terça-feira, 8 de setembro de 2015

Levy não descarta aumento do Imposto de Renda da pessoa física

Joaquim Levy




O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou nesta terça-feira, 8, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que está sendo feita uma discussão, inclusive junto ao Congresso, para encontrar as formas mais adequadas para viabilizar "uma ponte fiscal sustentável". Levy disse que, em relação "à maioria dos países da OCDE, o Brasil tem menos Imposto de Renda sobre a pessoa física. É uma coisa a se pensar".

Perguntado pelo Broadcast se seria o caso de elevar o IR no Brasil, Levy afirmou que "pode ser um caminho". "Esta é a discussão que a gente está tendo agora, e que eu acho que tem que amadurecer mais rapidamente no Congresso."

Nikkei ganha aprovação para aquisição do Financial Times


Getty Images
Homem lê Financial Times
Homem lê Financial Times
 
Diane Bartz, da REUTERS


Washington - O grupo de mídia japonês Nikkei recebeu aprovação antitruste dos Estados Unidos para sua aquisição do jornal Financial Times da britânica Pearson, por 1,3 bilhão de dólares, disse a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.

A transação estava na lista de acordos que a FTC e o Departamento de Justiça garantiram "conclusão antecipada", essencialmente uma aprovação rápida antitruste.

A aquisição do Financial Times pelo Nikkei marca o ápice de décadas de tentativas para adentrar no mercado da grande mídia em língua inglesa.
O Nikkei, cujo jornal carro-chefe desfruta de uma reputação de ser leitura obrigatória para notícias financeiras no Japão, anteriormente teve uma aliança que durou anos com a Dow Jones, editora do The Wall Street Journal, que foi encerrada na última década.

Valid compra dinamarquesa Fundamenture por US$ 90 milhões


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SIM Card
SIM Card: a Valid informou que a compra se dará por meio de sua subsidiária Valid Espanha
 
Aluísio Alves, da REUTERS


São Paulo - A empresa de tecnologia de meios de pagamento Valid anunciou nesta quarta-feira a compra da fabricante dinamarquesa de SIM Cards Fundamenture por 90 milhões de dólares.

Em comunicado, a Valid informou que a compra se dará por meio de sua subsidiária Valid Espanha.
Segundo a Valid, a Fundamenture tem 6,5 por cento do mercado mundial de SIM Cards, com 300 milhões de cartões vendidos por ano. Com a compra, a Valid passa da décima terceira para a quinta posição no ranking mundial de fornecedores de SIM Cards.
A Fundamenture, que desenvolve tecnologia para smart card bancário, atua em 35 países na Ásia, África e Oriente Médio. A empresa teve receita líquida de 71,7 milhões de dólares e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 10 milhões de dólares em 2014.

Segundo a Valid, a transação prevê um pagamento adicional aos vendedores de até 48,3 milhões de dólares, caso o Ebitda médio anual combinado da Valid Espanha e da Fundamenture entre 2015 e 2017 atinja 31 milhões de dólares.

Seguradora RSA vende ativos na América do Sul


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RSA seguros

Seguradora RSA: a venda será completada no fim de 2016 porque exigirá as permissões necessárias das autoridades reguladoras em todos os países envolvidos
 
Da AFP


A companhia de seguros britânica RSA anunciou nesta terça-feira que venderá seus ativos na América do Sul por 403 milhões de libras (618 milhões de dólares) à Suramericana, filial da colombiana Sura.

O montante da transação será pago em dinheiro, disse a RSA, que está presente em Chile, Argentina, Brasil, México, Colômbia e Uruguai.

A venda será completada no fim de 2016 porque exigirá as permissões necessárias das autoridades reguladoras em todos os países envolvidos.
"Estamos felizes em anunciar a venda de nossas atividades sul-americanas. A RSA se posiciona principalmente em seus grandes mercados de Reino Unido, Irlanda, Escandinávia e Canadá, e estava claro que não era a melhor proprietária para estes ativos", disse Stephen Hester, presidente-executivo da RSA, no comunicado.

Com a entrada de 403 milhões de libras em dinheiro, esta venda reforçará o capital da RSA e aumentará sua flexibilidade, acrescentou Hester.

A RSA está em negociações com a empresa suíça Zurich Insurance, que quer comprá-la. A seguradora suíça aumentou recentemente sua oferta a 5,6 bilhões de libras (7,6 bilhões de euros, 8,6 bilhões de dólares).

O conselho de administração da RSA se disse a princípio disposto a recomendar esta oferta aos seus acionistas, mas quer estudar com mais calma alguns de seus aspectos.

A RSA, conhecida anteriormente pelo nome de Royal & Sun Alliance, se viu afetada em 2013 pela descoberta de um rombo em suas contas relacionado às atividades da empresa na Irlanda, um escândalo que levou à renúncia de seu diretor geral na época, Simon Lee.

O ex-CEO do britânico Royal Bank of Scotland (RBS) Stephen Hester substituiu-o em fevereiro de 2014, com a missão de voltar a colocar a empresa no bom caminho.

Aquisição bilionária forma 3ª maior emissora de TV dos EUA



Valter Campanato/Agência Brasil
Campanha foi determinada pelo Ministério das Comunicações às concessionárias de canais de televisão
Televisão: a companhia combinada deve atingir receitas de 3 bilhões de dólares


São Paulo - A Media General anunciou nesta terça-feira (8) que comprará a rival Meredith Corp. por cerca de 2,4 bilhões de dólares em dinheiro e ações (algo em torno de 9 bilhões de reais).

O negócio dá origem à terceira maior emissora de televisão dos Estados Unidos, que se chamará Meredith Media General.

Pelo acordo, os acionistas da Meredith vão receber 51,53 dólares por cada um dos papeis da companhia, um prêmio de 12% sobre o valor em que eles fecharam na última sexta-feira (4). Incluindo as dívidas, a transação é avaliada em aproximadamente 3,1 bilhões de dólares.
A companhia combinada deve atingir receitas de 3 bilhões de dólares e um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de 900 milhões de dólares ao ano.

A aquisição ainda precisa ser aprovada pelos investidores das duas empresas e por órgão regulatórios e deve ser concluída em 30 de junho do ano que vem.

São esperadas sinergias totais de 80 milhões de dólares nos primeiros dois anos após a conclusão do processo.

A nova organização terá, inicialmente, 88 afiliadas em 54 mercados nos Estados Unidos e alcançará 30% dos lares com televisão do país. Ela também administrará uma plataforma digital com alcance de 200 milhões de visitantes únicos por mês.

A Meredith Media General será comandada pelo atual presidente da Meredith Corp., Steve Lacy.

Usiminas dispara após notícia de "trégua" entre os sócios


Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja
Usiminas
Fábrica da Usiminas: Papéis da companhia subiam acima dos 7% nesta terça-feira
São Paulo - Os papéis da Usiminas disparam nesta terça-feira e tanto as ações preferenciais quanto as ordinárias subiam acima dos 7%.

A alta é impulsionada pela notícia divulgada hoje pelo jornal Valor Econômico de que a piora operacional da empresa gerou uma trégua entre suas sócias, Nippon e Ternium.
 
De acordo com a publicação a empresa já perdeu 800 milhões de reais do seu valor de mercado desde o fim de agosto de 2014, antes da troca de direção, em um reflexo dos problemas entre os sócios. O valor de mercado da companhia atualmente está em torno de 7,1 bilhões de reais.

JBS vai para a Venezuela e vira tábua de salvação de Maduro




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Lucro da JBS cresceu no quarto trimestre em relação ao ano anterior, mas foi menor que no terceiro trimestre.
Carne da JBS: No momento, a principal preocupação do governo venezuelano é a oferta de alimentos
 
Simeon Bennett e Johannes Koch, da Bloomberg

Em junho, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, passou quatro dias no Brasil. Acompanhado de outras autoridades, reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. Pelo Twitter, declarou que estava “trabalhando pela Pátria”.

Mas o primeiro encontro importante de Cabello no Brasil foi com Joesley Batista, o mais velho dos cinco irmãos do clã bilionário que controla a JBS, o maior produtor mundial de carnes.

O líder venezuelano jantou com a família Batista e dedicou três dias de sua viagem a visitar fábricas do frigorífico brasileiro.
A visita de Cabello ao Brasil diz muito sobre a relação de codependência que surge entre a JBS e o governo da Venezuela, bem como sobre as atuais prioridades da administração chavista no momento en que a hiperinflação, a queda na produção e o aumento da criminalidade levam ao racionamento de alimentos, às revoltas populares e aos saques.

“A principal preocupação do governo no momento é a oferta de alimentos”, afirma Fernando Portela, diretor-executivo da Câmara de Comércio e Indústria Venezuelano-Brasileira (Cavenbra).

“Eles precisam continuar abastecendo as lojas para permanecer no poder”.

Na Venezuela, apenas um em cada cinco eleitores diz querer que o presidente Nicolás Maduro termine seu mandato, que vai até 2019. Com as eleições parlamentares marcadas para dezembro, o partido do governo corre o risco de perder o controle do Congresso pela primeira vez em 16 anos.

Cabello declarou que viajava ao Brasil com o objetivo de negociar o fornecimento de alimentos e medicamentos e, assim, vencer a “guerra econômica” que os capitalistas estariam travando contra seu país. O governo não respondeu aos pedidos da reportagem por mais esclarecimentos.
 

Acordo diferenciado


Para a JBS, o mercado venezuelano ganhou um significado especial. A empresa, que em abril fechou um contrato de US$ 2,1 bilhões com o governo daquele país, é responsável por quase metade da carne bovina e um quarto do frango consumido por 28 milhões de consumidores.

O país vizinho responde por cerca de 10 por cento das receitas de exportação da companhia. Para alguns analistas, trata-se de uma posição de risco, já que a Venezuela está perto de um calote. A JBS pensa diferente.

“Para a JBS, foi a oportunidade de fazer algo que ninguém mais fez em um país que tem uma demanda potencial importante”, disse Miguel Gularte, presidente da JBS Mercosul, em entrevista.

Ao assumir o processo de distribuição e empacotamento de seus produtos na Venezuela, a JBS conseguiu reduzir drasticamente o tempo necessário para que os alimentos importados chegassem às prateleiras, um diferencial competitivo, disse o executivo.

A JBS tem um acordo que outras empresas não têm. No ano passado, a multinacional vendeu cerca de US$ 1,2 bilhão em alimentos ao governo venezuelano, tendo sido paga em até 90 dias, segundo documentos elaborados em conjunto pela firma brasileira e pela estatal que detém o monopólio das importações, a Corpovex. Segundo Gularte, a JBS espera ampliar em 20 por cento as vendas à Venezuela em 2015.

A companhia está negociando a estruturação de um financiamento de longo prazo com o Credit Suisse AG para acelerar seu crescimento na Venezuela.
 

Faturas não pagas


Em contrapartida, várias corporações locais e estrangeiras há anos não conseguem obter dólares, racionados pelo governo venezuelano. A Ecoanalítica, uma consultoria com sede em Caracas, estima que o governo venezuelano possui US$ 28 bilhões em faturas não pagas a empresas privadas.

“Para a Venezuela, é uma vantagem negociar com uma única empresa de multiproteína, com uma plataforma logística integrada, em vez de comprar frango de uma empresa, carne bovina de outra”, afirma Gularte. “A Venezuela encontrou um parceiro que a respeita”.

O acordo com a JBS oferece uma tábua de salvação ao governo de Maduro, que se esforça para preencher as prateleiras dos supermercados antes das eleições.

Politicamente, os governos do Brasil e da Venezuela têm se apoiado em meio à crise. Nicolás Maduro defendeu Dilma Rousseff contra os pedidos de impeachment da oposição. Dilma, por sua vez, criticou as sanções dos Estados Unidos contra o governo Maduro.
 

Doações políticas


No ano passado, a JBS foi a maior doadora para a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição. As doações políticas ao PT e a outros partidos foram citadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as operações do BNDES, que possui cerca de um quarto das ações da JBS.

As exportações da JBS para a Venezuela não contam com financiamento público, e o acordo com a Corpovex não tinha sido sequer comunicado ao governo brasileiro, afirma Gularte. A JBS preferiu não comentar sobre a CPI do BNDES.

Os laços entre a JBS e o governo venezuelano são dignos de nota em um país onde as importações despencaram devido ao colapso do petróleo, a principal fonte de receita do país, e onde as empresas de alimentos têm sido particularmente visadas pelo governo.

Em julho, soldados ocuparam os armazéns da maior produtora local de alimentos, a Empresas Polar, acusada pelo governo de sabotar a economia por reduzir a produção. A companhia, com sede em Caracas, diz que as autoridades monetárias da Venezuela lhe devem US$ 463 milhões.
 

Risco de crédito


Os principais concorrentes da JBS também sentiram dificuldades na Venezuela. Neste ano, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e o frigorífico Marfrig deixaram de exportar para o país vizinho em meio ao crescente risco de crédito.

O frigorífico Minerva informou que só exporta para a Venezuela quando pago com antecedência. A saída dessas empresas ajudou a impulsionar a participação da JBS no mercado venezuelano.

A cada 10 dias, um navio da Hamburg Süd contratado pela JBS adentra o maior porto da Venezuela, Puerto Cabello.

Duas semanas depois de deixarem o Brasil, os contêineres brancos e refrigerados cheios de carne e outros produtos são descarregados e despachados. A estatal Corporación de Abastecimientos y Servicios Agrícolas (Casa) monitora cada contêiner diariamente.

Segundo as autoridades portuárias, os alimentos são transportados prioritariamente para as áreas mais ameaçadas por distúrbios ou por campanhas da oposição.
 

Fronteira fechada


Recentemente, o governo Maduro declarou estado de emergência perto de parte da fronteira colombiana, argumentando que o contrabando de alimentos agravava a escassez. Para os críticos, o presidente venezuelano tentou criar um bode expiatório para desviar a atenção de suas políticas fracassadas.

Empresas locais enfrentam perspectivas muito diferentes das da JBS no que diz respeito as preços recebidos e à distribuição de seus produtos.

Um frigorífico venezuelano que vende carne de vacas criadas localmente a um supermercado privado recebe apenas 16 por cento do preço da carne brasileira, segundo Franz Rivas, diretor-executivo da Associação Venezuelana de Frigoríficos (Asofrigo).

Um contêiner importado por uma empresa privada venezuelana pode permanecer semanas em um navio fora do porto e esperar até dois meses para passar pela alfândega, segundo a Cavenbra e a Câmara de Comércio de Puerto Cabello.

O programa de redistribuição de terras do governo, uma das causas do embate entre os socialistas e o setor privado, tirou muitos pequenos pecuaristas do negócio.

Com isso, a fatia da produção doméstica de carne bovina o mercado caiu de 60 por cento para 20 por cento na última década, segundo o Conselho Venezuelano da Carne e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).

Reflexo da crise na indústria, as importações de gado para abate local também desabaram. No ano passado, a Venezuela, que chegou a ser o segundo maior importador mundial de gado, praticamente não recebeu nenhum volume, de acordo com dados do USDA.

Segundo Rivas, todos os frigoríficos membros da Asofrigo operam com prejuízo atualmente.