segunda-feira, 5 de junho de 2023

Ministério lança consulta pública sobre programa Carbono + Verde

Carlos Henrique Baqueta Fávaro — Ministério da Agricultura e Pecuária

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou nesta quinta-feira (5) uma consulta pública sobre o Programa Carbono + Verde, voltado para a produção agropecuária de baixo carbono. A consulta pública ficará disponível por 60 dias e, inicialmente, o programa se concentrará em 13 cadeias produtivas. A participação visa consolidar a validação da sociedade, para contribuir com a definição das ações e legitimar as regras de formalização do programa.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a iniciativa visa resgatar a credibilidade dos produtores brasileiros, com foco na produção sustentável e nas boas práticas do sistema produtivo.

“Reconhecemos que alguns poucos, mas muito barulhentos, transgrediram as legislações brasileiras com relação ao Código Florestal, insistiram em desmatamentos ilegais, em queimadas ilegais, em invasões de terras públicas, em invasões de terras indígenas”, disse o ministro. “Mas tem também o reconhecimento de todos aqueles que têm boas práticas para podermos abrir os mercados mais exigentes e para que possamos valorizar o nosso principal ativo. Um programa como esse vai dar, em um futuro próximo, a certificação e a garantia para que esses produtores possam alcançar um mercado mais exigente”, complementou.

De acordo com o Mapa, o Programa Carbono + Verde terá por finalidade conferir credibilidade e transparência à produção primária agropecuária de baixa emissão de carbono, de maneira a criar um ambiente propício à promoção do desenvolvimento sustentável do setor.

O sistema trará informações sistematizadas sobre a produção, a partir de dois eixos. Um terá um selo chamado de Carbono + Verde e outro voltado para o crédito de carbono verde, que inclui questões sociais e ambientais para a sua validação. As cadeias abrangidas no começo serão: açaí, algodão, arroz, borracha, cacau, café, pecuária de corte, erva-mate, leite, milho, soja, trigo e uva.

Cada cadeia produtiva terá critérios mínimos de participação, que não representarão custos para os produtores, uma vez que gerará um selo de conformidade para cada uma das cadeias. A participação será voluntária, servindo ainda como um instrumento de orientação para o mercado sobre o assunto.

A secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do ministério, Renata Miranda disse que o programa vai valorizar a matéria-prima produzida com valorização das boas práticas e funcionará como uma central de dados da produção de baixo carbono no Brasil.

“Estamos trazendo agregação de valor ao produto. É um reconhecimento, é um processo que busca a oportunidade de reconhecer que o produto brasileiro já vinha sendo feito num sistema descarbonizado e agora a gente vai conseguir que isso seja valorizado”, disse. “O Estado pode ser esse chancelador, moderador dos interesses e dar com isso um equilíbrio na concorrência, na competitividade e a gente sabe da pressão externa, internacional, e temos uma resposta séria de transparência”, afirmou.

Após o término da consulta, será divulgado um documento com todas as contribuições e respostas aos questionamentos sobre as ações previstas. A intenção é que o programa inclua compromissos assumidos pelo Brasil internacionalmente no que diz respeito à transparência, compliance e sustentabilidade na produção agrícola.

O ministro disse ainda que a pasta vai lançar nos próximos dias o Plano Safra 2023-2024 que também será amparado na agricultura de baixo carbono. O plano será baseado em escalas, atendendo aos produtores que iniciaram práticas de sustentabilidade, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que terão juros mais baixos.

“Todas aquelas boas práticas que os produtores já têm nas suas propriedades serão valorizadas”, afirmou Fávaro. “Aqueles que insistem em transgredir a lei, em desrespeitar o meio ambiente, terão os rigores da lei”, emendou.

Os detalhes da consulta pública e a forma de contribuição ainda serão publicados no Diário Oficial da União (DOU).

 

Apple apresenta seus primeiros óculos de realidade virtual e aumentada

Craig Federighi, vice-presidente de engenharia de software da Apple, durante um evento da empresa em 5 de junho de 2023 - AFP 

 

A Apple apresentou, nesta segunda-feira (5), os seus primeiros óculos de realidade “mista” (virtual e aumentada), chamado Vision Pro, um campo em que se esperava a entrada do fabricante do iPhone há anos e que atualmente é dominado pela Meta (Facebook, Instagram, Quest).

“A mistura de conteúdo digital com o mundo real nos permitirá criar novas experiências como nunca antes vimos”, disse o CEO da Apple, Tim Cook, ao apresentar este “novo produto revolucionário”, que se assemelha a óculos de esqui.

O novo dispositivo começará a ser comercializado por US$ 3.499 (R$ 17.225 reais) nos Estados Unidos no início do ano que vem.

“Se alguém comprar uma nova televisão de última geração, alto-falantes de alta qualidade, um computador potente com vários monitores de alta definição, uma câmera sofisticada e muito mais, não chegaria ao nível do Vision Pro”, garantiu Richard Howarth, vice-presidente do grupo responsável pelo design.

O Vision Pro, ao contrário dos modelos recentes Quest (Meta) ou Vive (HTC), não é sem fio e foi apresentado na conferência anual de desenvolvedores da Apple em Cupertino, Califórnia.

Os usuários poderão mergulhar em universos paralelos (paisagens meditativas, vídeos pessoais, jogos, videoconferências, etc.) e escolher o nível de imersão através de um botão que permite ajustar a tela de realidade aumentada (sobreposição de elementos virtuais sobre a realidade) para realidade virtual (imersão total).

“Vision Pro é um novo tipo de computador que aprimora a realidade misturando perfeitamente o real e o digital”, resumiu Cook.

Os usuários controlarão os aplicativos e as telas virtuais com movimentos oculares, gestos com as mãos e comandos de voz.

Os diretores da Apple insistiram no uso potencial do dispositivo para o trabalho, a comunicação e o entretenimento, incluindo uma parceria com a Disney.

“A Apple esperava lançar um produto mais parecido com óculos do que com fones de ouvido para jogos”, comentou recentemente Yory Wurmser, analista da Insider Intelligence.

“Mas parece que eles vão revelar algo maior (e provavelmente mais caro), porque querem que os entusiastas e os engenheiros o usem e comecem a construir um ecossistema de aplicativos” antes de projetar dispositivos mais leves e baratos para o público em geral, acrescentou.

Trata-se do lançamento de produto mais importante para a Apple desde que a marca revelou seu relógio inteligente, o Apple Watch, em 2015.

Atualmente, a realidade virtual é dominada pela Meta: seus óculos da marca Quest representavam mais de 80% do mercado no final de 2022, de acordo com a Counterpoint.

Na quinta-feira, o chefe do grupo, Mark Zuckerberg, apresentou um novo dispositivo, o Quest 3, o “primeiro dispositivo de consumo com realidade mista em cores de alta resolução”, que estará à venda por US$ 500 (R$ 2.460 reais) nos Estados Unidos no outono.

No final de 2021, o Facebook se transformou em Meta com o objetivo de se tornar uma empresa do metaverso, descrito por Zuckerberg como o futuro da internet, depois da web e do celular. No entanto, os esforços do gigante das redes sociais até agora não se traduziram em uma adoção significativa pelo público em geral.

 

Uso de dinheiro na Suíça cai


O aplicativo de pagamento sem dinheiro Twint é cada vez mais popular na Suíça - usado por 5 milhões dos seus 8,7 milhões de habitantes. © Keystone / Christian Beutler

 

Os cidadãos suíços, normalmente obcecados por dinheiro vivo, estão deixando de lado suas notas e moedas. Cerca de 36% das transações de consumo foram realizadas usando dinheiro vivo no ano passado, de acordo com uma pesquisa do Banco Central Suíço (SNB) publicada na quinta-feira.3 minutos

Bloomberg

Isso se compara a 43% em 2020 - quando a pandemia estava em alta, desencorajando o uso de dinheiro vivo - e 70% em 2017. Outros 33% foram pagos com cartões de débito, 13% usando cartões de crédito e 11% através de aplicativos de pagamento móvel.

O dinheiro em espécie é uma questão emotiva na Suíça, onde cada habitante detém o equivalente a US$ 11.824 em dinheiro, o maior valor em todas as economias onde o Banco de Compensações Internacionais reúne dados.

Além disso, um grupo chamado Swiss Freedom Movement (Movimento Suíço pela Liberdade) coletou recentemente mais de 130.000 assinaturas para incluir a existência do dinheiro físico na constituição. O governo decidiu apoiar a medida preventiva contra a disseminação do dinheiro digital, apoiando uma votação nacional para alterar a constituição nesse sentido.

No total, notas e moedas no valor de CHF 81 bilhões (US$ 89 bilhões) estavam em circulação em março, de acordo com dados do SNB. Uma parte significativa desse valor pode ser mantida fora do país para armazenar valor, especialmente porque mais da metade do total está na forma de notas de 1.000 francos, uma das notas de maior denominação do mundo.

Quando o banco central começou a aumentar as taxas de juros em junho passado, o montante de dinheiro em circulação começou a diminuir, mas continua bem acima do nível em que se encontrava quando os custos de empréstimo caíram abaixo de zero.

De forma um tanto paradoxal, um aplicativo de pagamento peer-to-peer chamado Twint também está cada vez mais popular na Suíça - usado por 5 milhões de seus 8,7 milhões de habitantes. Isso contrasta com a vizinha área do euro, que atualmente não possui um aplicativo de pagamento comparativamente bem estabelecido.

Embora o SNB permaneça neutro em relação aos métodos de pagamento que os cidadãos suíços utilizam, o vice-presidente Martin Schlegel disse que o uso do dinheiro em espécie pode enfrentar uma "espiral descendente" se mais pessoas decidirem não usá-lo mais, aumentando os custos unitários da logística monetária. "O numerário é um sistema que funciona bem, mas não deve ser considerado garantido", disse ele recentemente.

 

 Este artigo foi traduzido com a ajuda da Inteligência Artificial. 

 

 https://www.swissinfo.ch/por/uso-de-dinheiro-na-su%C3%AD%C3%A7a-cai/48557620?utm_campaign=top_pt&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_content=o&utm_term=automatic




Autoridade da bolsa dos EUA leva Binance ao tribunal por violar regulamentações


O fundador da plataforma de criptomoedas Binance, Changpeng Zhao, durante feira de startups tecológicas em Paris, em 16 de maio de 2022 - AFP/Arquivos 

 

A SEC, agência responsável pela regulamentação do mercado de ações nos Estados Unidos, levou à Justiça, nesta segunda-feira (6), a maior plataforma de criptomoedas do mundo, a Binance, e seu fundador, Changpeng Zhao, por violação das regulamentações em vigor.

De acordo com o documento apresentado perante um tribunal federal de Washington, a Binance permitiu que residentes dos Estados Unidos utilizassem sua plataforma quando a empresa não estava registrada junto às autoridades nacionais.

Este é mais um golpe para a Binance, que já havia sido denunciada no final de março pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA perante a Justiça, por razões semelhantes.

Rostin Behnam, presidente da CFTC, afirmou na época que as acusações contra a Binance fazem parte de uma campanha para “identificar e deter más condutas no volátil e arriscado mercado de ativos digitais”.

A ação foi apresentada nesse caso perante um tribunal federal do estado de Illinois, no norte do país.

A notícia desta segunda-feira causou uma queda no valor do bitcoin, a criptomoeda mais importante em termos de valor total em circulação (mais de meio trilhão de dólares), que caiu 2% em questão de minutos.

Enquanto isso, a Binance Coin (BNB), uma criptomoeda vinculada à plataforma de mesmo nome e a quarta maior moeda digital global, perdeu 5% em menos de uma hora.

“Nossa equipe está trabalhando para garantir que nossos sistemas estejam estáveis, incluindo saques e depósitos”, reagiu Changpeng Zhao no Twitter. “Responderemos à acusação assim que tivermos visto o documento”, acrescentou.

A SEC acusa a Binance de não ter registrado nos Estados Unidos sua plataforma, suas próprias criptomoedas como o BNB e outros produtos financeiros.

O presidente da SEC, Gary Gensler, declarou em comunicado que houve por parte da empresa e de seu presidente uma violação “calculada” da legislação em vigor.

“Zhao e a Binance conhecem as regras, mas optaram intencionalmente por contorná-las, expondo seus clientes e investidores a riscos”, acrescentou.

A CFTC, por sua vez, havia mencionado que a Binance decidiu, em particular, não solicitar a seus usuários nos Estados Unidos uma prova de identidade, conforme exigido pela regulamentação financeira no país.

 

Apollo e estatal de Abu Dhabi reafirmam oferta pela Braskem


Apollo e estatal de Abu Dhabi reafirmam oferta pela Braskem

No último dia 30, os executivos que estão à frente das negociações estiveram reunidos com a Petrobras e, no dia 31, com os bancos credores da Novonor. (Crédito: Divulgação ) 

 

Um time com executivos da Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi, e do fundo de private equity americano Apollo veio ao Brasil para reafirmar a proposta feita pela petroquímica Braskem, que envolve cerca de US$ 7,2 bilhões (cerca de R$ 35,7 bilhões).

No último dia 30, os executivos que estão à frente das negociações estiveram reunidos com a Petrobras e, no dia 31, com os bancos credores da Novonor. A Novonor, ex-Odebrecht, controla a Braskem, ao lado de Petrobras, outro sócio da petroquímica.

A Novonor deu as ações da Braskem a um grupo de bancos – Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – em garantia a empréstimos concedidos para o grupo.

A ideia da visita é um segundo passo em direção à aquisição, depois da entrega dos documentos com a proposta não vinculante, feita no início de maio. As diligências técnicas, com visita à Braskem, não foram feitas e não têm data marcada, de acordo com pessoas próximas à negociação. Representando a Apollo está Samuel Feinstein, um dos principais sócios da área de private equity do fundo.

Incerteza

A grande dúvida nesse negócio é saber como será recebida a oferta pela Braskem pelo novo governo, que vem se mostrando contrário à desestatização e ainda está definindo qual será o papel da Petrobras. A estatal tem direito de preferência na aquisição das ações remanescentes da Braskem, ao preço ofertado pela parte da Novonor, e eventualmente poderia adquirir a petroquímica.

 

Mastercard prepara expansão para além do cartão de crédito



Mastercard prepara expansão para além do cartão de crédito

Os planos vão do rápido pagamento do tíquete do metrô em Nova York à tecnologia que sugere o que a pessoa quer comer quando vai ao McDonald’s. (Crédito: Divulgação ) 

 

A Mastercard movimentou US$ 8 trilhões em seus cartões em 2022 em um cenário de taxas de juros crescentes para combater a inflação nas alturas. É como se cada uma das cerca de 8 bilhões de pessoas no mundo tivesse gastado US$ 1 mil (cerca de R$ 5 mil) com os “plásticos” estampados pelos círculos vermelho e amarelo da marca. Mas, apesar de o cartão originar o seu nome – e seu principal sustento -, o conglomerado americano se prepara para ir além dele.Os planos vão do rápido pagamento do tíquete do metrô em Nova York à tecnologia que sugere o que a pessoa quer comer quando vai ao McDonald’s. Ou visa aproveitar o potencial dos consumidores incluídos financeiramente no Brasil por meio do Pix e aqueles que virão da sua versão americana, o FedNow – ainda que ambos aqueçam a disputa no segmento.

“A Mastercard não precisa estar apenas onde os consumidores estão hoje. Precisamos estar onde eles estarão presentes no futuro, além dos cartões. E é exatamente nisso que estamos focados”, resumiu a presidente da Mastercard para a América do Norte, Linda Kirkpatrick, a jornalistas, no “Innovation Day”, em seu hub de tecnologia, em Nova York, recentemente.

 Para isso, o conglomerado tem se debruçado em uma estratégia orgânica e de aquisições. Nos últimos anos, investiu mais de US$ 5 bilhões na compra de empresas e participações minoritárias em negócios diferentes.

Há dois anos, no mesmo prédio, a Mastercard anunciava a sua nova estratégia para ir além dos cartões. É lá onde a discussão sobre o futuro dos pagamentos acontece. Iguais ao da Big Apple, há outros seis hubs de tecnologia da companhia no mundo, sendo mais dois nos EUA e os demais no Canadá, na Irlanda, na Índia e na Austrália. Só na unidade de Nova York, trabalham mil pessoas. Os hubs concentram cerca de 40% da força de trabalho global de empresa.

De débito, crédito, pré-pagamento, com ou sem contato, os plásticos continuam sendo o principal negócio da Mastercard. Mas, em sua ambição de ir além, o grupo traçou uma estratégia baseada em três pilares: pagamentos, serviços e novas redes. Em comum, está o foco em atacar novas áreas de fluxo de negócios e reforçar a vertente de prevenção à fraude e segurança de dados. A área chamada de “serviços e soluções de valor agregado” representa cerca de 36% de suas receitas globais.

“Os consumidores estão usando os produtos de maneiras diferentes. As preferências do consumidor mudaram de coisas para experiências, as tendências de consumo consciente estão absolutamente em ascensão”, destacou Kirkpatrick. Por isso a Mastercard tem ampliado a oferta de produtos como uma calculadora que ajuda os consumidores a medir as suas emissões de CO22e como compensá-las.

“A Mastercard está criando mais valor nos pagamentos e nas soluções de cartão que oferece aos clientes por meio de serviços de valor agregado mencionados, tornando-se uma alavanca importante para melhorias de preços”, escreveu James Faucette, analista do Morgan Stanley, em recente relatório.

Brasil

Mencionado algumas vezes no “Innovation Day”, o Brasil é parte importante da estratégia da Mastercard para ir além do cartão no futuro. O País é o segundo maior mercado da companhia no mundo, atrás, somente dos EUA.

Uma das oportunidades domésticas está no open banking, que permitiu o compartilhamento dos dados financeiros dos consumidores mundo afora. “O Brasil é obviamente um mercado muito grande”, disse a vice-presidente executiva global da Mastercard para as divisões de open banking e API, Jess Turner. “É um grande exemplo de inovação e do valor que estão querendo criar [NO BRASIL]por meio de diferentes regulamentações”, reforçou Amir Wain, CEO da i2c, empresa focada em tecnologia bancária e pagamento digital.

Turner vê no aprimoramento do uso do histórico de crédito uma oportunidade para o País no open banking. Agregar valor às informações, fazendo com que dados sem padrão sejam categorizados para o seu melhor uso por parte dos consumidores é “muito importante”, disse.

No mês passado, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, esteve no hub de tecnologia da Mastercard, em Nova York, onde se reuniu com a liderança global da companhia, incluindo a presidente para a América do Norte. Fechado, o encontro teve como pauta as tendências de pagamentos em tempo real apoiadas pelo governo brasileiro. O Pix foi um deles. Ao fim de abril, a chaves ativas, segundo o BC.

Kirkpatrick admitiu que o concorrente Pix é um “tremendo sucesso” à medida que inclui financeiramente consumidores até então não atendidos, mas destacou a importância de soluções de pagamentos que sejam seguras e que protejam os dados pessoais. O tema preocupa no Brasil e tem levado o BC a estabelecer novas regulamentações. A mais recente é a obrigação de, a partir de novembro, bancos e demais instituições financeiras compartilharem dados de fraudes.

“Há a oportunidade de aumentar o poder de segurança e proteção e inovação neste ambiente”, avaliou a presidente da Mastercard para a América do Norte. Ela também vê oportunidades nos novos entrantes. “O Pix é uma outra forma de pagar, de incluir consumidores financeiramente não atendidos para o nosso ecossistema e, que podem, no fim das contas, evoluir para o uso de outros produtos e serviços.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Com crescimento do PIB, ministros pressionam Campos Neto para baixar juros do país


Com crescimento do PIB, ministros pressionam Campos Neto para baixar juros do país

Esperava-se que Lula prontamente usasse esta carta na manga pra argumentar contra os juros altos de Roberto Campos Neto, presidente do BACEN (Crédito: Lula Marques/ Agência Brasil) 

 

A economia brasileira cresceu 1,9%, segundo indicou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao primeiro trimestre de 2023. O percentual foi puxado principalmente pelo crescimento de 21,6% da agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996, segundo detalhou o IBGE.

Superando as expectativas de 1,3%, o resultado é o primeiro sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que coleciona críticas a condução da instituição monetária, o Banco Central. Assim, esperava-se que Lula prontamente usasse esta carta na manga para argumentar contra os juros altos de Roberto Campos Neto, presidente do BACEN.

O mandatário comemorou o número em postagem no Twitter. “Resultados que comprovam que nosso país já está melhorando. E vamos seguir trabalhando para distribuir esse crescimento com o povo brasileiro”, escreveu.

Já a ministra Simone Tebet, chefe do Planejamento, foi mais além, e ‘cutucou’ a taxa de juros brasileira, hoje a 13,75% ao ano. “Mesmo com economia um pouco mais aquecida, não é isso que iria impactar a inflação. Consequentemente, não haveria razão para não começar, ainda que de modo muito gradual, a diminuir os juros no Brasil”, disse, em conversa com jornalistas.

Com cuidado, o ministro Fernando Haddad também sinalizou a queda dos juros diante da economia aquecida. “Para manter a economia gerando emprego, precisa tomar cuidado com 2024, ter clareza de que temos uma oportunidade muito boa, porque a inflação está vindo controlada e juros futuros estão caindo bastante sensivelmente, o que abre uma janela de oportunidade importante para a política monetária”, afirmou.

Para Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos, os resultados dos índices de maio apontam para movimentos dos juros para baixo.

“A composição do PIB sinaliza uma dinâmica desinflacionária, com forte expansão da oferta e demanda enfraquecida. Com isto, o Banco Central provavelmente focará nos efeitos secundários benignos para o IPCA, apesar da atividade mais forte, em paralelo a outros sinais que robustecem o processo de desinflação em curso, e iniciar o ciclo de redução da Selic no terceiro trimestre desse ano”, defendeu.