terça-feira, 21 de novembro de 2023

Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV


Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV

"A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região", resumiu a FGV. (Crédito: AFP)

A vitória do libertário Javier Milei nas eleições para a presidência da Argentina não afeta, no curto prazo, as trocas comerciais do Brasil com o país, mas traz riscos futuros. Uma eventual saída dos argentinos do Mercosul prejudicaria o desempenho das exportações brasileiras, avaliou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

“A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região”, resumiu a FGV.

O comércio com a Argentina rendeu um superávit de US$ 4,7 bilhões para a balança comercial brasileira no acumulado de janeiro a outubro deste ano, apesar da crise econômica que assola aquele país. O resultado é mais que o dobro do superávit de US$ 2,3 bilhões obtido pelo Brasil nas trocas comerciais com a Argentina de janeiro a outubro do ano passado.

“A vitória de Milei na Argentina levanta preocupações para o comércio externo brasileiro. Nada que afete no curto prazo o intercâmbio comercial, que já estava desacelerando com a crise argentina. Os riscos surgem com as incertezas trazidas por pronunciamentos durante a campanha presidencial. A saída do país do Mercosul, se ocorrer, traz impactos negativos para as exportações brasileiras beneficiadas com acordos (caso automotivo) e tarifas preferenciais. Além disso, poderá afetar o término das negociações com a União Europeia previstas para 7 de dezembro, que, mesmo sendo antes da posse do novo presidente, poderá ser contaminado com um cenário desfavorável”, avaliou a FGV.

O Icomex prevê um superávit recorde para a balança comercial brasileira em 2023, podendo chegar a US$ 100 bilhões. No relatório anterior, referente a setembro, a previsão era mais modesta, de um superávit de pouco mais de US$ 90 bilhões.

No acumulado do ano até outubro, o saldo da balança comercial alcançou um recorde de US$ 80,2 bilhões, sendo 53% desse superávit proveniente das trocas comerciais com a China, US$ 42,3 bilhões.

“Com esses resultados, o superávit de 2023 deverá ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões”, previu a FGV.

Além de Argentina e China, houve também superávit para o Brasil no acumulado do ano no comércio com os demais países da América do Sul (US$ 9,0 bilhões) e com a Ásia excluindo a China (US$ 7,7 bilhões). Por outro lado, o Brasil acumula um déficit de US$ 2,3 bilhões de janeiro a outubro nas trocas comerciais com os Estados Unidos, e déficit de US$ 100 milhões no comércio com a União Europeia.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil para a China cresceu 29,3% ante o mesmo período do ano anterior; para os Estados Unidos, 4,6%; para a Argentina, 11,5%; e para a Ásia excluindo a China, 3,7%. Houve queda no volume exportado pelo Brasil para a União Europeia, -3,5%, e para os demais países da América do Sul, -3,9%.

“As projeções do Fundo Monetário Internacional são de desaceleração do crescimento dos Estados Unidos e de leve recuperação da União Europeia, mas em cenário incerto. Para o Brasil, o crescimento da China, que explica 30% das exportações, é o principal determinante. E, nesse caso, as previsões de menor crescimento do país poderão reduzir o aumento das exportações brasileiras. No tocante às importações, se confirmado o menor crescimento do PIB brasileiro em 2024, seria um fator a atenuar a redução do superávit comercial”, estimou o relatório do Icomex.

A expansão do superávit da balança comercial brasileira neste ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e redução no volume importado, enquanto os preços têm recuado para os dois fluxos, observou o Icomex.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 2,7%. Os preços das exportações recuaram 7,4%, e os das importações caíram 9,2%. Em valores, as exportações sobem 0,9% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 11,8%.

 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

BNDES tem aumento de 18,4% no desembolso no 3º trimestre, para R$ 34,8 bi

bndes-logo-0-1536x1536 | BIOSIS Saneamento Ambiental

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou aumento de 18,4% no desembolso do terceiro trimestre do ano, para R$ 34,8 bilhões, informou o diretor do banco, Alexandre Abreu. Ele destacou o resultado obtido com a carteira de crédito, que chegou a R$ 495,2 bilhões de julho a setembro deste ano.

“A carteira de crédito vinha diminuindo ao longo dos últimos anos e demos uma virada, esse é um excelente sinal”, afirmou Abreu. “É a maior desde o primeiro trimestre de 2019”, completou.

Considerando os nove meses acumulados em 2023, houve aumento expressivo em todas as fases de operação do Banco comparativamente a 2022, como consultas (R$ 199,2 bilhões, alta de 94%), contratações (aumento de 43%, atingindo R$ 94,2 bilhões) e desembolsos (crescimento de 20%, ao atingir R$ 75,4 bilhões). “Se compararmos com outros anos, vemos que essa sequência de aumento é inédita nos últimos anos”, afirmou.

Ele destacou ainda que os desembolsos para o setor de infraestrutura subiram 7,2, enquanto para o agronegócio a alta foi de 23%.

Na indústria, os desembolsos do banco aumentaram 34% e no comércio e serviços, 31% no terceiro trimestre do ano.

O lucro recorrente no terceiro trimestre de 2023 foi 21,3% maior em um ano, e chegou a R$ 2,9 bilhões, informou Abreu.

 

Mudanças climáticas influenciam mandato do BC, afirma Campos Neto

Campos Neto reconhece esforço de Haddad, mas evita comentar novo arcabouço  | VEJA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, 17, que o número crescente de desastres climáticos influencia o mandato da autoridade monetária. “Os desastres climáticos geram grande instabilidade de preços em energia e alimentos. O que o BC puder fazer para ter direcionamento de financiamentos ou transparência de informações sobre o que é financiado em termos de agricultura sustentável, devemos fazer, sim. Tenho uma preocupação com esse tema maior que a média de outros BCs”, afirmou, durante participação no evento “E Agora, Brasil?”, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico.

 

Bancada do agro propõe aumentar seguro rural por conta das mudanças climáticas

Início - FPA

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou um conjunto de emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, para garantir a produção do setor. Os deputados pedem que quatro emendas sejam acrescentadas à lei que definirá o orçamento do próximo ano.

Uma das emendas apresentadas pela bancada quer aumentar o orçamento necessário para operar o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O seguro serve para minimizar as perdas do agricultor em decorrência de fatores ocasionados pelo clima e recuperar o capital investido na lavoura em caso de estragos.

Segundo argumenta a bancada, os custos para o pagamento do prêmio aumentaram devido à intensidade e frequência dos eventos climáticos neste e no ano passado, como a seca histórica na Amazônia e as enchentes que destruíram cidades no sul do País. Por isso, os recursos financeiros públicos destinados a socorrer os agricultores deve aumentar.

Os autores das emendas são os deputados Sérgio Souza (MDB-PR), Pedro Lupion (PP-PR), também presidente da bancada, e o deputado Alceu Moreira (MDB-RS). A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal (CRA) já acatou emendas apresentadas em um relatório de autoria do senador Jaime Bagatolli (PL-RO) que tratam de incentivos à produção rural. O relatório será analisado também pela Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Segundo o gabinete do presidente da frente ruralista, Pedro Lupion, a emenda pede que não haja limitação de empenho para os recursos destinados ao seguro, ou seja, mesmo que a receita não esteja sendo arrecadada conforme previsto, os recursos devem ser garantidos.

 

Classes C e D/E impulsionam crescimento da conectividade no país


Classes C e D/E impulsionam crescimento da conectividade no país

As classes C e D/E impulsionaram crescimento da conectividade nos domicílios brasileiros, passando de 56% para 91% e de 16% para 67%, respectivamente, entre os anos de 2015 e 2023. As classes A e B passaram de 99% para 98% e de 88% para 98%, respectivamente. (Crédito: Freepik)

 

Os domicílios com acesso à internet no país passaram de 51%, em 2015, para 84% neste ano, com base no total de domicílios. No ano passado, essa parcela chegou a 80%. Os dados são da pesquisa sobre uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros, a TIC Domicílios 2023, divulgada nesta quinta-feira (16).

A amostra da pesquisa, do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), abrangeu quase 24 mil domicílios e 21,2 mil indivíduos respondentes, com coleta de dados entre março e julho deste ano.

As classes C e D/E impulsionaram crescimento da conectividade nos domicílios brasileiros, passando de 56% para 91% e de 16% para 67%, respectivamente, entre os anos de 2015 e 2023. As classes A e B passaram de 99% para 98% e de 88% para 98%, respectivamente.

No entanto, a velocidade de conexão piora quanto menor é o poder econômico das classes, revelou a pesquisa. Já o compartilhamento com domicílio vizinho é maior na classe D/E, com 25% do total de lares com acesso à internet. Na classe C, o índice é de 15%; na B, 9%; e na A, 1%.

As classes C e D/E têm menos percentual de domicílios com computador, sendo 42% e 11%, respectivamente. Enquanto as classes A e B tem 99% e 84%, respectivamente.

Em relação ao acesso por indivíduos, a pesquisa mostrou que 84% da população é usuário de internet, um total de 156 milhões de pessoas. O indicador ampliado, que inclui indivíduos que afirmaram não ter usado a internet, mas declararam o uso de aplicações no celular que necessitam de conexão à internet, chegou a 164 milhões de usuários.

O percentual de usuários é maior entre a população urbana, na Região Sul, sexo feminino, entre brancos, com ensino superior, com idade entre 16 e 24 anos, e na classe A.

Há ainda 29 milhões de pessoas não usuárias de internet, revelou a pesquisa. A predominância está na área urbana, tem ensino até o fundamental, entre pretos e pardos, na classe D/E, de 60 anos de idade ou mais, do sexo masculino, residentes do Nordeste e Sudeste.

 

Haddad vê 5 medidas para elevar receitas em 2024

 Fernando Haddad – Wikipédia, a enciclopédia livre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou em reunião da equipe de ministros da área econômica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteontem a importância de o governo concluir “efetivamente” o debate de cinco propostas no Congresso: a reforma tributária, o projeto sobre os fundos de alta renda, o que trata do instrumento dos Juros sobre Capital Próprio (JCP), a regulamentação de apostas esportivas e a proposta que altera a tributação de grandes empresas que recebem subvenção dos Estados.

Tirando a reforma tributária, os outros projetos buscam o incremento de receita e são essenciais para o governo zerar o déficit fiscal em 2024. A lista foi reforçada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, após se reunir novamente com Haddad anteontem. “O ministro da Fazenda aproveitou para falar da importância de a gente terminar pelo menos cinco medidas fundamentais para a gente ter receita: reforma tributária, offshore, JCP, apostas e subvenção.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Depois de calor intenso no Brasil, final de semana tem alerta para temporais


Depois de calor intenso no Brasil, final de semana tem alerta para temporais

Alerta de temporais no final semana (Crédito: Reprodução/Inmet) 

 

Depois de calor intenso no Brasil, este final de semana tem alerta para temporais. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu na quinta-feira, 16, um alerta de “perigo potencial” para tempestades para sete estados e o Distrito Federal.

Entenda:

  • Segundo o Inmet, a partir desta sexta-feira, 17, o calor forte, combinado com o aumento do teor de umidade da atmosfera, vai potencializar a ocorrência de temporais, rajadas de vento e queda de granizo em São Paulo, Minas (no Triângulo Mineiro e faixa oeste e sul), Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Mato Grosso;
  • Neste sábado, 18, há chances de temporais, com rajadas de vento, e queda de granizo em grande parte no sul de Mato Grosso do Sul, São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, por causa da aproximação de uma frente fria;
  • Já no domingo, 19, os temporais podem se espalhar pela área central do País “devido ao aumento na convergência de umidade pelo continente (organizando um canal de umidade), padrão que, aliado a atmosfera fortemente quente, úmida e instável, mantém o cenário”, informou o Inmet;
  • “Além disso, entre domingo e a próxima segunda-feira, 20, a previsão indica a ocorrência de grandes volumes de chuva em São Paulo – especialmente no centro-norte do estado, capital e região metropolitana, faixa litorânea e região do Vale do Paraíba –, sul de Minas Gerais, região da Zona da Mata mineira e no Rio de Janeiro”, finalizou.