Para a coalizão, pasta nasce com a missão de fomentar investimentos, inovação, produtividade e competitividade
Dez entidades representantes
do setor industrial no país levaram a Onyx Lorenzoni (DEM-RS), futuro
ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, a proposta para criação do
Ministério da Produção, Trabalho e Comércio, que se fundiria com a atual
pasta do Trabalho. A informação conta na edição desta segunda-feira (5)
do jornal Valor Econômico. A iniciativa reúne Abimaq, Abinee,
Abicalçados, Abiquim, Abit, Abrinq, Anfavea, AEB (de comércio exterior),
Cbic (da construção civil) e Instituto Aço Brasil.
A
defesa é que a indústria responde por 32% da arrecadação de tributos
federais, 51% das exportações brasileiras e por 21% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país, sendo 11% da indústria de transformação. Além de
20% na geração do emprego formal do Brasil. "Tem de ter reconhecimento
de sua representatividade na economia brasileira. É um peso enorme e,
por isso, não pode ser tratada sem o devido respeito que merece",
observou uma das fontes ao Valor Econômico. Para a coalizão, o
Ministério da Produção, Trabalho e Comércio nasce com a missão de
fomentar investimentos, inovação, produtividade, competitividade e a
geração de empregos a partir de uma política de estímulo à produção de
bens e serviços.
Segundo o
jornal, a iniciativa é uma resposta ao plano de incorporação do
Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) ao
Ministério da Economia, que será comandado por Paulo Guedes. Esse
superministério nasce com a reunião das pastas da Fazenda e
Planejamento. A decisão do novo governo de juntar os três ministérios
gerou grande descontentamento entre representantes da indústria, que não
veem sentido na extinção do Mdic. “A acusação de que o Mdic apenas
serve para conceder subsídios e incentivos às empresas do setor não
procede”, declarou uma fonte ao Valor, lembrando que foi a Fazenda quem
mais concedeu subvenções nos últimos governos. No documento, as
entidades sugerem a combinação de produção e trabalho em uma única
pasta, em linha com o objetivo do novo governo de redução da estrutura
do Estado e da burocracia, e de busca por maior eficiência.
Junto
com a promessa de análise, porém, o futuro ministro da Casa Civil
avisou que Guedes é contra a criação da pasta aos moldes propostos pela
indústria. Um dia antes, o futuro ministro da Economia havia anunciado
oficialmente a fusão do Mdic com a Fazenda e o Planejamento. Ao receber o
documento de uma página produzido pela indústria, Onyx observou ainda
que essa é uma discussão de estratégia de governo. "De qualquer maneira,
o próprio presidente eleito disse que não iria atrapalhar a indústria",
relata outra fonte ao jornal.
http://www.amanha.com.br/posts/view/6517