Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
SÃO
PAULO (Reuters) - A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira os
irmãos Joesley e Wesley Batista por insider trading e por manipulação de
mercado, informou o órgão.
Ambos foram alvos
de uma operação na semana passada, acusados de se aproveitarem da
divulgação iminente de seus acordos de delação premiada para lucrarem no
mercado financeiro e tiveram suas prisões decretadas pela Justiça.
Na
ocasião, Joesley já estava preso mas em caráter temporário, acusado de
ter omitido crimes em seu acordo de delação premiada e apenas Wesley foi
detido pela Polícia Federal em São Paulo.
Quando
foi deflagrada a operação, a PF disse que eram investigados dois
eventos separados, sendo o primeiro deles a realização de ordens de
venda de ações da JBS em bolsa de valores por sua controladora, a FB
Participações, e a compra dessas ações, em mercado, por parte da própria
JBS.
A operação no mercado, segundo a PF, foi
uma manipulação por parte da JBS, “fazendo com que seus acionistas
absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de
outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital
fechado, teria sofrido sozinha”.
O segundo
evento investigado é a intensa compra de contratos de derivativos de
dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS, fora do padrão
de movimentação comum da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da
moeda norte-americana após a revelação da delação.
O
relatório da PF com o indiciamento de Joesley e Wesley Batista será
agora encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) a quem caberá
decidir se oferece denúncia contra ambos à Justiça.
Procuradas, a JBS e advogados dos irmãos Batista não se manifestaram imediatamente sobre o indiciamento.
TAIPEI/SAN
FRANCISCO (Reuters) - O Google, da Alphabet Inc anunciou que vai pagar
1,1 bilhão de dólares pela divisão da HTC Corp que desenvolve os
smartphones Pixel, em sua segunda grande incursão em hardware de
telefone após um fracasso dispendioso.
Com o
negócio, que será totalmente em dinheiro, o Google assumirá 2.000
funcionários da HTC, cerca de um quinto da força de trabalho total da
empresa taiwanesa. Também adquirirá uma licença não exclusiva para a
propriedade intelectual da HTC e as duas empresas concordaram em
explorar outras áreas de colaboração no futuro.
Apesar
do Google não estar adquirindo nenhum ativo de manufatura, a transação
enfatiza suas ambições para os smartphones Android, no momento em que a
atenção dos consumidores e da mídia é amplamente focada na rival Apple
Inc.
“O Google achou necessário ter sua própria
equipe de hardware para ajudar a trazer inovações para dispositivos
Android, tornando-os competitivos em relação à série iPhone”, disse Mia
Huang, analista da empresa de pesquisa TrendForce.
O
negócio faz parte de um impulso mais amplo e ainda incipiente em
hardware que levou o Google a contratar no ano passado Rick Osterloh, um
ex-executivo da Motorola, para liderar sua divisão de hardware. O
negócio com a HTC também ocorre antes do lançamento de novos produtos no
dia 4 de outubro, que deverá incluir dois telefones Pixel e um
Chromebook.
Os smartphones Pixel, lançados há
apenas um ano, têm menos de 1 por cento de participação de mercado
global, com estimativa de venda de 2,8 milhões de unidades, de acordo
com a empresa de pesquisa IDC.
O Google terá
como objetivo não repetir os erros cometidos quando adquiriu a Motorola
Mobility por 12,5 bilhões de dólares em 2012. Após dois anos, a gigante
da Internet vendeu a unidade para o grupo chinês Lenovo por menos de 3
bilhões de dólares, já que a Motorola não produziu produtos atraentes
que pudessem competir com iPhones.
Desta vez, no entanto, o preço do negócio é muito menor e a ausência de unidades de fabricação também minimiza o risco.
A
estratégia do Google de licenciar o Android gratuitamente e tirar
proveito de serviços embutidos, como buscas e mapas, tornou o Android o
sistema operacional móvel dominante com cerca de 89 por cento do mercado
global, de acordo com o IDC.
Alguns analistas questionaram o
acordo, dado o longo declínio da HTC. A empresa taiwanesa já vendeu um
em cada 10 smartphones em todo o mundo, mas viu a participação de
mercado diminuir acentuadamente diante da concorrência da Apple, Samsung
Electronics Co e rivais chineses.
GENEBRA
(Reuters) - O comércio mundial está se recuperando fortemente, mas os
riscos permanecem, informou a Organização Mundial do Comércio nesta
quinta-feira, com expectativa de crescimento do comércio em 3,6 por
cento em 2017, bem acima do 1,3 por cento do ano passado.
A
previsão marca uma forte revisão para cima da estimativa de abril da
OMC, quando previu um crescimento de 2,4 por cento em uma faixa entre
1,8 e 3,6 por cento, devido ao alto nível de incertezas políticas e
econômicas.
Essa faixa agora foi estreitada
para 3,2 e 3,9 por cento, com base no crescimento econômico acelerado e
no aumento da demanda de importação da China e dos Estados Unidos, o que
estimulou o comércio na Ásia.
“O melhor
cenário para o comércio é uma boa notícia, mas riscos substanciais que
ameaçam a economia mundial continuam em vigor e podem facilmente
prejudicar qualquer recuperação comercial”, disse o diretor-geral da
OMC, Roberto Azevedo, em comunicado.
“Esses
riscos incluem a possibilidade de que a retórica protecionista se
traduza em ações restritivas ao comércio, um aumento preocupante das
tensões geopolíticas globais e um aumento dos custos econômicos de
catástrofes naturais.”
No entanto, o
crescimento do comércio está ficando mais sincronizado em todas as
regiões se comparado ao que foi por muitos anos, o que pode reforçar a
tendência atual, disse ele.
SÃO
PAULO (Reuters) - A Superintência Geral do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição pela Movida
da locadora de veículos de alto padrão Fleet Services, de acordo com
despacho publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira.
Em
17 de agosto, a companhia de locação de veículos e gestão de frotas
anunciou a compra de 100 por cento das quotas da Fleet Services, então
detidas pelo Grupo Eurobike e por Jorg Henning Dornbusch. O acordo
previa pagamento de 5 milhões de reais, acrescidos de outros 17 milhões
de reais em dívidas da Fleet, conforme informou a Movida em comunicado.
Parecer
divulgado no site do Cade ressalta que a autarquia “entende que o
mercado de terceirização de frotas não se confunde com o de locação de
veículos”. O documento ainda cita que os veículos que serão adquiridos
pela Movida representam menos de 10 por cento do volume em circulação no
mercado de terceirização de frota.
O órgão
antitruste ainda destaca que a receita da Fleet em 2016 também
correspondeu a menos de 10 por cento do faturamento total do mercado.
“Por
todo o exposto, em face da baixa sobreposição horizontal decorrente da
operação, esta Superintendência-Geral conclui que a presente operação
não acarreta prejuízos ao ambiente concorrencial, podendo ser aprovada
por rito sumário”, diz o parecer.
As ações ordinárias da Movida acumulam ligeira queda de 1,58 por cento em setembro.
O conselho de administração do grupo industrial Ultrapar aprovou
nesta quarta-feira um orçamento adicional de 355 milhões de reais para
acelerar a expansão da rede de postos de combustíveis Ipiranga.
Em comunicado, a Ultrapar informou que o conselho também aprovou
realocar 123 milhões de reais, que inicialmente seriam usados em
aquisições, para compor o investimento total nas atividades operacionais
da Ipiranga em 2017.
A decisão vem após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) ter rejeitado por unanimidade a compra da rede de distribuição de
combustíveis Alesat, quarta maior do país, pela Ipiranga, vice-líder,
por cerca de 2,2 bilhões de reais, no começo de agosto.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não reconheceu
ato de concentração na compra pelo grupo 3Corações das marcas “Toko” e
“Café Toko”, pertencentes à Toko Logística e Distribuição, segundo
despacho publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
Conforme o texto, o não reconhecimento decorre do fato de a Toko não
ter registrado faturamento mínimo de 75 milhões de reais em 2016,
“motivando-se, assim, a conclusão de não obrigatoriedade de notificação
da presente operação”.
O Grupo 3Corações atua no Brasil na produção, comercialização e
distribuição de produtos alimentícios e alguns serviços, especialmente
os relacionados a café.
Já a Toko é titular das marcas “Toko” e “Café Toko”, “que são
utilizadas no produto café torrado e moído, comercializado,
principalmente, nas regiões da Zona da Mata mineira e dos Lagos, no
Estado do Rio de Janeiro”, segundo a despacho do Cade.
Ainda nos machuca os ouvidos a frase “nós não vai ser preso”.
Não é pelo maltrato ao idioma não, nem pela aberração da conjugação do
verbo, porque isso até que passa e vira formalidade num País de treze
milhões de analfabetos, quando o mais grave (muito mais grave) é o
conteúdo da frase mesmo. E também ainda nos machuca as retinas o cariz
de pretensão de impunidade com os quais o “nós não vai ser preso” nos
foi lançado na cara. O dono da pérola, isso todo brasileiro com um fio
de barba de vergonha sabe quem é, porque em gente boa dói mais, muito
mais, coisas desse tipo: o senhor Joesley Batista, ex-todo-poderoso dono
da J&F. As voltas que o mundo dá, e ele agora está trancafiado, por
irônica cilada do destino, juntamente com o seu interlocutor no tosco
diálogo que gerou a frase. O nome do parceiro de corrupção é Ricardo
Saud, ex-alto diretor da empresa. O irmão de Joesley, Wesley, seguiu o
mesmo caminho, aquele que tem levado muita gente a sair de suas mansões,
por ordem judicial, e ir morar contrariado em cubículos de nove metros
quadrados, sem vaso sanitário e sem água quente. Wesley está preso sob
acusação de manipular o mercado financeiro.
Falou-se de retinas. E as nossas retinas absorvendo malas e caixas de
dinheiro escondidas num apartamento em Salvador, como olhos nus olhando
eclipse? Igualmente isso nos fere, igualmente isso nos dói: são os R$
51 milhões do senhor Geddel Viera Lima, ele mesmo, o bebê chorão, que
chora para o juiz, que chora para o carcereiro quando vão lhe raspar a
cabeça na cadeia, mas não chora quando gatuna dinheiro do povo, quando
conta dinheiro do povo, quando deixa suas lombrosianas digitais no
dinheiro do povo. Ah, a dor de treze milhos de desempregados olhando a
dinheirama roubada nos tempos em que ele foi vice-presidente do
departamento de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal. Bom, muito
bom, Geddel também está trancafiado.
Falou-se de povo. Eta povo, o quanto que essa palavra passa de boca
em boca na turma do PT, como dela se apropriou a boca de Lula, do chefão
da organização criminosa Lula et caterva – Lula, hoje réu em seis
processos e com uma linha de montagem de denúcias e inquéritos contra
si. A boca da coxa fala em povo, e não enlouquecemos não, não estamos
falando que coxa tem boca, estamos dizendo é que essa coxa, apelido da
presidente nacional do PT e senadora Gleisi Hoffmann no submundo da
corrupção, também ela anda e desanda a falar de povo. E parece padecer
de episódios persecutórios, acha agora que o lingua-nos-dentes Antonio
Palocci entregou tudo o que sabia de podridão de Lula porque está a
serviço da CIA (chora não, leitor; ou, pelo menos, chore de rir). Pois
é, Lula e Palocci eram amigos até debaixo d’água ou debaixo de milhões
de dólares, e hoje é o salve-se quem puder – depondo a Sergio Moro, Lula
declarou que Palocci é “frio e calculista”. Como diz a população
carcerária feminina, “quando o bicho abraça playboy, a língua de playboy
não tem osso” – ou seja, um deda o outro, só falta fazê-lo por ordem
alfabética. Palocci, o super agente secreto americano (tem mais jeito de
KGB), não honrou o ensinamento do santo que inspirou sua mãe na hora de
seu bastismo: Santo Antonio de Pádua. Pregava Antonio, o santo, não o
Palocci: “se não puder falar bem de alguém, não fale nada”. Claro que é
impossível falar bem de Lula. Então Palocci, mesmo sendo católico,
resolveu falar para tentar aliviar a sua prisão. Eis, aqui, outro
trancafiado.
Falou-se de organização criminosa. Inacreditável, as quadrilhas se
entrelaçam, nunca se viu tanta corrupção, nunca se viu tantos milhões e
bilhões desviados de cofres públicos. A impressão que dá, tamanha é a
lama, é que se todas as cédulas de dinheiro pego da Viúva fossem
colocadas lado a lado, com paciência de Jó se conseguiria organizá-las
por sequência numérica. Como se disse, tudo se entrelaça, é um novelo.
Olhe! É lama mesmo! Olhe! De onde saíram tantos facínoras? Na semana
passada, Michel Temer disse que “facínoras roubam a verdade” no País.
Ele se referiu apenas aos que o denunciam. ISTOÉ elege a expressão
facínora em outro contexto bem mais amplo: refere-se a todos, todos
mesmo, os predadores que assaltam politicamente o Brasil. É como se
Temer falasse de alguns músicos; ISTOÉ fala da orquestra interira. E
toda essa corrupção enoja. Tudo isso é obsceno. Tudo isso,
machadianamente, “exaure” e “cansa”. Bom Machado de Assis, bom “bruxo do
Cosme Velho”, o teu Simão Bacamarte, de Itaguaí, faria um belo trabalho
de internação de muitos e muitos políticos dessa “Pindorama, hoje
Brasil!”, de muitos e muitos empresários, de muitos e muitos
empreiteiros, não fosse ele médico mas, sim, delegado da Polícia
Federal. E a Casa Verde seria a Papuda. Reais e dólares, aos milhões,
aos bilhões, viraram troco para corruptos e corruptores das mais
diversas cores ideológicas e partidárias. Ok, bom e sábio “bruxo”, você
avisou: no dia em que fosse proclamada a República, do jeito que tal
proclamação estava sendo alinhavada, se veria no País uma quantidade de
corruptos que o “sol jamais alumiou”.
Falou-se de corrupção. Como o poder no Brasil parou nas maõs desses
delinquentes? De onde vem esse Irma de malversação do dinheiro público?
Genética, a causa não é, porque a esmagadora maioria dos brasileiros é
honesta, basta olharmos para os olhos da honestidade que se sabe roubada
naqueles que bocejam à espera dos sobretolados metrôs e trens e ônibus
às seis da matina. Só em São paulo, oito milhões de sonolentos todos os
dias. E é mão de mãe com calo puxando filho para creche, é mão de mãe
com calo indo para o batente de arrumar casa dos outros, é mão de mãe
com calo seguindo para a fábrica. Não, o povo brasileiro é íntegro sim.
Mas há um ponto de partida para todo o nó. A República!
Falou-se de República. Não pelo fato de a República ser República,
mas, isso sim, por ter sido decretada e não proclamada. Aristides Lobo,
arguto observador, escreveu com maestria que o povo, atônito, pensou que
se tratava de uma parada militar. Ao saber que um desafeto seu (dera em
cima de sua mulher) poderia ser o chefe do novo gabinete do império
(boato nascido da boca de Benjamin Constant), Deodoro da Fonseca decidiu
assinar a mudança de regime, sequer em praça pública, mas nas
dependências do que seria hoje uma câmara de vereadores. Aí, deu ruim
para o Brasil. A chamada classe política nasceu e cresceu e espichou e
engordou sem o menor compromisso popular – conceito desenvolvido pelo
signatário, tristemente no Brasil “o povo é nota de rodapé, o povo é
nota de pé de página”. Daí nasce o patrimonialismo. A maioria dos
políticos misturando o público com o privado, o que significa, em bom
português, avançar no dinheiro dos outros e receber propina para
utilizar a máquina pública a favor de interesses privados.
Falou-se de tudo que anda por aí. E a saída, onde fica a saída?
(antiga indagação do genial dramaturgo Oduvaldo Vianna Filha). Um dos
maiores classicos do cinema, em todos os tempos, chama-se “O homem que
matou o facínora” (1962). Nele, o personagem Tom Doniphon (John Wayne)
não acredita no ordenamento jurídico que começa a nascer nos EUA, a lei
para ele é um revólver e um rifle. Ronson Stoddard (James Stewart), ao
contrário, é um recém-formado advogado disposto a provar que a lei vence
o tiro. Há um famoso bandido na história chamado Liberty Valance (Lee
Marvin). Todos pensam que foi James Stewart quem conseguiu duelar e
matar o facínora, mas na verdade quem o mata é John Wayne – e,
importantíssimo, seu personagem evolui cultural e politicamente,
abandona o cinturão e passa a pregar a soberania das leis e a
democracia. Pois bem, a saída para o Brasil, a única saída, são os
princípios constitucionais pelos quais o STF zela e saberá sempre zelar,
até porque é essa a sua função precípua. Os onze ministros do STF
serão, enfim, os homens que “matarão” os facínoras.