segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Grande aperto monetário é desnecessário pois inflação deve voltar à meta, diz Lagarde


Grande aperto monetário é desnecessário pois inflação deve voltar à meta, diz Lagarde

Christine Lagarde, presidente do BCE

 

FRANKFURT (Reuters) – Não há necessidade de um grande aperto da política monetária na zona do euro, pois a inflação deve arrefecer e pode se estabilizar em torno de 2%, disse nesta segunda-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

Apontando para os crescentes riscos de inflação, o BCE deixou em aberto, na semana passada, a possibilidade de um aumento das taxas de juros ainda em 2022 e afirmou que a reunião de 10 de março será crucial para decidir com que rapidez o banco central encerrará seu esquema de compras de títulos de longa data, elemento importante de seu estímulo econômico.

Mas Lagarde pareceu mais cautelosa nesta segunda-feira e argumentou ser improvável que a inflação alta se enraíze. Ela também alertou que os altos preços de energia, maiores vilões da inflação, provavelmente pesarão adiante conforme consomem o poder de compra das famílias.

“Aumentaram as chances de que a inflação vai se estabilizar na nossa meta”, disse Lagarde em audiência do Parlamento. “Não há sinais de que a inflação ficará persistente e significativamente acima da nossa meta no médio prazo, o que exigiria aperto mensurável.”

Mesmo ao repetir que os riscos de inflação estão inclinados “para cima”, Lagarde afirmou que a economia da zona do euro, no momento, não sofre com o tipo de superaquecimento que outras estão experimentando.

“Isso aumenta a probabilidade de que as atuais pressões de preços diminuirão antes de se enraizar, o que nos permitirá cumprir nossa meta de 2% no médio prazo”, disse ela.

Em resposta aos rendimentos nitidamente mais altos da dívida na periferia do bloco monetário desde a reunião de política monetária de quinta-feira passada, Lagarde afirmou que o BCE está pronto para intervir, se necessário.

“Usaremos quaisquer ferramentas, quaisquer instrumentos necessários para garantir que nossa política monetária seja transmitida adequadamente por toda a zona do euro, a todos os Estados membros”, disse ela.

Embora a própria Lagarde não tenha se comprometido, na semana passada, com nenhuma direção para a política monetária, várias autoridades desde então argumentaram que o primeiro passo será o BCE acelerar a saída de seu esquema de compra de títulos, que tem prazo indefinido, mas deve durar pelo menos até outubro.

Uma alta da taxa de juros só poderia ocorrer depois do encerramento do programa de compra de ativos, mas uma redução mais rápida do esquema poderia significar uma elevação nos custos dos empréstimos –que seria a primeira desde 2011– antes do final do ano.

“Existe um sequenciamento definido entre o fim de nossas compras líquidas de ativos e a data de elevação dos juros”, afirmou Lagarde. “Um aumento da taxa de juros não ocorrerá antes de nossas compras líquidas de ativos acabarem.”

“Qualquer ajuste de nossa política monetária será gradual”, acrescentou.

Os mercados agora precificam cerca de 0,5 ponto percentual de elevação dos juros pelo BCE neste ano, mas economistas estão mais cautelosos, com a maioria prevendo a primeira alta no final do ano ou no início de 2023.

(Reportagem de Balazs Koranyi e Francesco Canepa)


Startups Captam US$ 591 Mi


Brasil Lidera Aportes no Setor na América Latina

 

 Governo anuncia projeto para incentivar startups

 

  No primeiro mês do ano, as startups brasileiras captaram US$ 591 milhões, por meio de 62 rodadas de investimentos. O valor representa 45% do total levantado na América Latina em janeiro, segundo um relatório da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados focada no ecossistema de startups na região. Entre as 10 maiores rodadas de janeiro, três foram brasileiras: da fintech Creditas, que captou US$ 260 milhões; da Gupy, de soluções de recrutamento, com US$ 90 milhões; e da startup de games Rei do Pitaco, com US$ 32 milhões. 

O país também concentrou 88% das aquisições e 100% das fusões no mês, com destaque para as transações da Credoro, Cobre Fácil e Quinto Andar. Ao todo, os investimentos em startups da América Latina totalizaram US$ 1,3 bilhão, em 81 rodadas.

 

https://www.gironews.com/startup/startups-captam-us-591-mi-67042/

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Zona franca de Dubai busca parceiros brasileiros para processar café verde

 DMCC Logo Vector (.AI) Free Download

São Paulo, 4 – A zona franca DMCC, de Dubai, quer atrair empresas brasileiras para estruturar operações de beneficiamento de café. A preferência é por empresas capazes de fornecer o grão verde ou que estejam interessadas em comercializar café beneficiado no Oriente Médio a partir de Dubai. A informação é da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

Em comunicado, a câmara explica que o emirado é um dos maiores centros de redistribuição de mercadorias do mundo, com várias zonas francas especializadas em diferentes segmentos econômicos. O projeto para café deverá ser apresentado durante a feira de alimentos e bebidas Gulfood, que será realizada em Dubai, de 13 a 17 de fevereiro.

O chefe do escritório da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo, disse na nota que “a DMCC tem um centro de café que pode ser utilizado para beneficiar o grão verde, e, na Gulfood, vamos propor: por que não trazer o seu café para cá, beneficiá-lo na DMCC, adicionar o cardamomo usado na preparação do café árabe tradicional e vender para a Arábia Saudita, Omã ou para o Bahrein”. Eventuais associações poderão ser discutidas durante o evento.

A zona franca foi inaugurada em 2002 com o objetivo de atrair commodities alimentares de todo mundo e exportá-las de Dubai para outros países, sejam processadas ou in natura. Além dos centros de cacau e café, a organização também tem um centro de beneficiamento para diversos tipos de chás. No total, os Emirados Árabes têm 44 zonas francas que promovem a reexportação para várias partes do mundo.


Cerveja azul: Conheça a Line, sucesso de vendas na França


Crédito: Instagram

Batizada de Line, a cerveja é feita com spirulina (Crédito: Instagram )

Uma cerveja de cor azul está atraindo a curiosidade de cervejeiros na França. Batizada de Line, a bebida é feita com spirulina, alga cultivada no país. A ficocianina, componente da alga, ao ser acrescentada à cerveja no processo de preparo, garante a cor azul da bebida.

A ideia é popularizar a alga como um suplemento de dieta ao mesmo tempo que a cervejaria oferece bebidas diferenciadas. “A cerveja está vendendo bem, disse Sebastien Verbeke, funcionário da Hoppy Urban Brew, que fabrica a bebida, segundo o Uol.

A cervejaria vendeu 1.500 garrafas da cerveja azul, entre outubro e dezembro do ano passado, e se prepara para aumentar a produção.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/cerveja-azul-conheca-a-line-sucesso-de-vendas-na-franca/

 

Presidente do Spotify perde R$ 5,3 bilhões após queda de ações da empresa


Crédito: Reprodução YouTube

Daniel Ek, presidente do Spotify perdeu R$ 5,3 bilhões apenas com queda das ações (Crédito: Reprodução YouTube )

Daniel Ek, presidente do Spotify, perdeu mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,33 bilhões). As ações da empresa caíram quase um terço este ano e Daniel Ek é dono de 8% da plataforma.

O patrimônio de Ek caiu para US$ 2,6 bilhões (R$ 13,85 bilhões) até esta terça-feira (1), segundo o portal Uol.

A manutenção do podcast do humorista Joe Rogan, apontado como negacionista da pandemia e das vacinas, gerou uma polêmica entre o Spotify e artistas como Neil Young e Joni Mitchell que, em protesto, saíram da plataforma.

Os resultados do último trimestre divulgados, esta semana, pelo Spotify mostram que o número de assinantes e usuários ficou abaixo do esperado pelos investidores.

 

O Facebook também teve queda de 500 mil usuários diários e as ações da Meta, dona da rede social, caíram 26%.

Para outras empresas de tecnologia, a situação é diferente. Os papéis da Snap, proprietária do Snapchat, dispararam mais de 50% após divulgação de resultados acima das expectativas do mercado.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/presidente-do-spotify-perde-r-53-bilhoes-apos-queda-de-acoes-da-empresa/

 

Moro não decola e há dois motivos

Um país faminto não tem tempo pra bravatas eleitorais

Sérgio Moro tem um problema para além de todos os demais problemas que tem. Historicamente, no Brasil, os temas mais relevantes em anos eleitorais giram em torno de Saúde, Segurança, Educação e Renda, conforme mostra o histórico dos institutos de pesquisa. Houve, no entanto, um momento em que uma palavra se intrometeu entre as preocupações correntes da população: no auge da Lava Jato, a Corrupção chegou a ser a segunda mais citada.  Na semana passada eu conversei com Mauro Paulino (Datafolha) e Márcia Cavallari (Ipec, o ex-Ibope). Os mais experientes executivos de institutos de levantamento popular do país disseram o mesmo: a corrupção não deve ser eleitoralmente relevante, este ano, para decidir as eleições. Sabem quantas vezes Moro falou a palavra “corrupção” em uma entrevista dia desses? O canal Galãs Feios contou: 50. É morotemático.Moro tem outro problema: o antipetismo está voltando a seu curso natural pré-Lava Jato. Sempre houve antipetismo no Brasil. Na eleição de 1989, lembro claramente da circulação de fake news pré-internet dizendo que o PT, caso vencesse as eleições, iria colocar estranhos morando nas nossas casas. Uma amiga, ainda criança, assustada, chegou a separar as bonecas que mais gostava – todas as outras ela teria que dar, compulsoriamente, para crianças que não tinham bonecas. A mando do PT, claro. O antipetismo que definiu a eleição de Jair Bolsonaro não deve ter a mesma força esse ano. A popularidade do PT voltou a aumentar depois de junho de 2019, quando vocês sabem o que aconteceu. Moro teria muita força eleitoral caso antipetismo e combate à corrupção estivessem entre as prioridades da população. A impactante foto registrada no ano passado pelo jornalista Domingos Peixoto deveria gritar no rosto de Moro: há coisas mais urgente lá fora, e o governo que o senhor ajudou a eleger e do qual participou é responsável por elas.

Um país faminto não tem tempo pra bravatas eleitorais

Sérgio Moro tem um problema para além de todos os demais problemas que tem. Historicamente, no Brasil, os temas mais relevantes em anos eleitorais giram em torno de Saúde, Segurança, Educação e Renda, conforme mostra o histórico dos institutos de pesquisa. Houve, no entanto, um momento em que uma palavra se intrometeu entre as preocupações correntes da população: no auge da Lava Jato, a Corrupção chegou a ser a segunda mais citada.  Na semana passada eu conversei com Mauro Paulino (Datafolha) e Márcia Cavallari (Ipec, o ex-Ibope). Os mais experientes executivos de institutos de levantamento popular do país disseram o mesmo: a corrupção não deve ser eleitoralmente relevante, este ano, para decidir as eleições. Sabem quantas vezes Moro falou a palavra “corrupção” em uma entrevista dia desses? O canal Galãs Feios contou: 50. É morotemático.Moro tem outro problema: o antipetismo está voltando a seu curso natural pré-Lava Jato. Sempre houve antipetismo no Brasil. Na eleição de 1989, lembro claramente da circulação de fake news pré-internet dizendo que o PT, caso vencesse as eleições, iria colocar estranhos morando nas nossas casas. Uma amiga, ainda criança, assustada, chegou a separar as bonecas que mais gostava – todas as outras ela teria que dar, compulsoriamente, para crianças que não tinham bonecas. A mando do PT, claro. O antipetismo que definiu a eleição de Jair Bolsonaro não deve ter a mesma força esse ano. A popularidade do PT voltou a aumentar depois de junho de 2019, quando vocês sabem o que aconteceu. Moro teria muita força eleitoral caso antipetismo e combate à corrupção estivessem entre as prioridades da população. A impactante foto registrada no ano passado pelo jornalista Domingos Peixoto deveria gritar no rosto de Moro: há coisas mais urgente lá fora, e o governo que o senhor ajudou a eleger e do qual participou é responsável por elas.

 

 

 

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Com fábrica de projetos e caixa robusto, BNDES mergulha no ESG



Em carta, presidente da instituição, Gustavo Montezano, afirma que mundo assiste uma explosão da filosofia ESG e promete defender o “S” com unhas e dentes
Gustavo Montezano, presidente do BNDES: problemas na divulgação

(F¡A/FUTURA PRESS)

Rodrigo Caetano

Repórter ESG| rodrigo.sabo@exame.com



O BNDES irá entrar de cabeça no universo do ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês). O presidente da instituição, Gustavo Montezano, deixou claro, em carta ao mercado, que os critérios socioambientais e de governança permearão a estratégia do banco de fomento para 2022. Montezano prometeu defender a letra “S” com unhas e dentes, incororar um “G” maiúsculo nesse processo de reconstrução, e classificou o Brasil como uma potência ambiental capaz de liderar a corrida tecnológica da economia verde.

Montezano já havia mencionado a intenção de dar uma guinada em direção ao novo capitalismo. Em entrevista à EXAME durante a COP26, conferência do clima da ONU realizada em novembro, na Escócia, ele afirmou que o retorno sobre os investimentos não é mais só financeiro, é climático. O que estamos vendo é como uma mudança da força gravitacional. A economia como um todo terá de se adaptar, e quem não fizer terá dificuldade de colocar seus produtos no mercado”, disse. “A transição se dará com esforços conjuntos entre público e privado.”

Na carta, ele deu detalhes da estratégia. O banco buscará ter um papel relevante no desenvolvimento do mercado de créditos de carbono, com especial destaque para o setor de florestas e o mercado voluntário. “A exemplo do que o Banco fez no mercado de capitais brasileiro no início do século, podemos ter um papel-chave no desenvolvimento desses novos mercados”, afirmou Montezano.

A agenda climática estará presente, de maneira transversal, a todos os setores. Em infraestrutura, Montezano falou em reduzir o hiato em mobilidade urbana e resíduos sólidos, replicando nesses segmentos a agenda de saneamento em curso atualmente. Na área social, o foco estará na educação “Vamos atuar na educação básica e em projetos 14 de qualificação profissional, promovendo capacitação e contribuindo para a redução do desemprego estrutural”, disse.

Balanço do ano passado

Montezando também fez um balanço das ações realizadas no ano passado. Ele destacou o processo de desinvestimentos implementado, que promoveu a venda de 80 bilhões de reais em participações detidas pelo BNDES em empresas maduras. Sobre a pandemia, destacou o papel do banco no financiamento de pequenas empresas, disponibilizando mais de 90 bilhões de reais para o setor.

Outro destaque foi a “Fábrica de Projetos”, criada para resolver o que o presidente chama de a maior carência do BNDES. “Num país com âncora fiscal e juros “terrenos”, nossas maiores carências passam a ser bons projetos: boas modelagens, análise ambiental, planos de engenharia, contratos de concessões, adequação aos órgãos de controle e parametrização financeira inteligente”, afirmou.

“Formamos uma carteira de 160 projetos, com um investimento potencial acima de R$ 300 bilhões entre transações já concluídas com sucesso e a serem realizadas”, disse Montezano. “Sejam elas de infraestrutura, imobiliárias ou de concessões ambientais, essa carteira será um dos grandes legados para gerações futuras. Gerenciamos hoje, como exemplo, o maior programa de concessões de ativos ambientais do planeta.”