terça-feira, 6 de abril de 2021

Cade aprova parceria da Telefônica e CPDQ para redes neutras de fibra ótica

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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições parceria entre a Telefônica Brasil (dono da Vivo) e o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CPDQ) para a constituição da joint venture FiBrasil, que proverá infraestrutura de conexões de banda larga através de redes neutras de fibra ótica. A decisão do Cade está publicada no Diário Oficial da União (DOU).

A nova empresa será detida meio a meio pelas duas companhias: o CDPQ adquirirá ações representativas de 50% do capital social da FiBrasil e a Telefônica será proprietária dos outros 50%.

O Fundo CPDQ tem cerca de US$ 300 bilhões em recursos sob gestão ao redor do mundo. Aqui no Brasil, conforme a Coluna do Broadcast informou no mês passado, terá o compromisso de investir R$ 1,8 bilhão na construção das redes nos próximos dez anos.

Já a Telefônica vai ceder à nova empresa parte de sua rede, com cobertura de 1,6 milhão de residências. Além disso, a operadora será a primeira cliente da FiBrasil, passando a “alugar” essas redes.

Ainda de acordo com a apuração da reportagem, a meta das empresas é chegar a 5,5 milhões de casas em todas as regiões do País até o fim de 2024, com exceção de São Paulo, onde a operadora atua por meio de concessão. Com as redes instaladas, a estimativa é de adesão de 30% dos clientes ao longo de dois a três anos, o que representa um potencial de 1,65 milhão de assinantes ao final desse ciclo.

Com o aval do Cade, a FiBrasil deve iniciar os trabalhos já neste segundo trimestre. A operação, no entanto, também está sujeita à aprovação da autoridade de defesa da concorrência da União Europeia e à aprovação regulatória da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/cade-aprova-parceria-da-telefonica-e-cpdq-para-redes-neutras-de-fibra-otica/

 

Startup brasileira Solinftec inicia operação no Canadá

 

Solinftec - Ag/Evolution | Hub Agrodigital

A Solinftec, startup brasileira de soluções digitais para o agronegócio, iniciou operação no Canadá. É o décimo primeiro país para qual a startup exporta suas soluções digitais, informa a agtech em nota. A fase de testes começará nas próximas semanas a partir da atuação nas fazendas da produtora de grãos Coutts Agro Ltd. “Será a principal operação canadense para a solução da Solinftec em 2021”, diz a companhia.

Segundo a Solinftec, os serviços prestados aos produtores canadenses serão com tecnologias desenvolvidas pela empresa no Brasil em parceria com agricultores nacionais. “Temos orgulho de ver que nossas soluções desenvolvidas com base na plataforma criada pelo nosso time de tecnologia no Brasil, e que hoje já opera em cerca de 09 milhões de hectares em diversos pontos do país, possibilita nossa expansão em novas regiões”, afirmou Henrique Nomura, diretor Técnico da Solinftec.

A operação no Canadá será liderada pelo diretor de Desenvolvimento de Negócios para as operações canadenses, Leonardo Carvalho, que ficará baseado na cidade de Saskatoon, província de Saskatchewan.

“Queremos compreender as necessidades específicas e os pontos de melhorias dos produtores canadenses, varejistas agrícolas e outros participantes importantes do setor”, observou Carvalho, destacando que a empresa vai priorizar parcerias com agricultores locais para desenvolvimento de soluções customizadas, incluindo plantio, pulverização, logística, otimização de equipamentos e monitoramento de clima.

Líder brasileira em SaaS (software como serviço) para o agronegócio, a Solinftec tem sede em Araçatuba, São Paulo, e possui outros seis escritórios no País. Também tem escritório nos Estados Unidos e na Colômbia.

A companhia gerencia 9 milhões de hectares na América Latina, especialmente de culturas como cana-de-açúcar, algodão, arroz, soja, café, trigo, milho, laranja e eucalipto, e monitora 36 mil equipamentos agrícolas.

 

https://www.istoedinheiro.com.br/startup-brasileira-solinftec-inicia-operacao-no-canada-2/

 

Benefícios por incapacidade devido à Covid-19 despontam no INSS


 

Após mais de um ano de epidemia da Covid-19, o requerimento de benefícios por incapacidade provocada pela doença representa 10% do total de pedidos ao INSS. O número de afastamentos no trabalho decorrentes do coronavírus só fica atrás daquele referente a doenças ortopédicas.

Mais de 13 milhões de brasileiros foram infectados pelo coronavírus
Reprodução

O INSS registrou mais de 37 mil pedidos sob tais condições, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Houve também aumento de 165% nos pedidos de afastamento por doenças respiratórias: 51.327 em 2020 em contraste com 19.344 em 2019.

Os benefícios por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, são garantidos mediante provas da impossibilidade de se efetuar o trabalho, mesmo que por período determinado. É necessária a perícia no INSS caso o trabalhador deva se ausentar por mais de 15 dias. Mas uma lei (Lei 14.131/2) editada em março autoriza a concessão do auxílio por incapacidade temporária apenas com a apresentação de atestado médico, sem necessidade de perícia. Caso o pedido seja negado administrativamente, ainda é possível propor ação na Justiça.

Para tais pedidos, também deve ser analisada a procedência do agente incapacitante. No caso de trabalhadores que estão na linha de frente contra a Covid-19, por exemplo, o afastamento seria considerado decorrente do trabalho, já que há clara relação entre a enfermidade e a atividade efetuada.

Quando não existe presunção de causalidade, devem ser avaliadas as condições concretas que envolvem o funcionário, desde método de trabalho e fornecimento de equipamentos de proteção até condições adequadas de exercício da atividade sob este contexto. Fica a cargo do empregador, então,  provar que a doença não é ocasionada pelo ofício. 


Revista Consultor Jurídico, 5 de abril de 2021, 21h20



https://www.conjur.com.br/2021-abr-05/beneficios-incapacidade-devido-covid-19-despontam-inss

 

Credit Suisse reestrutura gestão após perda de US$ 4,7 bilhões com Archegos

 



É o segundo grande escândalo para o Credit Suisse em pouco mais de um mês após o colapso da Greensill Capital, com as ações do banco caindo um quarto desde 1º de março (Imagem: Flckr/ Credit Suisse)

O Credit Suisse disse nesta terça-feira que sofrerá uma perda de 4,4 bilhões de francos suíços (4,7 bilhões de dólares) relacionada às negociações com a Archegos Capital Management, o que o levou a reestruturar o comando das divisões de banco de investimento e risco.

O banco agora espera registrar um prejuízo no primeiro trimestre de cerca de 900 milhões de francos suíços. Também suspendeu planos de recompra de ações e cortou dividendos em dois terços.

O segundo maior banco da Suíça, que se desfez de mais de 2 bilhões de dólares em ações para encerrar a exposição ao fundo de investimento de Nova York, disse que a diretora de risco e conformidade Lara Warner e o diretor de banco de investimentos Brian Chin estão saindo após as perdas.

Os eventos relacionados à Archegos ofuscam o lucro líquido de 2,7 bilhões de francos suíços do banco no ano passado, com questões sobre como sua exposição à gestora se tornou tão grande, que ainda não foram respondidas.

“A perda significativa em nosso negócio de serviços Prime relacionada ao fracasso de um hedge fund com sede nos Estados Unidos é inaceitável”, disse o presidente-executivo do Credit Suisse, Thomas Gottstein, em um comunicado. “Lições sérias serão aprendidas.”

É o segundo grande escândalo para o Credit Suisse em pouco mais de um mês após o colapso da Greensill Capital, com as ações do banco caindo um quarto desde 1º de março.

O conselho do banco lançou uma investigação sobre as perdas da Archegos e também iniciou uma investigação sobre seus fundos de 10 bilhões de dólares que investiram em títulos da Greensill.

Os bônus propostos para os membros do conselho executivo foram descartados e o presidente de saída Urs Rohner, que preside o banco desde 2011, renunciará à sua gratificação de presidente de 1,5 milhão de francos suíços para o ano.

O novo presidente António Horta-Osório, atual CEO do Lloyds Bank do Reino Unido, está sendo informado das investigações conduzidas por um “membro muito importante” do conselho de administração, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

O banco disse que a perda da Archegos ofuscou um início de ano “forte” em suas unidades de banco de investimento e de gestão de patrimônio.

O banco disse que Christian Meissner, que dirigia o banco de investimentos no Bank of America antes de ingressar no Credit Suisse no ano passado, seria nomeado chefe do banco de investimentos a partir de 1º de maio. Joachim Oechslin retomará temporariamente o cargo de diretor de risco , que ocupou anteriormente até fevereiro de 2019, enquanto Thomas Grotzer se tornará o chefe global interino de conformidade.

Warner e Chin estão pagando o preço por um ano em que os protocolos de gerenciamento de risco do Credit Suisse foram submetidos a severas análises. Analistas do JPMorgan estimam que as perdas combinadas dos escândalos de Archegos e Greensill podem chegar a 7,5 bilhões de dólares.

A australiana Warner só assumiu a função de gerenciamento de risco e conformidade em agosto do ano passado, tendo sido anteriormente chefe do grupo de conformidade e diretora financeiro do banco de investimento. Chin dirigiu a unidade de mercados globais do banco entre 2016 e 2020, antes de ser transferido para o banco de investimento.

O Credit Suisse também está em contato com todos os membros de seu colégio regulatório central – composto pelo supervisor do mercado financeiro suíço FINMA, a Autoridade de Regulação Prudencial do Reino Unido e o Federal Reserve dos EUA – sobre o assunto Archegos, acrescentou a fonte familiarizada com o assunto. A FINMA confirmou que está em contato com o Credit Suisse sobre o assunto, mas recusou comentários adicionais.

 

 https://www.moneytimes.com.br/credit-suisse-reestrutura-gestao-apos-perda-de-us-47-bilhoes-com-archegos/

Serviços do Brasil têm em março maior contração em 8 meses com demanda afetada por pandemia



Indústria Serviços
O resultado foi atribuído à fraqueza contínua da demanda, intensificação da crise de Covid-19 e restrições mais rigorosas para conter a doença, o que levou a forte queda na entrada de novos trabalhos (Imagem: Pixabay)

A intensificação da pandemia de Covid-19 e as restrições mais rígidas para conter sua disseminação golpearam em cheio em março o setor de serviços do Brasil, que encolheu no ritmo mais forte em oito meses, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta terça-feira.

O PMI de serviços para o Brasil caiu a 44,1 em março, de 47,1 em fevereiro, aprofundando-se pelo terceiro mês seguido ainda mais abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, segundo dados do IHS Markit. Além disso, foi o ritmo mais forte de redução desde julho de 2020.

O resultado foi atribuído à fraqueza contínua da demanda, intensificação da crise de Covid-19 e restrições mais rigorosas para conter a doença, o que levou a forte queda na entrada de novos trabalhos.

O fluxo de novos trabalhos recuou em março pelo terceiro mês seguido e no ritmo mais forte desde junho passado, com os cinco subsetores em contração –Serviços ao Consumidor registrou o decréscimo mais acentuado.

O mês foi marcado ainda por renovado declínio nas encomendas do exterior, o mais intenso desde outubro, depois de registrarem crescimento em fevereiro.

A queda na entrada de novos trabalhos associada aos esforços para reduzir custos provocou mais cortes de empregos entre os fornecedores de serviços em março. A diminuição foi a quarta seguida e a mais forte desde outubro do ano passado.

Quatro dos cinco subsetores registraram perdas de emprego, sendo a única exceção o das empresas de Informação e Comunicação.

Os prestadores de serviços também viram seus gastos aumentarem mais, com a inflação de insumos acelerando para o nível mais elevado em mais de cinco anos, devido a preços elevados de alimentos, combustíveis, insumos, equipamentos de proteção individual e serviços públicos.

Também foram mencionadas a depreciação do real frente ao dólar e a escassez de matérias-primas.

Em resposta, os preços de venda foram elevados, mas a taxa de aumento diminuiu ante a máxima recente de fevereiro, com algumas empresas dando descontos para tentar ganhar competitividade. 

Diante dessa situação, a confiança de que a atividade aumentará ao longo dos próximos 12 meses permaneceu entre os fornecedores de serviços do Brasil, mas foi contida pelas crescentes preocupações com o aumento de casos de Covid-19.

Serviços
Também foram mencionadas a depreciação do real frente ao dólar e a escassez de matérias-primas (Imagem: Pixabay)

A fraqueza no setor de serviços e a redução no ritmo de crescimento da indústria no Brasil levaram o PMI Composto a cair a uma mínima em nove meses de 45,1 em março, ante 49,6 em fevereiro.

“A confiança empresarial sofreu um golpe com as empresas cada vez mais preocupadas com o aumento no número de casos (de Covid-19) e a possibilidade de as restrições permanecerem por um tempo. Onde foi registrado otimismo, os entrevistados mostraram esperanças de distribuição mais rápida de vacinas contra a Covid-19”, disse a diretora associada de economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

 

 https://www.moneytimes.com.br/servicos-do-brasil-tem-em-marco-maior-contracao-em-8-meses-com-demanda-afetada-por-pandemia/

BTG Pactual compra fatia da Caixa por R$ 3,7 bilhões e assume 100% do Banco Pan


O grupo financeiro de André Esteves agora detém o controle da instituição que já foi do apresentador Silvio Santos e reforça sua presença no varejo

A conta digital do Banco Pan

O BTG Pactual está comprando a fatia da Caixa Participações por R$ 3,7 bilhões e está assumindo 100% do Banco Pan, informaram as duas instituições financeiras em fato relevante ao mercado nesta terça-feira, 6 de abril.

A CaixaPart detinha uma fatia de 49,2% das ações ordinárias do Pan, o equivalente a 26,8% do capital social total da instituição financeira.

O banco de André Esteves está pagando o equivalente a R$ 11,42 por cada ação do Pan, um valor 1,6% superior ao fechamento das ações de ontem. O valor de mercado da instituição financeira é de R$ 13,54 bilhões, uma valorização de 17,94% desde o início do ano.

Com 100% do banco nas mãos, o BTG poderá colocar em prática seu plano de entrar com mais força na área digital, principalmente no varejo mais popular.

Em fevereiro do ano passado, o Pan lançou uma conta digital para atrair esse público de desbancarizados – um perfil bem diferente do coberto pelo BTG+, um banco digital lançado no ano passado e que atinge mais o público de alta renda.

O desafio do Banco Pan, entretanto, não é só levar o seu cliente das classes C, D e E a usar o meio digital. Em entrevista ao NeoFeed, um executivo do mercado financeiro havia dito que “eles estão querendo capturar os clientes que hoje contratam os financiamentos de carros e motos e fazem o consignado”.

“Historicamente, eles sempre foram bons nesses serviços, mas nunca conseguiram perpetuar os clientes.” O nicho em que o Banco Pan atua desde que o controlador era o empresário e apresentador Silvo Santos conta com mais 120 milhões de pessoas.

Fontes de mercado afirmam que nos próximos dois meses o banco vai entrar em novas linhas de negócios e o controle na mão do BTG é fundamental para acelerar esse processo.


https://neofeed.com.br/blog/home/btg-pactual-compra-fatia-da-caixa-por-r-37-bilhoes-e-assume-100-do-banco-pan/?utm_source=Emails+Site&utm_campaign=6a20707fe3-EMAIL_CAMPAIGN_2021_04_06_10_51&utm_medium=email&utm_term=0_c1ecfd7b45-6a20707fe3-404839180

Haja fibra: com um cheque bilionário, EB Fibra prepara sete aquisições


A companhia da EB Capital, que pretende consolidar os provedores regionais de banda larga em fibra óptica, vai ganhar presença nacional. O CEO da EB Fibra, Pedro Parente, que tem R$ 1,5 bilhão para investir, conta os próximos passos ao NeoFeed


Pedro Parente, CEO da EB Fibra

Aos 68 anos, Pedro Parente já atuou na esfera pública e em grandes empresas de diversos setores da economia. Ele foi ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso e esteve à frente da crise do apagão de energia em 2001. O executivo também comandou RBS, Bunge, Petrobras e BRF, na qual ainda preside o conselho de administração da empresa de alimentos.

Mas, pela primeira vez, segundo suas próprias palavras, está vivendo uma experiência nova: a de empreender. Parente é o CEO da EB Fibra, companhia de fibra óptica da EB Capital, da qual é um dos sócios, ao lado de Eduardo Sirotsky Melzer, Luciana Antonini Ribeiro e Fernando Iunes.

Com um cheque de R$ 1,5 bilhão em mãos, Parente está agora empenhado em consolidar provedores regionais de internet para construir uma das maiores empresas independentes de banda larga baseada em fibra óptica sem estar ligada às grandes empresas de telefonia, como Oi, Claro, TIM e Vivo.

Nos próximos meses, o empreendedor Parente vai anunciar um pacote de sete aquisições que vai dar um novo porte à EB Fibra – três delas em até duas semanas e as demais até junho. “Com essas aquisições, vamos alcançar 1 milhão de assinantes e R$ 1 bilhão de receita até o fim de 2021”, diz Parente ao NeoFeed,

Os nomes das empresas não são revelados, pois ainda faltam poucos detalhes para assinar as compras, bem como questões regulatórias a serem resolvidas. Atualmente, a EB Fibra conta com 380 mil assinantes. Ela já é dona da Sumicity, na região Sudeste, e da Mob Telecom, no Nordeste.

Com as aquisições, a EB Fibra teria um número de assinantes, pro forma, de 635 mil assinantes em dezembro de 2020. Com esse resultado, seria do mesmo porte da Brisanet, com 645 mil assinantes, e estaria à frente da Algar Telecom, que contava com 526 mil clientes, quando se leva em conta apenas os acessos com fibra óptica.

Como a meta é chegar a 1 milhão de assinantes até o fim de 2021, a disputa com Brisanet, que atua no Nordeste, e com a companhia do grupo Algar, que tem o GIC, fundo soberano de Cingapura entre seus investidores, será cabeça a cabeça, ou melhor, fibra a fibra ao longo deste ano para saber quem chegará à frente no ranking das operadoras competitivas.

Pequenas operadoras que surgiram por diversas cidades do País, as chamadas operadoras competitivas dominavam 60,5% do mercado de fibra óptica em janeiro de 2021, segundo dados da consultoria Teleco, especializada em telecomunicações. Somadas, elas tinham quase 9,6 milhões de conexões de banda larga. Claro, Vivo e Oi chegavam a quase 6,6 milhões de conexões. Mas seus assinantes estão concentrados em grandes centros urbanos, ao contrário de suas rivais de menor porte.

“As operadoras competitivas são todas candidatas a serem novas GVTs. Elas podem se viabilizar e se tornar uma quarta operadora grande de banda larga fixa ou podem ser compradas pelas grandes telcos”, diz Eduardo Tude, presidente da Teleco, em uma referência à GVT, que surgiu na época das privatizações da telefonia, no fim dos anos 1990, como empresa-espelho da Brasil Telecom e que foi comprada primeiro pela francesa Vivendi e depois pela espanhola Telefônica Vivo.

As transações vão consumir 80% dos R$ 1,5 bilhão que a EB Fibra tem para investir em aquisições, mas Parente alega que boa parte dos recursos será usada para investimentos das próprias empresas adquiridas na construção de infraestrutura, na compra de equipamentos para as casas dos clientes e em aquisições de menor porte.

O backbone (a infra de fibra) atual da EB Fibra tem 73 mil quilômetros, isso sem levar em conta a última milha, quando a fibra chega à casa do consumidor. Parente acrescenta que as aquisições estão sendo feitas sem a necessidade de se endividar. “Temos oportunidade de melhorar o projeto com alavancagem”, afirma o CEO da EB Fibra.

Com as aquisições que deve anunciar, a EB Fibra passará a atuar em 18 Estados brasileiros – só não terá presença no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no Sul; em Mato Grosso, no Centro-Oeste; e no Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, no Norte.

A ideia é que EB Fibra funcione como uma holding e as marcas adquiridas sejam indepedentes e tenham atuações regionais. A Sumicity ficará responsável pelo Sudeste. A Mob Telecom, pelo Nordeste. Uma das recentes aquisições cuidará do Sul – a presença, por enquanto, será apenas no Paraná.

Para ajudá-lo nesta missão, Parente conta com Felipe Matsunaga, responsável pela área de M&A, e com Mariano de Beer, que atua na supervisão dos provedores adquiridos.

Ex-presidente da Microsoft Brasil, de Beer é um executivo reconhecido no setor de telecomunicações, onde atuou como CEO da Telefônica Brasil de 2010 a 2011. Teve passagens pela RBS e voltou ao grupo espanhol de 2016 a 2020, época em que esteve ao lado do presidente da operadora, Amos Genish.

“A EB Fibra montou um time de primeira linha. O Mariano é um cara de respeito no setor e Pedro Parente está se envolvendo diretamente no projeto”, diz um executivo do setor de telecomunicações. “Mas é uma empresa de investidor: uma hora eles vão sair.”

A empresa da EB Capital não é a única a apostar nessa estratégia. A Vero, com 339 mil assinantes, é uma empresa que está sendo construída pela Vinci Partners, com um modelo bem parecido com o da EB Fibra. A empresa surgiu em 2019 através da fusão de oito provedores de Minas Gerais. Desde então, comprou mais quatro empresas e tem um plano de investimento de R$ 1 bilhão até 2023.

Até as grandes operadoras de telefonia estão atrás de investidores para acelerar seus planos de investimento em fibra óptica. A Oi, que está em recuperação judicial, está vendendo uma fatia majoritária da InfraCo, sua divisão de fibra óptica que conta com uma rede de 400 mil quilômetros de fibra e já alcança 2,2 mil cidades no País.

Um fundo gerido pelo BTG Pactual está em negociações exclusivas com a Oi, em um negócio que pode superar os R$ 20 bilhões. Caso saia vencedor da disputa, o chairman da InfraCo será Amos Genish, fundador da GVT.

Em 2020, o negócio de fibra da Oi atingiu 9 milhões de casas passadas pelo Brasil, com 2,1 milhões de clientes. No fim de março, a Oi anunciou que vai entrar no mercado de São Paulo no segundo trimestre de 2021. O plano é ter 400 mil domicílios cobertos até o fim deste ano e com potencial de chegar a 2 milhões de lares em 2022.

A Telefônica Vivo também buscou um investidor para sua empresa de fibra óptica, a FiBrasil. O fundo canadense CDQP pagou R$ 1,8 bilhão por uma participação de 50% na companhia, cujo objetivo é crescer para fora de São Paulo e ter uma cobertura de 5,5 milhões de domicílios em cidades de médio porte em até quatro anos.

A TIM está também em negociação exclusiva com a empresa de torres IHS Tower que pode se tornar sócia majoritária da FiberCo, a empresa que criou para acomodar sua operação de fibra. A IHS possui mais de 28 mil torres e busca a expansão em infraestrutura na tecnologia de fibra.

Como se nota, não vai faltar fibra para os brasileiros nos próximos anos. Mas será haverá espaço para todos os que querem um lugar ao sol? Haja fibra para competir e sobreviver.


 https://neofeed.com.br/blog/home/haja-fibra-com-um-cheque-bilionario-eb-fibra-prepara-sete-aquisicoes/?utm_source=Emails+Site&utm_campaign=6a20707fe3-EMAIL_CAMPAIGN_2021_04_06_10_51&utm_medium=email&utm_term=0_c1ecfd7b45-6a20707fe3-404839180