Apareceu o Porto de Santos na conta de Michel Temer, conforme
antecipou o Relatório Rreservado nas edições de 22 de março de 2016 e 21
de março de 2017. Agora falta o etanol da BR Distribuidora, pedra
cantada pelo RR nos dias 28 de setembro de 2015 e 21 e 22 de março de
2016 (Relatório Reservado, 6/6/17)
Para lembrar: Delcídio cita Temer em esquema ilícito na BR Distribuidora
Vice-presidente
teria indicado João Augusto Henriques – Foto -, envolvido em compra
ilícita de etanol, para a estatal durante o governo FHC; assessoria nega
que Temer tenha tido qualquer participação na escolha de Henriques.
O vice-presidente Michel Temer foi citado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) como responsável pela indicação de um diretor da BR Distribuidora que fez aquisições de etanol de forma ilícita. O caso consta nos depoimentos feitos sob acordo de delação premiada do senador, tornada pública nesta terça-feira, 15, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com Delcídio, Temer foi responsável pela indicação de João Augusto Henriques para a companhia estatal no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Já a compra ilegal de álcool teria ocorrido entre 1997 e 2001. Na oportunidade, Temer era deputado federal e ocupava a Presidência da Câmara.
“Augusto Henriques foi diretor na BR Distribuidora entre 1998 e 2000; Que a diretoria de João Henriques tinha, entre outras atribuições, a compra de etanol de etanol e, por conta disso, mantinha relação estreita com usineiros; que a gestão de João Augusto Henriques foi polêmica”, disse Delcídio.
Ainda segundo Delcídio, Henriques acabou demitido da BR Distribuidora. Entre 2007 e 2008, contudo, ele voltou a ser cotado para outro posto na Petrobrás, o de diretor da área internacional, cargo que pertencia a Nestor Cerveró. Ele, porém, teve o nome vetado pela então ministra Dilma Rousseff.
“Que João Augusto Henriques foi cotado para ser Diretor da Diretoria Internacional da Petrobrás, em 2007 ou 2008, com o apadrinhamento de Michel Temer”, registra o depoimento de Delcídio.
Ainda segundo o senador, como o nome de Henriques foi vetado, Jorge Zelada acabou ficando com a vaga e Michel Temer acabou sendo seu padrinho: “Que João Augusto Rezende Henriques indicou Jorge Zelada, Que Jorge Zelada foi chancelado por Michel Temer e pela bancada do PMDB”.
Outro lado
Temer
informou, por meio de sua assessoria, que sequer conhecia João Augusto
Henriques quando ele foi nomeado para a BR Distribuidora. A informação
de que seria o “padrinho” do operador, sustenta o vice-presidente, é
falsa. Temer alega que, no governo Lula, a indicação de João Augusto foi
da bancada do PMDB mineiro, e não dele.
O Estado telefonou para a assessoria do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ainda não retornou
(O Estado de S.Paulo, 15/3/16)