quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Acordo de cooperação para a reconstrução do RS é assinado

 


Será criado fundo de R$ 6,5 bilhões para obras no estado 
 
 
Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram afetados pelas enchentes de abril e maio

 

 

As obras de modernização e construção dos sistemas de contenção contra cheias no Rio Grande do Sul serão geridas em conjunto pelo governo gaúcho e a União. Nesta terça-feira (17), o governador Eduardo Leite reuniu-se em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a assinatura da portaria federal que cria o conselho de gestão dos projetos. As iniciativas terão planejamento, contratação e execução por parte do governo do Rio Grande do Sul, com aporte de R$ 6,5 bilhões por parte da União. O estado foi fortemente atingido por enchentes nos meses de abril e maio, no pior desastre climático da história gaúcha. Dos 497 municípios gaúchos, 478 foram afetados.

O colegiado, criado a partir de portaria editada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, será composto por três integrantes do governo gaúcho e outros dois do governo federal. Além do documento, foi assinado um acordo de cooperação interfederativo entre Estado e União, formalizando o compromisso de trabalho conjunto, compartilhamento de informações e de dados com o objetivo de conduzir o processo de reconstrução do Rio Grande do Sul. "O conselho vai fazer o acompanhamento das obras e a gestão da liberação dos recursos, especialmente olhando para as obras de contenção das cheias. O governo federal já anunciou que vai disponibilizar pelo menos R$ 6,5 bilhões para um fundo. Esses recursos vão financiar as obras de contenção de cheias, especialmente da Região Metropolitana", detalhou Leite.

"São obras complexas, que levarão tempo para serem executadas e, portanto, essa governança é muito importante", destacou o governador. Ainda durante a reunião com o presidente, Leite manifestou preocupação em relação às medidas de apoio ao agronegócio no Rio Grande do Sul. O governador afirmou ao presidente que algumas regulamentações feitas nas últimas semanas ainda não atendem ao setor. "A nossa preocupação é que, dado o prazo que se tem até 15 de outubro para que possam aderir a esse formato de financiamento das dívidas, os recursos que estão hoje sinalizados pelo governo federal via fundo social parecem que não serão suficientes. Há um compromisso do governo federal de ir ampliando os recursos mediante a demanda. O que a gente quer é que isso já fique no radar para o governo federal para que possa ser atendida toda a demanda do setor produtivo, do setor primário da nossa produção agrícola, que foi muito afetado não apenas pelas enchentes, como também pelas estiagens em períodos anteriores", destacou. Após a audiência com o presidente, o governador participou de reunião no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional sobre o andamento da contratação de projetos para reconstrução de pontes afetadas pela enchente.

 

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Feira em Xangai deve gerar mais de US$ 150 milhões em negócios para o couro do Brasil

 

Feira em Xangai deve gerar mais de US$ 150 milhões em negócios para o couro do Brasil


Evento teve atividades adicionais, como rodadas de negócio organizadas pelo projeto Brazilian Leather com importadores de couros para o setor moveleiro

 

As atenções do mundo do couro estiveram voltadas para Xangai, na China, com a realização da feira All China Leather Exhibition (ACLE). O Brasil participou com 15 empresas apoiadas pelo projeto Brazilian Leather, uma parceria entre o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Há a projeção de negócios na ordem de US$ 153,8 milhões para os próximos 12 meses para os curtumes do Brasil, após a feira.

Em Xangai, foram mais de 31 mil visitantes na ACLE, um crescimento de 11,2% em relação à edição de 2023. Gerente do projeto Brazilian Leather, Letícia Luft destaca que esse é um acontecimento-chave para todos os países com atividade curtidora no mundo, definindo negócios no longo prazo. “Tivemos um retorno positivo dos curtumes brasileiros, e o reforço de que essa feira é fundamental para quem mantém negócios com a China. Como é o principal mercado comprador de couro do Brasil, nossa participação é imprescindível e muito aguardada”, ressalta Letícia, que foi palestrante da Cúpula Internacional de Executivos da Indústria de Curtumes (evento que ocorreu no primeiro dia da ACLE).

Ainda compondo as atividades do Brasil em Xangai, o projeto Brazilian Leather realizou um momento especial com importadores de couro do polo de Foshan, tradicional região chinesa de fabricação de móveis. Foi na véspera da ACLE, com apresentações sobre o couro brasileiro (com Letícia Luft), o trabalho da ApexBrasil (com Viviane Iark, gestora do Brazilian Leather pela ApexBrasil, e o apoio de Carlos Pan, analista da ApexBrasil na Ásia e Pacífico), a Associação Moveleira de Foshan (com seu presidente, ZhenYang Zhou) e a diplomacia brasileira (com o cônsul-geral do Brasil em Xangai, Augusto Pestana). A atividade teve também rodadas de negócios e a assinatura de um termo de cooperação entre os curtumes brasileiros e os importadores de couros de Foshan. A iniciativa é um resultado do projeto Exporta Mais Brasil, que teve sua edição de couros realizada em maio, em São Luís (Maranhão), e que contou com a participação do presidente da Associação Moveleira de Foshan.

 

Sobre o Brazilian Leather

Projeto setorial de internacionalização do couro brasileiro, o Brazilian Leather é conduzido pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Várias são as estratégias de consolidação do produto nacional em mercados estrangeiros - incentivo à participação de curtumes nas principais feiras mundiais ligadas ao ramo e missões empresariais focadas ao estreitamento de relações entre fornecedores brasileiros e compradores de outros países são algumas delas. Mais informações em www.brazilianleather.com.br

SOBRE A APEXBRASIL

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar os objetivos, a ApexBrasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil. A Agência também atua de forma coordenada com atores públicos e privados para atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o Brasil com foco em setores estratégicos para o desenvolvimento da competitividade das empresas brasileiras e do país.

Sobre o CICB

O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é a entidade que representa as empresas que produzem couro no país. Desde 1957 – ano de sua fundação – o CICB busca o crescimento, a qualificação, o fortalecimento e a união do setor. O direcionador da organização é a sustentabilidade, por meio da qual a entidade atua em projetos de tecnologia e formação de novos profissionais, diálogo com entes governamentais, fazendo a interface das pautas da indústria com os poderes públicos, promoção comercial do couro e defesa de interesses, construção de reputação e promoção de imagem, qualificação técnica, de design e pesquisa e informação de mercado. Também atua com representação institucional, conexão e diálogo com a cadeia produtiva e realiza grupos de trabalho – Rastreabilidade e Comunicação – com associados em todo o país.

Tema: Promoção Comercial
Mercado: Ásia (Exclusive Oriente Médio)
Setor de Exportação: Moda — Couros
Setor de Investimento: Não se aplica
Idioma de Publicação: Português
 
 
 https://apexbrasil.com.br/br/pt/conteudo/noticias/feira-em-xangai-deve-gerar-mais-de-us--150-milhoes-em-negocios-p.html

Weg vai investir R$ 670 milhões no México e no Brasil

 


Aporte prevê expansão da capacidade e verticalização dos negócios de transformadores e motores elétricos 
 
 
Praticamente metade do investimento será feito em fábricas de Santa Catarina

 

 

A Weg comunicou nesta quarta-feira (18) que investirá aproximadamente R$ 670 milhões ao longo dos próximos cinco anos na expansão da capacidade e verticalização dos negócios de transformadores e motores elétricos no México e no Brasil. No México os investimentos serão destinados para a construção de um novo prédio para fabricação de fios, em Atotonilco de Tula, além da aquisição e instalação de equipamentos. O objetivo é atender a demanda atual e projetada para fios e cabos empregados nos negócios de transformadores e motores elétricos na América do Norte. O investimento previsto é de aproximadamente R$ 336 milhões, também longo dos próximos cinco anos.

No Brasil, os investimentos serão aplicados nos parques fabris de Itajaí e Guaramirim, ambos em Santa Catarina. Em Itajaí, a companhia vai expandir em 9.500 metros quadrados sua fábrica de fios, atualmente com 8.500 metros quadrados, para atender a demanda atual e projetada para transformadores no Brasil. O investimento previsto neste projeto, próximo a R$ 169 milhões, tem um cronograma estimado de cinco anos. Já em Guaramirim, o plano consiste na expansão de um dos prédios da fundição, atualmente com 11 mil metros quadrados, em mais 6 mil metros quadrados, bem como a modernização do maquinário, com um aporte previsto de cerca de R$ 165 milhões no decorrer dos próximos três anos.

"Com estes novos investimentos, é dado um passo importante que faltava na verticalização da fabricação de motores elétricos no México e demonstra otimismo com as perspectivas de crescimento, tanto neste mercado quanto de transformadores no Brasil e no exterior", avalia a companhia sediada em Jaraguá do Sul, por meio de nota.

 

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/weg-anuncia-investimento-de-r-670-milhoes-no-mexico-e-no-brasil?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Weg+vai+investir+R%24+670+milh%C3%B5es+no+M%C3%A9xico+e+no+Brasil+-+Grupo+Amanh%C3%A3&utm_medium=email&utm_source=dinamize&utm_term=News+Amanh%C3%A3+18_09_2024

 

Banco central dos EUA corta 0,5 ponto percentual na taxa de juros do país

 


Patamar dos juros no país fica agora ente 4,75% e 5% ao ano 

 

 

Sede do Federal Reserve em Washington

 

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira, 18, a redução de 0,5 ponto percentual na taxa de juros do país, levando o patamos dos juros para 4,75% a 5%.

(em atualização)

Convênios devem impulsionar R$ 185 bilhões em exportações

 Exportação aérea no Brasil: tudo o que você precisa saber

Brasília, 18 – A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) firmaram na terça-feira, 17, sete convênios para estimular exportações de empresas do agronegócio brasileiro. Os acordos, com participação das entidades setoriais, visam incentivar cooperativas, micro e pequenas empresas (MPE), especialmente das regiões Norte e Nordeste, a iniciar ou aperfeiçoar estratégias voltadas para a exportação, informou a Apex, em nota. A expectativa é de que os convênios direcionados ao agronegócio possam gerar R$ 185 bilhões em exportações entre 2024 e 2025.

No campo da agropecuária, os sete convênios são voltados a ampliar a presença no exterior de arroz beneficiado; chocolate, balas, doces e amendoim; carne bovina; frutas e polpas congeladas; máquinas, equipamentos, insumos e tecnologia para produção de etanol e açúcar; etanol e farelo de milho; e produtos para animais de estimação.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou que a intenção é ampliar o acesso ao mercado internacional de cooperativas e micro e pequenas empresas do setor.

“O Brasil é líder em exportações em soja, café, suco de laranja, açúcar, carne bovina e de frango, algodão e agora chegou a oportunidade de fazer muito mais”, disse Fávaro após participar da assinatura dos convênios juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin. “Esses recursos vão impulsionar ainda mais o agro brasileiro. O Brasil é um dos principais exportadores globais e lidera as exportações de sete produtos que também serão contemplados por esses investimentos. Isso é um incentivo aos produtores rurais e ao governo federal”, destacou o ministro.

Os convênios estão alinhados à Política Nacional da Cultura Exportadora do governo federal. Os acordos preveem a promoção de negócios brasileiros em feiras internacionais, rodadas de negócios com compradores de todo o mundo, missões de importadores ao Brasil para conhecerem a produção nacional, além de estudos de mercado, defesa de interesses e acesso a novos mercados.

Haddad diz que não mudou meta fiscal: ‘Tivemos derrota no Congresso de R$ 40 bi’

 


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Rio de Janeiro

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 16, que não tem intenção de mudar a meta fiscal do governo. Ele reiterou que a alteração do alvo de resultado primário em 2025 – de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0% em 2025 – é reflexo de uma derrota de R$ 40 bilhões no Congresso Nacional.

“Não tenho intenção (de mudar meta). Quando as pessoas falam ‘você mudou a meta do ano que vem’, não foi isso que aconteceu. Nós tivemos uma derrota no Congresso Nacional, uma derrota importante de R$ 40 bilhões. Uma coisa é fechar os olhos para essa derrota, não fingir que ela existe e ficar enganando a sociedade. Outra coisa é ‘olha, tenho uma meta, mas resultado não consigo perseguir se não houver harmonização dos Poderes'”, afirmou o ministro durante evento promovido pelo Valor Econômico.

Apesar dessa derrota, ele reiterou que tem ocorrido uma harmonização entre os Poderes, já que o Congresso aprovou diversas medidas enviadas pela equipe econômica, mesmo com alterações. Ele afirmou que a Fazenda conhece os gargalos e desafios, mas tenta construir as soluções pelo caminho da política.

“Temos projeto (para o País), ele pode dar certo com tudo que estamos vendo, ele pode dar certo. As pessoas precisam concorrer para que ele dê certo”, defendeu Haddad.

Regra expansionista

Haddad negou que o arcabouço fiscal seja uma regra expansionista. “Não penso que o arcabouço seja expansionista, penso que inteligentemente introduziu na legislação brasileira cláusulas anticíclicas, o que era um problema da Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF]”, disse o ministro durante o evento. Ele observou que as despesas, pelas regras da LRF, despencavam em ciclos de retração econômica. “A LRF tinha essa deficiência. O que fizemos foi corrigir isso.”

O ministro salientou, no entanto, que o Executivo não é único poder da República, de modo que é preciso um trabalho pedagógico para que os demais poderes entendam que os limites do arcabouço valem para todos. Ao mencionar a “tese do século”, que trata da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins, Haddad disse que o Judiciário tomou medidas que acarretaram a expansão da dívida pública em 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além disso, o ministro voltou a dizer que, não fosse a desoneração da folha de pagamentos, cuja manutenção foi defendida pelo Legislativo, o País chegaria ao fim deste ano com equilíbrio fiscal. “Não estaríamos discutindo a questão fiscal.”

Por que o BC deve voltar a subir juros hoje e qual o impacto disso na economia?

 


Sede do Banco Central em Brasília

Os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgam no começo da noite desta quarta-feira, 18, a decisão sobre a taxa de juros da economia, a Selic, atualmente em 10,50% ao ano. A expectativa é que a decisão será pelo início de um novo ciclo de aperto monetário, com aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.). Se ele se concretizar, e a taxa for a 10,75%, será o primeiro aumento desde agosto de 2022.

Um aumento nos juros a essa altura é uma decisão na contramão de outros BCs pelo mundo. O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, também decide hoje sobre seus juros, muito provavelmente por um corte. Na semana passada foi o Banco Central Europeu que reduziu sua taxa. E ainda, segundo monitoramento da Reuters, cerca de metade de 18 mercados emergentes monitorados pela agência já começaram a cortar os juros neste ciclo.

A taxa de juros é um instrumento de política monetária que impacta na inflação, em geral, se usa em dosagens para tentar conter o avanço de preços que pode refletir no bom andamento da economia do país. A meta de inflação definida para 2024 é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 p.p. para mais (4,5%) ou para menos (1,5%).

Reprodução/Banco Central

Contudo, o cenário brasileiro está composto hoje por uma economia aquecida, refletida no PIB do segundo trimestre de 2024  – que surpreendeu até mesmo o governo ao ficar 1,4% maior que em relação ao trimestre anterior – e uma projeção de inflação para fora do teto da meta.

O Boletim Focus desta semana, documento semanal do Banco Central com as projeções do mercado para a economia, aponta para uma inflação anual maior que nas edições anteriores, de 4,35%, a nona alta semanal consecutiva. Para 2025, a projeção também subiu e passou de 3,92% para 3,95%.

Soma-se ainda um mercado de trabalho forte, com recorde de 102 milhões de pessoas empregadas, levando a taxa de desemprego oficial para um de seus menores níveis históricos, e com incremento de renda, ainda que pequeno.

Toda essa conjuntura acende o alerta para aumento dos riscos inflacionários, deixando a decisão do Comitê ainda mais inclinada para um aperto monetário e que, provavelmente, se seguirá nas próximas reuniões.

O governo também segue com dificuldades para fechar suas contas, trazendo ainda mais incertezas para o cenário fiscal. O Focus aponta para um déficit primário de 2024 em 0,60% do Produto Interno Bruto (PIB), distante da meta deste ano, de déficit zero, com tolerância de 0,25 p.p. para mais ou para menos. O próprio governo espera obter um déficit primário de R$ 28,8 bilhões em 2024, exatamente em linha com o piso do alvo.

Juros altos

E se por um lado a taxa de juros mais alta ajuda a conter a pressão inflacionária, por outro impacta diretamente na atividade econômica. A elevação da taxa básica, por exemplo, contribui para a desvalorização do real em relação ao dólar.

Reforça, ainda, a desconfiança do mercado na capacidade do governo de cumprir a meta fiscal, essa última sob escrutínio do mercado no momento, lembrando que juros mais altos impactam na dívida pública, já que grande parte dela está indexada à Selic.

Juros maiores significa crédito mais caro. E, com o crédito menos acessível, os diferentes setores da economia têm dificuldade para investir e fazer crescer a atividade econômica. O setor industrial, por exemplo, que com desempenho praticamente estagnado – entre pequenas altas e baixas – esbarra nas taxas de juros mais alta na hora de acelerar investimentos para impulsionar produtividade.

O crédito fica mais caro também para os consumidores e trabalhadores. Seja para aquisição da casa própria, carro ou qualquer outro consumo mais vultoso, e pode deixar as famílias mais endividadas.

+ ‘Lula poderia fazer mais para sinalizar compromisso com redução de gastos’, diz Ricupero

Um cenário de juros mais alto mexe ainda com os investimentos no país. Alguns tipos de investimento, aqueles de renda fixa e principalmente os atrelados à Selic, passam a ser mais interessantes. E empresas deixam de captar dinheiro na bolsa e afasta investidores da renda variável.

Dois presidentes

Além da grande expectativa pela confirmação do início de um novo ciclo de aperto, a reunião que se encerra nesta quarta-feira, 18, contará com “dois presidentes” do BC. Além do oficial, vem ganhando cada vez mais lupa a comunicação feita pelo atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que foi indicado no fim de agosto pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como o novo comandante do BC a partir de 2025.

Galípolo tomará posse do cargo em janeiro se for aprovado em sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, marcada para 8 de outubro. Nas últimas semanas, o postulante percorreu gabinetes da Casa para se reapresentar aos parlamentares. Ele contou também com a ajuda de Campos Neto. Esta é a primeira vez que ocorre uma transição deste tipo por causa da lei de autonomia operacional do BC, de 2021.

*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e AFP