Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou
nesta segunda-feira, 2, que o governo conta com resultados concretos que
indicam manutenção da estratégia do Projeto de Lei Orçamentária Anual
(PLOA) de 2025. “Temos receita crescendo além do PIB e equalização do
déficit primário”, disse durante entrevista coletiva à imprensa. Ele
enfatizou, porém, que foi mantida na composição da peça do ano que vem a
nova relação do Fisco e do contribuinte iniciada no ano passado para o
PLOA de 2024.
O secretário ressaltou que há uma redução das
expectativa de arrecadação do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais (Carf) em 2025. Ele enfatizou que a equipe econômica vem
adotando uma postura crítica sobre a metodologia de incorporação dos
recursos provenientes de acordo com o Carf e que pode haver uma
velocidade diferente da inicialmente esperada em relação aos pagamentos
feitos ou não ao Conselho.
“Além
do atraso no pagamento do que está sendo julgado pelo Carf, a gente tem
sido muito crítico internamente, do ponto de vista da Receita Federal e
do próprio alimento jurídico, da metodologia e da velocidade com que as
empresas pagam ou não pagam os julgados do Carf”, enfatizou. “Só em
seis meses de 2024, já batemos o recorde de julgamentos no Carf,
portanto está mostrando a consistência do que a gente previa, que era
acabar com o estoque, fazer com que o balanço das empresas mude, e que a
gente possa gastar energia com um projeto estratégico e não com mais
litígio, com mais estoque parado”, continuou.
O secretário
admitiu que tem-se visto uma entrada menor do Carf. Por isso, há um
carregamento (de receitas) para o ano que vem. “A gente está anunciando
também um novo programa de redução de litígio com as dez maiores
empresas do País, a pedido das empresas”, relatou.
Ele
salientou que a sugestão feita pelas companhias era de um total de R$
700 bilhões de estoque para transação, o que daria R$ 130 bilhões de
possível pagamento. A partir daí, conforme Durigan, foram feitos
cálculos e a previsão de entrada ficou em R$ 30 bilhões a partir dessa
transação sugerida por empresas.
O secretário-executivo
falou também que a habilitação de benefícios está no pilar de correção
de distorções do PLOA 2025, e que são cerca de R$ 20 bilhões esperados
para o ano que com a criação de habilitação de benefícios tributários.
“Habilitações de benefícios têm permitido um maior controle do Perse,
por exemplo”, ilustrou. Ele disse ainda que as ampliações vão sendo
feitas considerando os benefícios de PIS/Cofins.
Alexandre
Padilha, da Secretaria de Relações Internacionais, disse que a data
está pré-acertada com o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabríel Galípolo
Da Reutersi
A sabatina do indicado a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo,
deve acontecer na próxima terça-feira, dia 10, na Comissão de Assuntos
Econômicos (CAE), disse nesta segunda-feira, 2, o ministro da Secretaria
de Relações Internacionais, Alexandre Padilha.
De
acordo com o ministro, a data está pré-acertada com o presidente da
CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), e o governo trabalha para confirmar a
data, que aconteceria dentro da segunda semana de esforço concentrado do
Congresso, que está em recesso branco por causa das eleições
municipais.
“Vamos
fazer esse périplo agora e nossa expectativa é que possamos ter a
sabatina na próxima semana. Já foi indicado como relator na CAE o
próprio líder do governo no Senado, ele está pronto para apresentar esse
relatório, e expectativa é que se possa construir condições para que a
sabatina aconteça na próxima semana”, disse Padilha, acrescentando que
Galípolo deve começar esta semana as visitas aos líderes no Senado e aos
senadores membros da CAE.
Com o recesso branco, o governo não tem
ainda uma data para a votação no plenário do Senado. Segundo Padilha, a
intenção é esperar um momento em que a Casa esteja com quórum garantido
– o que, se não acontecer na semana que vem, deve se dar apenas em
outubro, depois das eleições, quando o Congresso volta ao trabalho
normal.
Independentemente
da data da aprovação, Galípolo só toma posse no cargo em janeiro,
depois da saída de Roberto Campos Neto. Padilha negou que haja qualquer
conversa para uma antecipação da saída do atual presidente do BC.
A
Telefônica Brasil afirmou nesta segunda-feira, 2, que o Banco Central
aprovou autorização de funcionamento da Vivo Pay Sociedade de Crédito
Direto, parte da estratégia da companhia de avançar sobre o mercado de
serviços financeiros.
O
presidente-executivo da Telefônica Brasil, Christian Gebara, tinha
afirmado no final de julho que a empresa estava próxima de conseguir uma
licença de serviços financeiros junto ao BC.
Na ocasião, o
executivo afirmou que até a licença, a Telefônica Brasil alugava de
terceiro uma permissão para oferta de produtos de crédito na modalidade
“bank as a service”.
A
licença do BC permitirá redução de custos já que a empresa poderá
oferecer diretamente serviços financeiros aos clientes em vez de
depender de um terceiro, disse o executivo na ocasião.
Serviços e produtos
Segundo
a Vivo, nos próximos meses devem ser anunciados os novos serviços.
Entre eles, uma conta digital com benefícios exclusivos destinada à sua
base de clientes, além de novos produtos de crédito, que será o
carro-chefe do portfólio de serviços financeiros da empresa.
Considerando
12 meses até junho deste ano, as receitas de serviços financeiros da
Vivo somaram R$ 450 milhões, um crescimento de 26,9% na comparação
anual, disse a companhia.
O empréstimo pessoal da Vivo alcançou R$ 446 milhões em junho, um aumento de 62,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O
portfólio do Vivo Pay inclui ainda seguro para celulares e outros
dispositivos, como tablets e notebooks. Recentemente a companhia lançou
mais dois serviços de crédito: parcela Pix e antecipação do
saque-aniversário do FGTS.
“A estratégia é alavancar os novos
serviços por meio do app Vivo. Os assinantes podem contratar e gerenciar
o portfólio financeiro por meio do app Vivo, na aba Vivo Pay”, informou
a companhia em comunicado.
Gustavo Ambar, que comanda a Whirlpool no Brasil, segura um frigobar
modelo retrô, uma das novidades lançadas neste ano (Crédito: Claudio
Gatti )
Hugo Cilo - da Editora 3i
Um
dos slogans mais memoráveis e longevos da publicidade brasileira,
utilizado na televisão por mais de duas décadas, dizia: “Não é assim uma
Brasteeeemp, mas funciona”. A mensagem ajudou a consolidar a Brastemp
como sinônimo de excelência e durabilidade no mercado de
eletrodomésticos, contribuindo para atenuar as oscilações nas vendas da
chamada linha branca (fogões, geladeiras e micro-ondas, por exemplo).
Nos últimos 14 meses, a Whirlpool, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid,
registrou crescimento de duplo dígito, alcançando um faturamento de R$
8,3 bilhões no Brasil no primeiro semestre deste ano, o melhor
desempenho em receita de sua história. Para efeito de comparação, de
janeiro a julho de 2023, as vendas somaram R$ 7,1 bilhões.
O crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior foi impulsionado principalmente pelas categorias de refrigeradores (+25%) e lavanderia (+17%). “O
mercado de eletrodomésticos demonstra sinais robustos de expansão, e o
nosso desempenho comprova a força da empresa e de nossas marcas em um
setor cada vez mais competitivo”, afirmou à DINHEIRO Gustavo Ambar, general manager da companhia americana no Brasil e vice-presidente para a América Latina. “Nossos
investimentos na operação brasileira, capacidade de inovar e atenção
permanente às necessidades dos consumidores brasileiros têm ajudado a
sustentar essa expansão.”
“O mercado de eletrodomésticos demonstra sinais robustos de expansão, e o nosso desempenho comprova a força de nossas marcas.” Gustavo Ambar, general manager da empresa no Brasil e VP na América latina
Os investimentos mencionados pelo executivo são significativos. • As
fábricas em Joinville, Santa Catarina, e Rio Claro, interior de São
Paulo, estão recebendo R$ 500 milhões para modernização e ampliação da
capacidade produtiva. • A Whirlpool também opera
uma fábrica em Manaus (AM) e outra na Argentina. Segundo Ambar, esses
investimentos darão mais agilidade e flexibilidade às linhas de
produção. • Nos últimos anos, a empresa manteve seu
orçamento destinado à inovação, alocando de 3% a 4% de seu faturamento
anual para o desenvolvimento de novos produtos, independentemente do
cenário econômico.
LANÇAMENTOS
Com
esses investimentos de meio bilhão de reais em andamento, a empresa
planeja o lançamento de 66 novos produtos em 2024, o maior volume em um
único ano.
Entre as novidades estão novas linhas de
lavadoras de roupa, modelos black inox para toda a linha Brastemp, novos
frigobares retrô e uma função de lavagem de tênis pela Consul.
E
mais lançamentos estão a caminho. Nos dias 10 e 11 de setembro de 2024,
a Whirlpool realizará um evento no Yacht Club de Santos, em São Paulo,
para apresentar 41 novos produtos a parceiros, clientes, influenciadores e arquitetos.
O evento será uma vitrine para as inovações em design e tecnologia que a
empresa trará para o mercado brasileiro em 2024. Um dos destaques é o
modelo de lavanderia BWY16A Flex Wash com Agitador 2×1, que permite a personalização do cesto, oferecendo flexibilidade para o consumidor lavar roupas, segundo a empresa.
Entre
os lançamentos recentes, a Consul apresentou novos modelos de lavadoras
de 13kg e 15kg, que oferecem funcionalidades como o Modo Eco, que permite economizar até 15% de água e 40% de energia elétrica.
Já a KitchenAid lançou um forno multifunções com Air Fryer,
atendendo à crescente demanda por soluções que permitem o preparo de
alimentos sem óleo. O produto, que começou a chegar às lojas neste mês,
possui dez modos de preparo, incluindo torrar, grelhar, assar e
airfryer.
MERCADO
O bom desempenho da Whirlpool também é reflexo do recorde
de venda de 51,5 milhões de eletrônicos, eletrodomésticos e portáteis
no primeiro semestre de 2024, o maior nível da série histórica, representando um aumento de 34% em relação ao mesmo período em 2023.
Segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que faz o levantamento desde 2012, as vendas de aparelhos de ar-condicionado cresceram 88%, o maior aumento para o semestre desde 2012.
A linha portátil – airfryers, secadores de cabelo e ventiladores – registrou um aumento de 40%,
com 34,1 milhões de unidades entregues ao varejo. “Os números mostram
uma retomada importante no consumo e trazem um alívio moderado para as
empresas do setor, que enfrentaram um longo período de resultados
negativos e estagnação nas vendas”, afirmou Jorge Nascimento, presidente
da Eletros.
25% foi a expansão do segmento de refrigeradores no primeiro semestre deste ano 18% foi a alta nas vendas de produtos no segmento de lavanderia no mesmo período
A venda de televisores e aparelhos de áudio, conhecida como linha marrom, cresceu 20% em relação ao primeiro semestre de 2023, com 6,3 milhões de unidades vendidas.
Os dados da entidade indicam que a linha branca teve um crescimento de 16% no mesmo período, com a comercialização de 7,3 milhões de aparelhos.
• A Eletros é composta por 33 empresas que possuem 51 fábricas em 11 estados do País. • O setor representa 3% do PIB da indústria brasileira e emprega mais de 200 mil trabalhadores.
“Estávamos há quatro anos em queda. Só conseguimos crescer agora devido ao ambiente macroeconômico”, acrescentou o presidente da Eletros.
Entrevista – Gustavo Ambar , diretor-geral da Whirlpool “A concorrência nos desafia a sermos mais competitivos em custos”
Como está a situação da companhia e como foram os últimos anos, especialmente com a pandemia?
Durante a pandemia, houve um aumento na demanda por eletrodomésticos,
mas, olhando em um horizonte de 10 a 15 anos, ainda não renovamos tudo o
que foi comprado entre 2010 e 2015. Tivemos um pico em 2021 e um vale
em 2022, mas temos um crescimento de duplo dígito nos últimos 14 meses.
O que levou ao pico de demanda?
Na época, o Brasil estava em um período de bonança econômica, e houve
um estímulo com a redução do IPI para eletrodomésticos, o que gerou um
pico de demanda.
Após esses 14 meses de crescimento, a companhia está no maior nível de vendas da história?
Em termos de receita, sim, é o maior da história. Em volume, ainda não
alcançamos os níveis anteriores, mas a receita em reais é a maior já
registrada.
Qual o impacto da alta do dólar?
Mesmo com o impacto cambial, estamos em nível recorde. Isso porque,
apesar do impacto do dólar, nossa produção é 90% local, o que ajuda a
mitigar esse efeito. Se convertêssemos nossa receita de reais para
dólares, não seria recorde histórico, mas é a maior dos últimos dez
anos.
Por que a empresa está acelerando os lançamentos?
Nos últimos três anos, tivemos entre 40 e 50 lançamentos anuais. Neste
ano, já fizemos 25 e temos mais 41 programados. A maioria foi
desenvolvida aqui.
Qual a relação entre os juros altos e o desempenho?
A taxa de juros é uma variável-chave que impacta diretamente a demanda.
A recente queda da taxa de juros ajudou a impulsionar as vendas, e
continuamos atentos às futuras movimentações. Mas, além dos juros, há um
acirramento da concorrência. A competição aumentou com a entrada de
marcas estrangeiras, especialmente asiáticas. Isso nos desafia a sermos
mais competitivos, principalmente em termos de custos.
O setor de linha branca vive pedindo ajuda ao governo. O setor precisa mesmo de proteção e subsídios?
Em geral, não. Desde que haja equidade na competição, o setor não
precisa de apoio microeconômico específico. Mas as condições precisam
ser iguais para todos.
A
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta por cinco
ministros, formou maioria para manter a decisão de Alexandre de Moraes
que suspendeu o X no Brasil e fixou multa diária de R$ 50 mil para quem
usar VPN para burlar o bloqueio. Além de Moraes, os ministros Flávio
Dino e Cristiano Zanin já votaram para manter a suspensão. Também fazem
parte do colegiado os ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia.
“O
reiterado descumprimento de decisões do STF é extremamente grave para
qualquer cidadão ou pessoa jurídica pública ou privada. Ninguém pode
pretender desenvolver suas atividades no Brasil sem observar as leis e a
Constituição Federal”, afirmou Zanin, último a votar.
A
decisão foi tomada na última sexta-feira, 31, após o empresário Elon
Musk, dono da plataforma, se recusar a nomear um representante para
responder pela empresa no Brasil. A suspensão “imediata, completa e
integral” vale até o X nomear um responsável – pessoa física ou jurídica
– pelas operações no território brasileiro e também pagar as multas
impostas pelo STF por descumprir bloqueios a perfis na rede social. O
valor ultrapassa R$ 18 milhões.
O
governo Luiz Inácio Lula da Silva prevê fechar 2025 com um superávit
primário de R$ 3,7 bilhões, segundo dados do Orçamento do próximo ano
divulgados nesta segunda-feira, 2, pelo Ministério do Planejamento.
Na
sexta-feira, quando o texto foi enviado ao Congresso Nacional, a pasta
havia se limitado a dizer que o texto previa que a meta de déficit
primário zero para o ano — que tem um intervalo de tolerância — seria
alcançada.
De acordo com o Planejamento, o resultado será obtido
após a dedução de R$ 44,1 bilhões de gastos com precatórios e calamidade
pública que não são contabilizados na meta.
Desoneração da folha
O
Ministério da Fazenda decidiu prever no Orçamento de 2025 a extinção da
desoneração da folha salarial de setores da economia e municípios no
próximo ano, argumentando que projeto sobre o tema em análise no
Congresso não prevê compensações para essa renúncia tributária.
Após
exigência de compensação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), governo e
Congresso fizeram acordo para reonerar gradualmente a folha, prevendo
compensações para o benefício. O texto que sela o acordo foi aprovado
pelo Senado e depende de análise da Câmara.
Em
apresentação distribuída a jornalistas, a Fazenda afirmou que o projeto
no Legislativo “compensa somente 2024, ou seja, o curtíssimo prazo, sem
que seja definida compensação nos demais anos”. O custo do programa em
2025 é estimado em R$ 18 bilhões.
“Garantindo a higidez da Projeto
de Lei Orçamentária (PLOA) 2025, consideramos o que há de concreto:
cumprir a decisão do STF e reonerar a folha de pagamento”, afirmou a
pasta no documento.
Apesar
de não prever o benefício nas contas de 2025, o governo incluiu nas
estimativas de receita medidas apresentadas com o argumento de que
seriam usadas para eventualmente compensar a desoneração da folha se o
projeto do Congresso não gerasse fontes de verba suficientes.
Nessa
frente, a pasta prevê arrecadação de R$ 14,9 bilhões com aumento da
Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e R$ 3 bilhões com ajuste
na tributação de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Projeto com essas
medidas foi enviado ao Congresso na semana passada e ainda passará por
análise dos parlamentares.
Em entrevista à imprensa, o
secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, disse que a
previsão de despesas com a desoneração subiu muito em 2025, podendo
superar R$ 30 bilhões, contra previsão inicial de R$ 18 bilhões e, por
isso, apenas essas medidas não seriam suficientes para a compensação
completa do benefício.
A pasta ainda informou que o Orçamento
prevê receita de R4 58,8 bilhões em 2025 com novo programa de transação
tributária e julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
(Carf), argumentando que a previsão é conservadora.
Há ainda estimativa de receita de R$ 33,8 bilhões em dividendos e participações.
De
acordo com a Fazenda, caso ocorram frustrações de receitas, dois
projetos serão enviados ao Congresso neste ano, com tributação de
grandes empresas de tecnologia e implementação do plano de tributação
global mínima de multinacionais, defendido pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Do lado dos gastos,
a pasta prevê uma economia de R$ 20 bilhões em 2025 com novos critérios
para habilitação de benefícios tributários.
“Incomodam a
população brasileira e a nós, a equipe econômica, brechas
injustificáveis com que contribuintes não pagam sua cota tributária.
Isso também prejudica a concorrência justa”, disse.
A
comunicação recente do Banco Central (BC) foi criticada nesta
sexta-feira, 30, em painel da Expert, evento da XP Investimentos, que
reuniu ex-diretores da autarquia, além do ex-presidente Gustavo Franco. A
avaliação é de que, após ruídos gerados no mercado, a direção do BC fez
uma inflexão, num esforço de reforçar que não está comprometida com a
próxima decisão sobre os juros.
Essa percepção de ajuste na
comunicação ficou mais clara nas declarações dadas mais cedo pelo
presidente do BC, Roberto Campos Neto, reforçando a posição data dependent da autoridade monetária.
Ex-diretor
de política econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana, chefe de
pesquisas da Kapitalo, julgou que a comunicação do BC tem sido confusa. A
“prova cabal” de que ela não está azeitada, pontuou, foi a correção
“intraday” feita por um mesmo “policymaker”. Ainda que sem mencionar o
nome, ele se referiu ao diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo,
que na quinta-feira da semana passada declarou ter tido fala mal
interpretada pelo mercado por sua culpa, deixando claro que o BC não
hesitaria em subir o juro se necessário.
Na mesma linha,
Fernanda Guardado, ex-diretora de assuntos internacionais do BC, avaliou
que a comunicação recente tem tido acidentes ou falhas de
interpretações. Para ela, que é chefe de pesquisa macroeconômica para
América Latina do BNP Paribas Brasil, o BC busca agora trazer a
interpretação dos agentes de mercado de volta para a mensagem da ata da
última reunião do Comitê de Política Monetária, que indicou a
possibilidade de os juros tanto subirem quanto ficarem estacionados nos
atuais 10,5% ao ano.
Lembrando
que o regime de metas de inflação depende de coordenação das
expectativas, Gustavo Franco disse que se preocupa quando ouve que
existe um problema de comunicação no BC. “Quando isso acontece, você não
tem um problema de comunicação, você tem um problema”, afirmou o
ex-presidente do BC e sócio da Rio Bravo Investimentos.
Na
esteira das declarações dadas nesta sexta-feira por Campos Neto,
apontando erro na precificação da curva de juros de curto prazo, e o
aviso de que o ciclo de alta de juros, se acontecer, será gradual, os
participantes do painel avaliaram que uma alta de juros de 0,25 ponto
porcentual está a caminho. Viana ponderou, no entanto, que a comunicação
vem mudando muito.
Gustavo
Franco destacou que se nada acontecer do lado fiscal, como uma
sinalização clara de controle de despesas públicas, a alta de juros vai
ganhar força, aumentando a irritação no Palácio do Planalto,
referindo-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um crítico do
trabalho de Campos Neto.
O sócio da Rio Bravo lembrou que,
antes da autonomia da instituição, os presidentes da República não
reclamavam publicamente dos chefes do BC porque sabiam que seriam
questionados sobre por que, simplesmente, não os demitiam. “Agora que
não pode demitir, pode reclamar abertamente”, assinalou.