segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Monsanto prevê longa espera por licenças de plantio no México


Na semana passada, um tribunal manteve uma determinação de 2013 que temporariamente suspendeu até mesmo planos pilotos de milho transgênico

 






Cidade do México – Uma proibição sobre o plantio de milho transgênico no México deverá continuar por anos à medida que uma lenta batalha jurídica se desenrola, disse uma importante executiva da companhia norte-americana de sementes e agroquímicos Monsanto.

Na semana passada, um tribunal mexicano manteve uma determinação do fim de 2013 que temporariamente suspendeu até mesmo planos pilotos de milho transgênico, após um questionamento jurídico sobre seus efeitos no meio ambiente.

“Vai levar um bom tempo para toda a evidência ser apresentada”, disse a diretora corporativa regional da Monsanto, Laura Tamayo, em entrevista. “Acho que falamos de anos.”

O impasse ocorre no momento em que as importações de milho amarelo pelo México deverão subir em mais de um quinto na próxima safra devido a custos mais altos de produção e um peso fraco, ante 15 milhões de toneladas na safra 2016/17 que se encerra em março.

Enquanto o México é autossuficiente na produção de milho branco usado para produzir as tortilhas do país, ele depende de importações de milho amarelo transgênico dos Estados Unidos para seu gado.

Há muitos anos, a Monsanto submeteu duas propostas para o plantio comercial de milho transgênico no México.

Ambas buscavam 700 mil hectares no Estado de Sinaloa, a maior região produtora de milho do México que se localiza no noroeste do país. No entanto, as propostas continuam pendentes.
 

Próximos passos da Odebrecht dependem de novo relator

 

 

Homologação das delações trouxe alívio para todos os envolvidos no acordo da empreiteira: executivos, advogados e procuradores

 








Brasília – O anúncio da homologação das delações da Odebrecht nesta segunda-feira, 30, de manhã trouxe alívio para todos os envolvidos no acordo da empreiteira: executivos, advogados e procuradores.

A partir de agora, da parte da Procuradoria-Geral da República, as investigações podem de fato começar – com quebra de sigilo de autoridades e busca e apreensão de documentos, por exemplo.

Daí nascerão os inquéritos e denúncias contra políticos envolvidos no esquema de corrupção organizado pela empreiteira dentro e fora do País para conquista de obras públicas.

Do lado da defesa dos delatores, a decisão finalmente confirma a validade do acordo, que começou a ser costurado no final de fevereiro e só foi assinado em dezembro. Com isso, as penas começam a ser cumpridas e a empresa dá início à sua reestruturação interna para tentar se reerguer.

Os próximos passos que interessam à cúpula do poder político em Brasília, no entanto, vão depender de uma definição importante: o novo relator da Lava Jato.

A decisão de Cármen Lúcia, de homologar os 77 acordos antes do final do recesso do Judiciário, já era esperada desde a semana passada.

Na prática, a homologação valida o material colhido pelos procuradores, mas a condução das investigações ficará a cargo de quem herdar a Lava Jato no STF.

E também deve ficar para o novo relator o que mais interessa aos políticos – a decisão sobre a divulgação do conteúdo da delação.

Força-tarefa dos bancos tenta evitar quebra de empresas


Bancos temem que onda de recuperações judiciais crie efeito cascata e prejudique a economia do país - e seus próprios balanços

 



São Paulo – Depois de amargarem perdas com a deterioração financeira de grandes empresas, que entraram em recuperação judicial ou estão envolvidas na Lava Jato, os maiores bancos privados do País – Itaú, Bradesco e Santander – começaram, nos últimos meses, a se organizar para evitar uma crise ainda maior.

A preocupação é que essa onda de recuperações se intensifique e provoque um efeito cascata de estragos na já combalida economia do País.

Com equipes especializadas, esses bancos criaram departamentos totalmente focados na reestruturação de médias e grandes empresas.

A ideia é trabalhar de forma preventiva, antes que o problema leve mais companhias a um processo de recuperação judicial ou falência – o que é prejudicial também para o balanço dessas instituições, que no último ano tiveram de fazer provisões para perdas bilionárias.

Os casos mais emblemáticos foram os da Oi, com dívidas de R$ 65 bilhões, e da Sete Brasil, criada para entregar sondas para a Petrobrás, com débito de R$ 20 bilhões.

Fontes de mercado afirmam que há uma “watch list” (lista de monitoramento) de cerca de R$ 300 bilhões em dívidas de médias e grandes empresas na mira de bancos para reestruturação.

Esse valor exclui a dívida da Oi e parte das renegociações de dívidas já feitas por algumas das empresas do grupo Odebrecht.

Seleção


A qualquer sinal de alerta sobre a saúde financeira de empresas, seja pela piora de indicadores do balanço ou por atrasos em contas (dívidas ou impostos, por exemplo), as equipes de reestruturação desses bancos entram em ação para tentar estancar o problema de forma preventiva.

“Queremos nos antecipar ao problema”, diz Eduardo Armonia, diretor responsável pela área de reestruturação e recuperação de crédito de atacado do Itaú. “A queda da rentabilidade de uma empresa ou atraso de pagamento já acendem um alerta para o banco.”

Diante de uma grande quantidade de empresas em dificuldades – seja por causa da crise econômica ou por causa da Lava Jato -, o time de reestruturação dos bancos inicia o pente-fino pelos setores nos quais as instituições têm maior exposição. Nessa lista estão os segmentos de construção, infraestrutura, varejo, revenda de carros e mercado imobiliário.

Partindo dos setores, esses executivos afunilam as análises até chegar às empresas mais frágeis. Em alguns casos, as companhias não têm noção da realidade que vivem e precisam ser alertadas pelos bancos, diz o vice-presidente do Bradesco, Domingos Abreu, responsável pela área de crédito e reestruturação.

Com esse diagnóstico em mãos, as instituições financeiras oferecem um “pacote de ajuda”, que vai desde tomar ativos como garantia e alongar as dívidas até buscar um novo investidor para injetar capital na empresa.

Em muitas situações, a venda de ativos é a melhor saída. Foi o que ocorreu com a Renova Energia, uma das maiores geradoras de energia eólica do País.

A empresa rolou uma parte de seus débitos e vendeu ativos para honrar compromissos. Inicialmente a reestruturação buscava um sócio para capitalizar a empresa – o que foi adiado com a venda de um parque eólico por R$ 650 milhões.

Outro que está em reestruturação é o grupo Rossi, que tenta evitar o mesmo caminho da concorrente PDG, cuja recuperação judicial é dada como certa.

Fontes afirmam que o grupo renegocia o alongamento das dívidas e está em conversas para dar imóveis como garantia. A empresa não quis se pronunciar.

Escalada


A mudança de postura dos bancos é explicada pela rápida escalada dos pedidos de recuperação. Só no ano passado, 1.863 empresas entraram com pedidos na Justiça – volume 44% superior ao de 2015, com 1.287 ocorrências.

“Criamos essa estrutura em 2015 por causa da piora na economia, do aumento das recuperações e da Lava Jato”, diz Gustavo Alejo Viviani, superintendente executivo de negócios de recuperação da área de atacado do Santander.

Para este ano, a recuperação da economia, com a queda dos juros e aumento dos preços das commodities, deve dar algum alívio às empresas. Mas os bancos seguem atentos e querem evitar um déjà vu de 2016.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Empresa de Chaim Zaher recompra Pueri Domus da Pearson


A SEB tinha vendido quatro sistemas de ensino, incluindo o Pueri Domus, para a Pearson sete anos atrás





São Paulo – O Grupo SEB recomprou os sistemas de ensino Pueri Domus da britânica Pearson por um valor não revelado, anunciou a companhia brasileira nesta segunda-feira.

A SEB tinha vendido quatro sistemas de ensino, incluindo o Pueri Domus, para a Pearson sete anos atrás, por 497 milhões de dólares.

Crescimento dos EUA decepciona planos de Trump


A maior economia do mundo cresceu apenas 1,6% no ano passado, contra 2,5% do ano anterior, segundo dados oficiais revelados nesta sexta-feira (27)




O crescimento do PIB dos Estados Unidos decepcionou em 2016 ao ser o menor em cinco anos, enquanto o presidente Donald Trump promete estimular a atividade com cortes de impostos e mais gasto público.

A maior economia do mundo cresceu apenas 1,6% no ano passado, contra 2,5% do ano anterior, segundo dados oficiais revelados nesta sexta-feira (27).

Esse percentual é similar ao de 2011 e o menor desde 2009, quando os Estados Unidos estavam em recessão.

O resultado do ano passado está abaixo da taxa de 1,9%, prevista pelo Federal Reserve (Fed).

No trimestre outubro-dezembro, o PIB cresceu 1,9% em ritmo anual (em dados corrigidos), segundo a primeira estimativa do Departamento de Comércio.

O mau desempenho econômico do comércio exterior no quarto trimestre, cavalo-de-batalha de Trump que defende o protecionismo, explica em parte o resultado. As exportações caíram 1,4%, e as importações aumentaram 8,3%.

Durante a campanha eleitoral, Trump advertiu que está disposto a aplicar taxas de até 35% a produtos da China e México.

Argumenta que a China recorre a práticas comerciais desleais e que o México tira proveito de sua mão de obra mais barata do que a americana.

“Os déficits comerciais maciços e a pouca ajuda na porosa fronteira devem mudar agora”, tuitou antes da divulgação do PIB.

“Há muito tempo que o México se beneficia dos Estados Unidos”, afirmou.

A atual relação comercial com o México nos faz os EUA “ficarem como bobos”, disse nesta sexta-feira à imprensa.

Após a posse de Trump na sexta-feira passada (20), as relações com seu vizinho entraram em colisão. O novo presidente anunciou a construção de um muro contra a imigração e quer que o México pague a conta.

Também anunciou que pretende renegociar, ou romper diretamente com o Nafta, acordo de livre-comércio integrado por Estados Unidos, Canadá e México.

 

Melhor panorama para 2017


O déficit comercial do último trimestre do ano passado fez o crescimento do PIB cair em 1,7 ponto percentual, o que não acontecia há seis anos.

Alguns analistas relativizaram esse resultado. Indicaram que as vendas de soja tiveram um excepcional crescimento no terceiro trimestre, e isso inflou os resultados desse período.

O consumo, pulmão da economia americana, subiu 2,5%, contra 3% no trimestre anterior.

Mesmo mostrando solidez, os gastos dos consumidores aportaram apenas 1,7 ponto percentual para o crescimento – sua expansão mais fraca desde o primeiro trimestre do ano passado.

No final de 2016, os atores econômicos haviam apontado uma certa cautela dos consumidores após a inesperada vitória de Trump nas eleições em uma complicada transição para a posse.

Os gastos federais caíram 1,2%. Isso foi compensado com um bom desempenho do setor imobiliário, que teve sua maior progressão desde o final de 2015 (+10,2%).

Os investimentos das empresas se consolidaram, aumentando 2,4%.

Para os analistas, a moderação do crescimento do PIB deveria estimular o Fed a manter a taxa de juros intacta na reunião que fará na semana que vem.

A primeira estimativa de crescimento frequentemente é alvo de fortes correções. A primeira revisão desses resultados acontecerá em 28 de fevereiro.

Para 2017, o Fed prevê um moderado crescimento de 2,1%, enquanto que o FMI calcula que será de 2,3%.

As estimativas não consideram as promessas de Trump de empurrar a economia mediante cortes de impostos e maior gasto público para fomentar o desenvolvimento de infraestrutura.

Trump decreta que duas regulações sejam anuladas para cada nova


O decreto impõe que duas regulações sejam eliminadas para cada nova regulação criada, segundo funcionários do governo




Washington – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira um decreto presidencial ordenando um corte severo da regulações federais, entregando assim uma nova promessa de campanha que tem o objetivo de impulsionar o crescimento econômico no país.

O decreto impõe que duas regulações sejam eliminadas para cada nova regulação criada, segundo funcionários do governo.

Eles afirmaram que esta será a maior mudança nesse sentido desde a presidência de Ronald Reagan. A ordem limita os custos de novas regulações pelo restante do próximo ano fiscal, que começa em outubro.

“Nós não precisamos de 97 regras diferentes para cuidar de apenas um elemento”, afirmou Trump a um grupo de pequenos empresários nesta segunda-feira.

No início da reunião, Trump comentou sobre sua percepção de que a economia pode acelerar ao cortar tarifas e eliminar mais de 75% da regulação federal existente.

“O sonho norte-americano está de volta”, disse.

O republicano afirmou que pessoas “realmente inteligentes” que investiram no mercado de ações após sua eleição “foram recompensados”, e previu que o mercado de ações “não vai cair”.

Trump delineou um grupo de áreas que devem sofrer mudanças na política econômica e regulatória. Ele mencionou, especificamente, alterações na lei Dodd-Frank, sobre o sistema financeiro, embora ele não tenha dito o que pretende mudar.

“A Dodd-Frank é um desastre”, disse. “Nós vamos fazer um grande número (de mudanças) na Dodd Frank.

Os comentários de Trump são os primeiros desde que ele baniu temporariamente a entrada de visitantes de sete países de maioria muçulmana no país, um movimento que atraiu forte repercussão negativa internacional. O presidente não se mostrou incomodado pela reação.

“Algum dia precisávamos fazer isso, então decidimos fazer isso”, disse.

Trump também defendeu o uso do “domínio iminente” – uma regra que permite a governos expropriarem terrenos e propriedades em benefício grandes projetos -, afirmando que empresas poderão utilizar esse recurso para a construção dos oleodutos revividos pelo governo. O assunto já atraiu críticas ao empresário no passado.

“Eles precisam do domínio iminente para fazer o oleoduto”, disse. “Mas se vamos utilizar nossos esses e outros poderes, quero que o oleoduto seja construído com aço norte-americano.”

Fonte: Dow Jones Newswires.

Economia vai voltar a crescer já no 1º tri, apostam FGV e governo


Alta prevista de 0,1% seria a primeira após 8 trimestres seguidos (dois anos inteiros) de queda





São Paulo – A economia brasileira vai voltar a crescer já no 1º trimestre, de acordo com relatório do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A previsão é de alta de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) após o que devem ser 8 trimestres seguidos (dois anos inteiros) de queda.

O PIB do 4º trimestre só será divulgada em 07 de março, mas todos os indicadores disponíveis até o momento apontam para um número negativo.


Balanço de riscos


A perspectiva de retomada já no começo do ano seria resultado de um “alento no balanço de riscos”, segundo a FGV.

A convergência da inflação em direção ao centro da meta está permitindo que o Banco Central relaxe a política monetária.

O corte da Selic em janeiro foi acelerado para “um novo ritmo” de 0,75 ponto percentual e o último Boletim Focus, divulgado hoje, prevê que a taxa termine o ano em 9,5%.

Outro ponto positivo foi a liberação dos recursos das contas inativas do FGTS que deve injetar o equivalente a R$ 30 bilhões na economia, o suficiente para levar o fator “consumo” de território neutro para levemente positivo, segundo o IBRE.

Outros fatores citados são uma boa safra agrícola, números mais positivos de produção industrial e a reversão da tendência de queda da confiança.

Um fator negativo é o desemprego, que deve continuar em trajetória de alta até pelo menos a metade do ano.

Entre as incertezas estão o impacto das medidas de Donald Trump nos Estados Unidos, o efeito da continuidade das investigações da Lava Jato e qual tipo de reforma da Previdência será aprovada.

“O caráter simbólico de sua aprovação é crucial pela sinalização aos agentes econômicos da disposição do meio político de perseguir o ajuste fiscal de forma consistente (…) se a reforma for aprovada nos moldes em que foi enviada ao Congresso, o impacto sobre a confiança será muito positivo”, diz o texto.

Mesmo com retomada já no 1º tri, a previsão do IBRE é que o peso dos dados negativos de 2016 faça com que 2017 termine com apenas 0,3% de crescimento no balanço (veja outras previsões).

Fontes da equipe econômica ouvidas pelo Estadão dizem que o governo espera uma retomada de 0,3% a 0,5% já no 1º trimestre e que a previsão de crescimento de 1% em 2017 será mantida.

Se o governo revisar esse número, terá que definir também como vai cumprir a meta de déficit primário; a arrecadação em 2016 teve o pior resultado desde 2010.