terça-feira, 3 de abril de 2018

Petrobras divulga ‘teaser’ para venda de fatia em três campos petrolíferos

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A Petrobras informou nesta terça-feira, 3, em fato relevante, ter dado início a divulgação da oportunidade (“teaser”), referente à cessão de 50%, sem transferência da operação, de seus direitos e obrigações de exploração e produção do campo de Tartaruga Verde (concessão BM-C-36) e do Módulo III do campo de Espadarte, ambos localizados em águas profundas na Bacia de Campos.

A companhia ainda deu início a divulgação da oportunidade de desinvestimento da totalidade de sua participação no campo de Baúna (área de concessão BM-S-40), localizado na Bacia de Santos, em águas rasas.


Tartaruga Verde e Módulo III


A empresa detém 100% de participação no campo de Tartaruga Verde. Uma das jazidas do campo se estende além do limite da concessão BM-C-36 e possui Acordo de Individualização da Produção (AIP) assinado com a PPSA. O primeiro óleo está previsto para o segundo trimestre de 2018, devendo atingir um pico de produção acima de 100 mil barris por dia em 2019, sendo toda a produção escoada pelo FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes.

A petrolífera também detém 100% de participação do Módulo III do campo de Espadarte. O desenvolvimento da produção desse módulo será realizado interligando um poço ao mesmo FPSO alocado no campo de Tartaruga Verde. Segundo estimativas da Petrobras, o primeiro óleo está previsto para o primeiro trimestre de 2021, com pico de produção alcançando 10,5 mil de barris por dia.

As principais informações sobre a oportunidade, bem como os critérios objetivos para a seleção de potenciais participantes no processo, estão disponíveis neste link.


Bacia de Santos


No campo de Baúna, a Petrobras é operadora com 100% de participação. Segundo a empresa, em janeiro de 2018, a produção média de petróleo foi de aproximadamente 34 mil barris por dia. Todo o gás produzido é reinjetado.

As principais informações sobre a oportunidade podem ser acessadas aqui.

A divulgação, acrescenta a empresa, está de acordo sua sistemática para desinvestimentos e está alinhada às orientações do Tribunal de Contas da União (TCU).



Embraer informa que juiz dos EUA extinguiu processo de ação coletiva

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A Embraer informou que no último dia 30 de março o Juiz Richard M. Berman, de um tribunal federal de Nova York, acolheu pedido de julgamento antecipado (“motion to dismiss”) de uma ação coletiva (“class action”) a favor da companhia brasileira, “extinguindo sumariamente o processo”, explica em comunicado enviado nesta terça-feira, 3, ao mercado.

A ação coletiva, por parte de um grupo de acionistas, pleiteia “supostos danos sofridos em razão de declarações alegadamente enganosas da companhia”, conforme a nota.

A empresa diz que cabe recurso e que continuará a se defender nos autos da ação, se necessário.

Ibovespa fecha em queda por cautela antes de decisão do STF sobre Lula

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SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice do mercado acionário brasileiro fechou em queda nesta terça-feira, em meio à cautela dos agentes financeiros antes do julgamento pelo STF de um pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com dados preliminares, o Ibovespa recuou 0,23 por cento, a 84.467 pontos. Mais cedo, o índice subiu 0,88 por cento no melhor momento. O volume financeiro do pregão somava 7,6 bilhões de reais.



Por Paula Arend Laier

Suspensão em projeto de minério no Brasil deve durar 90 dias, diz empresa


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 Conteúdo Estadão







A Anglo American informou nesta terça-feira que deve realizar uma investigação que deve durar cerca de 90 dias em seu projeto de minério de ferro Minas-Rio, no Brasil, após descobrir um vazamento em um mineroduto. Durante esse período, as operações nesse projeto ficarão suspensas, de acordo com a companhia.

A mineradora listada no índice FTSE-100, da Bolsa de Londres, informou que suspendeu as operações na última quinta-feira, após descobrir o vazamento no mineroduto que transporta minério de ferro da mina até o terminal de exportação.

A Anglo American disse que pretende agora investigar qualquer potencial problema no mineroduto. Ela informou que trabalha com seus funcionários, os sindicatos e as autoridades relevantes no Brasil para tratar da suspensão. Além disso, afirmou que sua equipe de marketing está em contato com clientes sobre os cronogramas para entrega do produto.
Conforme publicado ontem no Broadcast, a Anglo American informou em relatório ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na segunda-feira que o segundo vazamento do mineroduto durou entre 6 e 8 minutos e resultou em 174 toneladas de polpa de minério derramadas no Ribeirão Santo Antônio do Grama, em Minas Gerais. Ao todo, saíram do mineroduto 647 toneladas do insumo. O vazamento foi registrado a 200 metros do episódio similar que já havia ocorrido em 12 de março, após o despejo de cerca de 300 milhões de toneladas no mesmo ribeirão. 


(Equipe AE, com informações da Dow Jones Newswires)

segunda-feira, 26 de março de 2018

“A indústria brasileira está doente de impostos e de juros”


O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que deixará o banco até o começo de abril para se candidatar à Presidência da República, concedeu entrevista à DINHEIRO

“A indústria brasileira está doente de impostos e de juros”

Por que o BNDES vendeu uma fatia de sua participação na Suzano e na Fibria?
O setor de papel e celulose passa por um momento feliz, de amadurecimento, que começou com investimentos lá na década de 1970. Os esforços com a Aracruz, Votorantim, Klabin, Bahia Sul etc. Agora, percebendo que já estava tudo maduro, o banco colocou esse setor nas suas prioridades em um eventual desinvestimento. Havia, paralelamente, uma visão de mercado de que a Suzano e a Fibria tinham um sonho de ganhar ainda mais sinergia. É um setor em que a sinergia se faz em escalas monumentais. Ocorre que a BNDESPar era sócia da Suzano, em menor proporção (6,86%), e era sócia muito relevante, com a Votorantim, na Fibria (29,08%). Assim, obviamente, essa conversa tinha de passar pelo BNDES.
 
Como foram as negociações?
Foram pelo menos dois meses de idas e vindas, caneladas, negociações altamente aguerridas, em que, naturalmente, o preço embutido foi subindo. Quanto ele ficou fixado em R$ 51,50 por ação sobre a parcela fixa, mais a parcela paga em ações, o banco tecnicamente julgou que estava diante de um grande negócio. Houve outro interessado, que não chegou a ser proponente de coisa nenhuma – é importante que se diga isso –, a Paper Excellence (empresa holandesa comandada por família da indonésia). Eles soltaram um valor de R$ 67,00 por ação para fazer uma compra de porteira fechada, mas a proposta não é exatamente comparável, pois não deixava nenhuma ação da empresa resultante na mão do BNDES. Ora, com as ações que ficamos em mãos, o preço de R$ 51,50 praticamente se igualava, dependendo das contas que se faz das tais sinergias, e até ultrapassava um pouco os tais R$ 67,00. E é essa a razão pela qual a gente recebeu o interesse dos asiáticos com toda a elegância.

Não houve uma segunda proposta ainda maior da Paper Excellence?
Nas últimas horas, meio que farejando que não ia chegar a tempo de fazer coisa nenhuma, ela (Paper Excellence) soltou pelos jornais um valor de R$ 71,00 por ação. Daí, o presidente do banco aqui (se referindo a si mesmo) fez o equivalente a dar um aperto final no tubo de pasta de dente em relação à Suzano. Eu gosto de ficar enrolando a pasta de dente para saber se dá para fazer mais uma escovada. Essa apertada no tubo rendeu uma escovada de mais R$ 1,00 por ação, fechando em R$ 52,50, além da uma troca do IGP-M pelo CDI na atualização do preço a ser pago no período do fechamento. Somando esses dois ganhos, dá um bilhão de reais que a gente conseguiu tirar do tubo de pasta de dente, tanto para a BNDESPar, ou seja, para os contribuintes brasileiros, quanto para os minoritários, que naturalmente inclui a Votorantim. Pergunta lá para o CEO da Suzano [Walter Schalka] se eu não vou buscar o último centavo (risos).
 
A JBS é mais um tubo de pasta de dente que o senhor está apertando?
 
Não, porque a JBS não está na lista de negócios maduros. Com a JBS, num momento futuro, nós sonhamos em fazer uma reorganização societária. Como? Promovendo a profissionalização da gestão. A família Batista, que levou de forma até correta essa expansão, apresenta nítidas dificuldades de permanecer à frente dessa nova quadra. Por mais que fiquem enchendo o saco por causa dessa coisa de campeão nacional, a JBS, enquanto empresa, expandiu-se. É uma operação que, nos livros, está superlucrativa para a BNDESPar. Repito: superlucrativa. E pode ser muito mais. Enquanto não houver uma reestruturação interna, por que o BNDES iria se retirar? Você pode escrever: agora, sem chance. Depois, com a nova governança, tem toda a chance [de vender].

O Tribunal de Contas da União (TCU) costuma dizer que a JBS causa prejuízo.
Um grupo técnico dentro do TCU soltou uma tabela com valores completamente sem senso. O mais difícil de tragar é um cara que se diga técnico dizer que o preço que ele deve adotar é de R$ 6,00 por ação, quando a empresa já bateu em R$ 16,00 e hoje está em R$ 10,00.

O TCU errou?
O técnico escolheu com lupa o menor preço da ação depois da delação [gravação de Joesley Batista com o presidente Michel Temer], no momento crítico da JBS.

Por que o TCU faz isso?
Porque não tem ninguém para verificá-lo. Se colocar uma instância superior ao Tribunal de Contas, alguém para dar uma checada, eles não soltariam as coisas assim.

É verdade que R$ 5 bilhões dos R$ 8,5 bilhões obtidos com a operação entre a Suzano e Fibria são para startups?
Fiz um anúncio provocativo, porque o dinheiro não tem carimbo. Gostaria de dedicar tudo ao programa de busca por campeãs do futuro. São micro, pequenas e médias empresas nas mais diversas áreas de inovação. Na verdade, se forem necessários R$ 10 bilhões, o banco tem. Esse cálculo de R$ 5 bilhões é uma meta realista do BNDES para os próximos três anos. É uma meta em aberto, em homenagem à [ex-presidente] Dilma. Se chegar na meta, a gente dobra a meta.

Qual é a prioridade atual do BNDES?
A prioridade para o banco são as micro, pequenos e médias empresas, que já recebem 63% dos desembolsos. Dá um total de R$ 40 bilhões por ano, o que já é muita coisa. Confesso que a maior parte ainda é de médias empresas, mas o nosso foco agora é a micro e a pequena. Por isso, estou deixando organizada aqui uma diretoria chamada e-BNDES, visando 2035. Quem vai assumi-la é o José Bevilaqua, diretor de informática do IBGE. Apostamos em inovação.
Os pequenos empresários reclamam que é muito difícil acessar as linhas de crédito do BNDES, por culpa dos bancos repassadores. Como mudar isso?
É por isso que o e-BNDES é revolucionário. Vamos fazer um cartão digital sem intermediários. Isso é uma novidade total e completa. O spread pode cair pela metade.

O BNDES abandonou a infraestrutura?
De jeito nenhum. Com a taxa de juros nominal (Selic) mais baixa, há mais opções de se fazer leilão sem o BNDES, no mercado de capitais. Ou, na área de energia eólica, por exemplo, com os fundos constitucionais do Nordeste. Então, a gente admite que o banco já foi mais competitivo.

Como voltar a ser competitivo?
Ele tem de ser equalizado do mesmo jeito que os bancos regionais. Ou, então, ter uma condição de imunidade ao imposto de renda. O BNDES é praticamente o único banco de desenvolvimento do mundo que paga imposto de renda. 

Mas o Ministério da Fazenda aceitaria abrir mão de recursos?
Não sei. A Fazenda não pode continuar a ser eternamente uma solene arrecadadora de tributos.

Por que os desembolsos do BNDES despencaram nos últimos anos?
Por dois motivos. O primeiro é que a indústria não tem ânimo para investir. A indústria brasileira está doente de impostos, de juros, de regulação, e da falta de compreensão por parte dos dirigentes de seu real papel. O segundo motivo para a queda dos desembolsos é que a exportação de serviços desabou, por conta desta “bobajada” de ficar dizendo que nós financiamos Cuba, Venezuela e o diabo a quatro.

Mas não financiam?
Não financiamos diretamente nenhum desses países politicamente polêmicos. Financiamos os equipamentos brasileiros, os serviços de engenharia brasileiros, as nossas empresas de engenharia. Todos os países pagam seguro de risco político. Até a Venezuela que anda atrasando, está pagando. O único inadimplente nessa carteira toda chama-se Moçambique. Tem um aeroporto lá. O dinheiro do seguro de crédito vai para o fundo garantidor de exportação, que é altamente superavitário. 

A troca da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que era subsidiada, pela Taxa de Longo Prazo (TLP) também atrapalhou os desembolsos?
Sim. Até hoje os bancos privados não produziram plataforma para lidar com TLP.
É mesmo?
É. Nós alertamos o governo. ‘Não faça isso, pois vai atrapalhar os investimentos.’ Não deu outra. Resultado: agora estão nos cobrando recursos. O fato é que o dinheiro não vai para o investimento e o BNDES não fica feliz com isso. Estou com caixa e não estou satisfeito.

Além do e-BNDES, há outras mudanças na diretoria do BNDES?
Estamos criando uma diretoria de operações, que é o maior charme dessa reestruturação do banco. É um banco conhecido por ser moroso, lento. Não mais. Agora nós nomeamos a Claudia Prates [diretora de Indústria do banco] para colocar o banco para correr. E estamos criando 27 regionais, descentralizando as operações do banco. Hoje, todo mundo pensa que tem de vir na Avenida Chile [endereço da sede do BNDES, no Rio de Janeiro] beijar a mão do cardeal aqui, do presidente. É um erro! O banco tem de estar onde o povo está.

O BNDES tem R$ 130 bilhões para devolver ao Tesouro Nacional neste ano?
Temos. Já fizemos um chequinho de R$ 30 bilhões recentemente. Mais R$ 50 bilhões que eu tinha feito em novembro passado. A Maria Silvia [Bastos Marques] já fez um cheque de R$ 100 bilhões. Todo mundo esquece, mas o Luciano [Coutinho] fez um cheque de R$ 30 bilhões. Lá para agosto vamos assinar mais um mais de R$ 100 bilhões. Soma tudo e dá R$ 310 bilhões.
 
Haverá mais pagamentos em 2019?
Não precisa. Veja só o meu argumento. A conta original do que a gente recebeu do Tesouro foi de R$ 440 bilhões. Até o fim de 2018, já teremos pago R$ 310 bilhões. Então faltariam R$ 130 bilhões. Se somarmos todos os dividendos e os impostos que o banco arrecadou para o governo nos últimos 10 anos, dá um total de quase R$ 123 bilhões. Conta encerrada.

Faltariam ainda R$ 7 bilhões…
É só espremer a pasta de dente (risos). Vale lembrar que esses empréstimos eram para serem devolvidos até o ano de 2060. É bom que o público saiba. Eu peguei o banco valendo menos que do o seu Patrimônio Líquido. Valia menos do que R$ 50 bilhões. Se, hipoteticamente, o banco fosse vendável, valeria mais de R$ 150 bilhões. Portanto, deixo o banco valendo o triplo do que valia antes. O banco já pode postular um investment grade junto às empresas de rating.

O BNDES vai ter alguma participação na privatização da Eletrobrás?
Ele é o modelador e detém participação acionária. Portanto, vai sempre participar.

Mas financiando a privatização ou não?
Precisamos urgentemente é tentar um modelo que, de fato, otimize essa venda tal como fizemos nessa bela reorganização societária de Suzano e Fibria. Existem questões relativas à reavaliação de ativos dentro da Eletrobras que precisam ser muito bem analisadas antes de nós sairmos vendendo.

Mas o governo tem pressa, não?
Pressa do quê? Não sei. Não posso responder pelo governo. Minha função como BNDES é pensar na melhor maneira de organizar essa venda. Quem tem pressa vai comer cru.

Quem vai assumir a sua vaga na presidência do BNDES?
O presidente Temer (risos). O cargo é dele.
 
O sr. será candidato?
Tô pensando, tô pensando (risos). Sim. Está tudo acertado para eu cumprir essa missão. O País precisa de um agente provocador.

Se o presidente Temer for mesmo candidato, o sr. vai concorrer contra ele?
Olha, pode anotar aí. Contra o presidente eu não vou concorrer em hipótese alguma.


https://www.istoedinheiro.com.br/a-industria-brasileira-esta-doente-de-impostos-e-de-juros/

O ataque do conquistador espanhol


Javier Hidalgo, herdeiro de um dos maiores grupos de turismo da Europa, planeja comprar hotéis, arrematar aeroportos e expandir sua empresa aérea no Brasil

Crédito: Claudio Gatti
Javier Hidalgo, CEO do Grupo Globalia: “O Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer” (Crédito: Claudio Gatti)
O empresário Javier Hidalgo, 45 anos, há mais de uma década é figura recorrente na mídia espanhola. Por suas aventuras amorosas, aparições em festas de gala ou baladas extravagantes em iates no Mediterrâneo, seu rosto estampa com frequência as primeiras páginas dos tablóides e as notas de destaque das colunas sociais. O estilo bon vivant lhe rendeu o título de “Casanova espanhol”, em referência ao lendário sedutor veneziano Giacomo Casanova (1725-1798). Desde outubro de 2016, no entanto, Hidalgo tem sido visto mais nos noticiários de economia e negócios do que nas seções de fofocas. Com razão. Ele é herdeiro de Juan José “Pepe” Hidalgo, dono de uma fortuna pessoal estimada em R$ 3 bilhões.

Com a bênção do pai, Javier recebeu a missão de multiplicar os resultados do Grupo Globalia, um dos maiores conglomerados de turismo da Europa, dono de um faturamento de € 4 bilhões. Sob seu guarda-chuva estão companhias como a aérea Air Europa e a hoteleira Grand Palladium. As duas irmãs, a primogênita Maria José e a caçula Cristina, também ganharam cargos de diretoria no grupo. 

“A ordem é investir em todas as oportunidades que forem atraentes”, disse Javier Hidalgo, em entrevista à DINHEIRO, em São Paulo. “Vamos comprar hotéis, disputar a concorrência na administração de aeroportos e fortalecer a operação da nossa companhia aérea, a Air Europa.”
Império ibérico: no detalhe, o patriarca Juan José “Pepe” Hidalgo, que passou a gestão do grupo para seu filho. À direita, Javier Hidalgo com o CEO da parceira Ryanair, Michael O’Leary (Crédito:Divulgação | Efe/ Emilio Naranjo)
A agressiva estratégia do bilionário espanhol explica sua turnê pelo Brasil, na semana passada. Como parte de um investimento de US$ 3,5 bilhões, em dois anos, para a aquisição de 26 novas aeronaves, modernização dos atuais 50 aviões da frota e a abertura de novas rotas, a Air Europa quer abocanhar parte do crescente mercado aéreo entre o Brasil e a Europa. A rota já é fortemente disputada pela Latam, pela portuguesa TAP, pela alemã Lufthansa e pela franco-holandesa Air France-KLM. 

“Sabemos como competir porque já disputamos espaço com gigantes no mercado aéreo mais ‘sangrento’ do mundo, o europeu”, afirmou Hidalgo, que destacou a recente parceria de codeshare firmada com a irlandesa Ryanair, a maior companhia de baixo custo do mundo, como um diferencial competitivo em relação às rivais que operam no Brasil. “Só o Nordeste brasileiro, com mais de 50 milhões de pessoas, possui população maior do que a da Espanha”, diz.
No ano passado, a Air Europa transportou 260 mil passageiros no Brasil, um aumento de 4% sobre 2016, com uma ocupação média de 90%. Esse percentual, nos 50 destinos da empresa no mundo, é de 78%. Em 2017, o País também se tornou o maior mercado global da Air Europa, fora da Espanha, embora apenas 6 milhões de turistas estrangeiros tenham desembarcado por aqui. Como comparação, o Chile recebeu 6,5 milhões de visitantes, e a Espanha 83 milhões. “Pode apostar, o Brasil se tornará um novo Caribe no mapa mundial do turismo e nós estaremos muito bem posicionados quando isso acontecer”, afirma Hidalgo. Essa confiança endossa parte do plano brasileiro do empresário espanhol.

A Air Europa estuda inaugurar, ao longo desse ano, as rotas diretas para Madri a partir de várias capitais brasileiras: Porto Alegre e Rio de Janeiro, por exemplo. Além de abrir novos trajetos, vai ampliar a frequência de voos partindo de São Paulo, Recife e Salvador, principal hub no Brasil e cidade onde opera desde 2003. Detalhe: a rota Cumbica-Barajas, a partir do domingo 25, será realizada com a aeronave Boeing 787-800 Dreamliner. O avião reduzirá em 40 minutos o tempo de viagem, e diminuirá em 20% as despesas com combustível. “A aposta da Air Europa no Brasil acontece em um bom momento, já que as perspectivas de aumento do fluxo de turistas entre os dois continentes e a possibilidade de um acordo de livre comércio deverão multiplicar exponencialmente a demanda por voos”, diz Mauro Reis, especialista em aviação, da Universidade Estácio de Sá.


Fora das disputas nos ares, Hidalgo afirma que espera vencer algumas das 13 privatizações de aeroportos previstas para este ano. O governo deverá passar para a iniciativa privada terminais de capitais importantes, como Vitória, Recife, Aracaju e Maceió. “Com recursos próprios, faremos os investimentos necessários para nos consolidar como um dos maiores operadores turísticos no Brasil e da América Latina”, afirma o CEO. Já no mercado hoteleiro, algumas negociações estão em andamento, segundo ele. A rede de resorts Palladium, que opera uma unidade na Praia de Imbassaí, na Bahia, faz parte do Grupo Globalia e poderá ser um pilar do plano de expansão da área de hotéis. “Não posso revelar detalhes, mas posso garantir que estamos de olho em hotéis urbanos, com foco corporativo, e em locais de grande potencial turístico no Nordeste”, diz Hidalgo.

Cade aprova venda de centrais hidrelétricas da Gerdau para mineradora Kinross



 Redação Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) - A superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de duas centrais hidrelétricas da Gerdau para a mineradora canadense Kinross Gold. 

No mês passado, a siderúrgica brasileira informou o acordo para venda, por 835 milhões de reais, dos complexos hidrelétricos de Caçu e Barra dos Coqueiros, em Goiás. As usinas foram inauguradas em 2010 e têm capacidade instalada total de 155 megawatts. 

Em seu parecer, o Cade informou que após a conclusão da operação, a capacidade de geração de energia elétrica da Kinross subirá para 211,3 megawatts, ante os atuais 56,3 megawatts. 

“Apesar dessa elevação, a participação da Kinross não alcançará 1 por cento da capacidade de geração nacional”, diz o documento, acrescentado que, portanto, a operação não resulta em sobreposição horizontal significativa. 



Por Flavia Bohone