José Rizzo derruba uma série de mitos sobre tecnologia – a começar pela crença de que é um investimento caro
Por Eugênio Esber
eugenioesber@amanha.com.br
Com um diploma de engenheiro mecânico pela Iowa State
University, José Rizzo mirou o futuro e acelerou. Fundou uma empresa de
automação em Santa Catarina, sob o olhar inamistoso de gigantes globais
de tecnologia, e agora, vitaminado por fundos de investimento, leva a
sua Pollux para os Estados Unidos. Mas não é sobre negócios que versa a
entrevista a seguir. O foco é o ativismo de Rizzo, como articulador da
Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), para desfazer
crenças e confusões sobre tecnologia. Uma delas: robôs não geram
desemprego, não custam caro... Ah, e não salvam empresas ineficientes em
seu modelo de negócios.
Como um leigo pode entender a diferença entre a Indústria 4.0 e as referências anteriores de Indústria 2.0 e 3.0?
Indústria
4.0 é um movimento que nasceu no governo alemão, com o objetivo de
manter a Alemanha competitiva, especialmente na área de softwares e
robótica. No conceito que se pensou lá em 2010, estaríamos falando da
“fábrica do futuro”. Um futuro não muito distante, dez anos, mas que
requer uma reconcepção das fábricas de hoje. É como uma escadinha: a
Indústria 1.0 é o início de tudo, quando, em 1770, o homem aperfeiçoou a
máquina de vapor e conseguiu trocar o esforço físico humano por uma
máquina. Esse é o começo da Revolução Industrial. Consideramos 2.0
quando passamos a utilizar a eletricidade, os motores elétricos e o
conceito de linha de montagem, pensado por Ford. E o que caracteriza a
indústria 3.0 é o movimento mais recente, a utilização da eletrônica e
dos robôs para automatizar os processos industriais, na primeira leva de
automação, a partir da década de 1970. A indústria 4.0 tem muito mais a
ver com a conectividade. Os principais elementos dessa mudança seriam,
num primeiro momento, o que chamamos de digitalização das fábricas. Cada
máquina no chão dessa fábrica teria uma equivalente no computador. Ou
seja, a fábrica que está operando é física, e teria uma idêntica
virtual. Com isso, é possível fazer todo o tipo de simulação e análise
na fábrica virtual, e se aquilo gerar algum tipo de eficiência, você
replica na fábrica física. Outro aspecto é que essas máquinas,
normalmente, não são conectadas umas às outras. Se um processo utiliza
uma sequência de três máquinas, a máquina que está no meio não sabe o
que está acontecendo na primeira. Quando você conecta essas máquinas,
você pode antecipar a preparação das máquinas para o que vem. Ou seja,
na medida em que você faz essas máquinas conversarem entre elas, não é
preciso mais fazer de forma manual a preparação das máquinas, o que se
chama setup. De certa maneira, elas fariam isso automaticamente, porque
receberiam essa informação da máquina anterior. O terceiro elemento é a
conexão dessas máquinas que estão na fábrica com o sistema de TI da
empresa, e também com os seus fornecedores numa ponta e com os seus
clientes numa outra. Ou seja, você passa a ter um volume muito maior de
informações, que vão permitir tomar decisões muito mais certeiras em
relação a como tocar o dia a dia daquela fábrica.
Indústria 4.0 e internet industrial são conceitos equivalentes?
Indústria
4.0 e internet industrial são explicadas como coisas iguais, e não são.
Há alguns aspectos em comum, mas há diferenças. A primeira delas é de
escopo. A indústria 4.0 é um processo 100% focado em manufatura,
fábrica, e também robótica e impressoras 3D, que chamamos de manufatura
aditiva. Quando falamos de internet industrial, não é apenas indústria
de manufatura, mas diversos setores industriais, por exemplo, energia,
saúde, transporte, agronegócio. E a segunda diferença, talvez até mais
importante, é que, quando falamos em indústria 4.0 pensamos numa fábrica
do futuro, e traçamos um caminho para chegar até lá. E quando tratamos
de internet industrial estamos falando em fazer hoje o uso da
tecnologia. A internet já funcionou bem em outras áreas, na nossa vida
pessoal, para se comunicar, para fazer operações de banco. Internet
industrial não é pensar como vai ser daqui a dez anos, é começar a fazer
uso dessa tecnologia hoje, pra aumentar a eficiência dos processos
produtivos, da manufatura, da distribuição de energia, das questões de
transporte, e assim por diante.
Quais os desafios técnicos para a internet industrial, sobretudo quanto à segurança para a troca de informações sensíveis?
Temos
três desafios importantes, que vêm sendo vencidos aos poucos. O
primeiro é a questão da interoperabilidade. Ao longo do tempo, a
utilização de software nas fábricas se deu por meio de tecnologias
proprietárias de diferentes fabricantes. Então, hoje temos uma miríade
de protocolos de comunicação, muitos deles proprietários, e a tarefa de
fazer as máquinas se comunicarem é um desafio técnico. Você sempre
consegue, usando um bom artifício, fazer uma máquina que fala uma língua
conversar com a outra, mas não é a forma ideal. O ideal é que elas se
comunicassem já na forma nativa. Hoje, o que existe é uma arquitetura de
referência, uma proposta de padronização desses protocolos, que vai
levar alguns anos para acontecer. Vamos partir de uma situação na qual
muitas máquinas utilizam protocolos diferentes, para um número reduzido
de protocolos, e depois chegar a um protocolo único lá na frente. É uma
questão de tempo.
E quais são os outros dois desafios para a internet industrial?
O
segundo desafio é a segurança de dados. E é uma preocupação genuína. Se
eu começar a gerar dados da fábrica, e alguém tiver acesso a isso, vai
ser um problema. Na verdade, esse é um tema que não é novo para nenhuma
empresa, que já tem ERP, faz operações bancárias com regularidade, e
está fazendo isso porque existe um sistema de segurança adequado. Temos
segurança 100%? É difícil chegar lá, mas é boa o suficiente. É a mesma
coisa que viajar de avião. Não é 100% seguro, mas é muito seguro, a
ponto de a gente usar porque é muito mais rápido. Você tem uma série de
empresas trabalhando pra aumentar esse nível de segurança, e nos debates
e apresentações se diz que a vulnerabilidade de um sistema, hoje, está
nas pessoas. O hacker não consegue penetrar um sistema diretamente. Ele
precisa encontrar uma porta. E essa porta normalmente é gerada por uma
pessoa que usa o sistema e não cuida, por exemplo, da senha de acesso,
ou de uma pessoa mal intencionada, que está dentro do sistema e acaba
permitindo acesso de alguém não autorizado. Hoje, as tecnologias estão
atuando para impedir isso, fazendo que no nosso dia a dia, em situações
mais críticas, não se tenha mais uma senha única. Por exemplo, você tem a
possibilidade de usar o seu cartão de crédito fixo, com um certo risco,
ou o cartão que o seu banco gera na hora. Ele só é usado naquela única
vez, e não há como alguém copiar. Muito da tecnologia de segurança que
vai ser aplicada na indústria tem esse perfil, de senhas que são
atualizadas a cada momento. Cada vez que adicionamos esses elementos de
segurança, atingimos um ponto aceitável. E o terceiro e último desafio é
mais econômico. Não é muito fácil calcular o retorno de investimento
desse processo de transformação digital. Diferentemente de quando você
compra uma máquina, paga “x” e ela aumenta a produtividade em 20%, aqui
estamos falando de retornos que não são facilmente mensuráveis.
Por isso que você recomenda aos empresários “pensar grande e começar pequeno”?
Vejo
essa afirmação em todo lugar onde há um debate. Você deve ter uma visão
de longo prazo, aonde você quer chegar, mas o caminho até lá acontece
em pequenos passos. Lidando com novas tecnologias, a empresa precisa
testar e ver os efeitos. Dando certo, ela escala, não dando, ela elimina
e parte para a próxima. Hoje, talvez o ponto mais importante para uma
empresa seja a decisão da liderança em seguir adiante, tanto na
indústria 4.0 quanto na internet industrial. Dificilmente, a empresa vai
avançar se a decisão acontecer no nível intermediário, ou na fábrica,
porque não vai ter o poder para que o processo se implemente.
Como foi a articulação para a criação da Associação Brasileira da Internet Industrial?
A
Pollux está muito inserida em todo esse ambiente de tecnologia. Vimos
nascer a indústria 4.0 na Alemanha, e começamos a acompanhar de perto. A
gente viu nascer também a internet industrial, que, diferentemente da
Alemanha, onde foi uma iniciativa do governo, nos Estados Unidos foi uma
iniciativa do setor privado. A GE, a IBM e a Intel se uniram e formaram
o Consórcio da Internet Industrial, uma organização aberta: qualquer
empresa do mundo pode fazer parte. Hoje, são empresas e instituições de
mais de 50 países, e nós decidimos participar ativamente desse
consórcio. São quatro encontros anuais, de quatro ou cinco dias, em
países diferentes, Estados Unidos, Alemanha, Cingapura, com uma
disposição muito forte de sair da teoria e ir para a prática, criando
experimentos no que eles chamam de testbed. Quando a gente voltava para o
Brasil, não via isso acontecer aqui. Havia discussão, mas muito pouca
ação. Isso serviu como inspiração para criar a ABII num formato muito
parecido. A ABII também é uma organização aberta, a gente tem associados
que são startups, e outros que são multinacionais gigantes.
Basicamente, a ideia é, nesses encontros promovidos aqui no Brasil, que
as empresas mandem seus profissionais da área de tecnologia e da área de
negócios para atualizar todos em relação ao que está acontecendo e
fomentar alguns experimentos. A ideia é fazer testbeds no Brasil com
empresas de fora do Brasil. É a melhor ferramenta que temos para mostrar
a viabilidade técnica e econômica da utilização da internet industrial.
No próximo evento, em Florianópolis, teremos a oficialização dos três
primeiros testbed, que vão começar em janeiro. A ideia é fazer um na
manufatura, e queremos fazer um testbed chamado de manutenção preditiva,
que é quando você fica sensorizando as máquinas e consegue detectar o
potencial problema antes que ele aconteça.
A máquina vai avisar quando terá problemas?
Exatamente.
Queremos fazer um teste na área do agronegócio, porque é uma indústria
muito poderosa aqui no Brasil, muito relevante. Estamos pensando na
agricultura de precisão. Você pega uma plantação, de alguma cultura e,
ao invés de colocar os insumos, água, fertilizante, às vezes em excesso,
você passa a medir características da planta ali no solo, qual é o PH,
qual é a umidade, e, com isso, dar para a planta a quantidade exata de
nutrientes de que ela precisa. Queremos fazer um terceiro testbed, para
ajudar as cidades a resolverem problemas como o abastecimento de água,
que hoje é muito ineficiente, se perde muito com vazamentos, mau uso.
Vamos tentar fazer um também em relação ao trânsito.
Como está a indústria brasileira na comparação com outros países, do ponto de vista da incorporação desses conceitos?
Aqui
no Brasil, vejo, às vezes, afirmações muito contundentes, para um lado e
para o outro, que acabam não correspondendo muito à realidade. O que é
fato? Se pegarmos a média de todas as fábricas no Brasil, chegamos à
conclusão a que a Abimaq chegou, que o maquinário do Brasil tem em torno
de 17 anos de uso, em média, enquanto em países como Estados Unidos e
Alemanha são cinco ou sete anos. Por outro lado, isso varia muito no
setor industrial, de acordo com a localização da fábrica e acaba
mascarando uma realidade que pouca gente conhece, que temos uma
indústria fantástica no Brasil. Estamos visitando fábricas o tempo
inteiro, são poucos países no mundo que têm uma cadeia automotiva tão
avançada como a do Brasil. Não só montadoras, mas os sistemistas. Da
mesma maneira, há uma série de outras indústrias com fábricas bastante
modernizadas, caso da indústria farmacêutica. A indústria alimentícia,
talvez um pouco atrás, está trabalhando muito forte para robotizar,
automatizar. Algumas vezes, olhamos nossa indústria com um viés muito
negativo e deixamos de ver belos exemplos, que são frequentes,
principalmente nas regiões Sul e Sudeste, e que não são muito
comentados. E há outro aspecto: você pode queimar etapas. Não precisa
passar pela indústria 1, 2, 3. Você pode estar na 2 e saltar para a 4.
Vou dar um exemplo bem clássico: hoje, trabalhamos na Pollux com os
chamados robôs colaborativos, que são versões mais novas, mais
avançadas, dos robôs tradicionais. O robô colaborativo foi projetado
para trabalhar junto com as pessoas. O robô tradicional fica isolado.
Vamos supor que você tem uma empresa que nunca usou o robô tradicional.
Ela não vai precisar usar o robô tradicional para usar o colaborativo.
Ela pode ir direto para o colaborativo, não há nenhum impedimento. Da
mesma maneira que uma fábrica que não tem um grau muito grande de
conexão das máquinas, onde tudo era muito manual, não precisa,
necessariamente, adotar uma tecnologia que já está ultrapassada, e pode
ir direto para o que há de mais avançado.
Então, desmistificando, pode-se dizer que cada empresa faz o seu caminho...
Na
verdade, o caminho que a empresa vai seguir depende muito do que a
liderança dessa empresa quer fazer. Com uma vantagem importante: quando
comecei a trabalhar com a indústria, há quase 30 anos, já existia um
conceito de manufatura integrada por computador. Em conceito, não era
nada diferente do que se faz, hoje, com a internet industrial ou com a
indústria 4.0. Só que 30 anos atrás, o custo para fazer era muito
elevado. A grande diferença é que toda essa tecnologia está disponível,
hoje, no modelo em que o cliente paga pelo uso. Lá atrás, esse tipo de
tecnologia estava disponível só para grandes empresas, com investimentos
de US$ 30 milhões a US$ 50 milhões. Hoje, mesmo uma empresa pequena ou
média, pode ter robôs, alugando. Pode ter um software sofisticado sem
ter um servidor, rodando na nuvem, pagando um valor mensal.
Em suma, a tecnologia se tornou muito disponível.
Sem
dúvida. Até devemos ter o cuidado de deixar claro o seguinte: a
tecnologia está tão disponível que ela, por si só, nem é o diferencial
competitivo. O que a empresa precisa fazer é pensar em um modelo de
negócio, que vai fazer com que ela consiga fornecer um serviço ou
produto de forma mais rápida, mais barata e com maior qualidade, usando a
tecnologia. A tecnologia vem depois. Primeiro é preciso olhar para a
empresa, ver a indústria na qual ela atua, como ela faz e como pode ser
melhor que os outros. A partir do momento em que se entende qual é o
diferencial que vai tornar você mais competitivo, você vai buscar as
tecnologias que se aplicam. Em algumas empresas, vai ser a manufatura
aditiva, em outra vai ser a robótica, em outra vai ser a digitalização
da fábrica. Não podemos deixar a tecnologia vir na frente. Na verdade,
ela vem resolver um problema que já se tenha identificado.
Quais seriam os setores mais atrasados no Brasil em relação a esses novos conceitos?
Hoje,
a informação já circulou por todos os segmentos, e toda semana a gente
vai a eventos falando da indústria 4.0 e da internet industrial. A
informação chegou para todo o mundo. Cada indústria vai poder aplicar a
tecnologia de uma forma, porque é muito democrático, diferente de lá
atrás, onde os altos investimentos deixavam de fora empresas pequenas,
médias, sem grande margem. Mesmo empresas ou setores que
tradicionalmente não automatizaram muito e são muito intensivas em mão
de obra, devem olhar com carinho para essa evolução que estamos vivendo e
entrar no processo também.
Qual a
diferença entre a população de robôs no Brasil e a de outros países? E
qual será o impacto social sobre o emprego, sobre trabalhadores que
precisam ser reconvertidos?
A previsão é de que, até o no
final do ano que vem, a base instalada no Brasil seja de 18,3 mil robôs.
Na Alemanha são 216 mil robôs. Na Coreia do Sul, são 280 mil robôs, mas
o número que mais impressiona vem de um país com mão de obra barata: a
China. Lá, são 614 mil robôs. Outra maneira de enxergar isso é a
densidade, pois o número absoluto não reflete bem a realidade. Ou seja,
quantos robôs existem para 10 mil trabalhadores. Coreia e Japão são 500
robôs para cada 10 mil. Alemanha: 300 robôs para cada 10 mil. Brasil:
dez para cada 10 mil. Ou seja, para elevar nossa otimização aos níveis
da Alemanha, é preciso instalar 200 mil robôs, quando são instalados 1,5
mil robôs por ano. Se não fizermos algo, será difícil vencer essa
defasagem.
Precisaremos andar mais rápido, sem dúvida. Mas muito se teme pelo impacto social da tecnologia sobre carreiras tradicionais.
Todos
imaginam que, quanto mais robôs, mais desemprego, certo? Mas o que
acontece é justamente o contrário. Os países com maior densidade de
robôs por 10 mil habitantes são os que têm as menores taxas de
desemprego. São os países onde mais empregos são gerados. Por quê?
Porque por mais que o robô entre na fábrica e substitua uma pessoa, essa
fábrica está se tornando mais competitiva, consegue competir no mercado
global, se robotiza, e vai crescer. Não vai ficar só naquela fábrica.
Supondo que tenha mil pessoas, robotiza, reduz para 800 funcionários,
mas abre outra com outros 800. O robô vai fazer uma operação repetitiva
que não é ideal para uma pessoa, pois aquela operação pode até
comprometer a saúde. O robô traz mais segurança para a fábrica. É um
robô, e não uma pessoa em frente a uma prensa, em situação de perigo.
Resta, como ponto crucial da agenda, reciclar os profissionais deslocados destas funções repetitivas.
À
medida essas pessoas são deslocadas, a empresa deve requalificá-las. O
Senai e outras instituições de ensino deveriam oferecer um programa de
reciclagem da atividade operacional. Vejo um papel para o governo:
requalificar os profissionais que já estão com mais de 40 ou 50 anos.
Minha preocupação é maior no médio e longo prazos. Temos muitos poucos
jovens formados para engenharia e computação, pois escolhem carreiras em
outras áreas. Claro que tem de ser médico, ser jornalista, mas tem
gente que não vai para a profissão técnica por ter experiência ruim com
matemática, por exemplo. E vivemos uma era de transformação tecnológica,
na qual teremos atividades com mais empregos envolvendo tecnologia. Por
isso necessitaremos de programa de base para equilibrar, pois muito
poucos jovens optam por ocupações técnicas, e isso pode virar um gargalo
mais adiante.
Como a Pollux faz para achar seu nicho no meio de empresas gigantes, com escala de capital mais significativa?
A
primeira parte da resposta é que não é fácil empreender no Brasil. É um
grande desafio. Vemos que empresas concorrentes têm acesso mais fácil a
mão de obra, oferta de capital barato, incentivos, facilidades com
local onde há tecnologias nascentes. Nesse aspecto, a Pollux dá muito
orgulho, pois é a prova de que, mesmo com as dificuldades do país,
podemos ter um negócio de sucesso em uma área de alta tecnologia, que
envolve tanto conhecimento avançado. Estamos fazendo 21 anos agora,
sempre crescendo. Existe um pouco dessa persistência de quem trabalha
aqui na Pollux, sempre preocupado em fazer um trabalho de excelência. O
segredo do nosso sucesso é pautado em três coisas que fazem parte da
nossa cultura. Integridade, por mais que a gente viva num país com
sérios problemas de desvios éticos nós nunca entramos nesse jogo; a
crença em relacionamentos duradouros com clientes, fornecedores, com
nossa equipe, para que todo mundo que faça negócios conosco tenha uma
boa experiência; e em terceiro lugar, mesmo sendo uma empresa que cresce
a cada ano, não perdemos o ambiente e a habilidade da startup, de
colaboração e de agilidade para se reposicionar com tendências que
mudam. Faz tempo que não temos mais planejamento anual. Todo trimestre
revisamos nosso planejamento e decidimos ficar em um negócio, criar ou
sair de outro. Estamos conseguindo avançar. Em primeira mão: estamos
indo para a América do Norte no primeiro trimestre do ano que vem, pois
vamos abrir uma operação no México para atender Canadá, Estados Unidos e
México. Estamos dando ênfase em nos tornarmos uma empresa global,
independentemente de onde nossas concorrentes estiverem.