também é preciso uma política industrial com estímulo de setores chave e estratégicos. Mas penso que na 2ª metade do ano este panorama  vai mudar.


Este discreto desempenho atual pode complicar as possibilidades de reeleição de Dilma Rousseff no próximo ano?

MW: Não. Cabe lembrar que tem havido uma enorme mudança na distribuição de renda, um aumento de cerca de 28% na renda per capita, desde que o PT está no poder, e uma forte queda no desemprego.
Por isso os índices de aprovação de Dilma Rousseff são tão altos apesar dos problemas econômicos.
E não esqueçamos que essa melhoria nos níveis de vida é tão importante quanto os outros fatores para o crescimento da economia. 


Vê algum sinal de recuperação na economia mundial daqui até às eleições?

MW: Não tenho bola de cristal. Ser tivesse seria milionário (risos...).
No momento, o que vem se observando a cada semana são indicadores diversos. Mas não creio que estejamos avançando para uma nova recessão mundial.
Na última, tivemos gigantescas bolhas especulativas que explodiram ao mesmo tempo. Não há nada parecido com isso no horizonte.
O que temos hoje é uma política fiscal incorreta em muitos países, em especial na Europa.
Mas isso pode ser corrigido e não tem o mesmo impacto.
É preciso aguardar para ver. Há muitos investidores que, estes sim, estão apostando que vem aí uma nova recessão mundial.

TraduçãoMarco Aurélio Weissheimer
 Foto: Center for Economic and Policy Research 

Top model brasileira amplia grife própria de moda de praia no mercado mundial

 
 
 
A top model e empresária brasileira Ana Gequelin, que assina uma grife de moda praia feminina de luxo com seu nome e criou sua última coleção inspirada no Marrocos, país árabe do Norte da África, continua expandindo sua empresa no comércio exterior.
A grife Ana Gequelin tem bastante apelo em pontos de praia badalados mundo afora, como Ibiza, na Espanha, e Punta del Este, no Uruguai, para onde as peças são exportadas. 

A marca foi criada em 2011 e as vendas para o Uruguai começaram no ano passado. 
As exportações para a Espanha iniciaram neste ano. 
Atualmente elas consomem 20% da produção, de acordo com a top model. 
Apesar de não divulgar volume de produção, Gequelin afirma que pretende fazer com que o mercado externo represente 50% da coleção em três anos. 
Ela já tem planos de vendas para a Califórnia e a Flórida, nos Estados Unidos.
“Sou apaixonada pela cultura árabe, em especial pela arte dos arabescos islâmicos. O Marrocos foi a minha inspiração para a coleção atual; estampas, cores e texturas milenares me encantaram e me aproximaram ainda mais deste país de pessoas tão especiais. Com certeza gostaria de estar com minha coleção lá”, afirmou Gequelin.
A modelo viajou para o Marrocos no mês passado. 
“Para comemorar meu aniversário e rever tudo o que me inspirou e que estudei durante meses para a criação da coleção”, afirmou Gequelin. Foi a primeira vez dela em um país árabe.
 “Mas sempre fui muito envolvida e apaixonada pela cultura, pessoas e arte. A música me encanta e acalma”, diz a empresária.
A marca, tem escritório principal em São Paulo e produção terceirizada. 
As peças são voltadas para a mulher contemporânea e sensual. 
São desde biquínis, maiôs e saídas de praia de seda até bolsas em couro e palhas. 
A criação é feita pela própria Gerquelin em conjunto com a estilista Giovanna Hamajji. 
Os materiais utilizados são 100% brasileiros, com tecidos e aviamentos sofisticados, uso de texturas, bordados e estampas com cartela de cores bem vibrante. 
Os produtos são vendidas para 20 lojas multimarcas de luxo no Brasil.
Apesar da carreira de modelo, Ana Gequelin mostrava aptidão para os negócios da moda desde cedo. 
Nascida em Campo Largo, interior paranaense, ainda criança ela fazia bonecas de seda e vendia para as amigas e familiares. 
“Desde criança eu gostava de criar peças artesanais, bordados. Sentia muito prazer em desenvolver trabalhos artísticos. A moda sempre foi uma paixão e acabei montando a loja que era um ponto de encontro das amigas, um lugar para se divertir e fazer shopping”, conta ela, que abiu uma loja aos 19 anos em Campo Largo.
A carreira de modelo, Gequelin começou na adolescência, após participar de concursos de beleza na sua cidade e ser escolhida no concurso Elite Model Look. 
A seleção abriu portar para sua carreira nas capitais internacionais da moda como Milão, Tokio, Paris e Nova York. Depois disso, a top só decolou e fez campanhas mundiais de grandes marcas como Gillette, Reef, Garnier Fructis, Yamamay, Colgate, Nexxus Seda, Lux e Tresemme. 
Ela foi modelo exclusiva da Triumph Internacional na Europa por quatro anos.

Site: www.anagequelin.comTelefone:  
 Fonte: Anba