quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Natália Resende: participação do Estado na Sabesp ficará entre 15% e 30%

Sabesp Mobile – Apps no Google Play

Após a privatização, a participação do Estado de São Paulo na Sabesp deve cair dos 50,3% atuais para algo entre 15% e 30%. A informação, antecipada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), foi confirmada pela Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.

“Estamos em fase de estudo para determinar exatamente qual será a participação do Estado, mas o foco é diminuir o porcentual para atrair investidores de referência”, afirmou durante coletiva de imprensa.

A representante confirmou também que o projeto de lei enviado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), nesta terça-feira, inclui o estabelecimento de direitos de veto (golden share) para o governo.

O golden share previsto no texto contempla a manutenção do nome da companhia, sede e objetivo social, por exemplo. Além disso, atribui poder de veto ao Estado quanto ao limite de exercício de votos por acionistas ou grupo de acionistas.

O projeto de lei institui ainda a criação de um fundo de apoio à universalização do saneamento do Estado de São Paulo destinado a prover recursos para ações de saneamento básico, inclusive voltadas à modicidade tarifária no setor.

 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

EUA: Nvidia diz que controles de exportação devem atrasar desenvolvimento de produtos

Diretrizes de Marca e Logotipo | NVIDIA

A Nvidia vê as restrições de exportação recém-adotadas pelos Estados Unidos para semicondutores avançados potencialmente atrasando o desenvolvimento de produtos e fazendo com que a empresa realoque certas operações, de acordo com um documento regulatório divulgado na terça-feira, 17.

A empresa disse no documento que não espera que as restrições afetem os resultados financeiros no curto prazo devido à forte demanda por seus chips. Entretanto, Nvidia disse esperar que os requisitos de licenciamento associados aos novos controles possam impedir que o desenvolvimento de produtos seja concluído em tempo hábil, afetando o suporte aos clientes existentes e limitando as vendas a países que não estão incluídos na regra.

A fabricante de chips também disse que pode ter que transferir as operações para fora de um ou mais países afetados.

A Nvidia disse que buscaria uma licença para clientes que precisassem de produtos cobertos, mas disse que não poderia garantir a aprovação do governo dos EUA. As novas regras dos EUA regras entrarão em vigor no próximo mês, após o início do quarto trimestre fiscal da Nvidia.

 

Petrobras contrata Ocyan para revitalizar malha de gás da bacia de Campos

Ocyan

A Ocyan conquistou um contrato para executar a revitalização da malha de gás da Petrobras na bacia de Campos, informou nesta terça-feira, 17, a companhia que oferece soluções para a indústria de petróleo e gás. A novidade marca a expansão da companhia em projetos de EPCI offshore, que inclui engenharia, fabricação, aquisição e instalação de equipamentos.

“Este contrato marca a volta da Ocyan em contratos EPCI de Construção Submarina e será a primeira vez que a Ocyan vai liderar um projeto desse tipo, numa parceria 50/50 com a companhia portuguesa Mota-Engil, que conta com grande atuação internacional, especialmente na Europa e África. O contrato terá duração estimada de quatro anos e meio”, informou a Ocyan.

A atividade offshore será realizada junto às plataformas de Namorado e Garoupa (PNA-1 e PGP-1), e incluirá a instalação de diversos equipamentos submarinos, incluindo manifolds, e instalação de dutos flexíveis.

“O contrato com a Petrobras marca de forma determinante esse novo momento da Ocyan, reflete a nossa solidez como companhia e consolida-nos, definitivamente, como referência em prestação de serviços para a indústria de óleo e gás. O negócio de gás abrirá grandes oportunidades para o mercado brasileiro nos próximos anos e a Ocyan está atenta e pronta para esse tipo de trabalho”, disse em nota o vice-presidente executivo da Unidade de Serviços Integrados da Ocyan, Jorge Mitidieri.

Atualmente, a produção de gás da bacia de Campos é escoada por quatro ramais que passam pelas plataformas de Namorado (PNA-1) e Garoupa (PGP-1), e seguem para terra através de três gasodutos de exportação. Com a desativação destas plataformas, o gás da Petrobras terá que contornar essas unidades por meio da instalação de dois manifolds submarinos e respectivas interligações ao sistema submarino existente.

A primeira etapa do projeto, que compreende a fase de engenharia, deverá ser iniciada imediatamente, e a expectativa é que a campanha offshore tenha início em 2025. A execução do projeto de revitalização da malha da Bacia de Campos prevê a contratação de profissionais, especialistas e técnicos de diversas áreas.

 

Infra S.A. assina acordo com Angola que pode facilitar atuação de empresas brasileiras no país

INFRA S.A. - YouTube

A Infra S.A. assinou hoje Memorando de Entendimento junto à Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola (ARCCLA), em movimento que prevê a transferência de metodologias desenvolvidas no Brasil na infraestrutura de transportes e para modelagem de concessões. Na avaliação da estatal brasileira, a parceria abre espaço e facilita a participação de empresas brasileiras em Angola.

O documento permite o intercâmbio de conhecimentos para que o governo angolano possa estruturar ferramentas de gestão de dados e informações de infraestrutura. A experiência do Brasil na criação do Observatório Nacional de Transporte e Logística é um dos temas que serão abordados nos trabalhos realizados no escopo do acordo.

A experiência da Infra S.A. na estruturação e modelagem de projetos para a concessão de ativos de infraestrutura também faz parte do programa de transferência de tecnologia.

Para o presidente do Conselho de Administração da ARCCLA, Catarino Pereira, o Brasil tem muito a contribuir para o avanço do setor de transportes. “O histórico positivo das ações realizadas pela Infra S.A. permitirá capacitação, em diversas frentes, da ARCCLA para que possamos desenvolver a infraestrutura de Angola”, afirmou.

Ao assinar o acordo, o diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, destacou que o planejamento da infraestrutura realizado é fundamental para o crescimento sustentável de um país.

“Brasil e Angola são países irmãos, que possuem a mesma língua. O crescimento de Angola também é bom para o Brasil. Nesse sentido, a Infra S.A. está pronta para contribuir e incentivar ações que vão desenvolver a infraestrutura de Angola”, finalizou.

 

Dinâmica política está mais normal no Brasil, diz vice-presidente da Moody’s


 Samar Maziad

A vice-presidente da Moody’s para risco soberano, , considera que a política, frequentemente instável no País, deixou de ser um grande risco no Brasil, o que diminui a possibilidade de guinadas na política econômica e reversão de reformas feitas nos últimos anos.

“Algumas medidas podem ser aprovadas no Legislativo, algumas medidas podem não ser aprovadas. Mas, em geral, não vemos como um grande risco porque vemos uma coalizão mais construtiva entre o governo e partidos de centro”, disse Samar ao responder a uma questão sobre o ambiente político no Brasil em entrevista a jornalistas.

Em relatório divulgado nesta tarde, a agência de classificação de risco ponderou que, embora o governo tenha desenvolvido uma relação de trabalho eficaz com o Congresso, a polarização política continua sendo um risco que pode ganhar força e interromper a implementação de políticas de forma esporádica.

Apesar disso, na entrevista concedida a jornalistas após evento promovido pela agência em São Paulo, Samar pontuou que há atualmente consenso político em torno da reforma tributária, importante para melhorar a produtividade e o potencial de crescimento do País. Disse ver também uma normalização nas relações entre Executivo e Legislativo. “Claro que isso não significa que toda medida será aprovada, mas é uma dinâmica política mais normal”, afirmou a analista sênior da Moodys.

A agência, comentou Samar, aguarda avanços do Brasil na consolidação fiscal para se movimentar na direção de uma melhora da nota de crédito soberano. No momento, a nota do Brasil pela Moodys tem perspectiva estável, uma indicação de que a agência não pretende mudar no curto prazo o rating, que está, desde 2016, a dois degraus do grau de investimento.

O Brasil deve crescer um pouco mais do que antes da pandemia – as projeções da Moodys são de crescimento em torno de 2% ao ano em 2024 e 2025. Ainda assim, observa Samar, não será um crescimento robusto, o que levanta dúvidas sobre a entrega das metas do arcabouço fiscal, dependentes, até aqui, da dinâmica de crescimento, além da aprovação de medidas encaminhadas pelo governo ao Congresso para aumentar suas receitas.

Assim, para rever o cenário traçado para o Brasil, a agência quer estar mais segura quanto ao compromisso do governo com a responsabilidade na gestão das contas públicas. Depois disso, explicou Samar ao indicar o longo caminho para uma melhora na classificação do risco de crédito do Brasil, a Moodys ainda vai aguardar os resultados do novo marco fiscal.

 

Mais um cliente! República Tcheca escolhe o Embraer C-390 Millennium como seu novo cargueiro militar


Ministério da Defesa e as Forças Armadas anunciaram na terça-feira o início das negociações para aquisição de duas aeronaves que se juntarão aos seis turboélices C295
 
Como já era cogitado há alguns meses, a República Tcheca confirmou a escolha do C-390 Millennium, da Embraer, como sua nova aeronave de transporte militar.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (17) pelo Ministério da Defesa e as Forças Armadas do país europeu. O acordo ainda será negociado com a Embraer e prevê a aquisição de duas aeronaves.

Entre as missões planejadas estão operações de assalto aéreo, reabastecimento aéreo, evacuação médica, ajuda humanitária e combate a incêndios.

“Estamos honrados pela seleção do Ministério da Defesa e das Forças Armadas para iniciar as negociações desta aquisição significativa. Estamos prontos para fornecer à República Tcheca a mais avançada aeronave de transporte tático disponível no mercado”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. “O C-390 Millennium está atraindo a atenção de várias nações ao redor do mundo, devido à sua combinação imbatível de alta produtividade e flexibilidade operacional com baixos custos operacionais.”

Aeronaves assumirão várias funções nas forças armadas do país europeu (Embraer)

Melhor opção no mercado

A República Tcheca já havia dado indícios de que escolheria a aeronave brasileira, desenvolvida como substituta de antigos turboélices C-130 Hercules e similares. Mais capaz (carga útil de 26 toneladas) e veloz (velocidade de cruzeiro de 407 nós), o C-390 também oferece um custo operacional mais baixo, segundo a fabricante.

A produção da aeronave conta com o fornecimento de peças pela tcheca Aero Vodochody que produz o bordo de ataque das asas, portas da cabine, rampa de carga e parte da fuselagem traseira. Desde 2010, o país é um dos potenciais clientes do modelo.

“Um passo específico foi iniciar negociações com o objetivo de alcançar o preço mais baixo possível e ao mesmo tempo o prazo de entrega mais curto possível. Ao mesmo tempo, estou satisfeito que a empresa tcheca AERO Vodochody esteja envolvida na produção de componentes para aeronaves Embraer C-390 há vários anos”, disse a Ministra da Defesa, Jana Černochová.

A Embraer realizou diversas visitas do KC-390 à República Tcheca, inclusive demonstrando o transporte de um blindado Pandur II.

A Força Aérea da República Tcheca tem seis C-295, que são menores que o avião da Embraer (Airbus)

Com o novo anúncio, o C-390 Millennium passa a contar com seis clientes que juntos encomendaram ou estão em vias de adquirir 37 aeronaves.

O Brasil lidera a lista, como é esperado, com 19 aeronaves, seis delas já entregues, seguida de Portugal (cinco jatos), Holanda (5), Hungria (2), Áustria (4) e agora a República Tcheca, com duas aeronaves.

A República Tcheca pretende comprar dois C-390 (Embraer)

 

Oposição reclama de ‘manobra’ de Tarcísio, que tenta privatizar Sabesp via PL, e não PEC

Foto colorida do governador Tarcísio de Freitas em evento da Rota - Metrópoles

Ainda sem acesso ao projeto de lei (PL) da privatização da Sabesp – que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresentou à sua base na manhã desta terça-feira -, a oposição já prepara seu primeiro argumento contra o texto: “Por que um PL, e não uma PEC?”, questiona o deputado estadual Emídio de Souza (PT).

Emídio, que liderou a Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp, reclama que Tarcísio organizou uma “manobra” para que o texto seja votado como um projeto de lei, que exige um quórum de 48 deputados, enquanto uma PEC demandaria 57 parlamentares.

“Para ele, é bem mais fácil”, disse o deputado ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), sobre a possibilidade de aprovação do projeto se tramitar nos moldes preferidos pelo governador.

Emídio, no entanto, deixa claro que a Constituição do Estado “fixa expressamente que o serviço de água esgoto será executado por empresa pública de saneamento”, sendo que qualquer mudança referente a isso deveria ser revista via PEC.

Tarcísio pretende enviar o texto à Alesp, em regime de urgência, ainda nesta terça-feira, depois do encontro com os parlamentares.

A expectativa do governo é que a privatização da Sabesp seja aprovada ainda em 2023 na Casa. Com isso, o processo de desestatização teria início já no início de 2024.

Em agosto, o governo anunciou a escolha do modelo de follow-on, oferta subsequente de ações, para a privatização.

Para isso, é necessária a autorização da Alesp para se desfazer da fatia societária que torna o Estado acionista majoritário na empresa. O Estado de São Paulo, hoje, detém 50,3% das ações da Sabesp.

Se aprovado o projeto, o Estado deverá seguir como acionista minoritário. A nova participação estatal na companhia, ainda não definida, foi mais um ponto de atenção citado por investidores, que temem não ter uma voz ativa em decisões-chave após a privatização.