segunda-feira, 5 de junho de 2017

“Fadiga dos partidos” explica Trump e Brexit, diz Magnoli


Segundo o sociólogo, crescimento do nacionalismo surgiu com o medo daqueles que ficaram de fora dos benefícios da globalização

 




As consultas populares que culminaram na eleição de Donald Trump e na saída da Inglaterra da União Europeia (o Brexit), que surpreenderam muitos analistas, não são decorrentes de desinteresse pela política, baixo nível de educação ou fenômenos isolados.

Segundo o sociólogo Demetrio Magnoli, o que une os dois eventos é a expressão do descontentamento de setores que ficaram de fora dos benefícios da globalização, e viram no nacionalismo e na extrema direita uma forma de expressar sua insegurança.

O professor da USP abordou o tema durante a palestra A fadiga na política, a onda nacionalista, a antipolítica e o futuro da globalização. A exposição foi parte do fórum A Revolução do Novo – A Transformação do Mundo, promovido por VEJA e EXAME, em parceria com a Coca-Cola, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Para Magnoli, o momento é de renascimento do nacionalismo, motivado por fatores como uma crise econômica de grandes proporções e pela sensação de falta de representatividade dos partidos políticos. “Não existe uma fadiga da política, existe fadiga dos partidos políticos tradicionais. É um fenômeno mundial”, diz o sociólogo.

Essas instituições, diz o Magnoli, foram apoderadas por suas próprias militâncias, fazendo-as tomar posições políticas mais próximas dos extremos e mais distantes dos centros. Assim, os eleitores as veem como representantes dos próprios interesses, em vez do interesse público.

Um fator de semelhança entre o crescimento do nacionalismo em 1930, e no seu ressurgimento na atualidade é uma crise econômica de grandes proporções e que afetou vários países. No caso do século passado, a grande depressão; mais recentemente, a crise econômica de 2008.

A dificuldade no campo econômico, somada ao baixo crescimento do PIB em países centrais nos últimos anos, produziu uma camada significativa de pessoas que ficaram de fora dos benefícios da globalização, o que se traduziu nas urnas. “Os ‘órfãos’ da globalização, indignados com a perda de emprego e de renda, escolhem o nacionalismo para enfrentar seus medos”, diz Magnoli.

Ele aponta que tanto na eleição de Trump como no Brexit, as parcelas que mudaram sua orientação política e foram decisivas para esses resultados foram de trabalhadores de classe média empregados em indústrias tradicionais. Com a revolução tecnológica, muitas delas ficaram para trás.

Nos EUA, os trabalhadores do meio-oeste americano, tradicionalmente ligados a sindicatos e aos democratas, migraram para Trump. Na Inglaterra, redutos tradicionais do partido trabalhista apoiaram a saída da União Europeia.

Segundo o sociólogo, uma expressão desse movimento nacionalista é o sucesso eleitoral de partidos de extrema direita. Eles conseguiram associar, incorretamente, o desemprego e o terrorismo aos imigrantes e se beneficiaram eleitoralmente nos Estados Unidos e na Europa.

Assim como o nacionalismo da década de 1930, o de agora também emerge da soma dos medos. E vence quem consegue criar uma narrativa sobre esse medo, mesmo que incorreta, como no caso dos imigrantes.

“Não importa que se constate, depois, que o terrorista mora há décadas na mesma cidade em que cometeu o atentado”, disse.

Para o sociólogo, esse movimento de radicalização tem recebido uma resposta das cidades grandes e médias, que tem registrado maior participação política.

Esse maior engajamento fez com que não houvesse uma onda de extrema direita em eleições como na Áustria, Holanda e França, como seria esperado. “Já disseram que o Trump seria o coveiro da União Europeia. Ele pode ter sido o salvador dela”, avaliou Magnoli.

Esta fintech precisa de mais profissionais e tem 50 vagas abertas


Meta da fintech SumUp é contratar 150 pessoas neste ano. Salários podem chegar a 20 mil reais

 




São Paulo – Há pelo menos três meses toda semana chegam entre cinco e sete novos funcionários ao escritório da SumUp em São Paulo, segundo conta o CEO, Igor Marchesini.

Com 220 funcionários em São Paulo, a fintech de origem alemã especializada em dispositivos para pagamento móveis para pequenos empreendedores está crescendo rápido por aqui, um dos seus 16 escritórios espalhados pelo mundo. Só agora são 50 vagas abertas, mas a meta é fechar 2017 com 150 contratações.

“A gente vem numa toada grande de crescimento. Queremos reforçar a equipe para capturar todas as oportunidades que identificamos”, diz Marchesini. No ano passado, o volume de negócios da SumUp triplicou no Brasil e a projeção é de alta de 50% neste ano.

Segundo o executivo, a empresa precisa de pessoas em praticamente todas as áreas com oportunidades neste momento para agentes de suporte, responsáveis pelo atendimento, até gerente de logística, analistas financeiros, analista de comunicação e marketing, coordenador de aquisição, desenvolvedores de TI, gerente de produto, estagiários, entre outras. No site da empresa, há a lista de todos os cargos vagos.

Pessoas de todos os jeitos e tipos com algo em comum

 

Segundo Marchesini quem circula pela empresa percebe que a equipe é bastante diversa. Apesar de jovens serem maioria, a empresa tem oportunidades também para profissionais mais experientes para vagas, por exemplo, de controller e coordenador de risco.

“O coordenador de risco, por exemplo, vai gerir um time grande e é uma posição com muita interação na indústria”, diz o CEO para justificar por que a posição exige uma certa bagagem, ainda que não necessariamente na área de risco, em si.

De maneira geral, facilidade com números, boa capacidade analítica e domínio de inglês são características bastante valorizadas pela empresa.

Mas, Marchesini diz que é o entusiasmo em ajudar pequenos empreendedores é o elo de ligação entre as pessoas na SumUp. “Aqui a gente trabalha por propósito. Pessoas movidas por desafio geralmente dão certo aqui”, diz.

O ambiente da empresa é leve e autêntico, como o CEO gosta de definir. Como é frequente em startups e fintechs, o escritório da SumUp é aberto tem salas de descanso e de interação, além e frutas e café por conta da empresa.

Os salários para as oportunidades variam entre 2 mil reais e 20 mil reais e estão dentro da média de mercado. “Grana não pode ser o só o que atrai, mas também não podemos perder talentos por conta de dinheiro”, diz ele.

Por isso, ele conta que a cada seis meses há uma revisão do desempenho e quem se destaca recebe aumento salarial. “Em seis meses o passe dele pode valorizar e antes que o mercado enxergue, a gente faz isso”, explica.

Copa do escritório da SumUp: comidinhas liberadas para funcionários (SumUp/Divulgação)


CEO acompanha de perto processo de recrutamento

 

“Não tem nada mais importante do que gente”, diz o CEO da SumUp para explicar por que ele acompanha de perto o recrutamento na empresa.

Até bem pouco tempo atrás, ele diz que conseguia e fazia questão de entrevistar pessoalmente todos os candidatos a oportunidades profissionais na empresa. Isso para garantir que o aumento acelerado da equipe não seja acompanhado de enfraquecimento da cultura da empresa.

Hoje, quando não é ele, é alguém da alta liderança que, obrigatoriamente, faz a última entrevista com o candidato. “ Isso porque acontece muitas vezes de você ter uma equipe de 50 pessoas muito engajadas, mas quando cresce para 200, 300 funcionários você vê isso se diluir”, diz Marchesini.

Para se certificar de que isso não aconteça na SumUp, ele diz que estabeleceu algumas medidas. “Além do gestor direto, subordinados e colegas, chamamos também duas pessoas que nada têm a ver com a vaga para entrevistar o candidato”, conta.

Marchesini conta que costuma perguntar para a equipe se aquela pessoa seria uma companhia interessante em um voo ou em um almoço.

Além das entrevistas, o processo seletivo tem provas cujo conteúdo varia dependendo da área. “É uma prova que o profissional leva, em média, 40 minutos para terminar e é relativamente divertida de fazer”, diz Marchesini.


Área de interação: ambiente de trabalho é leve e autêntico, segundo o CEO (SumUp/Divulgação/Esta fintech precisa de mais profissionais e tem 50 vagas abertas)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

B&B Hotels fecha parceria com Tarjab para lançar unidade na Luz


Incorporadora realizará a obra no bairro da Luz, centro de São Paulo, enquanto rede administrará o negócio pronto, por meio de locação das unidades

 




São Paulo – O grupo B&B Hotels na América Latina e a incorporadora Tarjab fecharam um contrato para o lançamento do primeiro empreendimento em hotelaria da marca no país.

Com VGV estimado em mais de 70 milhões de reais, o B&B São Paulo Luz terá como endereço a Rua Florêncio de Abreu, no bairro da Luz, capital paulista.

Pelo acordo, a incorporadora fica responsável por realizar e gerenciar a obra, com o investimento próprio de 50 milhões de reais no projeto. Depois de pronto, a gestão do negócio será com a B&B Hotels.

“Queremos expandir nosso negócio no Brasil, pois sentimos que há um grande potencial de crescimento no país”, afirma Georges Sampeur, CEO da B&B Hotels.

A rede hoteleira administra 400 hoteis pelo mundo, todos com perfil econômicos e oferta qualificada de serviços.

Em São Paulo, o primeiro hotel B&B terá 292 unidades, que serão vendidas a terceiros e arrendadas pelo grupo. A expectativa é de uma taxa de ocupação de 65%.

O contrato para locação será dividido em duas partes: uma remuneração fixa, garantida até o final do contrato e uma variável, com base na performance do empreendimento.


Ações da BlackBerry subiram quase 70% nos dois últimos meses


A empresa deixou o modelo de negócios voltado para as vendas de seus próprios celulares para comercializar softwares e serviços de consultoria de segurança

 





Toronto – As ações da BlackBerry subiram mais de 10 por cento nesta quinta-feira, aumentando os ganhos recentes depois que uma empresa de investimentos influente disse que as ações da empresa de tecnologia canadense poderiam dobrar, uma vez que um esforço de virada de vários anos começa a dar frutos.

As ações da BlackBerry subiram quase 70 por cento nos últimos dois meses, quando os negócios com montadoras e outras conquistas empresariais aumentaram a confiança nas perspectivas da empresa.

A Citron Research afirmou em relatório na quinta-feira que espera uma continuidade nisso. “Quando Wall Street muda seu quadro de expectativas em relação ao futuro e supera seu legado de negócios, fique atento”, afirmou o relatório.

A empresa deixou o modelo de negócios voltado para as vendas de seus próprios celulares para comercializar software para segurança de aparelhos e automóveis e serviços de consultoria de segurança cibernética.

A BlackBerry espera usar essa posição para conquistar mais negócios automotivos relacionado diretamente para os veículos autônomos.

Em Toronto, as ações atingiram uma alta de quatro anos de 15,82 dólares canadenses, com cerca de 4 milhões de ações mudando de mãos no meio-dia, mais que o dobro da média diária de três meses.


OGPar e OGX pedem encerramento de recuperação judicial


Companhias, que detinham dívidas de mais de 13,8 bilhões de reais em 2013, disseram que foram cumpridas todas as obrigações previstas em seus planos.

 




São Paulo – A Óleo e Gás Participações (OGPar) e OGX Petróleo e Gás informaram que entraram com pedido na Justiça para o encerramento de seu processo de recuperação judicial, segundo comunicados divulgados nesta sexta-feira.

As companhias, que detinham dívidas de mais de 13,8 bilhões de reais em 2013 quando apresentaram os pedidos de recuperação judicial, disseram que foram cumpridas todas as obrigações previstas em seus planos.

“As companhias entendem que não existem pendências e obstáculos legais ou processuais que possam impedir o encerramento da recuperação judicial”, segundo a nota.

O encerramento do processo depende agora de decisão da Justiça do Rio de Janeiro.

Aprovada a especialização das Varas Federais em Direito da Concorrência e Comércio Internacional, antigo pleito da OAB SP

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Foi aprovada no dia 29 de maio pelo Colegiado do Conselho da Justiça Federal uma resolução que trata sobre proposta de especialização, com competência concorrente, de varas federais em Direito da Concorrência e Comércio Internacional, com a finalidade de recomendar que os Tribunais Regionais Federais especializem, porém sem exclusividade, varas federais, já existentes, em Direito da Concorrência e Comércio Internacional.

O corregedor-geral da Justiça Federal, ministro Mauro Campbell Marques destacou que “a medida irá possibilitar maior domínio dos magistrados sobre ramos específicos do Direito, garantir o equilíbrio no andamento dos processos e contribuir para o planejamento e execução de negócios pelos jurisdicionados, além de favorecer a melhoria de soluções no desenvolvimento do comércio internacional e da economia brasileira, bem como para a atração de novos investimentos, conforme sinalizado pelos órgãos envolvidos”.

A criação das varas especializadas em comércio internacional é um pleito antigo da Comissão de Direito Aduaneiro da OAB SP que finalmente se concretiza. A proposta aprovada pelo Colegiado do Conselho da Justiça Federal foi debatida e teve origem no Seminário Os desafios da judicialização da defesa da concorrência, da regulação e do comércio internacional, realizado em novembro de 2015, ocasião na qual a Comissão de Direito Aduaneiro da OAB SP, representada pelo seu presidente, destacou a importância da especialização das varas.  No seminário ficou claro que a especialização das varas federais era necessária ao setor.

O Presidente da Comissão de Direito Aduaneiro da OAB SP, Augusto Fauvel de Moraes, na sua manifestação no referido Seminário, destacou que o objetivo da Comissão é trazer exemplos de casos que demonstram “a necessidade de aprimoramento e de melhor entendimento pelo Judiciário das demandas que envolvem o comércio internacional”

Indicou a necessidade de “criação de varas especializadas em comércio internacional, em Direito Aduaneiro ou, na falta dessa possibilidade, que no mínimo houvesse uma concentração de demandas em determinadas varas, para que o juiz possa ter mais contato com a matéria, aprofundar-se, ter mais conhecimento, e também cursos, treinamentos de forma­ção dos magistrados com Direito Aduaneiro, com comércio internacional, com uma maior discussão e interação com a OAB e com os doutrinadores da área”. De acordo com o Dr. Augusto decisões como essa seriam evitariam prejuízos e todos ganhariam.

Essa medida, sem dúvida trará inúmeros benefícios aos operadores do comércio internacional.

Fonte: Site Conselho da Justiça Federal e Série Cadernos do CEJ, nº 32 –  Conselho da Justiça Federal – 2017

 http://tributarionosbastidores.com.br/2017/06/vara/

Zara pagará R$ 5 mi por descumprir acordo sobre trabalho escravo


Empresa havia assinado pacto contra trabalho escravo depois de ser autuado, em 2011, pelo mesmo motivo 

 






São Paulo – A Zara Brasil terá de pagar 5 milhões de reais de multa por descumprir o acordo firmado com o Ministério Público do Trabalho em caso de constatação de trabalho análogo a de escravo ou trabalho infantil.

A informação foi divulgada no site do MPT-SP. Em uma fiscalização, no início deste ano, fiscais constataram o descumprimento de cláusulas do acordo “não havendo, entretanto, a efetiva constatação de trabalho em condições análogas à de escravo nos fornecedores e terceiros da empresa compromissada”.

Condições inadequadas no meio ambiente do trabalho e alojamento, excesso de jornada, atraso de salários, falta de anotação na carteira de trabalho e trabalho proibido ao adolescente foram algumas das irregularidades encontradas.

Em 2014, depois de trabalhadores que produziam roupas para a marca terem sido resgatados de condições degradantes, análogas à de trabalho escravo, a Zara firmou com o MPT-SP um acordo se comprometendo a melhorar as condições de trabalho em sua cadeira de fornecedores no Brasil.

Na época, a rede de varejo concordou em pagar 3,150 milhões de reais em projetos com organizações não-governamentais para essa finalidade. Outras seis empresas do setor foram investigadas pelo mesmo motivo naquele mesmo ano.

A varejista de roupa de origem espanhola criou até uma etiqueta antitrabalho escravo, uma tentativa de enterrar o assunto de vez.

Desta vez, o Ministério propôs um novo termo com multas maiores previstas e mais responsabilidade para a empresa, se constatados casos futuros de irregularidades.

Além dos cinco milhões de reais em investimentos sociais, revertidos em projetos que visem o combate de trabalho escravo e infantil no país, a Zara terá ainda a obrigação de “anotação na carteira de trabalho dos trabalhadores prejudicados.