segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Emirates abre feira de aviação em Dubai com compra de aviões da Boeing por US$ 52 bilhões

A companhia aérea Emirates, dos Emirados Árabes, abriu o Dubai Air Show, uma das maiores feiras internacionais de aviação, com o anúncio da compra de aviões da Boeing por US$ 52 bilhões (cerca de R$ 254,8 bilhões), demonstrando a recuperação da aviação após as paralisações da pandemia.

A Emirates fez o anúncio na presença do príncipe herdeiro do Dubai, Sheikh Hamad bin Mohammed Al Maktoum, em uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, 13, à tarde. Logo em seguida, a FlyDubai, companhia aérea de baixo custo parceira, anunciou a compra de 30 Boeing 787-9 Dreamliners, a primeira aeronave de fuselagem larga em sua frota.

A Dubai Air Show tem duração de cinco dias e está sendo realizada no Aeroporto Al Maktoum, no Dubai World Central. Este é o segundo aeroporto do emirado, após o Aeroporto Internacional do Dubai.

A aviação global está em alta após a pandemia de coronavírus, que resultou em bloqueios mundiais e aeronaves paradas, especialmente no Aeroporto Al Maktoum, que serviu como estacionamento para os Airbus A380 da Emirates por meses.

O tráfego aéreo agora está em 97% dos níveis pré-covid, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). As companhias aéreas do Oriente Médio, que fornecem rotas-chave de leste a oeste para viagens globais, registraram um aumento de 26,6% no tráfego em setembro em comparação com o ano anterior, segundo a Iata.

A Emirates, um dos principais motores econômicos de Dubai, em meio ao seu mercado imobiliário em expansão, anunciou lucros recordes de meio ano de US$ 2,7 bilhões na quinta-feira. Isso representa um aumento em relação aos US$ 1,2 bilhão do mesmo período do ano passado, colocando a companhia aérea potencialmente a caminho de outro ano recorde. A empresa afirma ter pago cerca de US$ 2,5 bilhões dos empréstimos recebidos durante o auge da pandemia para se manter em operação.

Tim Clark, presidente da Emirates, disse à Bloomberg em setembro para “ficar de olho” nas compras tanto da Airbus quanto da Boeing durante o evento aéreo. A companhia aérea está contratando um grande número de novos pilotos e tripulantes, provavelmente para tripular as novas aeronaves.

“Temos muitos planos grandes para a companhia aérea no futuro”, disse Clark. “Nova frota, números maiores, rede maior”.

Também no mercado está a Riyadh Air, uma nova transportadora saudita que está sendo criada como parte dos trilhões de dólares em gastos planejados no reino. Em março, a companhia aérea anunciou um pedido de até 72 jatos Boeing 787-9 Dreamliner e tem planos adicionais de expansão.

A Turkish Airlines também pode fazer uma compra recorde de 355 aeronaves da Airbus, incluindo 250 aeronaves A321neo, segundo a agência de notícias estatal Anadolu.

Na tarde desta segunda-feira, a Boeing Co. anunciou que a SunExpress, uma companhia aérea de propriedade conjunta da Turkish Airlines e da Lufthansa, comprometeu-se a comprar até 90 aeronaves Boeing 737 MAX de corredor único. O acordo inclui 28 modelos Boeing 737-8 e 17 modelos Boeing 737-10, além da oportunidade de adquirir mais 45 aeronaves Boeing 737 MAX. As empresas não divulgaram o valor do acordo.

 

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Implante na medula espinhal permite a paciente com Parkinson andar quase normalmente


A engenheira de pesquisas Camille Varescon ativa a neuroprótese implantada debaixo da pele de Marc, um paciente acometido pelo mal de Parkinson, em Lausanne, Suíça, em 3 de novembro de 2023 - AFP

 

Um homem com mal de Parkinson em estágio avançado recuperou quase totalmente a capacidade de caminhar, graças a eletrodos implantados em sua medula espinhal, informou um grupo de pesquisadores nesta segunda-feira (6).

A façanha médica pode ser uma tecnologia “revolucionária” para as pessoas que lutam para se mover, apesar desse debilitante transtorno cerebral.

O tratamento foi desenvolvido por pesquisadores suíços que já haviam usado implantes na medula espinhal para ajudar que várias pessoas com paraplegia voltassem a andar.

O paciente, Marc, um homem de 62 anos que vive na França, sofre de mal de Parkinson há aproximadamente 30 anos. Assim como mais de 90% das pessoas com Parkinson avançado, Marc tem grande dificuldade para caminhar.

Os chamados episódios de “congelamento”, durante os quais os pacientes ficam temporariamente impossibilitados de se mover, expondo-os a risco de quedas, são particularmente “terríveis”, disse Marc à AFP.

“Se você tem um obstáculo ou se alguém passa na sua frente, inesperadamente, você começa a ‘congelar’ e cai”, disse Marc, que não quis revelar seu sobrenome.

Muitos aspectos do mal de Parkinson ainda são desconhecidos, e o tratamento desses sintomas tem-se mostrado difícil. Podem afetar seriamente a vida dos pacientes, às vezes deixando-os acamados ou presos a uma cadeira de rodas.

Então, quando surgiu a oportunidade de se submeter a uma cirurgia invasiva na Suíça com o objetivo de resolver o problema, Marc não hesitou em aproveitar a oportunidade.

– ‘Posso fazer o que eu quiser’ –

“Agora posso andar de um ponto a outro sem me preocupar em como chegarei lá”, disse.

“Posso dar um passeio, fazer compras sozinho. Posso fazer o que quiser”, acrescentou.

A equipe suíça de pesquisadores implantou um sistema complexo de eletrodos chamado “neuroprótese” em pontos-chave ao longo da medula espinhal de Marc.

“Desenvolvemos uma neuroprótese que reduziu os problemas de marcha, os problemas de equilíbrio e o congelamento da marcha”, disse a equipe liderada pela cirurgiã Jocelyne Bloch e pelo neurocientista Gregoire Courtine.

Os dois já haviam feito um avanço usando implantes na medula espinhal que permitiram que pacientes paraplégicos voltassem a andar.

A pesquisa mais recente, publicada na revista Nature Medicine, funcionou, segundo quase o mesmo princípio.

No caso de pacientes paralisados, o trauma provém de um acidente, que corta a comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. Para Marc e outros pacientes com Parkinson, essa comunicação ainda existe, mas o sinal cerebral é afetado pelo desaparecimento progressivo dos neurônios que geram a dopamina, que é um neurotransmissor.

Nesse caso, a neuroprótese teve de fazer mais do que simplesmente enviar um estímulo elétrico que provocasse o movimento. Também teve de assumir o papel do cérebro na geração desse estímulo no momento adequado para que o movimento resultante correspondesse aos desejos do paciente.

“A ideia é medir os movimentos residuais, ou seja, a intenção de andar, com pequenos sensores que se encontram nas pernas”, disse Courtine à AFP.

“Graças a isso, sabemos se a pessoa quer balançar, ou parar, e podemos ajustar o estímulo de acordo”, disse Courtine, pesquisadora do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne.

– ‘Um grande avanço potencial’ –

A neuroprótese foi testada primeiro em primatas e depois implantada em Marc, que a usa aproximadamente oito horas por dia há quase dois anos.

Marc disse que agora consegue andar com muito mais facilidade e que até planeja uma viagem ao Brasil. Ainda assim, completou, o esforço exige concentração, principalmente ao subir escadas.

Mas até que ponto este implante pode ajudar muitos outros pacientes com Parkinson que lutam para andar todos os dias? A doença afeta os pacientes de diferentes maneiras.

A equipe suíça ampliou seu experimento para um grupo de seis pacientes com Parkinson.

O implante invasivo é bastante caro, o que limita o acesso de muitos pacientes.

Bloch e Courtine lançaram uma “startup” chamada Onward para investigar sua futura comercialização. Mas mesmo chegar a este ponto já representa “um grande avanço potencial”, de acordo com David Dexter, diretor de pesquisa do Parkinson’s UK.

“Este é um procedimento bastante invasivo, mas pode ser uma tecnologia revolucionária para ajudar a restaurar os movimentos em pessoas com Parkinson avançado”, disse Dexter, enfatizando que são necessárias mais pesquisas.

 

Sem novas listas com autorizados a sair de Gaza, fronteira é reaberta

Ministro do Egito: "Fronteira em Rafah está aberta e sempre esteve" | Exame

A fronteira de Rafah foi reaberta nesta quinta-feira (9) após ter ficado um dia fechada “por falta de segurança”, informaram os Estados Unidos, apesar de não ter especificado o que motivou o fechamento da fronteira que liga a Faixa de Gaza ao Egito. Apesar de reaberta, não foram divulgadas novas listas com estrangeiros autorizados a deixar o local. Com isso, os 34 brasileiros presos no enclave palestino seguem sem previsão de deixar a zona de guerra.

Nessa quarta-feira (8), a diplomacia brasileira chegou a informar ao grupo de brasileiros que havia a expectativa de que a autorização saísse hoje, mas a previsão não se confirmou. Em publicação numa rede social nesta quinta, o brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, lamentou mais um dia sem autorização para sair  

“Coloca nosso nome e a gente sai. Por que não estão colocando nosso nome nessa lista? Isso é um absurdo. Nós somos reféns aqui de Israel”, desabafou Hassan, que está em Khan Yunis com a esposa e as duas filhas, de 3 e 6 anos, todas brasileiras. Ele foi para Gaza visitar a família poucos dias antes de começar a guerra no Oriente Médio.  

“Mais de um mês nesse conflito. Infelizmente, além das bombas, explosões e mortes, tem outra guerra: a da fome, da água, do gás, do combustível, dos remédios que você não encontra. Você entra no supermercado e não encontra nada. Não tem gás para fazer comida”, relatou Hasan. Apesar das dificuldades, o palestino naturalizado brasileiro mostrou que ainda há pão para se alimentar.  

Até o momento, mais de 3.400 estrangeiros foram autorizados a deixar Gaza, sendo 36% com passaporte dos Estados Unidos. Como os critérios para liberação dos estrangeiros não são divulgados, especialistas ouvidos pela Agência Brasil indicam a hipótese de manipulação dessas autorizações de acordo com o apoio dado pelos países a Israel. Em comunicado divulgado ontem, a Embaixada de Israel no Brasil negou qualquer intenção de atrasar a saída dos brasileiros.  

Dos 34 brasileiros presos em Gaza, 16 estão na cidade de Khan Yunis e 18 em Rafah, ambas no sul do território, próximas da fronteira com o Egito. Entre os brasileiros estão 18 crianças, 10 mulheres e 6 homens.

 

A menos que ocorra choque ou surpresa, não haverá alta de juros, diz membro do BCE

Ficheiro:Logo European Central Bank.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

Membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy de Galhau afirmou nesta quinta-feira, 9, que, exceto se houver um “choque” ou uma “surpresa”, a instituição não elevará mais os juros. Durante entrevista à Radio Classique, ele reafirmou o compromisso de levar a inflação na zona do euro à meta de 2%, mas lembrou a projeção de que isso deve ocorrer apenas em 2025.

A inflação na zona do euro já atingiu o pico, disse. Villeroy de Galhau comentou que deve haver alguma volatilidade nessa trajetória, mas garantiu que a tendência na inflação é “claramente para baixo”.

Questionado sobre a economia da França, ele disse que não há expectativa de recessão, mas apenas de desaceleração.

Para 2024, a previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 0,9%.

 

B3 suspende direito de Americanas a selo de Novo Mercado e multa 22 pessoas da administração

Americanas S.A. – brand center americanas

A B3 suspendeu o uso do selo de Novo Mercado pela Americanas e multou 22 pessoas físicas ligadas à sua administração, após concluir um processo sancionador aberto em março. Esta é a primeira vez, desde 2018 quando a norma foi renovada, que a B3 aplica penalidade a uma companhia do Novo Mercado, segmento de negociação de ações com mais elevados padrões de governança e transparência.

A Americanas já havia sido excluída dos índices da B3. A perda do selo, contudo, não implica na sua saída do Novo Mercado, ou seja, a varejista continua sujeita as regras do Novo Mercado.

Estão sendo multadas pessoas físicas ligadas à administração de Americanas, como membros do conselho de administração, de Comitê de Auditoria e diretores. As multas variam de R$ 263 mil a R$ 395 mil. Neste último caso, a cinco pessoas físicas que ocupavam duas cadeiras. Somadas, equivalem a mais de R$ 6 milhões.

Americanas e as pessoas físicas tem 15 dias para recorrer das sanções impostas pela bolsa, a partir desta quarta-feira.

A intenção da B3 não é, neste momento, levar Americanas a ser deslistada da bolsa, o que seria o desdobramento mais extremo desse processo. Para isso, seria necessária a abertura de um novo processo sancionador.

As infrações cometidas estão relacionadas a efetividade das estruturas de fiscalização e controles internos, efetividade da política de gerenciamento de risco, assim como, avaliação das informações financeiras e suas respectivas auditorias.

Para retomar o selo, Americanas terá de sanar quesitos que quebraram os compromissos previstos nas regras do Novo Mercado, ou seja, divulgar o relatório do comitê independente, apresentar demonstração financeira com relatório do auditor independente sem ressalva, um relatório circunstanciado de controle interno auditado e sem inconsistência e atualizar as informações financeiras pendentes até hoje.

A decisão foi tomada no âmbito da diretoria dos emissores da B3, uma primeira instância dentro da bolsa. Os recursos apresentados à sanção aplicada serão discutidos pela diretoria colegiada.

Não há prazo previsto para cura dos descumprimentos feitos por Americanas, mas o não cumprimento das suas obrigações pode levar a abertura de um novo processo, culminando eventualmente à sua retirada das companhias listadas em bolsa.

Esse seria, conforme fonte, um movimento expressivo e complexo, uma vez que afeta posições de investidores. Por outro lado, o cumprimento das exigências será acompanhado, dando tempo à companhia e aos seus envolvidos de apresentarem seus argumentos, defesa e documentos que vierem a ser necessários.

A ideia é respeitar o rito processual para evitar questionamentos adiante que coloquem por terra o trabalho sancionador feito pela bolsa até agora, observou uma fonte ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

 

Senado aprova reforma tributária no segundo turno por 53 a 24


Reforma tributária

A essência da PEC está na simplificação de tributos e do modelo em funcionamento no país (Crédito: Roque de Sá/ Senado)

 

O Senado aprovou na noite desta quarta-feira, 8, a reforma tributária em segundo turno. Foram 53 votos a favor e 24 contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC). Como houve mudanças no texto, a matéria vai voltar para a Câmara dos Deputados. 

A proposta apresentada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) ganhou novos contornos nas mãos do relator no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), que incorporou uma série de mudanças.  

A essência da PEC está na simplificação de tributos e do modelo em funcionamento no país. O texto prevê a substituição de cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins) por três: Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). A proposta também prevê isenção de produtos da cesta básica e uma série de outras medidas.

 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Família Magalhães Pinto quer elevar capital do Banco Nacional em até R$ 1,5 bi e negocia venda ao BTG

BTG Pactual vê 3º trimestre ainda fechado para oferta de ações

Fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro, banco está em liquidação extrajudicial desde 1996.

A família Magalhães Pinto, controladora do Banco Nacional – que está em liquidação extrajudicial desde 1996 – propôs à administração da massa falida realizar um aumento de capital de R$ 1,529 bilhão na instituição. Ao mesmo tempo, está negociando a venda para o BTG Pactual.

 A família Magalhães Pinto foi, até o início dos anos 90, uma das mais ricas e poderosas do Brasil. Seu banco, o Nacional, era um dos maiores do país, com 1,2 milhão de clientes, quase 400 agências (incluindo pontos em Nova York e Miami) e mais de 40 000 funcionários, o dobro do que tem o Santander hoje.

 Família Magalhães Pinto quer elevar capital do Banco Nacional em até R$ 1,5 bi e negocia venda ao BTG
Fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro, banco está em liquidação extrajudicial desde 1996.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/11/08/familia-magalhaes-pinto-quer-elevar-capital-do-banco-nacional-em-ate-r-15-bi-e-negocia-venda-ao-btg.ghtml