terça-feira, 23 de julho de 2013

IMIGRAÇÃO, LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, IMPOSTO DE RENDA E SEGURIDADE SOCIAL

A globalização e a abertura dos países para as empresas transnacionais têm gerado diversos questionamentos relacionados à circulação de trabalhadores estrangeiros em território diverso ao do seu país de origem. Nos últimos anos, intensificou-se a abertura do mercado brasileiro para investimentos estrangeiros. Em consequência, aumentou o fluxo de expatriados para as empresas multinacionais presentes no país. Neste contexto, o gerenciamento de pessoas no Brasil envolve aspectos próprios que devem ser adequadamente dimensionados antes da empresa estrangeira enviar seus profissionais. Temas ligados a imigração, legislação trabalhista, imposto de renda e previdência social devem ser detalhada e previamente considerados.

Antes de mais nada é preciso estar atento aos diversos tipos de vistos existentes e a necessidade de autorização prévia para atuação profissional, procurando-se evitar que o tempo despendido e a burocracia inviabilizem ou venham a causar prejuízos ao negócio da empresa. Existem diferentes categorias de vistos definidos pela legislação, cuja aplicabilidade depende do motivo e da situação específica da viagem para o Brasil, sendo que para efeito de concessão de vistos permanentes e/ou temporários a estrangeiros que desejem permanecer em nosso país a trabalho é necessária a autorização específica do Ministério do Trabalho.

Normalmente é necessário um contrato de trabalho com uma empresa brasileira que deve requerer junto previamente, junto ao Ministério do Trabalho a permissão para o expatriado.

Estrangeiros com visto de turista ou em trânsito não podem exercer atividade remunerada no Brasil. O uso ilegal deste tipo de visto pode resultar em penalidades para a empresa e para o estrangeiro, assim como a repatriação compulsória do estrangeiro.

O contrato de trabalho não é um pré-requisito para obter um visto temporário de negócios, com o qual é possível permanecer no País por um período de 90 dias, renovável por mais 90 dias.

O propósito do visto de negócios é permitir a entrada de estrangeiros no Brasil para oferecer seus produtos, aprender sobre o mercado brasileiro, selar acordos ou formalizá-los. Portanto, o estrangeiro com visto de negócios pode tomar parte em reuniões, conferências, feiras e seminários, visitar clientes potenciais e realizar pesquisas de mercado.

Mas o visto de negócios não é o visto correto para atividades relacionadas à realização de serviços técnicos ou administrativos, treinamentos, cursos, trabalhos temporários, consultorias, estudos ou qualquer outra atividade que implique trabalho, remunerado ou não.

As autoridades de imigração têm noticiado que algumas empresas têm sido incorretamente aconselhadas (e seus executivos) que, para curtos períodos de expatriação, um visto de negócios pode ser usado. Isto tem causado situações embaraçosas para alguns expatriados que possuem o visto de negócios como se fosse uma autorização para trabalho. Aquele que possui visto divergente para a finalidade para a qual veio ao Brasil está sujeito à repatriação compulsória, além de penalidades para a empresa e o próprio expatriado.
A legislação brasileira, por sua vez, impõe alguns custos relativos a direitos trabalhistas assegurados a todos e que devem ser avaliados em face do pacote de remuneração oferecido pela empresa ao expatriado. Ademais, não obstante a real necessidade de mão de obra qualificada no Brasil, existem também determinadas restrições legais para contratação de mão de obra estrangeira que a legislação impõe sob o pretexto de proteção da mão de obra local.

Existe um limite na legislação trabalhista, segundo a qual as empresas brasileiras com três ou mais empregados são obrigadas a manter uma proporcionalidade de 2/3 de empregados brasileiros para 1/3 de empregados estrangeiros. Esta proporcionalidade se aplica tanto para o número de empregados quanto para o montante da folha de pagamentos, significando que 2/3 dos salários devem ser pagos para empregados brasileiros. Da mesma forma, um trabalhador brasileiro não pode receber menos do que for pago a um trabalhador estrangeiro no mesmo cargo e/ou função.

A situação fiscal do individuo em face do imposto de renda também deve ser avaliada, tendo em vista as exigências fiscais a que o individuo passa a se submeter quando se transfere para o Brasil, pois adota-se o sistema de tributação em bases mundiais. A necessidade de avaliação persiste mesmo considerando a existência de acordo para evitar a bitributação assinado entre o Brasil e diversos países. Além disso, é preciso ter em vista as diferentes formas de tributação aplicáveis a cada tipo de rendimento.

Num processo de expatriação é bastante comum que o empregador utilize ferramentas gerenciais para mitigar qualquer aumento de impostos que o empregado venha a experimentar em decorrência de estar trabalhando em outro país que não o seu país de origem.

Assim, sob um programa de reembolso de impostos, conhecido como “tax equalization plan”, o empregador procura garantir que o expatriado não pague nem mais de nem menos impostos em decorrência da transferência internacional em comparação com o que ele teria que pagar se ele remanesce no seu país de origem. Se os impostos efetivamente pagos no país de destino forem maiores que os devidos no país de origem, o empregador reembolsa para o empregado a diferença. Da mesma forma, se os impostos efetivamente pagos no país de destino forem menores que os devidos no país de origem, o empregador retêm a diferença.

Em ambos os casos, o “tax equalization plan” requer um cálculo de um imposto de renda hipotético no país de origem que geralmente é computado no salário base do empregado como se ele remanescesse no país de origem.
Considerando que a maior alíquota do imposto de renda aplicável às pessoas físicas no Brasil é de 27,5% e que, atualmente, os países europeus e os EUA estão adotando alíquotas significativamente superiores, é esperado que ocorra uma redução do imposto a ser pago pelo expatriado em decorrência da transferência internacional, mas dependendo da política adotada pela empresa a diferença de imposto pode ficar retida com o empregador no país de origem.

Em relação à previdência social, os altos custos da empresa brasileira relacionados à folha de salários também devem ser considerados na formação do pacote de remuneração do expatriado transferido para cá. Por sua vez, em relação ao próprio expatriado, é possível que ele deseje se manter atrelado à previdência social de seu país durante o período de transferência, ao abrigo de convenção previdenciária que o Brasil mantém com diversas nações.

Outra questão que se coloca comumente, diz respeito à divisão do pagamento do expatriado, parte no Brasil e parte no exterior, através do que se convencionou chamar “split payroll”. É possível, mas traz consequências e riscos que devem ser avaliados, tanto no âmbito do visto de trabalho, como nos custos previdenciários para as empresas e no imposto de renda do individuo.

No processo de obtenção da autorização do trabalho, o total da remuneração a ser pago para o expatriado, não pode ser inferior à maior remuneração paga pela empresa no Brasil para a mesma atividade/função a ser desenvolvida pelo estrangeiro. Também deve ser considerado que a permissão de trabalho somente será concedida se a remuneração a ser paga ao expatriado não for inferior à ultima remuneração por ele recebida quando se tratar de transferência de empregado de uma empresa integrante do mesmo grupo econômico.

Também é bastante comum que no pacote de remuneração do expatriado sejam incluídos subsídios e benefícios para compensar diferença no custo de vida como, por exemplo, comissões e bônus, além do próprio salário regular. Em todos os casos, os aspectos tributários devem ser considerados previamente de forma a possibilitar um planejamento que reduza a obrigação fiscal do expatriado e os custos totais da expatriação.

Neste contexto é importante considerar, por exemplo, se o individuo tiver direito a receber bônus relativos a anos anteriores à sua vinda ao Brasil, enquanto trabalhava no exterior. Dependendo da situação específica, é muito provável que ele venha a ser tributado no Brasil como nos casos em que o individuo entre no Brasil com apenas uma expectativa de direito a receber o bônus e não um direito efetivo.

Em conclusão, é importante frisar que a empresa transnacional, antes de tomar qualquer providência relacionada ao gerenciamento de expatriados e envio destes profissionais ao Brasil, precisa informar-se detalhadamente sobre a legislação nos diversos aspectos envolvidos e permitir que seus profissionais fiquem concentrados no desenvolvimento dos negócios.

Edemir Marques de Oliveira
(Jus Navigandi – 01/05/2013)

Empresas brasileiras se unem para comprar porto de Eike, diz jornal


Do UOL, em São Paulo
  • Daniela Dacorso/Folha Imagem
Com a crise no império do bilionário Eike Batista, empresas do país com interesses na mineração, principalmente siderúrgicas, devem se articular para disputar a compra do Porto Sudeste, pertencente à MMX e um dos principais ativos do grupo EBX.

As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores.

De acordo com reportagem do jornal "Valor Econômico", publicada nesta terça-feira (23), o movimento tentaria evitar que o porto caia em mãos de gigantes estrangeiras, como a suíça Glencore Xstrata e a holandesa Trafigura, com as quais a MMX já confirmou negociações à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Com um porto no país, essas empresas teriam mais poder para influenciar o mercado de minério de ferrono Brasil, com eventuais efeitos negativos para os grupos nacionais.

Segundo o "Valor", Usiminas, Gerdau e ArcelorMittal estão entre as maiores interessadas. Vale e CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) já contam com terminais portuários próprios, por onde embarcam sua produção.
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Veja fatos e curiosidades da trajetória de Eike Batista78 fotos

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Confira, a seguir, fatos e curiosidades que marcaram a vida do empresário Eike Batista Arte/UOL

Em crise

Em maio de 2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015 --mas o sonho tem ficado cada vez mais distante.

Com a falta de resultados e o pessimismo em relação ao futuro do grupo EBX, o mercado vem castigando as ações dessas empresas na Bolsa de Valores. Consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.

Ao final de junho de 2013, começaram a surgir rumores de que as empresas de Eike não teriam condições de honrar seus compromissos com os credores e teria que renegociar dívidas de curto prazo. Isso gerou mais temor entre os investidores. As empresas negaram.
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Crise de Eike Batista vira piada nas redes sociais42 fotos

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Em meio à crise pela qual passam as empresas de Eike Batista, circulou nas redes sociais uma foto antiga em que o empresário aparece comendo em uma lanchonete popular no Rio. Um internauta comentou "Eike comendo coxinha. Não tá fácil pra ninguém". Outro escreveu: "Eike Batista no BB lanches. Realmente, não está fácil pra ninguém? Daqui veremos ele comendo um podrão na Lapa" Reprodução/Facebook

Petrobras para parte da operação em terra


 
DENISE LUNA
DO RIO

A Petrobras decidiu parar sondas terrestres e outras operações na Bahia, no norte do Espírito Santo e no Rio Grande do Norte dentro de seu Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), que visa economizar R$ 32 bilhões de 2013 a 2016. 

A empresa precisa aumentar o fluxo de caixa, que até 2016 deve ficar abaixo de sua necessidade de investimentos de US$ 236,5 bilhões (2013-2017). Hoje, a produção de petróleo em terra perfaz 10% de sua produção total, de 208 mil barris diários. 

Na avaliação do ex-diretor de exploração e produção da Petrobras Wagner Freire, a decisão vem com atraso. 

"Há campos que produzem cinco barris por dia --não é econômico para ela, mas pode ser para pequenos produtores que invistam na produção", diz, sugerindo a devolução dos campos à Agência Nacional do Petróleo. 

A redução dessas operações pode significar 5.000 demissões, afirma José Maria Ferreira Rangel, do Conselho de Administração da empresa e coordenador do Sindipetro no Norte Fluminense. 

"Não são apenas os terceirizados, há uma série de outras atividades que são ligadas ao petróleo", diz.
Segundo ele, 500 pessoas já foram demitidas na Bahia. 

Na semana passada, Rangel se reuniu no Estado com a presidente da Petrobras, Graça Foster, e obteve a suspensão por 30 dias das demissões por firmas terceirizadas que operam as sondas, além da reversão da transferência de 430 empregados dos setores financeiro, contábil e tributário para a sede, no Rio. 

"Na reunião, a presidente se comprometeu a conversar com as empresas para segurar as demissões", disse.
Ele acrescentou que há pressão de parlamentares para evitar a paralisação de operações. Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), reuniu-se com Foster no Rio acompanhado da bancada do seu Estado. 


OUTRO LADO

 
A Petrobras informou que em dezembro tinha 11 sondas de perfuração e 26 sondas de produção terrestre, que atualmente estão reduzidas, respectivamente, para 7 e 22. 

Admitiu também a dispensa de 449 empregados.
A empresa nega, porém, que vá reduzir os investimentos na Bahia, onde promete aplicar em média de US$ 1,06 bilhão anual até 2017 --mais do que foi investido pela gestão anterior, US$ 697 milhões por ano, afirma. 

A empresa diz ainda que a ampliação das instalações de superfície deve criar 2.300 empregos a mais em 2013 do que os gerados em 2012, 1.500 dos quais já foram efetivados. 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

ANP tem dúvida sobre Tubarão Azul e Martelo, da OGX


A agência analisa plano de desenvolvimento de Tubarão Azul apresentado no fim de abril

Sabrina Valle, do
Divulgação/OGX
Plataforma de petróleo da OGX na Bacia de Campos

Na semana passada, a ANP aceitou o óleo de Tubarão Martelo como garantia para as obrigações da 11ª rodada, mesmo com o campo ainda não em produção

Rio de Janeiro - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) encaminhou à OGX, empresa de óleo e gás natural do empresário Eike Batista, algumas dúvidas sobre o volume estimado de óleo em reservatórios tanto para o campo de Tubarão Azul, quanto para Tubarão Martelo, ambos na Bacia de Campos.

No caso do primeiro, a ANP reprovou o plano de desenvolvimento da empresa e recusou a proposta de aceitar o óleo do campo como garantia para as obrigações relativas aos 13 blocos arrematados pela companhia na 11ª rodada de áreas exploratórias, realizada em maio. O motivo foi a incerteza acerca do volume do reservatório.

Para Martelo, aprovou o plano, mas solicitou que a companhia revisasse estimativas de produção.
A ANP analisa plano de desenvolvimento de Tubarão Azul apresentado no fim de abril. Aguarda ainda o novo documento que a OGX anunciou que submeteria à reguladora, em fato relevante de 1º de julho.

A OGX tem três poços produtores em Tubarão Azul, mas apenas dois produziram em junho, somando 9,7 mil barris/dia. A companhia informou em 1º de julho que poderia deixar de produzir no campo, devido à irregularidade do reservatório e ausência de tecnologia.

Na semana passada, a ANP aceitou o óleo de Tubarão Martelo como garantia para as obrigações da 11ª rodada, mesmo com o campo ainda não em produção e com incertezas quanto ao volume que será produzido.

A agência aprovou o plano de desenvolvimento, em junho, mas solicitou "a atualização dos modelos geológicos e de simulação, bem como a apresentação de novas estimativas de produção e reservas a partir da modelagem atualizada, e dos dados reais de produção".

As regras da agência dão seis meses às empresas para apresentar o plano de desenvolvimento de um campo, depois de declararem se a área onde foi encontrado petróleo pode ou não ser explorada comercialmente. A declaração de comercialidade é decisão da empresa e independe da reguladora.

Como conseguir dinheiro para começar um negócio


Especialista afirma que a maioria das empresas brasileiras nasce sem um plano de negócio e, quando ele existe, é bastante básico

Editado por Camila Lam, de

Marcos Santos/USP Imagens
Pessoa retira dinheiro do bolso - notas de cinquenta reais
 
Como conseguir dinheiro para começar um negócio?

Respondido por Rodrigo Zeidan, especialista em finanças

O nascimento das empresas no Brasil envolve dinheiro da família ou dos empresários, aversão a dívidas e limitação ao crescimento. Em mercados mais desenvolvidos, empresários montam planos de negócio em que o início do empreendimento já prescinde de instrumentos de dívida e de capital que não o do empresário, como títulos de dívida (debêntures, por exemplo) e de propriedade (busca de sócios como fundos semente e de venture capital), e recursos públicos.

No Brasil, o mercado de debêntures é acessível às grandes empresas, mas outras formas de capital estão disponíveis aos pequenos empresários. Existem fundos semente, anjo, venture capital e private equity que estão voltados a diferentes tipos e tamanhos de empresa.

Além disso, instituições públicas oferecem recursos a empresas nascentes, como o fundo Criatec do BNDES, o Prime – primeira empresa inovadora da Finep - e as instituições de pesquisa estaduais (Faperj, Fapesp, Fapemig) e o CNPq, via editais de apoio à inovação. 

Em um cenário de taxas de juros baixas, os investidores vão buscar maior retorno em negócios mais arriscados, como empresas nascentes. Há potenciais investidores com apetite para se tornarem sócios de novos negócios, desde que promissores.

Empreendedores preparados, com sólidos planos de negócio, projetos com alta perspectiva de crescimento e rentabilidade e sem medo de dividir o controle podem aproveitar o momento para viabilizar recursos e realizar o sonho do negócio próprio.

Infelizmente, a maioria das empresas brasileiras nasce sem um plano de negócio e, quando existe, é básico e nunca atualizado. Se você é um potencial empresário, lembre-se de que ninguém vai investir na sua ideia - mas sim na sua capacidade de executá-la.

Fusões e aquisições recuaram no 1º semestre, diz PWC


Apesar da leve queda de 1,5% em relação ao mesmo período em 2012 (quando foram realizadas 403 transações), foi mantido o mesmo patamar dos anos anteriores

Gabriela Forlin, do
Ales Cerin/SXC
Aperto de mãos
Concentradas majoritariamente na Região Sudeste do país, as transações em território nacional somaram 352 negócios anunciados

São Paulo - O Brasil encerrou o primeiro semestre do ano com 397 transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) anunciadas, segundo levantamento da PWC.

Apesar da leve queda de 1,5% em relação ao mesmo período em 2012 (quando foram realizadas 403 transações), foi mantido o mesmo patamar dos anos anteriores. Em janeiro, foram 53 negócios; fevereiro, 60; março, 71; abril, 74; maio, 73; e junho, 66.

Concentradas majoritariamente na Região Sudeste do país, as transações em território nacional somaram 352 negócios anunciados. São Paulo lidera a procura por investimentos com 48,6% do mercado, somando 193 transações no período de referência. Houve aumento de 12,5% nas transações realizadas no exterior, saltando de 40 negócios em 2012 para 45 em 2013.

Os investidores estrangeiros perderam em número de negócios e apresentaram queda de dois pontos porcentuais em comparação ao primeiro semestre de 2012, passando de 44% para 42% do mercado de aquisições acionárias.

De acordo com a PWC, o destaque foi o aumento no volume de investimento de origem nacional, que passou de 194 transações em 2012 para 203 transações em 2013, com crescimento de 4,6% na demanda.
Em linha com o observado nos últimos 5 anos, o maior volume de procura por negócios no Brasil foi no segmento de TI. Com 56 transações no primeiro semestre, o setor liderou com 14% do mercado brasileiro.
Em segundo lugar está o setor de serviços (segmentos como consultoria, administração/ participação, marketing/propaganda, assessoria/ corretagem), com 12% das procuras e um total de 47 transações.

O mercado de varejo vem em terceira posição, com 10% das procuras e um total de 40 transações no primeiro semestre. Setores menos expressivos como educação, logística e serviços de saúde somam 119 negócios e respondem por 30% do mercado de M&A brasileiro.

Estrangeiros começam a fazer as pazes com ações da Vale


Salto no diferencial entre as ações ordinárias e preferenciais indica retorno do otimismo do investidor estrangeiro com a mineradora, diz Citi

Dario Zalis/EXAME.com
Terminal da Vale em Ponta Madeira, no Maranhão

Os preços do minério de ferro e a produção de aço bruto indicam que a demanda das indústrias chinesas pode estar mais forte do que era esperado

São Paulo - Nas últimas seis semanas, o diferencial entre as ações ordinárias (VALE3) e preferenciais (VALE5) da Vale saltou de 5% para 15%. Essa mudança chama a atenção porque, segundo Alexander Hacking e Thiago Ojea, analistas do Citi Research, representa a volta a um patamar de normalidade.

Ao olhar para o histórico do diferencial, a média fica entre 10% e 20%. O que está por trás dessa retomada, como explicam os analistas, é uma visão relativamente melhor sobre a ação por parte dos investidores estrangeiros. Enquanto os investidores locais são mais inclinados à liquidez local das ações preferenciais, os estrangeiros preferem as ADRs dos papéis ordinários.

Hacking e Ojea acreditam que o aumento no diferencial também pode ser explicado pelos investidores tomando posições compradas em ações da Vale cobertas com uma posição correspondente negativa contra os preços do minério de ferro. “Isso nos parece lógico, com a Vale sendo negociada em uma mínima de vários anos e os preços do minério de ferro recuperando-se e subindo para 130 dólares a tonelada”, explicam os analistas.

Apesar das preocupações com a economia chinesa, principal parceira de negócios da Vale, crescendo a um ritmo mais lento, os preços do minério de ferro e a produção de aço bruto indicam que a demanda das indústrias chinesas pode estar mais forte do que era previsto e os investidores estariam se posicionando para aproveitar o bom momento.

Outro possível fator por trás do diferencial citado pelos analistas é a renovação do acordo de acionistas da Vale, em 2017. No entanto, espera-se que isso ocorra com as ações ordinárias movendo-se dentro do grupo (da Previ para a Valepar), mas não para fora do grupo. “Isto é, a mudança não deve ser relevante para o diferencial, em nossa opinião”, explicam Alexander e Thiago.