quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lei nos EUA ameaça exportação brasileira de alimentos para o mercado americano


 

 
 
Mais uma preocupação para o governo e iniciativa privada no Brasil, em relação ao mercado externo. Teme-se que a regulamentação da Lei de Modernização da Segurança Alimentar (FMSA, na sigla em inglês) dos EUA imponha barreiras não tarifárias às exportações brasileiras para aquele mercado. Em vigor desde 2011, mas em processo de regulamentação, a lei pretende melhorar processos que garantam a segurança dos produtos consumidos no país.

A notícia é destaque do jornal Valor Econômico desta quarta-feira. Segundo o jornal, para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o risco é que o processo seja cooptado por grupos de interesse. 

"Risco de protecionismo disfarçado sempre existe", afirma Diego Bonomo, da CNI. 

Duas questões preocupam os exportadores. A lei torna o importador americano responsável por qualquer problema advindo do consumo do produto adquirido do exterior. "O provável é que os riscos sejam repassados para as empresas brasileiras em forma de custo", diz Bonomo. 

Além disso, a FMSA exige que a equivalente americana da Anvisa realize vistoria nas fábricas para garantir a rastreabilidade dos alimentos. Como não há pessoal suficiente para fazer essas visitas em todo o mundo, é possível que o serviço seja terceirizado, com risco para o segredo industrial. Da redação.

Cepal rebaixa previsão de crescimento do PIB latino-americano em 2013 a 3%


 
 
 
A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena (foto) informou nesta quarta-feira que os países da América Latina crescerão 3% em média, em 2013, segundo estimativa da instituição, que reduziu a projeção de abril (3,5%) devido a um baixo crescimento do Brasil e do México.

"Os países da América Latina e do Caribe crescerão em seu conjunto 3%, taxa similar à registrada no ano anterior", afirma o relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), um organismo técnico das Nações Unidas com sede em Santiago.

A Cepal tinha projetado em abril que a região cresceria 3,5% este ano, rebaixando a projeção de dezembro de expansão regional em 3,8%.

"A queda no crescimento em relação à última estimativa se deve em parte à baixa expansão do Brasil e México", e à desaceleração econômica de vários países que vinham crescendo a taxas elevadas, como Chile, Panamá e Peru, explicou a Cepal.

O moderado desempenho econômico da região, pelo segundo ano consecutivo, está "vinculado a um crescimento estimado da economia mundial de 2,3%, similar ao de 2012", acrescentou o organismo.

Segundo os dados da Cepal, a América Latina cresceu 3% em 2012, uma desaceleração em relação à expansão de 4,4% registrada em 2011.

O Paraguai liderará o crescimento regional em 2013, com alta de 12,3% de seu PIB, que reverte a queda de 1,2% de seu produto em 2012.

O país será seguido pelo Panamá (7,5%), Peru (5,9%), Bolívia (5,5%), Nicarágua (5%) e Chile, com 4,6%.

A Argentina deve crescer 3,5%, acima de 1,9% do ano anterior, mas abaixo do esperado. O Brasil, por sua vez, deve crescer 2,5%, acima de 0,9% do ano passado, em uma taxa menor que o previsto.

"Em 2013, a América Latina vai ter um crescimento próximo de 3%. Tínhamos dito que nossa previsão de abril era de 3,5% mas é difícil manter esta cifra, porque há duas economias que pesam muito: Brasil e México terão um desempenho menor do que tínhamos estimado", explicou Alicia Bárcena.
 

 Fonte: Cepal

Rússia compra mais carnes do Brasil e pressiona para vender material de defesa



 
 
A Rússia flexibiliza o embargo contra as carnes do Brasil mesmo sem ter no radar planos para acabar formalmente com a interdição imposta desde julho de 2011. Segundo fontes do comércio internacional,  Moscou mantém assim o controle das importações, o que agrada os produtores internos, mas o maior objetivo é pressionar Brasília a autorizar a importação de equipamentos russos de defesa, como o Pantsir-S1 (foto). 

Por isso, dizem os especialistas, o que os russos vão continuar fazendo liberalização progressiva para  as carnes do Brasil, embora o mercado naquele país seja de alta demanda.

Recentemente, os russos habilitaram duas plantas do Paraná produtoras de frango.

Um abatedouro de cavalos também foi autorizado a exportar para o mercado russo, o que representou a abertura de novo nicho para os brasileiros. 

As exportações de carnes brasileiras para a Rússia tiveram seu auge entre 2007 e 2008. Depois, passaram a declinar. Além do embargo sanitário aos três Estados (Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso),  frigoríficos de outras regiões do Brasil foram desabilitados pelos russos. 

O pior aconteceu com a carne suína, já que restou apenas um frigorífico habilitado, em Santa Catarina.

Desde então, já estiveram em Moscou a presidenta Dilma, o vice-presidente Michel Temer, e  ministros, mas não conseguiram derrubar o embargo.

As exportações brasileiras à Rússia mostraram-se mais estáveis no primeiro semestre deste ano e a expectativa é que as vendas não voltem a recuar.

De janeiro a junho, por exemplo, a Rússia foi o principal destino dos embarques brasileiros de carne suína. As vendas para o país renderam US$ 201,3 milhões, 20,4% mais que em igual intervalo de 2012, e representaram quase 32% da receita total. 
 
 Fontes: redação com agências e Equipe BeefPoint

terça-feira, 23 de julho de 2013

Fiasco da segurança disponibilizada ao papa revela a facilidade com que os EUA espionaram o Brasil




Vergonha oficial – Definitivamente o Brasil é o país da piada pronta, como afirma com propriedade o jornalista José Simão, da “Folha de S. Paulo”. Para garantir a segurança do papa Francisco, o Estado brasileiro, como um todo, acionou pelo menos 20 mil homens de todas as Armas e forças policiais, ao custo de R$ 70 milhões, dinheiro que sairá dos cofres públicos.

Há dias, com a pirotecnia chicaneira de sempre, os ministros da Justiça e da Defesa, José Eduardo Martins Cardozo e Celso Amorim, respectivamente, reuniram-se com secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para acertar os detalhes do esquema de segurança que seria disponibilizado ao sumo pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude.

Na ocasião, o ucho.info publicou matéria afirmando que era um absurdo tratar da segurança de um chefe de Estado com apenas cinco dias de antecedência, sabendo da popularidade de do chefe da Igreja Católica. Apenas uma hora após a chegada de Jorge Mario Bergoglio ao Brasil já ficou evidente a fragilidade do esquema de segurança específico para o religioso. 

Chegando ao centro do Rio de Janeiro, próximo à Igreja da Candelária, o carro que transportava o papa Francisco foi cercado por populares, cena que lembrou a vitória de Ayrton Senna no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, quando os torcedores brasileiros invadiram a pista para comemorar o feito juntamente com o piloto.

O papa gosta de estar próximo do povo, o que traduz a sua essência franciscana, mas pífio espetáculo proporcionado na tarde desta segunda-feira (22) na capital fluminense mostra que o governo de Dilma Rousseff é despreparado inclusive nesse quesito. Em um país minimamente sério, o ministro da Justiça, chefe maior da Polícia Federal, já estaria demitido.

Jamais o Brasil viveu um período de tamanha degradação na seara do governo federal, que prima pelo ridículo e pela incompetência recorrente. O desgoverno do PT conseguiu a proeza de arruinar o País em todos os setores ao longo de apenas uma década. Com esse episódio deprimente não é necessária dose extra de raciocínio para imaginar a dificuldade que o governo dos Estados Unidos teve para realizar espionagens em território brasileiro. Enfim…

A rivalidade sai do armário


Arapongas quer tomar de Bento Gonçalves o posto de maior polo de produção de móveis do país. E não está sozinha – São Bento do Sul também deve entrar na disputa

Por Paulo César Teixeira

Por muito tempo, o polo moveleiro de Arapongas, no Paraná, ficou conhecido pela capacidade de fornecer mesas, armários, sofás e outros produtos às classes C e D. Com o aumento do poder de compra da população e facilidades de acesso ao crédito, porém, as indústrias de móveis da região norte do Paraná resolveram investir fortemente em tecnologia e design – e  desenvolver produtos com maior valor agregado. Com isso, pretendem desbancar o polo de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, que ainda lidera o ranking nacional do setor em faturamento. Tanto é verdade que os empresários de Arapongas estabeleceram um prazo de apenas três anos para assumir a liderança no segmento de produtos dirigidos à classe B. Nessa disputa de mercado entre os três Estados do sul, o conglomerado de fábricas de São Bento do Sul, em Santa Catarina, que dirige 71% de sua linha de produção para as exportações, também se movimenta para ganhar mais espaço no mercado doméstico, diante da queda das vendas externas.

Polo-moveleiro-Oeste_SC-350A guinada da indústria paranaense não é casual. O diretor do IEMI Inteligência de Mercado, Marcelo Prado, explica que, impulsionadas pelas mudanças registradas pela economia do país na última década, as camadas que ascenderam na escala social mudaram seu comportamento na hora de ir às compras. Hoje, elas estão dispostas a pagar mais pelos produtos que consomem – desde que percebam neles um diferencial que justifique o gasto. “E quando o cliente migra para um produto mais sofisticado, meu amigo, se você não for junto com ele, pode estar certo de que vai perdê-lo”, assinala Prado.

Uma pesquisa elaborada pelo IEMI mostra que, mais do que a qualidade do produto, o design é o que efetivamente atrai o consumidor quando ele entra em uma loja de móveis (veja mais detalhes a seguir). Para 41,1% das pessoas consultadas, o item “beleza” é o que chama a atenção em primeiro lugar no momento da compra. Apenas 18,6% priorizam aspectos como “resistência” e “durabilidade”. “Para os compradores de móveis, a qualidade, a resistência e a durabilidade são fatores relevantes na decisão de compra, mas a beleza e o design do produto são fundamentais”, sintetiza o diretor do IEMI.

Não por coincidência, portanto, as fábricas de Arapongas estão apostando alto na criatividade e ousadia na elaboração dos móveis – tudo para tentar impressionar o novo consumidor. “Sem dúvida, o impacto visual é importante. É como amor à primeira vista”, compara Nelson Poliseli, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima). Segundo ele, as empresas estão investindo em maquinário e qualificando a mão de obra para alcançar um crescimento de 8% a 10% nas vendas em 2013. Poliseli só reclama da concentração de matéria-prima nas mãos de poucos fornecedores, o que encarece os insumos. “Temos meia dúzia de fabricantes de painéis. Não surpreende que deitem e rolem na hora de fixar os preços”.

Um dos aspectos que saltam aos olhos na nova linha de produção de Arapongas é o maior cuidado nos acabamentos e materiais. As fábricas estão utilizando mais espelhos e alumínio nos armários de cozinha. Já os colchões e estofados fabricados estão ganhando cores e modelos mais modernos – eles agora saem da fábrica com assentos retráteis, além de outros componentes de maior qualidade. Internamente, as indústrias estão investindo na compra de novos equipamentos, como esteiras e máquinas, que substituem o trabalho manual. Desse modo, as empresas aceleram o tempo de fabricação dos móveis fabricados com MDF (painel de fibra de madeira de média densidade) e MDP (painel de partículas de madeira de média densidade). Alguns fabricantes aplicam as chamadas BP (já revestidas em diversos padrões).

Marcelo Prado alerta, porém, que a migração de uma linha popular para outra de maior sofisticação não será simples. “Não basta produzir um móvel mais sofisticado. Para que esse diferencial seja percebido pelo cliente, é preciso investir também em logística, transporte, distribuição, novos canais de venda, sistemas de pós-venda, entre outros itens”. Um exemplo: a montagem de móveis seriados é feita, geralmente, pelo próprio cliente em casa, por meio de um sistema de encaixe. Em contrapartida, a customização faz com que a montagem do produto seja bem mais complexa. Móveis de madeira maciça, por exemplo, exigem maior cuidado das áreas de transporte e embalagens das fábricas para evitar danos e avarias durante o trajeto percorrido dentro do caminhão. “Imagine o zelo que se deve ter para transportar o produto do Paraná até um Estado do nordeste – outro mercado que está mudando devido ao maior poder de compra da população”, aponta Prado.

Consultor do setor moveleiro da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Constantino Bezeruska concorda que a travessia para atender um público mais exigente é uma ousadia que nem todas as empresas estarão aptas a realizar. “Promover mudanças radicais não é um processo fácil”, afirma Bezeruska, citando ainda a falta de mão de obra como uma dificuldade que afeta as indústrias do setor.

Polo exportador

Com mais de um século de tradição, o polo de São Bento do Sul, no planalto norte de Santa Catarina, possui uma trajetória marcada por investimentos em alta tecnologia e qualificação de funcionários para atender ao exigente mercado externo. Não por acaso, São Bento do Sul é o maior exportador de móveis do país: cerca de 70% da produção se destina às vendas externas. “Aqui se formou um dos clusters moveleiros mais expressivos do mundo, com fornecedores, indústrias, prestadoras de serviços, laboratórios e instituições de ensino técnico superior”, sustenta Fernando Gassner, presidente do Sindicato das Indústrias de Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil). A maioria das empresas da região trabalha com produtos de alto valor agregado. Para Gassner, a utilização de madeira maciça e de acabamentos especiais resulta em móveis de “qualidade superior”. Entretanto, em função do desequilíbrio cambial e da crise econômica internacional, que atingiu particularmente Estados Unidos e Europa (principais mercados consumidores dos móveis feitos no Brasil), algumas empresas tradicionais da região fecharam as portas e outras reduziram suas atividades. “As que sobreviveram foram aquelas que se adaptaram ao mercado interno”, anota Marcelo Prado, do IEMI. Nesse percurso, os empresários foram obrigados a prestar atenção em alguns detalhes, “Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma predileção por estofados redondos. Já o consumidor brasileiro prefere sofás quadradinhos”, exemplifica Prado. Segundo ele, o polo de Bento Gonçalves, que exporta US$ 60 milhões por ano, resistiu melhor às intempéries da crise global ao redirecionar suas exportações para mercados na América Latina. “Produtos seriados, de menor valor agregado, com os quais a serra gaúcha também trabalha, são mais absorvidos em segmentos populares latino-americanos”.

A partir de 2007, o setor moveleiro do norte catarinense iniciou um processo de retomada do mercado doméstico. A promoção da Feira Móvel Brasil, a cada dois anos, em São Bento do Sul, contribuiu para essa reconquista. “Ações integradas foram sendo realizadas, como melhorias na gestão interna e investimentos em design voltado ao consumidor brasileiro, além de ampliação da estrutura comercial e ações mercadológicas”, diz Fernando Gassner, do Sindusmobil. Ele acredita que o ideal é o polo moveleiro estar presente tanto no mercado interno quanto no externo, até como forma de aumentar a segurança dos negócios. “Obviamente, as exportações são importantes, daí a necessidade de uma política cambial adequada”, acrescenta Gassner, que reivindica também incentivos do governo para desonerar a folha de pagamento.

Investimentos em design

Apesar da ofensiva dos rivais do Paraná e de Santa Catarina, o polo moveleiro de Bento Gonçalves ainda é o mais importante do Brasil. E cresce mais ainda quando somado a outras cidades que também se inserem na cadeia moveleira, como Gramado, Canela e Lagoa Vermelha. Tem o maior faturamento e apresenta, ainda, os produtos com maior valor agregado do país. “O que nos salva é a linha de móveis planejados, que exige maior investimento em tecnologia e design, além de matéria-prima diferenciada. Com isso, crescemos entre 3,5% e 4% no ano passado, ante uma média nacional de 3%”, diz Ivo Cansan, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do RS (Movergs).

Cansan aponta o custo de logística como uma das desvantagens na disputa com o polo de Arapongas, que está bem mais próximo de fornecedores de materiais, componentes e acessórios, que ficam principalmente em São Paulo e no próprio Paraná. Além disso, tem acesso facilitado aos principais mercados consumidores do sudeste do país – o que proporciona benefícios logísticos. O presidente da Movergs calcula que, por causa disso, a diferença de custos a favor dos paranaenses gira em torno de 6% a 8%.

Já as empresas de Santa Catarina estão mais próximas dos portos de Itajaí (SC) e Paranaguá (PR), o que facilita ações de cabotagem e exportação, como salienta a presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis), Cátia Scarton. A política de incentivos fiscais desenvolvida por governos de outros Estados é mais um fator de desvantagem para os gaúchos. “Somada à diferença de custo de transporte e logística, causa impacto importante”, assinala Renato Hansen, coordenador do Centro Gestor de Inovação Moveleiro (CGI Móveis). A presidente do Sindmóveis aponta a saída para o impasse: “Para buscar diferenciação e contrapor essas possíveis dificuldades, as empresas gaúchas apostam na diversificação do mercado brasileiro. A finalidade é atingir todo o território nacional, sempre valorizando a sustentabilidade, o design e a inovação tecnológica”.

Conciliador, o consultor Marcelo Prado ressalta que é um pensamento “bairrista” considerar que há uma guerra entre os polos regionais, já que esta não é uma disputa na qual haverá apenas um vencedor. “Os três polos estão em rota de crescimento”, contemporiza. O representante das fábricas do norte de Santa Catarina também acredita que há espaço para todos. “Estamos trabalhando para ampliar nossa presença no mercado brasileiro, apenas isso. Essa busca por maior demanda não tem a intenção de disputar posições com a indústria moveleira do Rio Grande do Sul”, diz Fernando Gassner. Seja como for, a concorrência é mesmo a alma do negócio, como destaca a presidente do Sindmóveis: “O que existe entre todos os polos moveleiros do país e do exterior é uma competição por mercado e por melhores oportunidades. Essa concorrência ocorre, inclusive, entre empresas pertencentes ao mesmo polo”, destaca Cátia Scarton.

Cenário de novela

Com a retomada do mercado de móveis no país, novos polos moveleiros começam a ganhar corpo na região sul do Brasil. Ancorado na realização da Feira Mercomóveis, em Chapecó, que registra um crescimento de 20% a 30% a cada edição, o oeste de Santa Catarina exporta US$ 20 milhões por ano. O destaque são os armários, camas, poltronas e sofás. A expectativa é de um crescimento de 4,2% do faturamento em 2013. “É o segmento industrial que aglutina maior quantidade (1,1 mil) de empresas em nossa região. No que se refere à geração de empregos, ocupa o terceiro lugar e, em faturamento, é o quarto colocado”, relata Osni Verona, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras e Moveleiras do Vale do Uruguai (Simovale).

Verona é responsável por boa parte da visibilidade nacional do polo de Chapecó, que ganhou destaque a partir de 2002, quando a Verona Móveis – empresa da qual é dono – passou a fornecer móveis para ambientação cenográfica das telenovelas da Rede Globo. “Os arquitetos e decoradores da Globo descobriram nossos produtos quando buscavam mobiliário com características da década de 1960, como mesas e poltronas”, conta Verona.

Motivados pelo exemplo histórico de Arapongas, os empresários de Ponta Grossa também estão tentando implantar um polo moveleiro na região central do Paraná – este, com foco na produção de móveis modulados em grande escala. “Temos aqui matéria-prima, infraestrutura, grandes redes de varejo e uma gama de compradores em potencial. Vamos agora colocar o trabalho. Estamos ainda em fase de planejamento, reuniões e alinhamento de ações”, diz Joselito Antonio Przybzlovicz, presidente do Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias e de Marcenarias de Ponta Grossa. Ele se refere especialmente à fábrica da Masisa, principal produtor de painéis da América Latina, que está instalada no município. Além disso, aponta a infraestrutura proporcionada pelo distrito industrial da cidade como um fator extra de atração de novas indústrias.

Mas, para implantar o novo polo, é preciso antes tirar da informalidade a maior parte da cadeia produtiva. “Das cerca de 200 marcenarias existentes em nossa região, somente sete ou oito são filiadas ao sindicato. A maioria é de fundo de quintal”, afirma Przybzlovicz. A ideia é incentivar a criação de cooperativas para obter vantagens na compra de materiais e distribuição de produtos. Na falta de recursos para bancar investimentos pesados em maquinaria, a opção é qualificar o trabalho manual com a realização de cursos para auxiliar de marceneiro, em parceria com o Senai. “Em breve, vamos oferecer cursos também de profissional marceneiro, além de buscar suporte junto ao Sebrae para a realização de cursos de gestão. Muitas vezes, o marceneiro não sabe sequer fazer o cálculo do quanto gastou para definir o preço de um armário”, adianta Przybzlovicz.

Fatores de crescimento

O desempenho positivo do setor moveleiro está relacionado a fatores como a redução temporária do IPI e o incremento das atividades do setor da construção civil, aponta Marcelo Prado, do IEMI. Da mesma forma, a expectativa da Copa do Mundo de 2014 no Brasil movimenta o mercado doméstico nas linhas de produtos para hotelaria, bares e restaurantes.

Em 2013, a produção de móveis no país deverá crescer 5,5% – 3,5 pontos percentuais a mais que em 2012. No varejo, o aumento deverá ser de 6,8%, ante 4,5% no ano anterior. “A expectativa é de que, após a corrida por produtos da linha branca e de automóveis, que também foram beneficiados pela redução do IPI, o consumidor adquira maior quantidade de móveis em 2013. Até por uma questão de necessidade, já que voltou seus investimentos para outros tipos de produto no ano passado”, torce Prado.

CONTRATAÇÃO DE IMIGRANTES E DESENVOLVIMENTO DO MERCADO

Com o baixo número de estrangeiros e o apagão de mão de obra, é preciso repensar as estratégias para tornar o país ainda mais atrativo para estes profissionais.


A imigração já marca o Brasil por cinco séculos. Os primeiros imigrantes foram os portugueses, na época do descobrimento do Brasil, no século XVI e, desde então, em proporções maiores e menores, eles foram chegando. No entanto, foi na segunda metade do século XIX que se iniciou o grande fluxo de expatriados. Após este período, o Brasil nunca mais atingiu a marca de cinco milhões de imigrantes, registrada anteriormente. Hoje, o total é de dois milhões no mundo e, de acordo com especialistas, o Brasil é um dos países com o menor volume deles, apenas 0,2% da população.
 
 
Uma pesquisa conduzida por uma empresa especializada do setor classifica o Brasil em 27ª posição, no que se refere à questão da atratividade para imigrantes. O Chile e a China são os destinos mais procurados por profissionais e estudantes, ocupando a 9ª e a 19ª posições, respectivamente. A Suíça, Cingapura e Estados Unidos lideram o levantamento. Se considerarmos o percentual de estrangeiros nos países, nossos números também deixam a desejar. Enquanto Suíça lidera com 22,3%, ficamos apenas com 0,3% da nossa população.
 
 
Com o baixo número de estrangeiros e o apagão de mão de obra, é preciso repensar as estratégias para tornar o país ainda mais atrativo para estes profissionais. De acordo com pesquisas do setor, cada profissional estrangeiro poderia gerar entre 1,3 e 4,6 empregos e ainda, é claro, agregar ao trabalhador brasileiro a cultura de disseminar know-how a outros profissionais, além do conhecimento processual.
 
 
São inúmeros os benefícios proporcionados pela vinda de imigrantes para o Brasil. Os níveis de especialização, bagagem, experiências múltiplas e até mesmo a fidelidade profissional característica, têm muito a acrescentar em nossa cultura organizacional.
 
 
O principal benefício que a imigração traz ao Brasil é a oportunidade de qualificar a mão de obra em nível nacional, com profissionais especializados, formados por escolas mundialmente reconhecidas e dispostos a aplicar, ensinar e transmitir o conhecimento e a tecnologia utilizados no país de origem.
 
 
Uma rápida análise da história brasileira revela que a participação dos imigrantes no século XX permitiu a modernização da agricultura, o processo de industrialização e o desenvolvimento do comércio e do setor de serviços.
 
 
Embora o País tenha avançado muito nos últimos cem anos, pouco se investiu na formação e qualificação profissional e há um apagão de talentos em todas as áreas profissionais. Em uma economia moderna e em desenvolvimento, esta realidade é preocupante e a importação de mão de obra qualificada, disposta a transmitir e compartilhar conhecimento é uma alternativa eficiente para combater os anos de atraso educacional e profissional do País.
 
 
Em meio a este cenário e em busca de maior diversidade e conhecimento de mercado, as empresas buscam, com cada vez mais frequência, mão de obra especializada e que está em falta no mercado brasileiro. Vale ressaltar que este esforço vindo das empresas não visa prejudicar ou refrear a presença de brasileiros no mercado de trabalho, e sim contribuir com a formação e técnica destes profissionais que, em breve, terão o know how necessário para suprir às demandas existentes.
 
 
Entretanto, para que este intercâmbio funcione na prática é preciso repensar alguns (pré) conceitos sociais, raciais e até sexuais da cultura brasileira. É preciso que as empresas pensem em treinamentos interculturais, por exemplo. Para que haja maior interação e respeito mútuo à cultura de cada país dentro das organizações, é necessário que os colaboradores conheçam e respeitem as culturas e o espaço um do outro.
Questões como os esforços do governo para promover esta interação e facilitar a entrada de imigrantes no País, bem como medidas que auxiliem no posicionamento do Brasil como um polo atrativo e de boas oportunidades são alguns dos desafios.
 
 
O Brasil já evoluiu muito em alguns aspectos imigratórios. Porém, ainda temos um longo caminho a percorrer. Em tempos de globalização, o País não pode perder esta oportunidade de crescimento, troca e transferência de conhecimento.
 
 
A vinda de estrangeiros não pode nem deve ser considerada uma subtração no número de vagas. Deve sim ser entendida como uma oportunidade de novas posições de trabalho e de desenvolvimento iminente do País, para ampliação e formação de profissionais completos.
 
 
Renê Ramos
(sócio da EMDOC, consultoria especializada em serviços de mobilidade global)
(Administradores – 18/07/2013)

The New York Times' critica custo Brasil e pizza de queijo de R$ 67


23 de julho de 2013 • 09h45 •  atualizado 10h44
O jornal americano The New York Times criticou os preços absurdamente altos do "custo Brasil" com combustível bem acima da média mundial e uma pizza de queijo que chega a custar US$ 30 (cerca de R$ 67). Segundo a publicação, quem vive nos EUA não sabe que o berço mais barato vendido na loja de mobiliário Tok & Stok chega a custar seis vezes mais do que o vendido na Ikea, uma loja similar dos EUA. 
 
O jornal afirma que os brasileiros estão "ressentidos" pelos gastos da elite política e que pagam preços elevados para quase tudo e as pessoas sabem que pagam mais caro quando poderiam gastar menos, o que mostra que há "algo de errado" no País. Os protestos de rua surgiram a partir de uma campanha popular contra o aumento das tarifas de ônibus - que implicam em gastos muito mais elevados aos habitantes do Rio de janeiro e São Paulo do que aos habitantes de Nova York ou Paris.
 
Para o jornal, "o preço do transporte é apenas um exemplo das lutas que muitos brasileiros enfrentam para fazer face às despesas."Para mostrar o elevado custo pago pelos brasileiros, o The New York Times diz que alugar um apartamento em áreas cobiçadas do Rio de Janeiro se tornou mais caro do que em Oslo, capital da Noruega, cidade rica em petróleo. Antes dos protestos, o aumento dos preços dos alimentos básicos, como tomates, viraram motivos de paródias com a presidente Dilma Rousseff e seus assessores econômicos.
 
A inflação está em torno de 6,4% ao ano, com a classe média reclamando que está arcando com o ônus dos aumentos de preços. A indignação popular é inflamada numa época em que grandes projetos de estímulo estão deixando a economia desacelerar, aumentando o espectro de estagnação na maior economia da América Latina, completa a publicação.
 
O jornal afirma ainda que os custos "altíssimos" do Brasil podem ser atribuídos a uma série de fatores, incluindo gargalos de transporte que tornam mais caro levar os produtos para os consumidores, além das políticas protecionistas que protegem os fabricantes brasileiros da competição e de um legado dos consumidores um pouco acostumados com inflação relativamente alta, e que ainda está longe dos 2.477% alcançados em 1993, antes da reestruturação drástica da economia.