É assim que nós, “startupeiros”, pensamos. Esse é o pensamento que tem impulsionado a economia mundial
Não importa para que lado
costuma olhar quando sai da porta de casa, você certamente dará de cara
com algo que é ou um dia já foi uma startup. O mesmo acontece,
inclusive, quando você senta no sofá da sala. Não precisa observar muito
e nem entender tanto assim de tecnologia para perceber. Sabe por quê?
Porque o mundo, mais do que nunca, é delas. Somente no Brasil, 5.010
startups estão com registro na Associação Brasileira de Startups. Outras
4 mil se espalham pelos quatro cantos do país em associações estaduais e
regionais. O objetivo de todas é o mesmo: inovar e ganhar mercado,
apresentando soluções dez vezes melhores que as atuais, transformando a
vida das pessoas que as encontram. De um jeito que ninguém foi capaz de
fazer antes.
Isso traz um
reflexo extremamente significativo para a economia: nunca o
empreendedorismo esteve tão em alta no Brasil. Contentar-se com mais do
mesmo ou com um emprego chato que serve apenas para colocar o dinheiro
no bolso no fim do mês deixou de ser uma realidade para se tornar carta
fora do baralho. Se as coisas não estão boas, que as mudemos, correto? É
assim que nós, “startupeiros”, pensamos. Ou deveríamos pensar. Esse é o
pensamento que tem impulsionado a economia mundial. As empresas mais
valiosas do mundo hoje em dia – ou pelo menos as que mais crescem –
ainda não chegaram a debutar, assim como as que estarão nessa posição
daqui a 15 anos, provavelmente ainda não existam também. Mas qual o
motivo para uma ascensão tão rápida e para uma conquista tão grande de
mercado? A quebra de paradigmas. Ninguém quer mais do mesmo.
Um
dos grandes exemplos que podemos observar é a Amazon (foto), que ainda
se comporta como um projeto novo, sem medo de inovar. Com mais de duas
décadas de existência, a empresa comandada por Jeff Bezos parece uma
startup permanente. Não tem medo de ousar e arriscar, como se a
necessidade da loucura fosse a mesma que a de respirar. O diferencial da
Amazon é ter entendido que os antigos conceitos de mercado,
independentemente do ramo no qual estamos inseridos, não nos levam até o
futuro. Perceber isso é um dos grandes segredos de Bezos, que parece a
insanidade em pessoa quando o assunto é fazer diferente. Por isso, quem
não acredita na inovação está fadado à falência. O motivo que leva a
esse fim é o mesmo de sempre: prepotência. Geralmente, não achamos que
alguém pode fazer melhor que nós aquilo o que somos especialistas em
realizar. E acabamos ficando para trás com mais do mesmo.
Na
Gramado Summit, conseguimos observar uma leva enorme de empreendedores
buscando fazer o novo. Não o diferente, mas simplesmente o novo. De um
modo que outras pessoas não imaginaram desenvolver até esta altura da
humanidade. Sete das 13 startups mais inovadoras do país estão conosco. E
o que mais impressiona nesses novos projetos é o brilho nos olhos de
seus desenvolvedores: eles estão sendo chamados de loucos, mas
permanecem imersos em uma euforia absurda por estar prestes a mudar o
mundo em que vivemos.
Além
disso, para alavancar ainda mais a disrupção na terra do Carnaval,
recentemente foi anunciado o primeiro Unicórnio (empresa de US$ 1
bilhão) brasileiro, a 99. Além dela, outras grandes startups do país têm
se aproximado dessa marca, como o Nubank, a Contabilizei e a PSafe.
Esse é mais um passo para o país se consolidar como uma potência mundial
de inovação e alcançar marcas cada vez mais próximas do padrão
norte-americano. Eu precisei quebrar uma empresa para descobrir que a
inovação se faz com ousadia e visão de mercado. Você pode ser muito bom
no que faz, mas se não for o único, dificilmente você vai crescer até
onde o seu potencial permite. O que diferencia o “startupeiro” do
empreendedor comum é a capacidade de pensar diferente. Não significa
necessariamente fazer algo nunca visto, mas de um modo nunca imaginado.
Com
o passar do tempo, nós aprendemos que existem dois tipos de pessoas: as
que se encantam com o novo e as que buscam fazer mais do que qualquer
um já fez. Nós buscamos ser as que ocupam o segundo esquadrão. As que
tentam. Erram. Acertam. Correm contra a corrente. Estão nem aí para o
que parece mais provável. E mudam o mundo.
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