segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Cade aprova acordo de redes 4G entre TIM, Vivo e Oi


Thinkstock
internet das coisas
Internet: esse tipo de contrato é conhecido no jargão do mercado como acordos de "RAN Sharing"
 
Da REUTERS


São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições acordo de compartilhamento de infraestrutura de telefonia móvel de quarta geração (4G) entre as operadoras TIM Participações, Vivo e Oi.

Segundo parecer divulgado pelo Cade, o contrato firmado entre as empresas prevê cessão recíproca e onerosa de parcela limitada de suas respectivas infraestruturas para a prestação dos serviços móveis na tecnologia 4G.

Esse tipo de contrato é conhecido no jargão do mercado como acordos de "RAN Sharing", e o acordo firmado refere-se à faixa de frequência de 2,5 GHz.

"As requerentes declaram que ao vencer a licitação assumiram inúmeros compromissos de abrangência envolvendo a construção, operação e manutenção da rede necessária para cumprir tais obrigações, bem como para atender de forma adequada aos novos clientes da tecnologia 4G, implicando investimentos substanciais", disse o parecer do Cade.

"Entretanto, em razão de restrições urbanísticas e ambientais à implantação de novas Estação Radio Base (ERBs), a expansão dos serviços móveis no Brasil estaria dificultada, sendo a cessão de meios de rede LTE (4G) uma das alternativas encontradas pelas empresas do setor para driblar os elevados custos relacionados à construção da infraestrutura LTE necessária ao seu crescimento", segundo o documento.

De acordo com o Cade, o compartilhamento de redes será baseado em um modelo de separação de responsabilidades, de forma que cada empresa será responsável pela construção e implementação da infraestrutura, em uma dada área geográfica, bem como por sua operação.

"As requerentes afirmam que haverá completa independência na gestão dos serviços e dos usuários, sem impacto nas estratégias comerciais de cada uma das partes e a troca de informações entre as partes será restrita exclusivamente a questões técnicas." O Cade considerou que a operação não terá efeitos anticompetitivos.

Tim trabalha com bancos sobre fusão com Oi, dizem fontes



Alessia Pierdomenico/Bloomberg
Telefonia: loja da TIM
Loja da TIM: bancos dos EUA estão ajudando a unidade brasileira da Telecom Italia a avaliar os detalhes de um possível negócio
 
Jonathan Levin, da Bloomberg
Cristiane Lucchesi e Daniele Lepido, da Bloomberg


A Tim Participações SA continua estudando a possibilidade de fusão com a Oi SA e trabalha no negócio com o Bank of America Corp. e o Citigroup Inc., disseram pessoas informadas sobre o assunto.

Os bancos dos EUA estão ajudando a unidade brasileira da Telecom Italia SpA a avaliar os detalhes de um possível negócio, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque o assunto é privado. Não há nenhuma conversa formal em andamento, nem garantia de que algum acordo possa ir adiante, disseram elas.

Embora a crise no Grupo BTG Pactual SA -- assessor de longa data da Oi -- tenha sido um revés, as empresas continuam empenhadas em explorar a combinação, disseram duas pessoas. É improvável que as empresas brasileiras fechem negócio até o fim do ano, disse uma delas.

Antes da prisão do então presidente do BTG, André Esteves, a Oi e seus assessores vinham planejando entregar uma proposta à Tim em dezembro, disse outra pessoa na época. A Tim está esperando para ver como a situação avança, segundo uma fonte adicional. Por meio de seu advogado, Esteves negou irregularidades.

“Não há proposta na mesa, não há negociação, não há contato’’, disse Rodrigo Abreu, presidente da Tim, a jornalistas em São Paulo no dia 9 de dezembro. Ele disse em outubro que a Tim analisará a proposta quando ela for concreta.

Um representante da Oi, em resposta por e-mail a perguntas, disse que as negociações evoluem de forma normal para uma transação desse tamanho. A empresa disse que suas relações com a LetterOne e com o BTG continuam inalteradas, e o BTG atua exclusivamente como assessor.

A unidade brasileira da Telecom Italia não tem nenhuma necessidade de focar em operações de fusão e aquisição e nenhum assessor foi contratado para um possível negócio com a Oi, disse um porta-voz da Telecom Italia em Roma.

Representantes do Citigroup, do Bank of America e da Tim preferiram não comentar.
 

Reação do mercado


O mercado viu os problemas do BTG como um revés direto para o negócio entre Oi e Tim. Com a alta carga de dívida da Oi uma fusão, assim como um investimento de capital, se tornou uma questão de sobrevivência para a gigante das telecomunicações. As ações e os títulos da Oi despencaram desde o início da crise do BTG, com os títulos sendo negociados a 43 centavos de dólar, sugerindo que os traders esperam que os títulos experimentem perdas significativas em relação ao principal.

A prisão de Esteves desencadeou uma crise de confiança em relação ao banco, provocando uma corrida para venda de ativos para preservar liquidez.


Investimento da LetterOne


A Oi parecia ter dado um respiro em outubro quando atraiu, com assessoria do BTG, um compromisso de investimento de até US$ 4 bilhões da LetterOne Holdings SA, do bilionário russo Mikhail Fridman. O compromisso veio com condições -- depende de a Oi buscar uma negociação com a Tim.

A proposta que a Oi está preparando juntamente com a LetterOne provavelmente entregará à Telecom Italia uma participação de mais de 50 por cento na nova empresa, disse uma fonte. Isso poderia evitar atrito nas negociações.

Embora a Oi seja a maior empresa em receita, seu valor de mercado entrou em colapso por causa do peso de sua dívida. Seu valor é de R$ 1,7 bilhão (US$ 449 milhões), contra R$ 17 bilhões da Tim, enquanto a razão dívida-capital da Oi é de 75,2 por cento, contra uma média de 40,1 por cento de seu par, segundo dados compilados pela Bloomberg.
 
As discussões foram adiadas devido a assuntos internos no conselho da Telecom Italia e não devido à situação no BTG, disse uma fonte informada sobre o assunto.
 

Shell vai cortar 2.800 empregos por aquisição da BG


Neil Hall/Reuters
Logo da Shell visto em uma garagem da empresa em Londres
Logo da Shell: "A Shell espera atualmente uma redução potencial total de aproximadamente 2.800 empregos a nível mundial"
 
Da AFP

A empresa anglo-holandesa Royal Dutch Shell anunciou nesta segunda-feira que irá cortar 2.800 postos de trabalho, 3% do total, após a aquisição da empresa rival britânica BG.

"A Shell espera atualmente uma redução potencial total de aproximadamente 2.800 empregos a nível mundial em toda a empresa combinada, ou aproximadamente 3% da força de trabalho total", afirma a Shell em um comunicado.

A Shell informou que os cortes são adicionados aos 7.500 previamente anunciados.

A aquisição da BG - por 55 bilhões de libras, 84 bilhões de dólares - recebeu a aprovação das autoridades chinesas nesta segunda-feira, depois das autorizações anunciadas por Estados Unidos, Austrália, Brasil e Comissão Europeia.

Em um momento no qual os grandes projetos de exploração são caros e arriscados, uma compra deste tipo permitirá a Shell aumentar de uma só vez suas reservas de petróleo e gás em 25% e sua produção em 20%.

A Shell, que agora buscará a aprovação dos acionistas das duas empresas, espera completar a aliança no início de 2016.

Fusão entre Shell e BG recebe aprovação da China


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Posto da Shell
Shell: as gigantes do petróleo e gás Shell e BG vão agora enviar um prospecto de incorporação aos seus acionistas
 
Da REUTERS

Londres - A petroleira anglo-holandesa Shell planeja cortar milhares de empregos para reduzir custos caso a aquisição da petroleira britânica BG ocorra como o planejado, no início do próximo ano, na sequência de uma autorização definitiva concedida por autoridades da China.

A aquisição, que foi anunciada em 8 de abril e é a maior do setor em uma década, foi aprovada pelo Ministério do Comércio da China, declarou a Shell nesta segunda-feira, após o aval anterior da Austrália, do Brasil e da União Europeia.

As gigantes do petróleo e gás Shell e BG vão agora enviar um prospecto de incorporação aos seus acionistas e realizar reuniões gerais especiais para votações sobre o negócio.

Se aprovada, a fusão vai enfrentar uma audiência judicial 10 dias mais tarde e pode ser concluída até o início de fevereiro.

Alguns acionistas, no entanto, manifestaram preocupação sobre os méritos da aquisição após a acentuada queda nos preços do petróleo.

A queda nos preços das ações da Shell desde abril significa que o valor do negócio caiu para 53 bilhões de dólares, ante os anteriores 70 bilhões de dólares.

Pouco depois de anunciar o sinal verde da China, a Shell emitiu uma declaração dizendo que espera cortar cerca de 2.800 vagas globais do grupo combinado. Isso seria quase 3 por cento da força de trabalho combinada de cerca de 100 mil funcionários.

A Shell anunciou anteriormente cortes de custos e um plano de desinvestimentos, em meio aos baixos preços do petróleo no cenário global.

A BG hoje é a principal sócia da Petrobras na produção de petróleo no pré-sal e a segunda maior produtora de óleo e gás do Brasil, depois da petroleira estatal.


Grupo Abril recebe aporte de R$ 450 milhões



ALEXANDRE BATTIBUGLI / PLACAR
Novo Edifício Abril, sede do Grupo Abril
Sede da Abril: aporte reduz o endividamento, traz equilíbrio financeiro para o ano e fortalece o grupo para 2016


São Paulo – O Grupo Abril recebeu hoje um aporte de capital de R$ 450 milhões, feito pela Família Civita. Ao mesmo tempo, a companhia fechou um acordo para reperfilamento de sua dívida de curto e médio prazo.

As iniciativas permitirão "uma redução efetiva do endividamento e fazem com que a empresa encerre 2015 com equilíbrio em suas finanças e fortalecida para 2016", segundo comunicado enviado à imprensa.

“Esse aporte representa, acima de tudo, nossa confiança nos negócios e no país. Temos um compromisso com a Abril e acreditamos na sua perenidade. Somos e continuaremos sendo a maior Editora da América do Sul, líder em vários segmentos e plataformas", afirmou Giancarlo Civita, presidente do Grupo Abril.

De acordo com ele, a empresa seguirá nos negócios de impressão e distribuição. "Vamos encerrar este ano muito melhor do que terminamos em 2014. Fizemos os ajustes necessários, nossa rentabilidade melhorou e entramos em 2016 com nova perspectiva”, afirmou. 

Ainda segundo Civita, a capitalização e o fechamento do acordo colocam a empresa em condições melhores de operação.

Para ele, a capacidade de geração de caixa somada à credibilidade e à solidez do grupo Abril são os principais fatores que tornam a companhia preparada para o ano que vem.

O cenário macroeconômico adverso impôs às empresas de mídia uma pressão ainda maior, em que ajustes e mudanças constantes nos negócios se fazem necessários, de acordo com Giancarlo Civita.

“Mesmo diante desse quadro, estou certo de que entramos em 2016 ainda mais fortes para cumprir nossa missão em defesa da livre iniciativa, das instituições democráticas, da difusão de cultura, educação e entretenimento”, disse.

Grupo Pão de Açúcar fecha parceria com a Multiplus



Marcos Issa/Bloomberg
Pão de Açúcar
Parceria: os clientes Multiplus poderão transferir pontos para os programas de fidelidade Clube Extra e Pão de Açúcar Mais
 
Da REUTERS


São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar fechou parceria que permitirá o resgate de pontos de programas de fidelidade Multiplus por produtos dos supermercados Extra e Pão de Açúcar, em uma tentativa de impulsionar o poder de compra do consumidor diante da recessão econômica, anunciaram as companhias nesta segunda-feira.

Os cerca de 14 milhões de clientes do Multiplus poderão transferir pontos para os programas de fidelidade Clube Extra e Pão de Açúcar Mais e trocar por produtos nos supermercados das duas bandeiras.

Também haverá a possibilidade de trocar por vouchers de compras nas lojas da Via Varejo (Ponto Frio e Casas Bahia).

Atualmente, a Multiplus já tem parceria com a Cnova, empresa de comércio eletrônico do GPA dona dos sites PontoFrio.com e CasasBahia.com.

De acordo com Renato Camargo, gerente de CRM e fidelidade do GPA, em uma segunda etapa, ainda sem data, a parceria também permitirá que os clientes dos programas Clube Extra e Pão de Açúcar 

Mais acumulem pontos para trocar por produtos nos 425 parceiros da Multiplus.

"O objetivo é aumentar o poder de compra do cliente em um momento da economia em que o consumidor está buscando vantagens e benefícios", disse Camargo. O Clube Extra tem 7 milhões de clientes, respondendo por 40 por cento das vendas do supermercado, enquanto o Pão de Açúcar Mais, cerca de 4 milhões, representando 70 por cento das vendas.

Clientes de programas fidelidade costumam realizar compras com maior valor médio nos supermercados, segundo Camargo.

Para a Multiplus, a vantagem da parceria será adicionar clientes para resgates de pontos e ampliar sua atuação no mercado de troca de produtos e serviços, mais rentável para a empresa quando comparado à troca de pontos por passagens aéreas.

Atualmente, 20 por cento dos pontos resgatados pela Multiplus são produtos e serviços, percentual que deve aumentar nos próximos anos, disse Alexandre Moshe, diretor-executivo de marketing e vendas da Multiplus. "Em mercados maduros, esse percentual é de 25 por cento", disse, completando que o aumento do número de parceiros contribui para o maior "engajamento" dos clientes ao programa de fidelidade.

A parceria está sendo firmada em um momento de dificuldade de vendas no setor supermercadista. Em outubro, as vendas reais dos supermercados do Brasil recuaram 1,56 por cento ante mesmo mês de 2014, como reflexo do aumento do desemprego.

Caixa 2 para Lula foi definido em reunião com Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, IESA e UTC, diz empreiteiro delator










Ricardo Pessoa apontou quais empresas participaram e como teria sido operacionalizado o repasse de R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo para a campanha presidencial do petista em 2006.
© Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula Ricardo Pessoa apontou quais empresas participaram e como teria sido operacionalizado o repasse de R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo para a campanha presidencial do petista em 2006.


Em sua delação premiada, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, afirmou que as empreiteiras Queiroz Galvão, IESA e Camargo Corrêa tomaram conhecimento e aceitaram pagar, junto com a sua empresa, R$ 2,4 milhões de caixa 2 para a campanha à reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Segundo o empreiteiro, o pedido de doação “não oficial” partiu do então tesoureiro da campanha petista José de Filippi Junior, ex-secretário de Saúde do município de São Paulo para a empreiteira Queiroz Galvão, então líder do consórcio QUIP, responsável pela construção da plataforma P53 da Petrobrás junto com a Camargo Corrêa, IESA e UTC.

A solicitação, então, foi discutida em uma reunião com representantes das quatro empresas, incluindo Pessoa representando a UTC. “O atendimento da solicitação (de dinheiro vivo para a campanha de Lula) foi aprovado pelo conselho da QUIP, em uma reunião entre o declarante (UTC), Ildefonso Colares (então presidente da Queiroz Galvão), Valdir Carreiro (executivo da Iesa) e Camerato (executivo da Camargo Corrêa)”, relatou o dono da UTC aos investigadores.

No encontro teria ficado definido que Pessoa seria o responsável por operacionalizar os repasses em espécia “em razão de sua proximidade com Filippi e da facilidade logística pelo fato de ambos estarem em São Paulo”. Ainda de acordo com o delator, os recursos do caixa 2 vieram do dinheiro recebido pelo consórcio pelas obras da P53 “mediante a utilização da empresa Quadrix, no exterior”.

O dinheiro foi entregue a Pessoa por um representante do consórcio QUIP na UTC e, a partir daí, teriam sido feitas três entregas diretamente a Filippi no comitê de campanha de Lula na Av. Indianópolis, na capital paulista, totalizando os R$ 2,4 milhões. Pessoa disse que fez duas entregas pessoais e Filippi e que seu funcionário Walmir Pinheiro fez a terceira.

Na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, constam quatro doações oficiais da UTC para o comitê da campanha presidencial petista totalizando R$ 1,2 milhão, valor que o próprio Pessoa admitiu em sua delação ter repassado oficialmente para a campanha petista sem relação com o caixa 2 envolvendo o esquema de corrupção na Petrobrás.

O PT e a assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quiseram comentar o caso. A Camargo Corrêa e a UTC não responderam aos contatos da reportagem. A reportagem não localizou representantes da Iesa para comentar o caso.


COM A PALAVRA, A QUEIROZ GALVÃO:


“Queiroz Galvão esclarece que as atividades da companhia são pautadas pelo respeito aos padrões internacionais de ética corporativa.”


COM A PALAVRA, JOSÉ DE FILIPPI JÚNIOR:


“Em relação às informações prestadas pelo sr. Ricardo Pessoa, cabe esclarecer novamente que:

Não solicitei a qualquer pessoa que pedisse ou retirasse qualquer quantia em dinheiro em meu nome;

Todas as contribuições de campanha política que solicitei ao senhor Ricardo Pessoa foram recebidas formalmente via Transferência Eletrônica Direta (TED) e devidamente registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral;

3. Refuto veementemente todas as acusações que o Sr. Ricardo Pessoa dirige a mim;

Ao longo de mais de 20 anos, ocupei cinco mandatos populares, tosos eles conquistados sobretudo pela confiança que a população de Diadema me conferiu. Jamais solicitei ou recebi vantagens indevidas nos cargos que exerci. Este é meu maior patrimônio e que ninguém irá me tirar;

Continuo à disposição das autoridades competentes para prestar os devidos esclarecimentos.

Atenciosamente,

José de Filippi Jr.
Ex-prefeito de Diadema por três mandatos e ex-deputado estadual e federal pelo PT”