terça-feira, 13 de setembro de 2016

Líderes com mão de ferro ameaçam comércio mundial, diz FMI





Nicholas Kamm/AFP
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Christine Lagarde participa de coletiva de imprensa, em Washington, DC
Christine Lagarde: "As recentes notícias sobre negociações comerciais multilaterais têm sido bastante desalentadoras" 

Da AFP


A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta terça-feira que os políticos que fazem campanhas com promessas de protecionismo e barreiras econômicas ameaçam o comércio mundial.

"Há um risco crescente de políticos que buscam um posto com a promessa de 'mão de ferro' com os parceiros de comércio exterior através de tarifas punitivas ou de outras restrições ao intercâmbio (comercial)", disse Lagarde.

Tanto o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos Donald Trump como sua rival democrata Hillary Clinton já anunciaram sua oposição ao acordo de livre-comércio transpacífico (TPP) assinado por Obama e que precisa ser ratificado pelo Congresso.

Trump propôs taxar as mercadorias chinesas e denunciou o acordo de livre-comércio dos Estados Unidos com México e Canadá.

Sem mencionar um político em particular, Lagarde descreveu um clima adverso para o comércio e lembrou que a taxa de crescimento do comércio mundial se mantém em 2%.

"As recentes notícias sobre negociações comerciais multilaterais têm sido bastante desalentadoras", disse Lagarde.

Ela acrescentou que as reformas comerciais poderiam ganhar impulso "se seus benefícios forem adequadamente explicados".

O comércio, disse, gera mais indústrias competitivas, mais inovação e preços mais baixos para os consumidores.

Temer fala em “abertura extraordinária” à iniciativa privada




Ueslei Marcelino / Reuters
Michel Temer em reunião em Brasília
Temer: segundo ele, sob o comando do secretário Executivo do PPI, Moreira Franco, foram feitos estudos condizentes para promover a abertura


Brasília - O presidente Michel Temer disse hoje (13) que, por meio das concessões que estão sendo objeto de estudo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), o governo brasileiro fará “uma abertura extraordinária” da infraestrutura brasileira à iniciativa privada.

A declaração foi feita durante a primeira reunião do PPI, iniciada há pouco no Palácio do Planalto.

“Esta é uma primeira reunião em que se farão avaliações para verificar quais os atos normativos que logo serão produzidos.Aos poucos, na medida em que haja consenso vamos produzindo esses atos”, disse Temer durante a abertura da reunião.
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Segundo ele, sob o comando do secretário Executivo do PPI, Moreira Franco, foram feitos estudos condizentes para promover uma "abertura extraordinária à iniciativa privada”.

“Vamos cada vez mais ressaltar que o poder público não pode fazer tudo. Tem de ter a presença da iniciativa privada como agente indutor do desenvolvimento e produtor de empregos no país”, completou.

Temer lembrou que nas décadas de 1960 e 1970 a administração era exclusivamente centralizada até que o Estado viu a necessidade de descentralização, criando as autarquias.

Em seguida, lembrou Temer, vieram as empresas públicos e sociedades de economia mista, para trazer regras da iniciativa privada para a atividade pública.

"Quer dizer, todo o capítulo da intervenção do Estado e do domínio econômico pouco a pouco foi revelando a necessidade de participação cada vez maior da atividade privada”, argumentou o presidente.

“Até que, num dado momento, chegou-se à conclusão que nós deveríamos transferir em definitivo: ou desestatizando – o que é uma hipótese – ou fazendo com que os serviços públicos fossem concedidos ou autorizados.

Por essa razão a Constituição de 88 abriu expressamente a oportunidade para as concessões. Ora, é preciso dar execução a esse dispositivo constitucional”, acrescentou.

Os integrantes do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos estão reunidos neste momento no Palácio do Planalto, para definir as prioridades de concessões na área de infraestrutura, mudanças regulatórias e venda de ativos.

São 25 projetos nas áreas de transportes, energia e saneamento. De acordo com Moreira Franco, o PPI está sendo desenvolvido com o esforço de ministérios e agências em uma força tarefa que tem "o objetivo de destravar o processo de concessão e de melhoria da infraestrutura brasileira".

ANTIAMERICANISMO PATOLÓGICO: 15 ANOS DO ATENTADO QUE CHOCOU O MUNDO CIVILIZADO


blog

por Rodrigo Constantino. Artigo publicado em
(Publicado originalmente em rodrigoconstantino.com, em 11/09)


11 de setembro de 2016: 15 anos do atentado terrível que chocou o mundo civilizado, mas levou ao orgasmo os doentes mentais que alimentam um antiamericanismo patológico. Em homenagem a todos que morreram naquele dia terrível, segue um texto meu antigo sobre essa patologia que assola tantos “intelectuais” e artistas engajados na América Latina: Antiamericanismo patológico

“Para os latino-americanos é um escândalo insuportável que um punhado de anglo-saxãos, chegados ao hemisfério muito depois dos espanhóis, tenham se tornado a primeira potência do mundo”. (Carlos Rangel)

O povo brasileiro, segundo algumas pesquisas apontam, é um dos que têm maior sentimento negativo em relação aos Estados Unidos. A grande causa, creio, está na ignorância alimentada pela inveja. A falta de conhecimento acerca de inúmeros fatos, junto com décadas de lavagem cerebral ideológica, transformou a nação do norte num demônio, assim como no perfeito bode expiatório para nossos problemas.

Não será meu objetivo aqui esgotar o assunto, pois seria necessário, para tanto, um livro inteiro. Sugiro então a leitura de A Obsessão Antiamericana, do francês Jean-François Revel. Ou, para quem preferir um estilo mais irônico, Manual do Perfeito Idiota Latinoamericano, o qual tem, entre os autores, Álvaro Vargas Llosa. Nesse artigo irei tratar do tema de forma sucinta.

Uma das principais acusações contra os Estados Unidos diz respeito ao seu poderio militar e seu aspecto belicoso. Muitos chegam ao absurdo de afirmar que é o poder americano que representa a maior ameaça à paz mundial, não a corrida armamentista de Irã, Coreia do Norte ou China. Chamam o país de “império”, e acham que sua força inigualável gera instabilidade no mundo. Não param para refletir que, mesmo com tanto poder, os Estados Unidos jamais foram conquistadores.

Ignoram que entraram em várias guerras apenas de forma reativa, defendendo sempre o lado correto. Até mesmo a mais fracassada de todas as guerras, com o Vietnã, costuma gerar muito calor nos debates, mas pouca luz. Esquecem o contexto, e ignoram que o regime de Ho Chi Min, depois da partida americana, matou em poucos anos cerca de três vezes mais que as duas décadas de guerra com os Estados Unidos.

Não citam Camboja, que não teve intervenção americana, e por isso mesmo viu o Khmer Vermelho, do comunista Pol-Pot, trucidar algo como 30% de sua população. Não pensam que a ajuda americana na Coreia foi o que possibilitou a sulista ser próspera e livre hoje, e não como sua irmã do norte. Mas ainda tem gente que pensa que o mundo seria mais calmo se o Irã tivesse o mesmo poder bélico dos Estados Unidos.

Durante a Guerra Fria, havia uma divisão mais igual de forças, com o império soviético dividindo com os Estados Unidos a hegemonia. Alguém por acaso acha que o mundo era mais seguro? A hegemonia unilateral dos americanos hoje é bem mais tranquilizadora que a situação anterior, com um império maligno, que objetivava a exportação do terror mundo afora, ameaçando a paz e a liberdade dos povos.

Graças ao poder americano o mundo não caiu nas garras comunistas. Não fossem os americanos e seu poder bélico, talvez boa parte do mundo hoje falasse russo e obedeceria a uma nomenklatura ditatorial, com os dissidentes jogados num campo de concentração qualquer da Sibéria. Se Hitler fracassou, devemos isso aos americanos, e se Stalin e seus seguidores também fracassaram, novamente devemos isso ao poder dos americanos. Todos que defendem a liberdade, ou seja, repudiam o nazismo e o socialismo, deveriam agradecer esta força militar americana que hoje tanto condenam, sem reflexão alguma.

Os Estados Unidos nunca conquistaram nações. Foram atacados tanto pelo Japão como pela Alemanha, reagiram, venceram, e garantiram a liberdade nesses países, que hoje desfrutam das maiores economias do globo. Sobre o Islã, é relevante destacar que nas intervenções na Somália, Bósnia ou Kosovo, assim como pressões sobre o governo macedônio, tiveram por objetivo defender as minorias islâmicas. Quem ataca de facto os muçulmanos são os próprios muçulmanos, como no caso do Iraque no Kwait, que foi defendido pelos americanos, ou na Argélia, onde o próprio povo que se massacra sozinho.

Como que tamanha contradição pode passar despercebida? Em 1956, foram os americanos que detiveram a ofensiva militar anglo-francesa-israelense contra o Egito, na chamada “Expedição Suez”. 

Nada disso é relevante para os povos obstinados e imbuídos de fé cega, assim como pesada lavagem cerebral de seus líderes, que utilizam os Estados Unidos como perfeito bode expiatório para justificar suas atrocidades domésticas.

Há muito mais o que se falar no campo militar, mas podemos partir para o caso econômico também. 

Os Estados Unidos são acusados de exploradores comerciais, mas ignoram que o país possui um déficit com praticamente todas as demais nações. São mais de US$ 700 bilhões importados todo ano a mais do que exportam. Em outras palavras, os consumidores americanos garantem o emprego de milhões de pessoas mundo afora, e ainda são acusados de exploradores e “consumistas”. Dependem do consumo dos americanos, mas vivem condenando-o.

Criticam o embargo a Cuba, esquecendo que este país apontou mísseis para a Flórida e tomou na marra as empresas americanas na ilha, sem notar ainda a contradição de que culpam a ausência do comércio com os Estados Unidos pelos males do país comunista ao mesmo tempo que culpam o comércio pela pobreza de outros países. É preciso decidir se ser parceiro comercial dos americanos é solução para a miséria ou exploração que leva à miséria!

Enfim, a lista de acusações infundadas seria infindável. Claro que existe muito o que se criticar nos Estados Unidos, não há dúvida. Mas está muito evidente que estas pessoas não estão utilizando a razão para tanto. Não são críticas racionais, mas sim passionais, totalmente desprovidas de lógica. 

Não é razoável alguém bradar contra os Estados Unidos ao lado de Chávez, por exemplo. Não há um pingo de lógica em alguém que justifica um Bin Laden, achando causas para seu terrorismo nos próprios Estados Unidos, por exemplo.

Na verdade, esse antiamericanismo, em grau impressionante no Brasil, é totalmente patológico. É uma doença mesmo, fruto de uma inveja indomável. Certas pessoas jamais irão perdoar o fato desses “broncos” americanos terem criado em poucos séculos a nação mais próspera do mundo, com base em ampla liberdade individual. Não vão perdoar também o fato deles não terem deixado os soviéticos acabarem com a liberdade no mundo. A patologia é tanta, em alguns casos, que gostariam que a Al Qaeda conseguisse aquilo que os comunistas não conseguiram: a destruição dos americanos. Caso para a psiquiatria mesmo…
 


Conselho da Monsanto deve decidir sobre venda para Bayer





John Macdougall/AFP
Sede da Bayer, em Berlim
Bayer: o conselho supervisor da Bayer também espera analisar o acordo, na quarta-feira
 
Da REUTERS


Frankfurt / Nova York - O Conselho de Administração da gigante norte-americana do setor de sementes Monsanto deverá reunir-se nesta terça-feira para decidir se aprova a venda da companhia para a alemã Bayer por mais de 65 bilhões de dólares, após mais de quatro meses de negociações, disseram fontes com conhecimento do assunto.

O acordo deverá avaliar a Monsanto um pouco acima da proposta melhorada de 127,5 dólares por ação feita pela Bayer na semana passada, disseram as fontes à Reuters.
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O conselho supervisor da Bayer também espera analisar o acordo, na quarta-feira, e ainda é possível que surjam entraves com o conselho de alguma das duas companhias, alertaram as fontes.

As fontes pediram anonimato porque as discussões são confidenciais. A Bayer e a Monsanto não quiseram contentar.


Petrobras quer adotar "modelo Ambev" de gestão



Adriano Machado / Reuters
Pedro Parente, novo presidente da Petrobras, dia 19/05/2016
Pedro Parente: a base da nova gestão, presente já no plano estratégico, será o conceito de orçamento base zero 

Antonio Pita e Fernanda Nunes, do Estadão Conteúdo


Rio de Janeiro - Pedro Parente mira na Ambev para projetar o que será a Petrobras depois de virada a página da sua maior crise. O modelo de gestão da gigante multinacional de bebidas está na base das metas e planos de ação que a petroleira adotará nos próximos cinco anos.

As diretrizes do novo plano de negócios, antecipadas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 11, serão discutidas pelo conselho de administração da petroleira na próxima segunda-feira, segundo comunicado da estatal divulgado na última segunda-feira, 12.

A base da nova gestão, presente já no plano estratégico, será o conceito de orçamento base zero, um modelo adotado no País desde a década de 50.

A ideia é desconsiderar o histórico orçamentário e de receitas, para redefinir a cada ano os projetos e investimentos prioritários. O objetivo é buscar melhor eficiência de gastos e evitar orçamentos inflados em projetos desvinculados das prioridades da empresa.

"Metodologia é uma coisa muito importante. A Petrobras tinha planos estratégico e anual diferentes. 

Não era uma maneira boa, só por coincidência o plano anual perseguia os objetivos estratégicos. 

Agora, não tem hipótese de inconsistência", afirmou Pedro Parente, na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

A gestão será a marca de Parente nos próximos dois anos em que planeja estar à frente da Petrobras.

Para tanto, o executivo trouxe à diretoria executiva o ex-presidente da BG no País Nelson Silva, para quem foi criado o cargo de diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão.
 

Modelo


Assim como Jorge Paulo Lemann nos anos 90, o presidente da estatal aposta na cartilha do guru brasileiro da meritocracia, Vicente Falconi, para desenhar a nova petroleira, saneada em até cinco anos.

As bases da estratégia podem ser resumidas em quatro letras: PDCA - iniciais em inglês das palavras planejamento, execução, acompanhamento e padronização.

A fórmula criada por Falconi na década de 80 já foi replicada em 5,9 mil projetos liderados pela sua consultoria em empresas de diferentes segmentos, da mineração ao varejo. O método consiste em estabelecer metas mensais para os empregados - e não para a empresa.

Além das duas metas principais da companhia, financeira e de segurança operacional, cada nível hierárquico terá objetivos específicos.

"Vamos ter acompanhamento do cumprimento de metas com reuniões trimestrais nos diversos níveis da companhia chegando até a diretoria executiva", explicou Parente.

Na segunda-feira, após a confirmação da divulgação do plano de negócios na próxima semana, as ações da petroleira subiram 3,26% (PN) e 3,42% (ON), influenciada por bons resultados de bolsas estrangeiras e pelos resultados da produção no mês de agosto. Em relatório, o banco UBS indicou que o cenário para a estatal é "positivo".

"Nossa recomendação segue a crença de que mais valor pode ser desbloqueado com mudanças regulatórias no curto e médio prazos e com a tendência positiva dos preços do petróleo", informa o documento distribuído a clientes.

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

TCU examina empréstimo da Caixa para J&F comprar Alpargatas




Kai Hendry/Wikimedia Commons
Havaianas, da Alpargatas
Alpargatas: os termos do empréstimo da Caixa favoreceram a J&F em relação às concorrentes para compra da Alpargatas, segundo fontes
 
Francisco Marcelino, da Bloomberg
Cristiane Lucchesi e Gerson Freitas Jr., da Bloomberg


O Tribunal de Contas da União está investigando um empréstimo da Caixa Econômica Federal à empresa J&F Investimentos, segundo documento do TCU.

O empréstimo de R$ 2,67 bilhões (US$ 823 milhões) financiou, no ano passado, a compra da fatia da construtora Camargo Corrêa, que passava por momento atribulado, na fabricante das sandálias Havaianas, a Alpargatas, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto que pediram anonimato porque os termos do acordo não são públicos.

A J&F é a empresa controladora do frigorífico JBS e da Eldorado Brasil Celulose.

O momento e os termos do empréstimo deram uma vantagem competitiva à J&F sobre outras rivais interessadas no ativo, porque permitiram que a controladora da JBS pagasse a aquisição inteiramente em dinheiro, segundo três pessoas envolvidas na transação.

A oferta de um empréstimo desse tamanho não sindicalizado com outros bancos, especialmente durante um período em que os bancos estatais estavam reduzindo o crédito, foi excepcional.

O financiamento com duração de sete anos e carência de dois anos tampouco é comum nesse tipo de operação, disseram duas das pessoas.

Agora, o TCU, que descobriu as pedaladas fiscais que serviram de base para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, está examinando a transação para verificar se há alguma irregularidade, segundo um documento publicado no site do tribunal.

Um representante do TCU, que tem sede em Brasília, disse que não há prazo para finalizar a investigação e não quis fazer comentários adicionais.

A assessoria de imprensa da J&F não quis comentar os termos do empréstimo, a investigação do TCU e a aquisição da Alpargatas.

A assessoria de imprensa da Caixa informou, em resposta por e-mail, que “avalia as características, prazos e juros aderentes à sua política de crédito e em conformidade com a normatização do Banco Central e a legislação específica” nas demandas de crédito à pessoa jurídica.

A Caixa não comentou a operação específica, alegando que “é obrigatoriedade das instituições financeiras resguardar os dados dos clientes, bem como das operações realizadas com recursos próprios da instituição”.

A investigação do TCU é a mais recente de uma série de apurações envolvendo a J&F, que é controlada pela família Batista, e a suas unidades.

O TCU já havia investigado o financiamento à JBS feito por outro banco estatal, o BNDES, para a aquisição de empresas nos EUA, como a Swift & Co.

E na semana passada a Polícia Federal efetuou buscas nos escritórios da Eldorado como parte da investigação sobre supostas fraudes nos fundos de pensões dos funcionários da Petrobras, o Petros, e da Caixa, o Funcef.

A J&F informou que os executivos da empresa estão cooperando com as investigações anunciadas anteriormente.

Os Batista historicamente mantêm laços com o governo federal. A imprensa brasileira chamou a JBS de “campeã nacional” depois que o dinheiro do BNDES ajudou a financiar parte de uma onda de aquisições de US$ 20 bilhões que durou uma década e transformou a companhia na maior produtora de carne bovina e de aves do mundo.

Mais recentemente, em maio, o presidente do Brasil, Michel Temer, nomeou o então presidente do conselho da J&F, Henrique Meirelles, como ministro da Fazenda.

A aquisição da Alpargatas pela J&F ajudou a Camargo Corrêa a enfrentar as consequências da investigação de corrupção na Petrobras e na Eletronuclear, a unidade de energia nuclear da Centrais Elétricas Brasileiras, a Eletrobras.

A construtora foi forçada a se desfazer de ativos após concordar em pagar cerca de R$ 800 milhões ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, em acordos relacionados aos dois casos.

A J&F apresentou uma oferta pública de ações, OPA, para comprar os 33 por cento das ações ordinárias da Alpargatas que a empresa ainda não possui em um leilão previsto para 30 de setembro.

A J&F ofereceu R$ 10,08 por ação, ou R$ 804 milhões. As ações preferenciais da Alpargatas, as mais negociadas, subiram 0,6 por cento, para R$ 9,90, na segunda-feira.


Cármen destaca tempos conturbados e necessidade de transformação do Judiciário

  

 Em seu discurso, a ministra Cármen Lúcia reconheceu que o brasileiro não está satisfeito com o Judiciário. Wilson Dias/Agência Brasil

No Brasil, o tempo é de incertezas e desafios, mas também de esperança. Essa foi uma das mensagens que a ministra Cármen Lúcia passou em seu discurso de posse na Presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12/9). Para ilustrar sua visão, ela citou os escritores Cecília Meireles ("liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta"), João Guimarães Rosa ("natureza da gente não cabe em nenhuma certeza"), Carlos Drummond de Andrade ("em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, os desafios são maiores") e Paulo Mendes Campos ("em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças").
 
A ministra deu forte ênfase aos tempos difíceis que o Brasil passa. Cogitou ser, talvez, os tempos mais difíceis da nação, mas ponderou que, porventura, toda geração pense o mesmo. Classificou como exauridos os modelos sociais e estatais utilizados no Brasil até agora e ressaltou a necessidade de mudança.

“Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a presidente do STF.

Lenda vida da música brasileira, Caetano Veloso, aliás, não foi apenas citado por Cármen, mas também por ela convidado para cantar e tocar o Hino Nacional, com seu violão, na cerimônia de posse.

“E há de se reconhecer que o cidadão não há de estar satisfeito, hoje, com o Poder Judiciário. O juiz também não está. Para que o Judiciário nacional atenda como há de atender a legítima expectativa do brasileiro não basta mais uma vez reformá-lo. Faz-se urgente transformá-lo”, disse Cármen.

O atolamento do Judiciário com milhões de processos também foi lembrado. Em nenhum momento do discurso abriu mão de recordar dos tempos conturbados, mas ressaltou que o período é “também de esperança. Homens e mulheres estão nas praças pelos seus direitos e interesses”.

Como defensora máxima da Constituição, citou a Carta Magna: “A luta pela Justiça hoje é mais firme, no caso brasileiro, pela experiência democrática que experimentamos desde a década de 80.

Mais especificamente desde o início de vigência da Constituição de 1988”.

Clique aqui para ler o discurso de posse. 


 http://www.conjur.com.br/2016-set-12/carmen-lucia-destaca-necessidade-transformacao-judiciario