Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Lula com o premiê alemão Olaf Scholz em Berlim (Crédito: AFP)
Ansai
(ANSA) – BRASILIA, 04 DIC – O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo alemão, Frank-Walter
Steinmeier, falaram hoje sobre meio ambiente e as atividades do G20, que
é comandado pelo Brasil desde 1° de dezembro, durante reunião em
Berlim.
“Conversamos sobre os avanços na economia, sobre investimentos no
novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], da retomada da
proteção ambiental e sobre a presidência do Brasil no G20”, declarou o
mandatário sul-americano.
A reunião com Steinmeier aconteceu no âmbito das Consultas de Alto
Nível, realizadas pela última vez em agosto de 2015, quando a então
chanceler Angela Merkel visitou Brasília.
“O Brasil voltou a ter um governo que trabalha e é referência
positiva no mundo. Vamos reforçar nossa parceria e cooperação em muitas
áreas, estamos retomando o diálogo com os alemães, que tinha sido
abandonado em governos anteriores”, disse o petista.
Por sua vez, o presidente Steinmeier agradeceu em nome da “Alemanha e
do mundo” pela “retomada da proteção do meio ambiente e da Amazônia”,
informou o Palácio do Planalto. (ANSA).
Claudia Massei, da Siemens, é entrevistada na série 'DNA da Liderança', que conta histórias de líderes e traz dicas de carreiras
Bruna Klingspiegel
Formada peloITA,
a engenheira aeronáutica Claudia Massei tem um currículo invejável.
Fala oito idiomas, tem MBA na escola de negócios mais antiga dos EUA e
foi a única mulher estrangeira CEO no Oriente Médio, de 2018 a 2020, em
Omã (país que faz fronteira com Emirados Árabes Unidos e Iêmen). Ainda
no início da sua carreira, a executiva brasileira foi professora em um
cursinho preparatório e conta que várias das habilidades que usa até
hoje vieram da época de sala de aula.
Hoje ela atua
como assessora do CEO global na unidade de negócios de motion control
(controle de movimento) e é líder de transformação da empresa na
Alemanha. Para ela, fornecer um ambiente onde as pessoas se sintam
motivadas a tentar coisas é essencial para impulsionar o crescimento da
companhia.
"Enquanto CEO, eu pensava a partir da ideia que eu
trabalhava para os meus funcionários, eu estava ali para servir se
algum deles tivesse um problema", conta.
Confira trechos da entrevista:
Como foi o início da sua carreira?
Comecei minha
carreira como professora de cursinho durante a faculdade de engenharia
aeronáutica no ITA e eu acho que várias das habilidades que uso até hoje
vieram da época de sala de aula. Em seguida, fiz um estágio de pesquisa
na França, quando me encantei com a ideia de morar fora do país. Ao
retornar ao Brasil, escolhi não seguir a engenharia e entrei na
consultoria estratégica em São Paulo.
No segundo ano
efetivada, tive uma chance de voltar para a França e depois para África
do Sul participar de alguns projetos. Voltei para o Brasil e comecei a
aplicar para o MBA em algumas escolas. Acabei indo para o Wharton, nos
Estados Unidos, e fiz meu estágio de verão na Microsoft.
Nessa época, um rapaz do ITA que conheci na época em que
eu estava indo para o MBA me escreveu falando que estava começando um
projeto para fazer uma empresa de educação tecnológica e que ele
precisava de investimento. Resolvi investir. Trabalhamos juntos nesse
período, mas precisava de um emprego. Busquei algumas oportunidades, mas
acabei escolhendo ir para a Siemens. A empresa me esperou por um ano e
meio para eu ajustar a minha empresa e quem tocou foi meu sócio.
Quando
entrei na Siemens , participei de um programa chamado CEO Program. Fiz
rotações na Alemanha, Portugal, China, Alemanha, Dinamarca. Depois do
programa, voltei para a Alemanha e então tive a chance, depois de um
ano, de me chamarem para um processo seletivo para CEO em Omã. Passei e
fiquei como CEO por 4 anos, de 2018 a 2020
Como dar aula ajudou profissionalmente?
Dar
aula nada mais é do que você contar uma história com a ajuda de
gráfico, de material visual. Quando eu dava aula, eu precisava preparar o
storytelling. Eu precisava preparar a lousa de forma que fique tudo
bonitinho do começo até o fim para o aluno que perdeu a aula por
qualquer razão.
E isso é muito parecido com o
trabalho em consultoria, porque você vai fazer uma apresentação para o
seu cliente, você tem que ter uma história, você tem que ter todos os
slides.
Na verdade, você está querendo provar um ponto ou você
está querendo expor uma ideia e você precisa das partezinhas. Você tem
que levar todo mundo para a mesma página e depois garantir que vai
chegar ao seu objetivo, convencendo o público daquele ponto que você
quer.
Como é o seu dia a dia de trabalho hoje?
Hoje
em dia, ocupo a posição de assessora de um CEO global em uma unidade de
negócios chamada Motion Control. Eu lido com diversos temas
estratégicos, comunicação e programas especiais.
Além
disso, participo ativamente do planejamento de reuniões, visitas e
viagens, quando ocorrem. Sou também a líder de transformação na mesma
unidade de negócios, cujo foco é promover uma transformação cultural,
indo além do digital.
Nós gostamos de afirmar que já
realizamos as transformações digitais nesta unidade de negócios,
direcionando nossos esforços para a transformação cultural. O objetivo é
justamente fazer as pessoas colaborarem mais umas com as outras aqui
dentro.
Você foi uma das principais executivas do Oriente Médio no período em que liderou a Siemens em Omã. Como foi essa experiência?
Acho
que as pessoas pensam que é mais diferente do que realmente é, tendo
como referência do Brasil. Omã é o país mais simpático do Golfo Pérsico (região que inclui Irã, Emirados Árabes Unidos e outros países). Então eu não achei assim tão desafiador.
Claro
que sendo mulher e sendo estrangeira, ajudou um pouco mais do que se eu
fosse só mulher. Eu era é a única mulher estrangeira CEO no país, então
as pessoas não sabiam exatamente onde me encaixar, mas foi mais fácil
por eu ser CEO do que se eu fosse gerente, por exemplo, porque no fim
das contas, eu era CEO antes de ser mulher.
Experimentei
um choque cultural maior na Alemanha. Lá, as interações eram diretas;
se você fazia uma pergunta e as pessoas não estavam interessadas, elas
simplesmente diziam não na sua cara.
Em certo
sentido, liderar uma equipe onde nem todos realizam o trabalho
perfeitamente pode ser mais desafiador, mas também mais gratificante.
Tive
a oportunidade de desempenhar um papel crucial, atuando como um filtro
de qualidade, garantindo que detalhes importantes não fossem
negligenciados.
Minha experiência em Omã foi muito valiosa, porque eu
sentia que minha presença fazia diferença. Essa é uma das maiores
vantagens: se eu não tivesse lá vendo aquele documento naquela hora, uma
determinada cláusula do contrato teria passado e ninguém teria visto.
Quais características são essenciais para um líder?
De
certa maneira tem o lado de você ganhar o respeito das pessoas. Talvez
eu esteja falando isso pela minha experiência como mulher em lugares em
que somos minoria, mas acho que você tem de ganhar respeito, e às vezes
você ganha o respeito de pessoas diferentes de maneiras diferentes.
Tem
as pessoas que vão valorizar um título acadêmico ou o fato de você ter
atingido recorde de vendas em algum lugar. Então o negócio é você
entender isso.
Basicamente você precisa personalizar
sua mensagem no seu pitch (idéia, resumo breve) para cada pessoa, mas ao
mesmo sem parecer muito arrogante, tentar explicar o que você fez que
foi bom, mas sem parecer que você se acha superior aos outros.
Outro ponto importante é criar um ambiente de segurança
psicológica. Em Omã minha porta ficava sempre aberta, porque quando eu
queria falar algo confidencial eu falava em alemão e pronto, mas a minha
porta era sempre aberta.
Na hora em que algum
colaborador queria falar comigo, eu parava o que estava fazendo. Algumas
pessoas por definição cultural tinham um certo receio de falar com a
chefe. Então eu pensava que se tivesse uma pequena barreira que seja
eles vão iam se privar de tentar falar comigo.
Você
também tem de fazer as pessoas sentirem que você confia nelas. Então,
por exemplo, às vezes a pessoa não sabe fazer uma coisa, mas você fala:
'vai lá e tenta, e se der errado você volta aqui, a gente conversa
então'.
Ela precisa saber que, se ela errar ou se estiver com algum problema, não haverá uma retaliação.
Quais são as dicas que você dá para quem quer chegar a um cargo de liderança?
Liderança
tem a ver com cuidado das pessoas. Acho que diferentes pessoas têm
diferentes motivações para estar à frente de uma equipe, mas acredito
que a mais legítima delas é justamente você querer cuidar daquelas
pessoas.
Cuidar pode ser em termos de ajudar a se desenvolver ou
simplesmente ajudar a proteger e conseguir a atenção que o funcionário
precisa ter nos seus projetos, por exemplo.
Além
disso, fornecer esse ambiente para pessoas se sentirem motivadas a
tentar coisas, porque acredito que isso que faz uma equipe crescer. E as
pessoas não devem ter medo de tentar.
Então minha
dica é você desenvolver sua capacidade de liderança pensando muito em
como consigo fazer o melhor para as pessoas que estão abaixo de mim?
Enquanto
CEO, eu pensava a partir da ideia que eu trabalhava para os meus
funcionários, eu estava ali para servir se algum deles tivesse um
problema.
Você precisa sempre se preocupar em como
servir o time e em como fazer com que essas pessoas se tornem pessoas
melhores. E como que você pode desenvolvê-las a ponto de que o conjunto
cresça junto.
O
presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (28) que
uma nova proposta para a desoneração da folha de pagamento deve ser
discutida após a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional.
Em reunião com representantes de diversas entidades do setor privado,
Alckmin informou que, após a viagem do ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Emirados Árabes, a
ideia é se debruçar sobre essa questão para apresentar uma proposta
para os setores que estavam sendo beneficiados com a desoneração da
folha.
Na semana passada, Lula vetou integralmente a proposta aprovada pelo Congresso Nacional
que prorrogava até 2027 a medida que estabelece que a contribuição para
a Previdência Social de 17 setores produtivos seja entre 1% e 4,5%
sobre a receita bruta, em vez da contribuição de 20% sobre a folha de
pagamento. Sem a prorrogação, a medida vale só até o dia 31 de dezembro
deste ano.
“O grande desafio do mundo vai ser emprego e renda, não só nosso, mas
mundial. Então, a gente [deve] procurar, pós-reforma tributária, buscar
caminhos, e nós podemos discutir isso, para a desoneração de folha que
já existe hoje na área rural para pessoa física e não teve perda de
receita, você só muda a fonte de contribuição”, disse Alckmin.
Em reunião de instalação do Fórum MDIC de Comércio e Serviço, Alckmin
disse que, quando era deputado federal, foi relator da legislação que
estabelece que pessoas físicas na área rural não paguem contribuição
previdenciária sobre a folha, mas sim um percentual na venda do produto.
“Para você estimular o emprego, estimular a formalização”, explicou o
presidente em exercício.
O ministro Fernando Haddad
também já declarou que vai aguardar a tramitação da reforma tributária
para enviar uma nova proposta de desoneração da folha ao Congresso.
Desenrola Empresas
Na reunião, Alckmin também disse que o governo estuda uma nova versão
do programa Desenrola, que possibilita a renegociação de dívidas, para
beneficiar também as empresas.
“Estamos discutindo o Desenrola Empresas também, para ajudar as
empresas que tiveram dificuldade a poderem sair”, disse, lembrando que o
programa do governo já beneficiou quase 2 milhões de pessoas que
deixaram de estar negativadas e voltam a ter crédito.
"Nós tivemos, especialmente meses atrás, taxas de juros muito
elevadas e muitas empresas vindo ainda de problemas do tempo da pandemia
tiveram dificuldade. Então, há necessidade de se ter uma discussão, da
mesma forma que se buscou um Desenrola para as pessoas, ter um Desenrola
para as empresas", completou.
Fórum
O Fórum MDIC de Comércio e Serviço é formado pelas secretarias do
Ministério e por 26 entidades representativas do setor privado, como
Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL), Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) e Associação Brasileira de Comércio Eletrônico
(Abcomm).
O objetivo do Fórum é a troca de informações entre os setores público
e privado para identificar as políticas que afetam a competitividade e a
produtividade do setor, bem como as necessidades e medidas de
fortalecimento do comércio e serviços.
A
Klabin divulgou nesta quinta-feira, 30, suas estimativas de
investimentos para o ano fechado de 2023 e também para 2024. A empresa
estima investimentos totais de R$ 4,5 bilhões neste ano e R$ 4,5 bilhões
em 2024.
Para
o segmento de Sivicultura, o guidance é de R$ 800 milhões em 2023 e R$
800 milhões em 2024. Em Continuidade Operacional, a empresa espera
investir R$ 1 bilhão em 2023 e 1,3 bilhão em 2024.
Já
em Compra de Madeira em pé, a expectativa é de R$ 400 milhões em 2023 e
R$ 1,1 bilhão em 2024. Em Projetos Especiais, a companhia prevê gastar
R$ 800 milhões em 2023 e R$ 700 milhões em 2024.
Na
Nova Caldeira de Monte Alegre, por sua vez, o ano de 2023 fechará sem
investimentos e, para 2024, a estimativa é de R$ 300 milhões.
Por fim, no Puma II, a Klabin estima investir R$ 1,5 bilhão em 2023 e R$ 300 milhões em 2024.
Com quase três anos de vida, a Sol, empresa brasileira de telecomunicação e IoT especializada no agronegócio, vai encerrar 2023 levando internet
a 15% da área agrícola do Brasil. A cobertura da companhia já chega a
12 milhões de hectares, dos 78,8 milhões cultivados com grãos nos país.
A
empresa não revela o nome do cliente, mas diz ter fechado um único
contrato para a instalação de 100 novas torres de telecomunicação em
áreas agrícolas. Com isso, a infraestrutura de internet dedicada ao
agronegócio chegará a 450 torres.
Em números redondos, 50% dos
equipamentos estão distribuídos pela região Centro-Oeste. Outros 25%
estão no Sudeste, ficando as regiões Sul e Norte com os 25% restantes.
Hoje,
o sinal gerido pela startup cobre 63 mil propriedades rurais. Entre
seus clientes estão grandes grupos como Amaggi, Scheffer, Bom Futuro e
Girassol, além da recém parceria anunciada com a Tereos. Só nas áreas da usina serão 17 torres.
Parte
do Grupo RZK, do empresário José Ricardo Rezek, a startup nasceu em
dezembro de 2020 a partir de uma oportunidade identificada internamente.
A holding é dona de mais de 100 mil hectares de terras, onde cultiva
soja, milho e arroz e ainda reúne um rebanho de 42 mil cabeças.
Além
disso, é um dos mais importantes concessionários de máquinas John
Deere, a Primavera Máquinas. Fora do agro, o grupo ainda atua nos
segmentos de mídia, geração e comercialização de energia e concessões.
“As
máquinas John Deere sempre tiveram alta tecnologia embarcada para
coleta de dados de solo, produtividade e muito mais. O grupo percebeu
que havia dificuldade em usar toda essa tecnologia exatamente pela falta
de conectividade no campo. Assim, nasce a Sol”, disse Rodrigo Oliveira,
CEO da Sol ao IM Business.
A empresa desenvolveu um modelo
de negócios onde atua como uma espécie de matchmaker entre as empresas
de telecomunicação e o campo. “A falta de conectividade sempre foi uma
barreira, mas não é a única quando se fala em gestão de dados”, diz
Oliveira.
A empresa negocia projetos de telecomunicação e gestão
de dados com grupos de produção agrícola, que incluem a instalação de
antenas de internet para transmissão dos dados coletados no campo.
“Percebemos
que os dados das máquinas, de clima, solo e outros não se conversavam.
Tiramos esses dados do campo com a internet e juntamos em um ambiente
para tomada de decisão dos produtores”, diz o executivo.
Com o
sinal de internet avançando e dados sendo gerados e coletados em tempo
real, o próximo passo da Sol será junto ao mercado financeiro. A empresa
prepara para o primeiro trimestre de 2024 o MVP (Minimum Viable Product) de um seguro de financiamento para o agronegócio.
“Será
o primeiro produto suportado por dados do agronegócio. Já estamos em
conversas adiantadas com um banco privado e uma seguradora”, adianta
Oliveira.
Em menos de 10 anos, a União Química passou de uma
empresa com pouca experiência em vendas ao exterior para uma exportadora
que abastece mais de 70 países com os medicamentos que produz. Para
isso, assumiu a produção de farmacêuticas multinacionais nas fábricas
que adquiriu e, após ampliar seu parque fabril, aposta em parcerias com players locais nos mercados onde pretende entrar. O desafio agora é aumentar a participação de produtos próprios no mix de exportações, já que a maior parte desse faturamento ainda é proveniente da venda de terceirizados.
“Hoje,
15% do faturamento do grupo União Química provém de mercados
internacionais”, disse José Luiz Junqueira vice presidente da companhia,
ao IM Business. A companhia informa que sua receita
anual média com exportações gira em torno de US$ 20 milhões e, com a
estratégia de investimentos que vem sendo colocada em prática, espera
superar o número em breve.
Nos nove primeiros meses de 2023, a
receita bruta da União Química atingiu R$ 3,451 bilhões, 8,8% a mais que
a cifra acumulada no mesmo período do ano passado.
Para
estar em tantos mercados, a União Química também precisou se alinhar às
diferentes demandas regulatórias de cada um deles, seja na colocação de
um produto próprio ou de terceiros. “Uma estratégia da exportação vai
muito além de simplesmente montar uma base comercial e exportar o
produto, ela nasce através de processos de fabricação”, afirma
Junqueira.
Ao terceirizar a produção de farmacêuticas
multinacionais, a empresa conseguiu um atalho. Com uma série de
aquisições nos últimos anos, União Química ampliou para 9 o número de
suas unidades fabris, ao mesmo tempo em que impulsionou seu projeto de
internacionalização. O movimento começou em 2015 com a compra de uma
fábrica na Grande São Paulo que pertencia à suíça Novartis e já estava
habilitada a exportar medicamentos para outros países da América Latina.
Com o ativo, veio o know how da venda ao exterior.
“A
Novartis entrou com a marca dela e todo o processo de fabricação, as
boas práticas produtivas e o padrão de qualidade foram mantidos por
nós”, explica Junqueira. A União Química também é responsável por manter
o registro desses medicamentos fora do país. “Tem toda uma parte de
pesquisa e desenvolvimento para a manutenção do portfólio”.
Em
2017, com a aquisição de uma fábrica da americana Zoetis, em Guarulhos, a
empresa passou a exportar para os Estados Unidos e Europa, onde as
agências reguladoras costumam ser mais rigorosas. Em 2021, fechou
negócio com a Bayer, comprou a fábrica de Cancioneiro, na capital
paulista, e começou a exportar para o continente africano. No parque
industrial de Pouso Alegre, em Minas Gerais, a produção está sendo
ampliada para atender ao mercado asiático.
Parceiros locais distribuem produção brasileira
Além
de expandir capacidade produtiva, a estratégia da União Química também é
buscar parceiros que já atuam nos mercados para onde a companhia quer
levar os seus produtos. A farmacêutica acabou de fechar negócio com uma
empresa europeia, que não teve seu nome revelado, para trabalhar, de
forma licenciada, na distribuição de contraceptivos em Cabo Verde. São
medicamentos próprios da União Química, produzidos em Cancioneiro,
fábrica com capacidade para produzir 100 milhões de blisters por ano. É
de lá que saem os contraceptivos vendidos em todo o continente africano e
na América Latina.
Antes de chegar com seus produtos em Cabo
Verde, a União Química já exportava para Moçambique com o apoio de um
distribuidor local. “O parceiro entende o mercado local, sabe como
penetrá-lo e trabalhar as classes terapêuticas”, afirma o executivo.
É
com esse tipo de parceria comercial que a empresa também tem expandido a
distribuição na América Latina, onde a União Química já é líder em
contracepção hormonal oral. Recentemente, a companhia chegou ao Paraguai
com os produtos oftamológicos da Genom, divisão de medicamentos de
prescrição médica da companhia.
“Nós, no Brasil, somos líderes em oftalmologia e estamos entrando com expertise muito grande do mercado local na América Latina”, afirma Junqueira.
Os
colírios são produzidos na fábrica de produtos estéreis da União
Química em Pouso Alegre. A empresa anunciou investimentos da ordem de R$
200 milhões na unidade para que sua capacidade produtiva total chegue a
30 milhões de unidades por mês. A expansão deve ser concluída no
segundo semestre do ano que vem. “As obras estão compassadas com a
estratégia de exportação”, diz o vice-presidente.
Em
Hong Kong, a União Química fechou uma parceria de cinco anos com uma
empresa do mercado farmacêutico, cujo nome também não foi divulgado,
para a distribuição de um antipsicótico injetável produzido em Pouso
Alegre. “É uma das maiores verbas que nós temos hoje para saúde
pública”, afirma o vice-presidente.
A empresa não diz qual a participação exata de produtos próprios em seu mix de
exportação, mas admite que ainda representa uma fatia pequena do
faturamento com vendas ao exterior. Hoje, a produção própria é uma área
considerada prioritária e conta com equipes dedicadas para prospecção de
novos mercados.
Chances de produção própria no exterior
Segundo
Junqueira, a companhia também está aberta à possibilidade de produzir
medicamentos fora do Brasil. “Estamos atentos. Se aparecerem ativos
alinhados com a nossa estratégia, vamos fazer um estudo, talvez a
aquisição e produzir, sim, lá fora”.
Nos Estados Unidos, a
Robferma, controladora da União Química, tem a Union Agener, um complexo
de biotecnologia localizado em Augusta, estado da Geórgia. A planta foi
comprada da Elanco, divisão de saúde animal da Eli Lily, em 2018. O
foco de produção da unidade é um hormônio de crescimento animal chamado
somatotropina bovina recombinante. A Agener exporta o produto para mais
de 20 países, incluindo o Brasil.
Antes
da aquisição, a ideia era produzir a somatropina em uma fábrica de
biotecnologia da União Química, em Brasília. No entanto, a empresa
concluiu que a unidade era pequena demais para atender à demanda global
do produto.
“Nós entendemos que era mais interessante assumir a
operação de comercialização [nos Estados Unidos]. Não era só vender
somatropina no mercado americano, mas também levar um portfólio de
produtos veterinários da União Química para produzir lá dentro”, diz o
vice-presidente.
Durante a pandemia, a planta em Brasília foi
utilizada para a fabricação de aproximadamente 2 milhões de unidades da
vacina russa Sputnik. Como o imunizante não foi aprovado pela Anvisa, a
União Química exportou toda a produção para a Rússia.
A companhia
mantém os planos de fazer parte do sistema internacional de vacinas.
“Foi feito um investimento muito grande na fábrica de Brasília em
relação a equipamentos e dimensionamento para suportar as vacinas”,
afirma Junqueira, notando que a unidade tem estrutura adequada para a
produção de imunizantes.
A resposta de Lima foi dada em entrevista sobre pautas do Amazonas para
a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima - COP28
(Crédito: Reprodução / Instagram)
Da redaçãoi
Uma
entrevista do governador do Amazonas, Wilson Lima, viralizou nas redes
sociais após o chefe do Executivo afirmar que Jeff Bezos utiliza o nome
da empresa Amazon sem autorização. Ele afirmou que terá reunião com a
empresa norte-americana para discutir parcerias.
A
resposta de Lima foi dada em entrevista sobre pautas do Amazonas para a
28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima – COP28. O
estado do Norte vive sob diversas demandas e tragédias climáticas, como a
seca do rios, que atingiu recorde em outubro, fumaça causada por queimadas ilegais, entre outros problemas.
“A
Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a
gente ganha por isso? A gente quer saber. Esse é um dos questionamentos
que a gente vai fazer la na COP28”, disse o governador.
A
Amazon de fato tem relação com a Amazônia na origem do nome. Segundo o
site oficial da empresa, a alusão é ao Rio Amazonas, e foi escolhido por
conta da abundância do bioma.
“O nome Amazon surgiu, em algum
momento dessa busca na letra A no dicionário, numa referência ao Rio
Amazonas, o maior do mundo e com imensa diversidade de fauna e flora.
Bezos ligou uma coisa à outra: queria que sua livraria fosse a maior e
com o portfólio mais extenso do mundo”.
“Esse rio supera todos os outros de longe”, disse Bezos ao autor do livro The Everything Store, Brian Stone, que conta a história da Amazon.