sábado, 2 de novembro de 2013

STF mantém regras do Simples Nacional para PMEs

Maioria dos ministros negou recurso de uma empresa que questionou a constitucionalidade das regras

André Richter, da
Nelson Jr./SCO/STF
Plenário do STF reiniciou a análise do cabimento de embargos infringentes na Ação Penal (AP) 470

Plenário do STF: decisão tem impacto em 65 processos que estão parados em todo o Judiciário e aguardavam decisão do Supremo

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter as exigências fiscais que devem ser cumpridas por micro e pequenas empresas para aderirem ao regime de tributação especial do Simples Nacional. A maioria dos ministros negou recurso de uma empresa que questionou a constitucionalidade das regras. A decisão tem impacto em 65 processos que estão parados em todo o Judiciário e aguardavam decisão do Supremo.

No recurso apresentado ao STF, uma empresa do Rio Grande do Sul alegou que a exigência de quitação de débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e com as secretarias de Fazenda estaduais, municipais e da União fere os princípios constitucionais da isonomia e da livre atividade econômica.

Na votação, a maioria dos ministros seguiu voto do ministro Dias Toffoli, relator do processo. Ele entendeu que as normas permitem que a Constituição seja cumprida, ao dar tratamento diferenciado e favorável a micro e pequenas empresas. “ A exigência de regularidade fiscal não é requisito que se faz presente apenas para adesão ao Simples Nacional. Admitir ingresso no programa daquele que não tem regularidade fiscal é incutir no contribuinte que se sacrificou para honrar as suas obrigações e compromissos a sensação de que o dever de pagar os seus tributos é débil e inconveniente, na medida em que adimplentes e inadimplentes acabam por se igualar e receber o mesmo tratamento”, disse o relator.

O Simples Nacional foi criado para unificar a arrecadação de impostos devidos pelas micro e pequenas empresas como Imposto de Renda, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e PIS.

Elite do Brasil se enxerga como "made in USA"


Em entrevista à EXAME.com, o economista e ministro Marcelo Neri defende que classe média nacional não é pobre. Problema é que todo mundo aqui se espelha nos EUA, diz ele


Brasil cai em lista de investimento estrangeiro

Um levantamento divulgado pela ONU revela que o país foi a oitava economia que mais recebeu investimento no mundo, uma queda de duas posições

Jamil Chade e correspondente, do
Bruno Domingos/Reuters
Cliente troca reais por dólares em casa de câmbio do Rio de Janeiro
Dólares e Reais: segundo os dados oficiais, empresas estrangeiras reduziram em 58% o volume de dinheiro em fusões e aquisições no Brasil

Genebra - O número de empresas estrangeiras querendo investir no Brasil ou comprando companhias nacionais sofre uma importante queda e a economia brasileira perde espaço entre as que mais atraem investimentos no mundo.

Um levantamento divulgado pela ONU revela que, no primeiro semestre do ano, o Brasil foi a oitava economia que mais recebeu investimento no mundo. Em 2012, o País ocupava a 6ª posição. Multinacionais investiram três vezes mais no México que no Brasil.

Segundo os dados oficiais, empresas estrangeiras reduziram em 58% o volume de dinheiro em fusões e aquisições no Brasil entre 2012 e o primeiro semestre de 2013, uma das maiores quedas em todo o mundo.
No ano passado, o Brasil havia sido o país mais atraente para aquisições, atraindo US$ 11 bilhões no primeiro semestre. Neste ano, esse volume caiu para apenas US$ 4,7 bilhões. No mesmo período, o volume de empresas estrangeiras comprando companhias no México deu um salto recorde, passando de US$ 1 bilhão para mais de US$ 17 bilhões.

Em média, aquisições registraram uma alta de 83% no mundo e mais de 120% nos emergentes. Além de perder espaço para o México, o Brasil viu as multinacionais se direcionando para a Rússia, China e Cingapura.

Outra queda importante foi registrada em novos projetos, como a abertura de fábricas. Os investimentos nesse segmento no Brasil caíram de US$ 15,2 bilhões em 2012 para US$ 12,2 bilhões, uma redução de 20%.

No primeiro semestre de 2012, o Brasil recebeu US$ 29,7 bilhões em investimentos. Na segunda parte do ano, o volume chegou a US$ 35,5 bilhões. Agora, essa montante volta a cair para US$ 30 bilhões.

O valor final só não é menor graças aos empréstimos que as sedes das multinacionais já com investimentos no Brasil estão realizando para suas filiais no País. Esse volume teria dobrado em 2013. Mas isso não impediu que Rússia e Canadá tomassem o lugar do Brasil no ranking mundial.
Emergentes


Em termos gerais, a ONU aponta que os investimentos diretos no mundo aumentaram em apenas 4% no primeiro semestre do ano, para um total de US$ 745 bilhões.

No ano, o volume deve se equiparar ao investimento registrado em 2012, com um crescimento estagnado. A recuperação lenta da Europa e a desaceleração dos emergentes seriam alguns dos motivos e uma retomada dos fluxos de investimentos ocorreria apenas em 2014.

Mas o resultado só não é pior porque o fluxo para os emergentes continuou subindo e a proporção de investimentos indo para economias em desenvolvimento bate um recorde. De cada dez dólares investidos no mundo, seis vão hoje para os emergentes. Em 2013, a expansão foi de 9%.

No primeiro semestre do ano, os países ricos viram uma contração nos investimentos. Na Europa, a queda foi de 20%, com reduções na França e Alemanha. Na América do Norte, a compra de empresas locais por chineses e asiáticos salvou em parte o resultado semestral, mesmo com a queda nos EUA.

A canadenses Nexen foi comprada pela chinesa CNOOC por US$ 19 bilhões, enquanto a chinesa Shuanghui comprou a americana Smithfield por US$ 4,8 bilhões, na maior aquisição da história de uma companhia dos EUA pela China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Procon acusa aéreas de praticar preços abusivos para Copa


Denúncia atingiu as companhias TAM, Gol, Azul, Oceanair e Avianca, que abarcam praticamente todo o mercado aéreo brasileiro, segundo o comunicado do Procon


Getty Images
Avião decolando do aeroporto

Aviação: desde que surgiram denúncias de preços abusivos e o governo começou a pressionar, as maiores companhias aéreas baixaram preços

Rio de Janeiro - O Procon, órgão de defesa do consumidor do Rio de Janeiro, o Procon, denunciou cinco companhias aéreas e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por causa da prática de "preços abusivos" das passagens vendidas para a Copa do Mundo de 2014.

A denúncia atingiu as companhias TAM, GOL, Azul, Oceanair e Avianca, que abarcam praticamente todo o mercado aéreo brasileiro, de acordo com o comunicado do Procon.

O órgão exige que as companhias aéreas cobrem os preços normais e que reembolsem os consumidores que adquiriram bilhete para essas datas e os indenizem com o dobro do valor pago.

À Anac exige que cumpra seu papel de órgão regulador do setor aéreo "e multe as companhias que estão vendendo passagens para a época da Copa por valores exorbitantes".

O Procon usou como referência um estudo divulgado há cerca de um mês pela imprensa, que denunciava o aumento no preço das passagens em até dez vezes.

Já o governo anunciou há duas semanas que criará um grupo interministerial para acompanhar preços de passagens aéreas, hotéis e restaurantes, com o objetivo de impedir abusos durante o evento.

A Copa começa 12 de junho em São Paulo e a final será disputada dia 13 de julho no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Desde que surgiram as denúncias de preços abusivos e o governo começou a pressionar, as maiores companhias aéreas baixaram os preços, que continuam ainda muito acima das tarifas frequentes.

O preço de uma passagem da ponte aérea, somente ida, entre Rio de Janeiro e São Paulo, na véspera da partida inaugural, oscila hoje entre R$ 854 e R$ 946 na TAM, a maior companhia aérea do país, enquanto em datas aleatórias esse valor costuma ser de R$100, comprovou a Agência Efe nesta sexta-feira.

Empregados processam governo federal por paralisação nos EUA

Grupo de cinco funcionários da agência prisional entra com processo alegando que não foram remunerados adequadamente por trabalho

Getty Images
capitolio

Capitólio em Washington DC: país ainda vive consequências da paralisação

São Paulo - A paralisação do governo dos Estados Unidos por 17 dias no mês passado continua gerando repercussões. Um grupo de cinco empregados da agência prisional federal entrou com um processo na justiça americana alegando que não receberam pagamento de salário mínimo pelo trabalho efetuado entre  1 e 5 de outubro.

Durante a paralisação, funcionários considerados como "essenciais" - como é o caso dos litigantes - foram convocados para trabalhar normalmente, sabendo que iriam ser compensados eventualmente. 1,3 milhões de empregados se encaixavam nesta categoria, de acordo com o processo.

Os cinco litigantes alegam que não receberam o salário mínimo equivalente aos cinco dias de serviço no cronograma previsto e que a prática violou o Ato de Parâmetros Justos de Trabalho. Eles também citam horas extras que foram registradas mas não remuneradas.

O processo foi registrado por Heidi Burakiewicz, da firma de advocacia Mehri & Skalet. Ao Huffington Post, ela declarou que "estes não são, de forma alguma, funcionários com salários altos. Eles não sabiam como iriam apoiar suas famílias durante a paralisação. Eles tiveram que adiar o pagamento de contas".

A advogada disse também que tem ouvido funcionários que passaram por situações semelhantes e que podem ser eventualmente adicionados como vítimas no processo. O Departamento de Justiça do governo federal ainda não submeteu uma resposta à ação.

Embraer enfrenta investigação nos EUA sobre suborno

Segundo Wall Street Journal, autoridades estão investigando se brasileira subornou funcionários da República Dominicana em troca de um contrato de US$ 90 mi

Germano Lüders/EXAME.com
Fábrica da Embraer

Fábrica da Embraer: companhia está sob investigação do Departamento de Justiça e do regulador dos mercados dos EUA desde 2010

As autoridades norte-americanas e do Brasil estão investigando se a brasileira Embraer subornou funcionários da República Dominicana em troca de um contrato de 90 milhões de dólares para fornecer aeronaves para as Forças Armadas do país, segundo o The Wall Street Journal, citando documentos e fontes com conhecimento da situação.

O terceiro maior fabricante de aviões civis do mundo está sob investigação do Departamento de Justiça e do regulador dos mercados dos EUA (SEC, na sigla em inglês) desde 2010.

A Embraer afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que divulga, desde 2011, "a existência de um processo interno de investigação relativo a certas operações comerciais ocorridas fora do Brasil, no qual a Empresa vem cooperando de forma plena com as autoridades".

A Embraer disse ainda em nota que a referida investigação é realizada em caráter de sigilo, "de modo que não é permitido à Empresa se pronunciar a respeito".

"Sempre que a Embraer foi procurada para comentar esse assunto, reiterou sua impossibilidade legal de fazê-lo, pelo que lamenta quaisquer especulações antes da efetiva conclusão da investigação", completou em nota, acrescentando que "integridade, transparência nos negócios e ética nos relacionamentos são princípios que sempre nortearam a atuação da Embraer".

De acordo com documentos analisados ​​pelo jornal, os reguladores dos EUA dizem que têm provas, que incluem registros bancários e emails, para provar que autoridades da Embraer aprovaram um suborno de 3,4 milhões de dólares a um funcionário da República Dominicana com influência em aquisições de equipamento militar.

Atualizado às 11h39min.

Créditos de celular pré-pago voltam a ter prazo de validade

Decisão do STJ restabelece regulamentação da Anatel; em agosto, Justiça Federal havia proibido a prática em todo o País 

Rodrigo Petry, da Agência Estado
 
SÃO PAULO - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obteve, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), decisão que restabelece a validade da regulamentação que permite às operadoras de telefonia fixarem prazos para utilização de créditos inseridos em planos pré-pagos para telefonia móvel, segundo nota à imprensa do órgão regulador. 

"A decisão, que produz efeitos imediatos, foi tomada ontem pelo presidente do STJ, Ministro Félix Fischer, em face de pedido de suspensão de liminar e sentença ajuizado pela Advocacia-Geral da União, por meio da Procuradoria Federal Especializada junto à Anatel e da Procuradoria-Geral Federal", afirmou o comunicado.

Segundo a Anatel, com o pronunciamento do STJ, foram suspensos liminarmente os efeitos das decisões anteriores proferidas pela 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região no curso de ação civil pública. Em agosto, a Justiça Federal havia proibido a prática em todo o País.

Em seu pedido, a Procuradoria Federal Especializada afirmou que os créditos devem ter, necessariamente, prazos de validade para evitar aumento de preços ao consumidor e para preservar o modelo de negócio pré-pago.

"Caso os créditos fossem 'eternos' - conforme determinavam as decisões do TRF da 1ª Região - haveria risco de aumento de preços aos usuários em geral, uma vez que as prestadoras teriam que repassar a todos os seus clientes os gastos necessários para manter eternamente linhas ativas deficitárias", afirmou a Anatel.

Com a decisão do presidente do STJ, volta a ter eficácia a regulamentação da Agência, estabelecendo aos créditos prazos de validade. Mas, sempre que o usuário inserir novos créditos, a prestadora deve revalidar a totalidade do saldo de crédito.