terça-feira, 14 de março de 2017

Mais um projeto de Doria dando resultado: o Cidade Linda deixou a Praça da Sé assim


Se água e sabão fizeram isso com a Sé, o que não fariam com o resto da cidade?


Se o leitor não está reconhecendo, a imagem acima mostra a Praça da Sé, um dos principais cartões postais de São Paulo. A foto foi publicada por Eduardo Odloak, prefeito regional da Sé, após a passagem da Operação Cidade Linda pelo local. O projeto vem sendo tocado pela gestão Doria deste o primeiro final de semana da gestão.

Como se vê, há resultado prático, mas o simbólico talvez importe até mais. Porque aproxima a cúpula da gestão à base que dá suporte aos serviços oferecidos pela prefeitura, colocando prefeito e gari dentro de um mesmo uniforme e missão: varrer da cidade a sujeira que complica tanto a vida de tantos cidadãos.

Ao mesmo tempo, entrega a gravidade da situação: o Brasil é tão problemático em suas funções mais básicas que até mesmo com água e sabão é possível fazer uma revolução na coisa pública.

O Implicante nasceu como um projeto para implicar com políticas governamentais, mas com o tempo percebeu que havia algo muito maior em jogo: um discurso que, por conveniência política, tenta transformar o certo em errado, e o errado em certo. E é preciso implicar com este discurso, pois a natureza não fez a humanidade devota da limpeza por mero capricho. É da limpeza que vem a saúde, é da limpeza que vem o conforto, é da limpeza que vem inclusive a sensação de segurança.

Se água e sabão fizeram isso com a Sé, o que não fariam com o resto da cidade?

Não dá para implicar com essa iniciativa. Mas apenas com a gestões anteriores, que tentavam normatizar tanta esculhambação pelas ruas da cidade. O Brasil não precisa ser assim. A foto acima é uma prova disso.
 
Fonte: Perfil Oficial Prefeito Regional da Sé 

Etanol de fora de SP pressiona preços no Estado

Resultado de imagem para Logo do CEPEA

A entrada de volumes significativos de etanol hidratado de Estados como Mato Grosso do Sul e Goiás no mercado paulista reforçou a queda nos preços do combustível na última semana, disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta segunda-feira.

De 6 e 10 de março, o indicador Cepea/Esalq do hidratado fechou a 1,5102 reais o litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), queda de 3,6 por cento ante a semana anterior.
 
A queda nos preços, além de refletir a proximidade do início da safra 2017/18 no centro-Sul, teve influência da demanda enfraquecida, uma vez que as distribuidoras ainda estão abastecidas com as compras realizadas antes do Carnaval, indicou o Cepea, acrescentando que as usinas paulistas também estavam mais retraídas nas vendas na última semana.
 
O etanol anidro também registrou queda de 1 por cento na comparação com a semana anterior, fechando a 1,6564 reais o litro.

 (Reuters, 13/3/17)

 http://www.brasilagro.com.br/conteudo/etanol-de-fora-de-sp-pressiona-precos-no-estado.html?utm_source=Newsletter&utm_medium=E-mail-MKT&utm_campaign=E-Mkt_RGB/

O megaprojeto da Tesla que garantirá energia solar 24h no Havaí


Mirando num futuro mais limpo e sustentável, a empresa do Vale Silício faz sua maior investida em armazenamento de energia solar 

 





São Paulo – Conhecida por suas densas florestas e belas cascatas, a ilha de Kauai, no Havaí, tem uma abundância de luz solar de fazer inveja. Apesar disso, a ilha depende muito de óleo diesel, fonte de eletricidade cara e poluente, que destoa do seu cenário paradisíaco. Mas isso vai mudar.

Mirando num futuro mais limpo e sustentável, a americana Tesla concluiu nesta semana o megaprojeto de instalação de uma fazenda solar na ilha. Como o sol não brilha a todo tempo, a empresa do Vale do Silício também instalou um conjunto de baterias para armazenamento de energia durante os picos de produção.

Com isso, os habitantes de Kauai poderão consumir eletricidade de fonte renovável mesmo durante a noite ou períodos de pouca produção, e com um detalhe: os custos da energia gerada a partir da usina solar serão menores do que o uso de diesel.
Segundo comunicado da Tesla, a usina solar de 13 megawatts de capacidade de geração é composta por 54.978 painéis combinados com 272 baterias, chamadas de “powerpacks”, de 52 megawatt-hora (MWh). Este é o maior projeto de armazenamento de energia solar do tipo desde que a Tesla comprou a empresa Solar City.

A concessionária local Kauai Island Utility Cooperative (KIUC) assinou um contrato de 20 anos com a Tesla para comprar eletricidade por 13,9 centavos de dólares o quilowatt-hora. Pelos seus cálculos, a investida vai evitar o uso de 6 milhões de litros de combustíveis poluentes por ano, o equivalente a quase duas piscinas olímpicas.

Projeto de armazenamento de energia solar em baterias da Tesla em Kauai, no Havaí.
(Tesla/Reprodução)

Kauai não é a primeira ilha que a Tesla está abastecendo com energia solar. No ano passado, a empresa instalou painéis solares e baterias na ilha de Ta’u na Samoa Americana, em um projeto mais compacto.
Para o Havaí, a instalação da usina solar e das baterias de armazenamento é mais um passo para alcançar seu objetivo de alimentar o estado com 100% de fontes renováveis até 2045. Para a Tesla, é mais uma janela que se abre para o futuro.

Vinci, Zurich e Fraport fazem ofertas para leilão de aeroportos

Fontes afirmaram que o leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis não deve contar com grupos nacionais interessados




Rio de Janeiro – O leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis marcado para quinta-feira será disputado por ao menos três grupos europeus que entregaram suas ofertas na véspera, informaram duas fontes do governo com conhecimento do assunto.

A francesa Vinci Airports, a suíça Zurich e a alemã Fraport entregaram documentação para a disputa pelos terminais, que não deve contar com grupos nacionais interessados, afirmaram as fontes sob condição de anonimato.

Segundo os interlocutores, há ainda dúvidas se um quarto grupo, a alemã AviAlliance vai mesmo participar do leilão. Representantes da companhia estiveram na BM&FBovespa na segunda-feira para entregar oferta.

“O fato é que haverá disputa”, disse uma das fontes.

O leilão marcará o primeiro teste importante do interesse de investidores de longo prazo no Brasil do governo do presidente Michel Temer e acontece em meio a dificuldades financeiras de grandes empreiteiras nacionais envolvidas na operação Lava Jato e que anteriormente chegaram a vencer disputas por grandes terminais do país, como o do Galeão, no Rio de Janeiro.

Segundo os termos dos editais, o pagamento inicial das outorgas dos quatro terminais (25 por cento à vista sem considerar o ágio) será de 754 milhões de reais, e o valor estimado a ser arrecadado com o pagamento das contribuições fixas anuais, ao longo da concessão, será de 3,01 bilhões.

Os concessionários também deverão pagar anualmente a contribuição variável de 5 por cento das receitas obtidas em cada aeroporto, com arrecadação prevista de 2,451 bilhões de reais. Os investimentos são estimados em 6,613 bilhões.

“Isso é bom para não acontecer o que houve na última rodada: grandes ágios, mas aeroportos em má situação financeira”, disse uma das fontes, referindo-se às concessões dos aeroportos do Galeão e de Confins (MG).

Em novembro de 2013, consórcio formado pela Odebrecht e a operadora de aeroportos Changi, de Cingapura, obteve a concessão do aeroporto do Galeão, ofertando cerca de 19 bilhões de reais, quase quatro vezes acima que o lance mínimo definido pelo governo.

Já o aeroporto de Confins (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, foi arrematado pelo consórcio liderado pela CCR, com lance final de 1,82 bilhão de reais, ágio de 66 por cento.

Sobre a disputa pelos terminais que vão a leilão na quinta-feira, a segunda fonte afirmou que aposta em mais interesse em Fortaleza. “Por ser mais perto da Europa, vai ter mais concorrência que os demais. Tem mais demanda”, disse a fonte.

A oferta inicial no leilão deverá ser de 31 milhões de reais para o aeroporto de Porto Alegre, de 310 milhões para Salvador, de 53 milhões para Florianópolis e de 360 milhões para Fortaleza.

A concessão de Porto Alegre será de 25 anos (prorrogável por mais cinco anos), e os demais serão de 30 anos (prorrogáveis por mais cinco anos).

Entre os principais investimentos que deverão ser realizados pelos futuros operadores estão a ampliação dos terminais de passageiros (exceto o de Florianópolis, que terá um novo terminal), dos pátios de aeronaves e das pistas de pouso e decolagem.

Também estão previstos o aumento do número de pontes de embarque, ampliação dos estacionamentos de veículos.

No final de 2016, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os quatro terminais respondiam por 11,6 por cento dos passageiros, 12,6 por cento das cargas e 8,6 por cento das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro.

Na véspera, uma das maiores empresas de concessões logísticas do Brasil, CCR, afirmou que deixou de participar do leilão por entender que as premissas usadas pelo governo para a modelagem dos editais não permitem a viabilidade dos projetos. Segundo o diretor de novos negócios da CCR, Leonardo Vianna, o principal motivo para a empresa ter ficado de fora do leilão dos terminais de Salvador, Porto Alegre, Fortaleza e Florianópolis foi “o problema da demanda”.

“Na hora que a gente simula a demanda (de passageiros) projetada com os estudos apresentados pelo governo a defasagem é muito grande”, disse Vianna, acrescentando que no caso de Salvador a diferença chegava a cerca de 20 por cento.



Lula diz que é “vítima quase de um massacre”

 

"O senhor não sabe como é acordar todos os dias com medo de a imprensa estar na porta da sua casa achando que você vai ser preso", afirmou o petista

 




O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva relatou nesta terça-feira, 14, em depoimento à Justiça Federal, a pressão causada pelo assédio da imprensa diante da possibilidade de sua prisão.

“O senhor não sabe como é acordar todos os dias com medo de a imprensa estar na porta da sua casa achando que você vai ser preso”, afirmou o petista ao juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal.

O interrogatório de Lula começou por volta das 10h10. Esta é a primeira vez que o ex-presidente é questionado em juízo como réu em ação penal relacionada à Operação Lava Jato. O petista é acusado de ser o mandante da tentativa de compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Segundo Lula, todos os dias são publicadas notícias de que ele será citado em novas delações premiadas, o que gera apreensão. “Nos últimos anos tenho sido vítima quase de um massacre”, lamentou.

Veja o vídeo completo com o depoimento do ex-presidente:

https://www.youtube.com/watch?v=3Rv4CiTaNgM



segunda-feira, 13 de março de 2017

O verdadeiro legado de Lula – Editorial O Estado de S.Paulo Política



No mesmo dia em que tomou conhecimento do escabroso volume de dinheiro sujo usado pela Odebrecht para, no dizer do ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “apropriar-se do poder público”, o País foi apresentado ao resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016. Poderiam ser dois dados estanques que apenas por uma infeliz coincidência vieram à luz ao mesmo tempo. Mas não são. Está-se diante do mais eloquente painel do desastre que representou o governo do ex-presidente Lula da Silva, um tétrico quadro dos males infligidos aos brasileiros pelo lulopetismo.
 
É este o verdadeiro legado de Lula – a pior recessão econômica desde 1948, quando o PIB passou a ser calculado pelo IBGE, e uma rede de corrupção sem precedentes, cuja voracidade por dinheiro público parece não ter deixado incólume sequer uma fresta do Estado Democrático de Direito.

Em depoimento prestado ao TSE no processo que apura o abuso de poder econômico da chapa Dilma-Temer na última eleição presidencial, Hilberto Mascarenhas Filho, ex-executivo da Odebrecht, afirmou que entre 2006 e 2014 a empreiteira destinou US$ 3,4 bilhões – mais de R$ 10 bilhões – para o financiamento de campanhas eleitorais por meio de caixa 2 e para o pagamento de propinas, no Brasil e no exterior, como contrapartida ao favorecimento dos negócios da empresa por agentes públicos.

Igualmente grave foi a divulgação da queda de 3,6% do Produto Interno Bruto no ano passado, embora este resultado já fosse previsto pelo mercado. Em 2015, a retração da atividade econômica havia sido ainda mais expressiva – 3,8% –, de modo que os dois últimos anos representaram um encolhimento de 7,2% da economia brasileira. Considerando o crescimento da população no período, em média, os brasileiros ficaram 11% mais pobres no último biênio.

Alguns analistas atribuem parte da responsabilidade pelo resultado negativo de 2016 ao presidente Michel Temer, tendo-se em vista que em maio do ano passado ele assumiu o governo após a aceitação, pelo Senado, da abertura do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. É caso de desinformação, uma absoluta ignorância da dimensão do dano causado às contas públicas por seus antecessores, ou simplesmente malícia. Aqueles que não deixam a catarata ideológica obnubilar a clareza dos números não têm maiores dificuldades em responsabilizar os que, de fato, devem ser responsabilizados. A profunda crise econômica por que passa o País é resultado direto da mais nociva combinação de atributos que pode se esperar em um governante: inépcia e má-fé.

Lula é corresponsável pelos crimes cometidos por Dilma Rousseff, que, com justiça, lhe custaram o cargo. Mais do que uma escolha, Dilma foi uma imposição de Lula ao PT como a candidata do partido nas eleições de 2010. Jactava-se Lula de ser capaz de “eleger até um poste”. De fato, elegeu um, que tombou deixando um rastro de destruição.

Estivesse verdadeiramente imbuído do espírito público que anima os estadistas que escrevem as melhores páginas da História, Lula poderia ter conduzido o País na direção daquilo que por muito tempo não passou de sonho. Nenhum governante antes dele reuniu apoio popular, apoio congressual – hoje se sabe a que preço –, habilidade política e uma conjuntura internacional favorável, tanto do ponto de vista macroeconômico como pessoal. O simbolismo de sua ascensão ao poder era, a priori, um fator de boa vontade e simpatia. Todavia, apresentado aos caminhos históricos que poderia trilhar, Lula optou pelo próprio amesquinhamento, para garantir para si, sua família e apaniguados uma vida materialmente confortável.

Cada vez mais enredado na teia da Operação Lava Jato, Lula apressa-se em lançar sua candidatura à Presidência em 2018. Como lhe falta a substância da defesa jurídica bem fundamentada – tão fortes são os indícios de crimes cometidos por ele apurados até aqui –, resta-lhe o discurso político como derradeiro recurso.

Se condenado em segunda instância, Lula ficará inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Mas se o tempo da Justiça não for o tempo da próxima eleição, que a retidão dos brasileiros genuinamente comprometidos com a construção de um País melhor seja implacável no julgamento das urnas.

 (O Estado de S.Paulo, 13/3/17)

Açúcar: Cumprindo a profecia – Por Arnaldo Luiz Corrêa

Açúcar: Cumprindo a profecia – Por Arnaldo Luiz Corrêa


O contrato futuro de açúcar em NY fechou a sexta-feira negociado a 18.28 centavos de dólar por libra-peso para o vencimento maio/2017, uma queda de 124 pontos (28 dólares por tonelada) em comparação ao fechamento da semana anterior depois de ter beliscado a mínima de 17.96 centavos de dólar por libra-peso, o nível de negociação mais baixo desde dezembro passado.

Quem nos acompanha constatou que NY acabou buscando o nível de preço que prevíramos aqui havia algumas semanas. Cumpriu-se a nossa profecia. Brincadeiras à parte, insistentemente batemos na tecla acerca da dissociação entre a perspectiva exageradamente altista alimentada pela enorme posição comprada dos fundos e a realidade nua e crua dos descontos negociados no mercado físico. E, insistimos também, que as usinas devessem fixar seus preços em reais por tonelada, pois eles não estariam disponíveis por muito tempo. O que nos surpreende é a velocidade com a qual o mercado mergulhou de cabeça abaixo dos 18 centavos de dólar por libra-peso. Desde o pico de 23.90 centavos de dólar por libra-peso negociado em outubro passado, o mercado despencou 25%.

Depois desse tombo, olhando o histórico de preços dos últimos anos e a sazonalidade do açúcar, é difícil não aceitar o fato de que veremos preços ainda mais baixos em centavos de dólar por libra-peso de abril a junho deste ano. Pelo menos foi isso que aconteceu em 71% das vezes nos últimos dezessete anos. A menos que algo extraordinário aconteça: clima, quebra?

Os números, sempre de difícil digestão, que vem da Índia trazem enorme volatilidade ao mercado e assim continuarão por muito tempo. O argumento principal é a dificuldade, por parte da maioria dos traders, em acessar os números daquele país. Despejam-se dados ao vento como se fossem axiomas intocáveis e a não validação óbvia dessas previsões injeta mais volatilidade aos preços (a volatilidade das opções subiu esta semana).

Se no Centro-Sul, com apenas 80 mil fornecedores de cana, temos dificuldade de encontrar um consenso sobre o volume de cana a ser esmagado no Centro-Sul para a 2017/2018, como acreditar ser possível obter consenso do volume a ser produzido num país como a Índia, com seus 35 milhões de fornecedores (alguns acham que é mais de 50 milhões), supostamente com muito mais dificuldade de mastigar esses números? Pois é.

Quem acertou em cheio nesse mercado foram aqueles que aproveitaram os elevados preços em reais por tonelada extremamente remuneradores e não dormiram no ponto, nem leram a cartilha de ninguém. Fizeram o básico e ganharam dinheiro. Em commodities, são raríssimas as ocasiões em que se vê o preço internacional negociar acima de 50% do custo de produção da origem por um extenso período de tempo.

Em 2016, o preço médio do açúcar de exportação VHP foi de R$ 1,437 por tonelada FOB Santos.

Nos últimos doze meses apurados até o final de janeiro deste ano, o mercado esteve acima dos R$ 1,500 por tonelada em 41% dos fechamentos diários. E em 67% das vezes, acima dos R$ 1,400 por tonelada. O fechamento desta sexta apura R$ 1,319 por tonelada. É ainda um preço bem remunerador. Por isso, quando comparado com o etanol que negocia na bacia das almas, é natural que vejamos mais cana direcionada para a produção de açúcar em 2017/2018 e eventualmente uma maior pressão nos preços possa ocorrer.

Existe chance de os preços no período abril-junho atingirem 16-17 centavos de dólar por libra-peso? Absolutamente, sim. No entanto, para que isso não ocorra, alguns fatores baixistas teriam de ser eliminados tais como a safra no Centro-Sul maior do que 600 milhões de toneladas de cana, o petróleo abaixo de 50 dólares por barril, o aumento dos juros americanos que pressionam os ativos de risco. Está fácil ser altista, não é mesmo?

Comenta-se que empresas do setor acreditando que o mercado futuro de açúcar continuaria sua exuberante trajetória de alta, fizeram operações de balcão (sempre elas) estruturadas para se enforcarem logo adiante.

Coisas do tipo garantir fixação de venda a 20 centavos de dólar por libra-peso, mas caso o mercado caia para 17, fica comprado em 20 centavos de dólar por libra-peso, e outras “preciosidades”.

Mais inacreditável ainda é que essas coisas ainda continuam acontecendo. E é nessa hora, em que a água começa a baixar, que descobrimos quem estava pelado dentro da piscina. Nada contra os derivativos nem seus provedores, mas as empresas que fazem uso desse instrumento têm obrigação de conhecer os efeitos colaterais. Tomam remédio de tarja preta como se tivessem consumindo aspirina. E a história se repete. Ano passado empresas sólidas, no mercado de grãos, faturando acima de R$ 1 bilhão, se afundaram em operações mal estruturadas. Fazer derivativos sem conhecer as gregas é o mesmo que atravessar a Avenida Paulista às cinco da tarde com uma venda nos olhos.

Anote na sua agenda: o XXVIII Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas (em português) da Archer Consulting, vai ocorrer dias 19 (terça), 20 (quarta) e 21 (quinta) de setembro de 2017, das 09 às 17 horas, em São Paulo-SP, no Hotel Paulista Wall Street (Arnaldo Luiz Corrêa é diretor da Archer Consulting - Assessoria em Mercados de Futuros, Opções e Derivativos Ltda.)