sexta-feira, 7 de abril de 2017

Apesar de placar, consultoria vê 70% de chance de reforma passar


O relatório da consultoria norte-americana Eurasia ressalta que a resistência à reforma persiste no Congresso e que a maioria dos deputados é contra o texto

 







A consultoria norte-americana de risco político Eurasia acredita que o governo vai aprovar uma reforma da previdência “robusta”, apesar do governo ter autorizado flexibilizar cinco pontos do texto original.

Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 7, os analistas mantém a probabilidade de 70% para a aprovação do texto com ao menos 50% do conteúdo original.

A Eurasia avalia que as concessões que o governo sinalizou na quinta-feira que fará já eram esperadas e fazem parte do jogo. Além disso, terão impacto fiscal “modesto”.

O relatório da consultoria ressalta que a resistência à reforma persiste no Congresso e menciona o Placar da Previdência realizado pelo Grupo Estado, que começou a ser divulgado na quarta-feira, 5.

O levantamento mostra que a maioria dos deputados é contra a reforma.

“O governo ainda não tem a maioria dos votos para aprovar a reforma, mas claramente tem feito progresso nas últimas duas semanas para conseguir uma maioria”, afirma o relatório da Eurasia, assinado pelos analistas especializados em Brasil, Christopher Garman, João Augusto de Castro Neves, Filipe Gruppelli Carvalho e Djania Savoldi.

O resultado do Placar da Previdência do Grupo Estado parece “assustador”, ressalta a Eurasia, mas o levantamento pode sinalizar que os parlamentares não querem ainda publicamente se mostrar a favor de uma reforma impopular.

A avaliação dos analistas é que o governo tem feito um esforço com cada partido para explicar a reforma e o custo econômico que teria da não aprovação do texto, mais um ponto para a Eurasia manter a probabilidade de aprovação da reforma em 70%.

A reforma “ambiciosa” proposta pelo governo foi desenhada já com alguma gordura para cortar, destacam os analistas. Por isso, era esperado que o governo recuasse em alguns pontos.

Em Brasília, a Eurasia consultou líderes de vários partidos nos últimos dois dias e notou que há resistência ao projeto, mas os parlamentares sinalizaram que está sendo construído um caminho para a aprovação. Por isso, a probabilidade de não aprovação da reforma atribuída pela Eurasia é de apenas 10%.

“Os líderes dos partidos têm feito progresso nas últimas duas semanas em identificar os pontos de pressão em cada partido contra a reforma proposta pelo governo”, afirmam os analistas, destacando que as concessões pelo Planalto sinalizadas na quinta mostram a estratégia de flexibilizar em alguns pontos que são importantes para os parlamentares, mas de pouco impacto fiscal.


Comissão Europeia autoriza aquisição da Sky pela Fox


A compra foi autorizada após a Comissão não constatar problemas de concorrência na Europa

 




A Comissão Europeia autorizou nesta sexta-feira a aquisição do grupo britânico de televisão Sky pelo grupo americano 21st Century Fox, ao não constatar problemas de concorrência na Europa, anunciou o Executivo comunitário.

“Fox e Sky exercem principalmente suas atividades em mercados diferentes na Alemanha, Áustria, Irlanda, Itália e Reino Unido”, pelo que entram em uma “concorrência limitada, essencialmente nos mercados de aquisição de conteúdo televisivo e de oferta no varejo de canais de televisão por assinatura”, afirma a Comissão em um comunicado.
  
 
 

Saraiva sai na frente em disputa pela Fnac no Brasil


De acordo com notícia divulgada pela agência Reuters, varejista teria surgido como possível compradora da rival




São Paulo – Depois da notícia de que a Fnac estaria saindo do Brasil, e a entrevista da empresa com a explicação de que ficará no país, mas busca um sócio, é a vez da Saraiva aparecer como uma possível compradora do negócio. A informação é da Reuters.

Segundo a agência, a então concorrente teria surgido como uma possível compradora do negócio brasileiro da varejista de livros e eletrônicos.

O processo de compra corre em sigilo, mas a Fnac Darty confirmou a contratação do Banco Santander Brasil para a assessoria financeira no processo.

Ainda de acordo com a Reuters, o banco já teria entrado em contato como uma lista de investidores, que incluiria General Atlantic LLC, Advent International, HIG Capital LLC e a Península Participações, que controla a fortuna do empresário Abilio Diniz.

Procurada por EXAME.com, a Fnac ainda não se pronunciou sobre o assunto.


Em consolidação


A crise das varejistas de livros e eletrônicos é uma realidade há alguns anos, não só no país, como no mundo. Os negócios vêm sendo abalados pela mudança de comportamento dos consumidores, atrelada à retração de consumo dos mercados e à forte concorrência com a Amazon.

No Brasil há cerca de duas décadas, a Fnac no Brasil opera com 12 lojas e o negócio representa 2% das vendas anuais do grupo, estimadas em 7,4 bilhões de euros.

No entanto, com a queda das vendas nos últimos anos, a operação tem caixa suficiente para se manter com seus atual capital de giro, mas precisa de recursos de fora para conseguir expandir o negócio. 

A consolidação é uma realidade também do setor no Brasil. Em março, a Livraria Cultura, outra que vêm passando dificuldades, negou que estivesse em negociação de venda para a Saraiva.

Por sua vez, a Saraiva tem reduzido sua aposta nos livros e ampliado espaço para tecnologia, games e aluguel de área para cafés.


Governo piora meta de déficit primário para R$129 bi em 2018


O dado confirmado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está muito acima da previsão anterior de um rombo de 79 bilhões de reais

 




Brasília – O governo fixou nesta sexta-feira um déficit primário de 129 bilhões de reais para o governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) em 2018, informou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, muito acima da previsão anterior de um rombo de 79 bilhões de reais.

Para o setor público consolidado, a meta é de um déficit de 131,3 bilhões de reais, abarcando também um déficit de 3,5 bilhões de reais para estatais federais e um superávit de 1,2 bilhão de reais para Estados e municípios.

Antes, a previsão era de um saldo negativo em 66 bilhões de reais para o setor público consolidado, cifra que englobava, além do rombo do governo central, um déficit de 3 bilhões de reais para estatais federais e superávit de 16 bilhões de reais para Estados e municípios.

No pós-Brexit, risco para Reino Unido é fechar acordos ruins

 

 

"É tudo sobre política doméstica britânica, não um debate racional sobre os benefícios de ser membro da UE", diz professor que treina negociadores

 








São Paulo – Depois de oficializar o Brexit na semana passada, o Reino Unido tem agora dois anos para acertar os termos de saída e redefinir a sua relação com a União Europeia.

A tarefa é hercúlea e os britânicos estão em uma posição fragilizada, já que a prioridade europeia é não deixar que eles saiam declarando vitória.

Para deixar claro que ser anti-UE não é ser anti-globalização, o Reino Unido aposta em acordos com terceiros países.

Mas isso é algo que exige tempo, capacidade técnica e que pela lei só pode ser feito após o Brexit estar totalmente concluído.

“O governo britânico pode ficar tentado a concluir acordos rápidos que teriam mais impacto político de demonstrar que o Reino Unido pode operar fora da UE. Mas estes não serão bons acordos em termos de ganhos de bem-estar e resolução de conflitos regulatórios”, diz Steve Woolcock.

Ele é professor na London School of Economics que está ajudando a preparar negociadores para o time de Liam Fox, secretário do Comércio.

Por e-mail, Woolcock respondeu a algumas questões de EXAME.com. Veja a entrevista:


EXAME.com – Os economistas foram praticamente unânimes em sua oposição ao Brexit e disseram que o impacto seria sentido antes mesmo que ele se concretizasse. Mas a economia britânica tem se mostrado resiliente e até cresceu mais do que o previsto em 2016. O que aconteceu?
Steve Woolcock – O impacto econômico de sair da União Europeia vai acontecer quando o Reino Unido de fato sair, e ao longo do tempo, devido ao menor acesso ao mercado comum europeu.
No curto prazo, o país se beneficiou de uma desvalorização cambial que estimulou a inflação e as exportações.

É importante para a União Europeia que o Brexit não seja visto como um sucesso, sob pena de estimular outras debandadas. Mas o que eles perdem se não houver nenhum acordo?
Os 27 países do bloco perderão acesso garantido ao mercado britânico, e as exportações da UE estarão sujeitas a tarifas mais altas. No balanço, é o Reino Unido que perde mais.

O Reino Unido está legalmente impedido de fazer negociações comerciais com outros países até que o Brexit esteja plenamente resolvido. No entanto, eles querem sinalizar que estão abertos para o mundo e por isso dizem que estão tendo conversas preliminares e genéricas com vários parceiros. Mas como você define esse limite?
Não estou certo de que você consiga definir esse limite. Está claro que nenhum acordo pode ser concluído, mas que o Reino Unido pode explorar opções com outros países.

Mas um dos limites para isso é a capacidade: qualquer conversa detalhada exigiria uma pesquisa considerável e capacidade administrativa, que está inteiramente focada nas negociações com a Europa.

Mas os novos acordos serão bons acordos?
Depende do que você chama de bom. Acordos economicamente significativos, aqueles que vão além de remover algumas tarifas e lidam com questões regulatórias, demoram bastante tempo.

O governo britânico pode ficar tentado a concluir acordos rápidos que teriam mais impacto político de demonstrar que o Reino Unido pode operar fora da UE. Mas não serão bons acordos em termos de ganhos de bem-estar e resolução de conflitos regulatórios.

O Mercosul é um possível alvo?
O problema aqui é a agricultura. O Reino Unido pode oferecer essa parte, mas com alguns custos domésticos, e há também a questão das margens de preferência para a ACP [grupo de países da África, Caribe e Pacífico] e para os estados da Commonwealth [grupo de ex-territórios britânicos] em produtos como açúcar.

A primeira-ministra Theresa May disse no começo do ano que “nenhum acordo é melhor do que um acordo ruim”. Mas há algo pior do que voltar para as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)?
Não. Não há nada pior do que voltar para as regras da OMC. Isso de “nenhum acordo é melhor que acordo ruim” é por razões políticas domésticas.

“Acordo ruim”, nesse caso, quer dizer um acordo que não satisfaz a ala do Partido Conservador cética em relação à União Europeia.

Lembre-se que isso tudo é sobre a política doméstica britânica, e não um debate racional sobre os benefícios de ser um membro da UE.

Existe algum lado bom do Brexit? Algum caminho possível para que o Reino Unido ganhe, ou pelo menos não perca, força no palco internacional?
O governo atual apresenta isso como uma grande oportunidade para o Reino Unido desempenhar um papel de liderança em comércio global.

O melhor cenário-base é aquele onde o Reino Unido faça um papel de facilitador que ajuda a fazer emergirem acordos em comércio, investimento e meio ambiente em nível multilateral.

O país não tem a influência suficiente para liderar. O problema com isso é que a maior parte das grandes economias ainda não está pronta para alcançar acordos (um exemplo é a administração de Donald Trump nos Estados Unidos).


O que se sabe sobre o ataque dos EUA à base aérea na Síria


Na noite de ontem, a base síria de Al Shayrat foi atacada por 59 mísseis lançados a partir dos navios americanos

 





A base aérea síria de Al-Shayrat, alvo de um ataque americano de mísseis de cruzeiro, foi o ponto de decolagem dos aviões que lançaram um ataque químico atribuído ao regime de Damasco, segundo o Pentágono.

59 mísseis

 

A base de Al Shayrat, na província central de Homs, foi atacada às 00h40 GMT (21h40 de Brasília, quinta-feira) por 59 mísseis Tomahawk lançados a partir dos navios americanos USS Porter e USS Ross, que estavam no Mediterrâneo oriental.

De acordo com o Pentágono, os serviços de inteligência americanos determinaram que os aviões que lançaram o ataque químico contra a localidade de Khan Sheikhun haviam decolado a partir desta base.

A base era conhecida como lugar de armazenamento de armas químicas antes de 2013 e do desmantelamento do arsenal químico sírio, indicou o capitão Jeff Davis, porta-voz do Pentágono.

A agência oficial síria Sana informou que o ataque “provocou a morte de nove civis, entre eles quatro crianças, deixou sete feridos e ocasionou importantes destruições em casas das aldeias de Al Shayrat, Al Hamrat e Al Manzul”, próximas à base.

A Sana não informou se este balanço inclui o relato de seis mortos fornecido pelas forças armadas sírias.

 

Aviões, hangares, radar


As primeiras avaliações do bombardeio mostram que ocorreram “grandes danos ou destruição de aviões” e de infraestruturas da base, “diminuindo a capacidade do governo sírio para realizar ataques”.

Os mísseis Tomahawk estabeleceram como alvo principalmente “hangares aéreos reforçados”, tanques de armazenamento de petróleo, munições, defesas antiaéreas e radares.

Mas a pista não foi atacada, declarou o capitão Davis, contrariando indicações fornecidas em um primeiro momento por um responsável americano.

O general H.R McMaster, conselheiro de segurança nacional do presidente Trump, afirmou que os americanos evitaram atacar o lugar “onde pensamos que gás sarin é armazenado”.

“Não desejamos criar um risco para civis nem para ninguém”, acrescentou.

Segundo o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, “o aeroporto foi quase totalmente destruído: os aviões, a pista, o depósito de combustível e as instalações de defesa aérea foram pulverizados”.

Enquanto isso, o correspondente da rede de televisão Rossiia 24, Evgueni Poddoubni, que se dirigiu ao local, afirmou que “nove aviões sírios das Forças Armadas foram destruídos” pelo bombardeio americano.

Nas imagens é possível ver ao menos dois aviões intactos em seus hangares de concreto armado, enquanto escombros não identificáveis cobrem o solo. Também é possível ver o impacto de uma bomba que escureceu a pista de pouso, que ficou, no entanto, em bom estado.

 

Os russos informados


O capitão Davis indicou que “todas as precauções foram tomadas para executar o ataque com um mínimo de riscos” para os funcionários presentes na base e principalmente os russos que estavam ali.

O ataque “não tinha como alvo as pessoas”, disse.

Segundo ele, os russos foram advertidos antes do ataque através de uma linha de comunicação especial instalada por militares americanos e russos desde o outono (boreal) de 2015 para evitar qualquer incidente aéreo entre seus aviões no céu sírio.

Ocorreram “múltiplas conversas” com os russos na quinta-feira através da linha especial, indicou. Afirmou que os militares americanos conheciam “o local preciso” da base utilizado pelos militares russos.

 

“Resposta proporcional”


O porta-voz americano deu a entender que não há a intenção de repetir o ataque.

“Foi uma resposta proporcional” ao ataque a Khan Sheikhun destinada a “dissuadir o regime de utilizar armas químicas novamente”.

“Será decisão do regime se serão realizados outros (bombardeios), isso será decidido com base em seu comportamento futuro”, acrescentou.
  
 
 

Rússia acusa EUA na ONU por “violação da lei internacional”


"Classificamos este ataque como uma violação flagrante da lei internacional e um ato de agressão", afirmou o representante de Moscou na ONU

 




A Rússia acusou nesta sexta-feira na ONU os Estados Unidos de terem violado a lei internacional ao lançarem um ataque militar contra o regime de Damasco na noite desta quinta-feira, depois de um suposto ataque químico que deixou mais de 80 mortos.

“Os Estados Unidos atacaram o território soberano da Síria. Classificamos este ataque como uma violação flagrante da lei internacional e um ato de agressão”, afirmou o representante de Moscou na ONU Vladimir Safronkov, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança dedicado ao ataque americano.