Priscila Tieppo
Neta de um produtor de laranjas, a empresária Alessandra Sodré teve a
ideia de vender a fruta na internet após uma visita à fazenda da
família, em Sorocaba (a 99 km de São Paulo). Durante o passeio, ela
percebeu que ainda havia muitas frutas nas árvores, que não seriam
comprados pela indústria de suco e, consequentemente, virariam adubo.
"A indústria compra uma determinada quantidade de frutas. Quando não
precisa mais, fecha as portas e as laranjas ficavam sem destino. E eu
não queria depender só deles", afirma.
Desta constatação nasceu a ideia de criar um site para a venda das frutas através da internet. O Laranjas Online existe há pouco mais de um ano e atende às cidades de São Paulo e Sorocaba.
O objetivo é entregar ao cliente frutas frescas, colhidas três dias
antes na fazenda. "Na compra convencional, a laranja já tem 10, 15 dias
de colhida", diz.
A primeira tentativa da empresária de
comercializar frutas online foi através de um site de venda de produtos
diversificados. A ideia era não depender da indústria de suco, que ainda
hoje consome a maior parte da produção da família Sodré.
"Escolhi um preço atraente e na primeira noite tive mais de 30 pedidos.
Foi incrível", afirma a empresária. "Buscava as laranjas na fazenda,
entregava aos meus clientes pessoalmente e aos poucos fui estruturando o
negócio."
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A
principal matéria-prima da aguardente desenvolvida em Araraquara (SP) é
o bagaço da laranja, que normalmente é descartado pela indústria depois
que é extraído o suco da fruta. Desse bagaço também pode ser obtido um
líquido atavés da prensagem, o líquor, que foi estudado pelo Centro de
Pesquisa da Cachaça, na Unesp, e, anos mais tarde, deu origem à nova
bebida Leia mais Edson Silva /Folhapress
Pouco tempo depois, ela criou um site próprio e uma página no Facebook
para vender cinco tipos de laranjas: hamlin, pêra-rio, rubi, valência e
natal.
Todas são produzidas tanto da forma convencional como da
forma orgânica (isto é, sem uso de agrotóxicos) nos 150 mil pés da
fruta, que ocupam os 520 hectares da fazenda São Pedro.
A ideia
virou negócio e tem dado lucro. No primeiro mês, Alessandra conta que
vendeu o equivalente a 70 caixas com 40,8 kg cada.
O aumento foi
gradativo e, atualmente, o site vende em média 1.500 caixas por mês.
Ainda não se compara com o que a indústria absorve – cerca de 20 mil
caixas mensais--, mas Alessandra ressalta que o público é diferente.
"A fazenda atende à indústria e o site, o consumidor final e restaurantes", diz.
Para ela, o principal diferencial do site é vender um produto fresco,
direto do produtor, e dar a comodidade da entrega em domicílio. "Meu
objetivo é expandir ainda mais o negócio", afirma.
As vendas são
feitas por quilo no site. Se o consumidor escolher uma caixa com 5 kg,
paga R$ 10; 10 kg saem por R$ 20; e 20 kg, por R$ 30.
Para
comparação, no supermercado Pão de Açúcar, na capital paulista, um
pacote com 2 kg de laranja-pêra custa cerca de R$ 3. Já em uma feira
livre da zona leste da cidade, o quilo custa R$ 2, em média.
Produtor precisa fazer conta para montar site de vendas, diz consultor
Para o consultor do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas) de São Paulo Marcelo Sinelli, o movimento de empresas
que saem do atacado e migram para o varejo é cada vez mais comum. Ele
afirma que essa é uma boa alternativa para quem depende de poucas
empresas para escoar a produção.
"Se uma única empresa compra
mais de 60% da sua produção, você acaba refém dela. Sites como o
Laranjas Online mostram que as alternativas são válidas", diz ele, que
afirma não conhecer um empreendimento similar voltado para frutas na
internet.
Sinelli, porém, alerta que, para montar um site de
vendas, é preciso fazer contas para saber se a entrega não sai mais cara
que o produto.
"No caso de produtores pequenos, é preciso
avaliar a capacidade de atendimento, ou seja, se há produto disponível
para atender aos clientes. No caso de frutas delicadas como a uva ou o
pêssego, por exemplo, seria preciso verificar se o valor gasto com a
embalagem compensa e como será feita a entrega", diz.
Além
disso, Sinelli afirma que é importante que o produto seja entregue em
perfeitas condições, por se tratar de frutas frescas, e que o prazo de
entrega precisa ser cumprido sempre.
São Paulo é o Estado que mais produz laranjas
De acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012, a safra nacional de laranjas (18 milhões de toneladas) recuou 9,1% em relação a 2011.
São Paulo foi responsável por 74,2% da safra, em sua maior parte destinada à produção de suco, exportado para os EUA e a zona do Euro.
O Estado é o maior produtor do país, com mais de 500 mil hectares de pomares e produção de 14 milhões de toneladas da fruta no ano passado, segundo o IBGE.
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Em parceria com produtores, a Embrapa já colhe as primeiras safras experimentais de maçã em cinco hectares no Nordeste. A fruta, que precisa de clima frio, é tradicionalmente produzida no Sul do país. Clique nas fotos acima para conhecer o trabalho dos pesquisadores para adaptar a maçã ao calor Leia mais
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Divulgação/Agropecuária Sem Fronteiras