segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Suíça registrou déficit de CHF12 bilhões no segundo ano de pandemia


Muitos restaurantes e outros negócios na Suíça foram gravemente afetados pela pandemia da Covid-19. Keystone / Salvatore Di Nolfi

O orçamento da Suíça enfrentou um déficit de CHF12,2 bilhões (US$13,2 bilhões) em 2021 devido à pandemia de Covid-19, anunciou o governo na quarta-feira. Isso se segue a um déficit de CHF14,2 bilhões em 2020.

O déficit de 2021 é duas vezes maior do que o valor orçado. No ano passado as autoridades federais gastaram CHF14 bilhões para lidar com a pandemia, dos quais CHF12,3 bilhões foram para despesas extraordinárias, disse o governo em um comunicado.

A receita aumentou no ano passado em 5,6% em relação a 2020. O imposto sobre valor agregado trouxe mais CHF1,4 bilhões do que em 2020 e os impostos federais diretos geraram um adicional de CHF1,2 bilhões.

Os rendimentos do Banco Nacional Suíço (SNB) também foram CHF700 milhões mais altos do que um ano antes. Um adicional de CHF1,3 bilhão será usado para reduzir a dívida relacionada ao coronavírus, observou o governo.

As despesas também foram maiores em 2021 (+0,5%), principalmente devido a medidas relacionadas com a pandemia. As maiores despesas foram para compensação de trabalho a curto prazo (CHF4,3 bilhões), assistência em dificuldades (CHF4,2 bilhões) e compensação de perda de rendimentos por causa da Covid-19 (CHF1,8 bilhões).

No final do ano passado, o governo federal registrou uma dívida de 109 bilhões de francos suíços - um aumento de 5 bilhões de francos suíços.

Para evitar aumentos de impostos ou um programa de poupança para pagar a dívida, o Conselho Federal (órgão executivo) está propondo emendar a Lei do Orçamento Financeiro. Ele apresentará sua proposta ao Parlamento em março.

O governo acredita que até 2023 a política fiscal suíça terá voltado ao normal; ele não espera qualquer despesa extraordinária adicional relacionada à Covid. O Conselho Federal estima um superávit orçamentário de CHF600 milhões para 2023.

 

 https://www.swissinfo.ch/por/su%C3%AD%C3%A7a-registrou-d%C3%A9ficit-de-chf12-bilh%C3%B5es-no-segundo-ano-de-pandemia/47355414?utm_campaign=top&utm_medium=email&utm_source=newsletter&utm_content=o


STF anula norma de SP que equipara delegado de polícia a carreiras jurídicas



O artigo 144, § 6º, da Constituição Federal, estabelece vínculo de subordinação entre os governadores de estado e as respectivas polícias civis, sendo inconstitucional a lei que atribui maior autonomia aos órgãos de direção máxima das polícias civis.

ReproduçãoSTF anula norma de São Paulo que equipara delegado de polícia às carreiras jurídicas

Com esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional 35/2012, que alterou o artigo 140 da Constituição de São Paulo, equiparando a carreira de delegado de polícia às carreiras jurídicas, como a da magistratura e a do Ministério Público.

Na ADI, a Procuradoria-Geral da República questionou o aumento da autonomia da atividade policial no estado de São Paulo. A PGR afirmou que a Emenda Constitucional 35/2012 "gerava consequências nefastas" à persecução penal, à atuação do Ministério Público e à definição constitucional da função policial.

Isso porque, conforme a Procuradoria, o dispositivo definia como essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica a atuação da Polícia Civil, além de categorizar a carreira de delegado de polícia como carreira jurídica, "ao atribuir-lhe independência funcional nos atos de polícia criminal, isto é, os de investigação para apurar infrações penais, de modo a servir de base à pretensão punitiva do Estado, formulada pelo Ministério Público".

Para a PGR, o dispositivo contestado apresentava inconstitucionalidade material por interferir na estrutura da Polícia Civil conforme estabelecido pela Constituição Federal. Por unanimidade, a ADI foi julgada procedente pelo Plenário Virtual da Suprema Corte, nos termos do voto do relator, ministro Gilmar Mendes. 

"O legislador constituinte foi rigoroso quanto ao critério de atribuição de autonomia aos órgãos da administração pública. Por outro lado, foi taxativa quanto a necessidade fundamental de submissão das policiais e corpos de bombeiros militares, bem como das polícias civis, aos governadores dos estados", afirmou o ministro.

Segundo Gilmar, "não foram raras" as vezes em que Supremo Tribunal Federal se pronunciou pela impossibilidade de atribuição de autonomia aos organismos integrantes da segurança pública. Como exemplos, ele citou as ADIs 882 e 5.520.

"Resta evidente que norma do poder constituinte decorrente que venha a atribuir autonomia funcional, administrativa ou financeira a outros órgãos ou instituições que não aquelas especificamente constantes da Constituição Federal, padece de vicio de inconstitucionalidade material, por violação ao princípio da separação dos poderes", completou.

O ministro também destacou o posicionamento da Corte sobre o Ministério Público como titular da ação penal pública, único legitimado para ponderar sobre o oferecimento da denúncia ou, nos casos em que couber, seu arquivamento.

"Nesse sentido, verifico que o dispositivo impugnado, ao conferir autonomia à carreira de delegado, atribuir independência funcional aos delegados de Polícia Civil, incluir a categoria entre as funções essenciais à Justiça e ampliar seu rol de competências, incorreu em ofensa aos artigos 129, I, VI e VIII; e 144, § 6, da Constituição Federal", finalizou Gilmar.

Clique aqui para ler o voto do relator
ADI 5.522

 

https://www.conjur.com.br/2022-fev-20/stf-anula-lei-equipara-delegado-policia-carreiras-juridicas

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O "jênios" das redes sociais e os "formadores" de opinião: pobre país


Por 

O cronista da Folha de São Paulo, Antônio Prata, inspirou-me. Em um belo texto, mostra como os perdedores, os burros, os caras do fundão da classe da oitava série acabam se dando bem e se transformam em "comunicadores". Ou políticos.

 

 

Têm milhões de seguidores esses agentes da "fundãocracia", diz Prata. Ele lista as pérolas que constam no site do Monark (o que não difere de outros "formadores").

Incrível o conjunto de bobagens, tolices e platitudes que parecem ter sido tiradas de almanaques tipo Biotônico Fontoura ou Renascim. Ou Sadol. Ou daqueles livrinhos "pílulas de felicidade" — mas sem citar a fonte, é claro. E milhões de néscios seguem.

Monark, para ficar no "case" da "moda", diz qualquer coisa sobre qualquer coisa (e foi demitido por defender a existência de um partido nazista). Ele tem o mesmo perfil do ex-Big Brother Brasil (que incrível coincidência ele ser ex-BBB; estou muito surpreso!) que foi demitido da Jovem Pan. Cá entre nós, ser demitido da JP por fazer gesto nazista é o sujeito ser expulso de uma rave por fumar maconha. Ou ser expulso da igreja do RR Soares por pedir mais do que dez por cento de dízimo. É o próprio paroxismo. Mas, enfim, parece que até na JP há limites (essa é a parte positiva da coisa toda).

Quando Bolsonaro repercutiu uma notícia das redes de que vacina e Aids estavam interligados, um dos "influencers" (argh — é uma onomatopeia) semianalfabetos, que serviu de fonte, tinha mais de 4 milhões de néscioseguidores.

Sim, o sujeito não tem futuro, é ignorante, esculhambou no colégio, é da turma do fundão e...pronto. O que vai fazer da vida? Simples. Será blogueiro e/ou influencer. Alguns fazem faculdade de Direito, é verdade. Ou fazem podcast espalhando fake news. Ou tiktokeiam.

Vasculhando as redes, encontramos especialistas tipo Almanaque. Algo como "não tenho partido". E aí tasca uma frase como "obrigar a vacinação é nazismo". "Minha liberdade vale mais do que a vida". Burrice autocontraditória.

Em mais de uma TV do RS é possível ver agentes da fundãocracia. Também em rádios. Dizem todos os dias, com ar de inteligentes, coisas como "os que defendem medidas restritivas na pandemia deviam passar férias em Cuba ou Venezuela". Que coisa "jenial", não? Ou copiam descaradamente notícias da internet (muitas fake) e "contam" sem mencionar a fonte. O pessoal do fundão não é perigoso por ser do fundão. São perigosos porque existem muitos...!

Dos Monarks e Adrilles aos atuais BBB's (que discutem herpes e bizarrices sob os olhares de milhões de egressos dos fundões das salas de aula espalhados pelo país — talvez eles já sejam maioria), passando pelos pastores que "curam" milhares de doentes de Covid retirando-lhes percentuais dos seus ganhos via PIX, o Brasil (ainda) resiste.

O país resiste. Bravamente. Bom, se a justiça resiste a membros do MP que dizem coisas (em audiência) como "esses advogados são bosta" (sem o "s") ... é porque temos alguma gordura para queimar.

Sim, o Brasil é como o escaravelho. Voa. Mas ninguém sabe como voa. Impossível de explicar.

O Flow — que demitiu Monark — é um sucesso (eu nem sabia que existia). Bom, dá para ver o nível a partir do que aconteceu no "papo" entre os "filósofos contemporâneos" Kim, Monark, Tabata e quejandos.

Tempos de pós-modernidade (sabe-se lá o que é isso, exatamente) é assim. Se fizer um bate papo sobre ciência, enche uma Kombi. Ou uma monark. Quanto mais bobagem, melhor.

Saudade dos velhos almanaques. Eram bem melhores que os blogs e "falas" dos atuais influencers.

Junto com Antônio Prata, pergunto: onde foi que erramos? Não, não respondam. A pergunta é retórica. Ou não.

 

 https://www.conjur.com.br/2022-fev-17/senso-incomum-jenios-redes-formadores-opiniao-pobre-pais

 

Casa do Construtor: a receita para crescer mais de 50% na pandemia


Maior rede de franquias de locação de equipamentos para construção civil prevê abertura de mais 200 operações em 2022 e chegar a R$ 750 milhões em receita


O mercado imobiliário e de construção civil nas cidades brasileiras tem sido um dos mais aquecidos da economia. O VGV (volume geral de vendas) de imóveis novos, por exemplo, cresceu 20% na região metropolitana de São Paulo em 2021 na comparação com o ano anterior, para um volume total de 33,126 bilhões de reais, segundo dados recém-divulgados pelo Secovi-SP (o Sindicato da Indústria da Habitação em São Paulo).

Na esteira desse boom, a cadeia produtiva também apresenta números sólidos de crescimento. É o caso da Casa do Construtor, considerada a maior rede de franquias de locação de equipamentos para construção civil e soluções para o dia-a-dia do país.

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Pelo segundo ano consecutivo, ou seja, ambos na pandemia, a empresa teve forte ritmo de expansão e quebrou recordes de faturamento e crescimento.

Em 2021, o faturamento da rede superou os 500 milhões reais, com crescimento de 54% em relação a 2020. O ano teve a abertura de 85 novas operações, totalizando 401 unidades em todo o país e duas no Paraguai.

A curva de crescimento começou a ficar mais acentuada em 2019, quando a Casa do Construtor chegou a 276 unidades e obteve um faturamento de 279 milhões de reais.

“2021 foi o melhor ano da história da Casa do Construtor. Preservamos a nossa margem de lucro e a eficiência das operações. Tudo isso podemos atribuir à resiliência do nosso modelo de negócios e ao aquecimento da construção civil", disse o CEO da Casa do Construtor, Altino Cristofoletti Junior.

"As pessoas ainda permaneceram em suas casas mais tempo que o normal, o que provocou uma onda de reformas e reparos”, afirmou.

Segundo um estudo realizado pela Casa do Construtor e a empresa de pesquisas AGP, seis em cada dez brasileiros realizaram algum tipo de melhoria em suas casas durante a pandemia; e sete em cada dez disseram ter planos para algum tipo de obra ou melhoria.

A alta nos preços de materiais de construção, bem como da inflação como um todo, que reduz o poder de compra das famílias brasileiras, não tira o otimismo de Cristofoletti com as perspectivas para o ano que começa.

“Entendemos que a demanda vai continuar elevada e temos planos de inaugurar mais 200 operações, alcançando um faturamento ao fim do ano de 750 milhões de reais e crescimento de quase 50%", afirmou o empresário.

"A economia compartilhada é algo que veio para ficar e, por causa desse fenômeno, pretendemos expandir a oferta de locação de equipamentos para outras áreas”, disse Altino.

Segundo o CEO, estudos de mercado apontam que a Casa do Construtor ainda tem espaço para crescer em todo o país. Ele citou que a rede conta com um modelo mais enxuto destinado a cidades de até 20.000 habitantes.

 

 https://exame.com/mercado-imobiliario/casa-do-construtor-a-receita-para-crescer-mais-de-50-na-pandemia/

Advent compra 25% do Grupo Tigre por R$ 1,35 bi


É a primeira vez que a companhia fundada em Joinville (SC), e controlada pela família Hansen, passa a ter a participação de um fundo de private equity em mais de 80 anos de história

 


Uma das principais multinacionais de capital brasileiro dedicadas a soluções para construção civil, como tubos e conexões, o Grupo Tigre tem novo sócio a partir desta sexta-feira, 18.

O fundo de private equity Advent International comprou 25% do capital da Tigre por 1,35 bilhão de reais.

É a primeira vez que a companhia fundada em Joinville (SC), e controlada pela família Hansen, passa a ter a participação de um fundo de private equity em mais de 80 anos de história.

“A escolha da Advent foi muito cuidadosa. Seu histórico sólido de investimentos no Brasil e a experiência em diversos setores fazem da Advent o parceiro ideal para apoiar a Tigre, tanto no Brasil quanto nos demais países onde estamos presentes”, diz Felipe Hansen, presidente do Conselho de Administração do Grupo Tigre, e parte da terceira geração da família Hansen.

Pelos termos da negociação, a Advent terá direito a indicar dois membros para o conselho de administração da Tigre, que passa de cinco para sete membros. Um dos nomes da Advent na Tigre será o de Patrice Etlin, Managing Partner da Advent. O outro ainda será definido.

“A Tigre é uma empresa líder e referência em seu setor, um fenômeno mundial de construção de marca, com uma história de crescimento e inovação sólida, organizada, com governança, gestão profissional e plano de negócios claro e ambicioso para os próximos anos", diz Etlin.

"É uma satisfação enorme nos juntarmos ao time da Tigre e apoiá-los em seus projetos de crescimento e geração de valor”, diz.

A aproximação de Advent e Tigre começou há cerca de dez meses. A Tigre contratou a Estáter, boutique de investimentos de Pércio de Souza, para conduzir um processo de aproximação com novos sócios estratégicos.

O processo afunilou rapidamente para o nome da Advent, dizem pessoas a par das negociações.

O aporte da Advent ocorre cinco meses após a Tigre obter da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o registro de companhia de capital aberto na categoria B, que habilita para emissão de debêntures.

Além da entrada dos recursos do novo sócio, boa parte dos outros 600 milhões de reais captados em debêntures devem ser usados para reforçar os planos de investimentos.

A Advent tem um foco no setor industrial, com negócios como a GTM Holdings, de produtos químicos, no portfólio. Além disso, o fundo tem experiência em turnaround de negócios de porte no Brasil, como a varejista Grupo Big, vendida no ano passado ao Carrefour.

Os recursos para a aquisição de parte da Tigre vêm do fundo VII, de 2 bilhões de dólares, captado em 2020. Parte dos recursos desse fundo já foram utilizados em aportes nas empresas de tecnologia Merama (e-commerce) e Ebanx (meios de pagamento). Com a Tigre, 30% desse fundo foi investido.

Reconhecida como marca ícone na categoria de tubos e conexões, a Tigre tem mais de 15.000 produtos no portfólio e está presente em cerca de 30 países.

Em 2021, a companhia comprou a Dura Plastic Products, fabricante e distribuidora de conexões de PVC, sediada na Califórnia, como parte da estratégia para pavimentar sua expansão internacional.

Os Estados Unidos são um dos mercados-chave para a Tigre buscar a liderança no mercado de condução de água nas Américas.

Entre as frentes estratégicas, há ainda a expectativa de ampliar a oferta de soluções para construção civil, infraestrutura e irrigação, que possuem grandes perspectivas de crescimento no Brasil, além de investimentos em soluções, serviços e tecnologia para maior eficiência no uso de água.

 

https://exame.com/negocios/advent-compra-25-do-grupo-tigre-por-r-135-bi/

Cancelado no LinkedIn, empreendedor faliu e teve prejuízo de R$ 300 mil

 


Crédito: Arquivo pessoal/Rodrigo Garçone

Rodrigo Garçone foi cancelado no LinkedIn ao anunciar uma vaga de emprego de maneira "sarcástica" (Crédito: Arquivo pessoal/Rodrigo Garçone)

 

O empreendedor Rodrigo Garçone vivenciou como poucos a experiência de cancelamento nas redes sociais. Com postagens consideradas polêmicas, ele gerou muito engajamento no LinkedIn, o que lhe rendeu diversas oportunidades de negócios, mas também lhe custou a falência de sua empresa.

“Comecei a usar o LinkedIn para compartilhar minha visão sobre ambiente profissional e questões pessoais. Rapidamente ganhei muita audiência porque fugia do padrão da rede: todos querem contar história positiva, exagerar no lado bom e eu decidi ser a primeira pessoa a compartilhar o que todo mundo tem vergonha: os fracassos. Assim, comecei a atrair grande quantidade de haters. Sou empreendedor que gosta de tema polêmico e não se preocupa com crítica”, disse Garçone.

Em 2018, Garçone criou uma empresa que ajudava as pessoas a se reposicionarem no mercado de trabalho, ideia que teve a partir da experiência com usuários da rede social. A empresa deslanchou e conseguiu contratos com grandes empresas, o que alavancou a carreira do empresário.

Em 2019, Rodrigo foi eleito um dos 50 profissionais de Recursos Humanos (RH) mais relevantes da América Latina, muito por conta de sua atividade no LinkedIn. Tornou-se diretor de uma associação de RH. Foi quando sofreu seu primeiro cancelamento, com denúncias em massa que o tiraram temporariamente da rede.

No entanto, o maior golpe aconteceu em 2020. Garçone publicou um post (veja abaixo) que afirma ser “sarcástico”: anunciava uma vaga sem horário definido de trabalho, sem salário, sem benefícios. Tratava-se da busca por um sócio da empresa que crescia, mas não foi como outros usuários interpretaram.

“Foi um post sarcástico, do qual nunca me arrependi de ter escrito. Alguém pegou (a postagem) e fez uma denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT). O promotor acolheu a denúncia de trabalho análogo à escravidão”, conta Rodrigo.

Com as investigações em andamento, o MPT solicitou aos clientes da empresa de Rodrigo informações sobre os serviços prestados e documentações como as Notas Fiscais emitidas. O contato do MPT acendeu sinal de alerta no compliance e no jurídicos das empresas clientes, que decidiram romper todos os contratos com a empresa de Rodrigo, o que lhe levou à falência e a um prejuízo de R$ 300 mil.

“Pessoas insatisfeitas com suas carreiras comemoraram o fechamento de uma empresa porque não concordam com o posicionamentos do empreendedor, que é o ‘malvadão’, que explora. Várias pessoas foram demitidas, tinha dezenas de colaboradores que dependiam daquilo. A cultura do cancelamento é nocivo até para o futuro econômico”, analisa Garçone, que foi convidado a se retirar da associação de RH e teve sua imagem profissional manchada.

Por fim, Rodrigo disse que o clichê “há males que vêm para bem” resume sua trajetória profissional pós-cancelamento. Ele deixou a área de RH para atuar com marketing digital, no qual diz ganhar mais dinheiro.

“As pessoas estão na rede social muito mais para criticar do que apoiar: o sucesso gera um sentimento negativo em outras pessoas. A cultura da internet é a cultura do cancelamento. Quem cria polêmica são as pessoas que interpretam com base em suas visões, eu não gero polêmica, só gero conteúdo. Sei escrever conteúdo para não ser ignorado, o que gera engajamento, que gera oportunidades de negócios, mas também tem o lado negativo. A rede social tem potencial de ampliar o networking em escala inimaginável”, finaliza Garçone.

 

 


https://www.istoedinheiro.com.br/cancelado-no-linkedin-empreendedor-faliu-e-teve-prejuizo-de-r-300-mil/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Jovem cria startup com R$ 150 mil e prevê faturamento de R$ 7 milhões


Juliana Alencar deixou cargo de Chief Culture Officer na StartSe para empreender com o hub de inovação W.G. Weird Garage

 

A empreendedora Juliana Alencar foi a primeira mulher sócia da plataforma de educação StartSe — onde chegou como head de inovação e, depois, foi nomeada Chief Culture Officer. Mas, aos 33 anos, trocou a vida corporativa pelo próprio negócio: fundou o hub de inovação W.G. Weird Garage com investimento de R$ 150 mil e já prevê faturamento de R$ 7 milhões neste ano.

“Tive a sorte do timming e vi diversas empresas com ideais parecidos com os meus performando e se tornando unicórnios, abocanhando espaço das gestões tradicionais. Nos últimos anos, o mercado amadureceu e observou gaps que dificultavam o crescimento. Foi então que percebi ser o momento de criar algo que unisse as referências das empresas pelas quais passei”, afirma Juliana.

E está enganado quem pensa que a executiva fechou as portas após sair da StartSe: a empresa é um dos parceiros da W.G. Weird Garage, que já fechou contrato com clientes como a operadora Claro; a Bamboo, plataforma de ativos financeiros alternativos; a Go.k, de tecnologia e transformação digital; a TEX, insurtech de soluções para corretoras de seguro; e o escritório Molina Advogados.

Serão três frentes de atuação do hub de inovação, que terá consultoria de cultura e até estruturação personalizada; educação e preparação de lideranças; além de fornecer conexões estratégicas para os processos de transformação. Para a fundadora da W.G. Weird Garage, a missão da startup é auxiliar empresas e negócios por meio da própria inovação, mas também de cultura e diversidade.

“O Vale do Silício [região nos EUA conhecida por abrigar companhias de tecnologia] provou por A+B o poder da mudança cultural nos resultados financeiros e no crescimento. Então, para as empresas continuarem relevantes, a cultura deve ser parte da estratégia. Não existe mais a questão binária de ganhar dinheiro ou ter um formato de trabalho legal. Podem ser ambos”, diz a executiva.

De acordo com a pesquisa Mission & Culture Survey, publicado pela recrutadora Glassdoor, 79% dos entrevistados (em Alemanha, EUA, França e Reino Unido) avaliaram o propósito das empresas antes de se candidatarem a uma vaga; e 77% levaram em consideração a cultura corporativa, quesito que também foi apontado como decisivo para continuarem na vaga por 65% dos participantes.

“Minha ideia com o hub foi permitir que as empresas inovassem com suas culturas para se tornarem ainda mais relevantes, competitivas e assim, ‘brigarem’ as companhias mais admiradas e inovadoras do mundo. Quando vi que o meu trabalho de estruturação de cultura na StartSe já estava concluído, me senti confortável para empreender com esse formato mais independente”, diz Juliana.

 

 https://exame.com/pme/jovem-cria-startup-com-r-150-mil-e-preve-faturamento-de-r-7-milhoes/