A
Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) enviou carta ao
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cobrando promessas
feitas na campanha eleitoral, contra o que classificam de desmonte da
empresa, privatizada pelo governo Bolsonaro em 2022. Desde a posse em
janeiro, os eletricitários tentam uma reunião com Lula, sem sucesso.
“Infelizmente,
Senhor Presidente, por mais que insistíssemos, não conseguimos
sensibilizar as áreas competentes do seu governo a tomarem atitudes
assertivas contra o desmonte da Eletrobras e, lamentavelmente, a
Diretoria e o Conselho de Administração da Eletrobras se sentem à
vontade para continuar destruindo o que restou da companhia”, afirma a
Aeel na carta.
De
acordo com o documento da Aeel, em reuniões institucionais com áreas do
governo foi informado o sucateamento do quadro de profissionais da
empresa, e o péssimo clima organizacional, “decorrente de assédio moral e
tortura psicológica que vem sendo feita pela atual direção da
companhia”.
Os empregados denunciam aumento da ocorrência
de acidentes de trabalho, alguns fatais, e da postergação das
manutenções devido ao número insuficiente de equipes técnicas e de
suporte, e do número excessivo de equipamentos em fim de vida útil.
A
falta de empregados levou a atual direção da Eletrobras a prorrogar a
saída de empregados pelo Plano de Demissão Voluntária (PDV), enquanto
não repõe os quadros.
“Alertamos
ao governo Lula de que as decisões que estavam sendo tomadas pela
direção da Eletrobras refletiram diretamente na segurança,
confiabilidade e disponibilidade operacional dos ativos de geração e
transmissão, podendo resultar em desligamentos com interrupções no
fornecimento de energia elétrica à população”, afirmou a Aeel.
Na
avaliação da associação, o apagão ocorrido no País em agosto, que
afetou quase todos os Estados brasileiros, foi consequência do
sucateamento da ex-estatal.
A associação reconhece que o
governo tomou medidas importantes, como a exclusão do capital acionário
que a União tem na Eletrobras do Programa Nacional de Desestatização
(PND) e ofícios enviados pelo Ministério de Minas e Energia à
Eletrobras, solicitando planos de ações e suspensão do PDV.
“Mas
sem o devido monitoramento e articulações políticas necessárias, essas
poucas iniciativas não serão suficientes para brecar o desmonte da
Eletrobras”, explicou a Aeel, que reivindica uma reunião com Lula.