(Publicado originalmente em
rodrigoconstantino.com, em 11/09)
11 de setembro de 2016: 15 anos do atentado terrível que chocou o mundo
civilizado, mas levou ao orgasmo os doentes mentais que alimentam um
antiamericanismo patológico. Em homenagem a todos que morreram naquele
dia terrível, segue um texto meu antigo sobre essa patologia que assola
tantos “intelectuais” e artistas engajados na América Latina: Antiamericanismo patológico
“Para os latino-americanos é um escândalo insuportável que um punhado
de anglo-saxãos, chegados ao hemisfério muito depois dos espanhóis,
tenham se tornado a primeira potência do mundo”. (Carlos Rangel)
O
povo brasileiro, segundo algumas pesquisas apontam, é um dos que têm
maior sentimento negativo em relação aos Estados Unidos. A grande causa,
creio, está na ignorância alimentada pela inveja. A falta de
conhecimento acerca de inúmeros fatos, junto com décadas de lavagem
cerebral ideológica, transformou a nação do norte num demônio, assim
como no perfeito bode expiatório para nossos problemas.
Não será
meu objetivo aqui esgotar o assunto, pois seria necessário, para tanto,
um livro inteiro. Sugiro então a leitura de A Obsessão Antiamericana, do
francês Jean-François Revel. Ou, para quem preferir um estilo mais
irônico, Manual do Perfeito Idiota Latinoamericano, o qual tem, entre os
autores, Álvaro Vargas Llosa. Nesse artigo irei tratar do tema de forma
sucinta.
Uma das principais acusações contra os Estados Unidos
diz respeito ao seu poderio militar e seu aspecto belicoso. Muitos
chegam ao absurdo de afirmar que é o poder americano que representa a
maior ameaça à paz mundial, não a corrida armamentista de Irã, Coreia do
Norte ou China. Chamam o país de “império”, e acham que sua força
inigualável gera instabilidade no mundo. Não param para refletir que,
mesmo com tanto poder, os Estados Unidos jamais foram conquistadores.
Ignoram que entraram em várias guerras apenas de forma reativa,
defendendo sempre o lado correto. Até mesmo a mais fracassada de todas
as guerras, com o Vietnã, costuma gerar muito calor nos debates, mas
pouca luz. Esquecem o contexto, e ignoram que o regime de Ho Chi Min,
depois da partida americana, matou em poucos anos cerca de três vezes
mais que as duas décadas de guerra com os Estados Unidos.
Não
citam Camboja, que não teve intervenção americana, e por isso mesmo viu o
Khmer Vermelho, do comunista Pol-Pot, trucidar algo como 30% de sua
população. Não pensam que a ajuda americana na Coreia foi o que
possibilitou a sulista ser próspera e livre hoje, e não como sua irmã do
norte. Mas ainda tem gente que pensa que o mundo seria mais calmo se o
Irã tivesse o mesmo poder bélico dos Estados Unidos.
Durante a
Guerra Fria, havia uma divisão mais igual de forças, com o império
soviético dividindo com os Estados Unidos a hegemonia. Alguém por acaso
acha que o mundo era mais seguro? A hegemonia unilateral dos americanos
hoje é bem mais tranquilizadora que a situação anterior, com um império
maligno, que objetivava a exportação do terror mundo afora, ameaçando a
paz e a liberdade dos povos.
Graças ao poder americano o mundo
não caiu nas garras comunistas. Não fossem os americanos e seu poder
bélico, talvez boa parte do mundo hoje falasse russo e obedeceria a uma
nomenklatura ditatorial, com os dissidentes jogados num campo de
concentração qualquer da Sibéria. Se Hitler fracassou, devemos isso aos
americanos, e se Stalin e seus seguidores também fracassaram, novamente
devemos isso ao poder dos americanos. Todos que defendem a liberdade, ou
seja, repudiam o nazismo e o socialismo, deveriam agradecer esta força
militar americana que hoje tanto condenam, sem reflexão alguma.
Os Estados Unidos nunca conquistaram nações. Foram atacados tanto pelo
Japão como pela Alemanha, reagiram, venceram, e garantiram a liberdade
nesses países, que hoje desfrutam das maiores economias do globo. Sobre o
Islã, é relevante destacar que nas intervenções na Somália, Bósnia ou
Kosovo, assim como pressões sobre o governo macedônio, tiveram por
objetivo defender as minorias islâmicas. Quem ataca de facto os
muçulmanos são os próprios muçulmanos, como no caso do Iraque no Kwait,
que foi defendido pelos americanos, ou na Argélia, onde o próprio povo
que se massacra sozinho.
Como que tamanha contradição pode passar
despercebida? Em 1956, foram os americanos que detiveram a ofensiva
militar anglo-francesa-israelense contra o Egito, na chamada “Expedição
Suez”.
Nada disso é relevante para os povos obstinados e imbuídos de fé
cega, assim como pesada lavagem cerebral de seus líderes, que utilizam
os Estados Unidos como perfeito bode expiatório para justificar suas
atrocidades domésticas.
Há muito mais o que se falar no campo
militar, mas podemos partir para o caso econômico também.
Os Estados
Unidos são acusados de exploradores comerciais, mas ignoram que o país
possui um déficit com praticamente todas as demais nações. São mais de
US$ 700 bilhões importados todo ano a mais do que exportam. Em outras
palavras, os consumidores americanos garantem o emprego de milhões de
pessoas mundo afora, e ainda são acusados de exploradores e
“consumistas”. Dependem do consumo dos americanos, mas vivem
condenando-o.
Criticam o embargo a Cuba, esquecendo que este país
apontou mísseis para a Flórida e tomou na marra as empresas americanas
na ilha, sem notar ainda a contradição de que culpam a ausência do
comércio com os Estados Unidos pelos males do país comunista ao mesmo
tempo que culpam o comércio pela pobreza de outros países. É preciso
decidir se ser parceiro comercial dos americanos é solução para a
miséria ou exploração que leva à miséria!
Enfim, a lista de
acusações infundadas seria infindável. Claro que existe muito o que se
criticar nos Estados Unidos, não há dúvida. Mas está muito evidente que
estas pessoas não estão utilizando a razão para tanto. Não são críticas
racionais, mas sim passionais, totalmente desprovidas de lógica.
Não é
razoável alguém bradar contra os Estados Unidos ao lado de Chávez, por
exemplo. Não há um pingo de lógica em alguém que justifica um Bin Laden,
achando causas para seu terrorismo nos próprios Estados Unidos, por
exemplo.
Na verdade, esse antiamericanismo, em grau
impressionante no Brasil, é totalmente patológico. É uma doença mesmo,
fruto de uma inveja indomável. Certas pessoas jamais irão perdoar o fato
desses “broncos” americanos terem criado em poucos séculos a nação mais
próspera do mundo, com base em ampla liberdade individual. Não vão
perdoar também o fato deles não terem deixado os soviéticos acabarem com
a liberdade no mundo. A patologia é tanta, em alguns casos, que
gostariam que a Al Qaeda conseguisse aquilo que os comunistas não
conseguiram: a destruição dos americanos. Caso para a psiquiatria mesmo…