segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

‘Brasil voltou ao mundo’, diz Lula em Berlim


Lula com o premiê alemão Olaf Scholz em Berlim (Crédito: AFP)

(ANSA) – BRASILIA, 04 DIC – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, falaram hoje sobre meio ambiente e as atividades do G20, que é comandado pelo Brasil desde 1° de dezembro, durante reunião em Berlim.

“Conversamos sobre os avanços na economia, sobre investimentos no novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], da retomada da proteção ambiental e sobre a presidência do Brasil no G20”, declarou o mandatário sul-americano.

A reunião com Steinmeier aconteceu no âmbito das Consultas de Alto Nível, realizadas pela última vez em agosto de 2015, quando a então chanceler Angela Merkel visitou Brasília.

“O Brasil voltou a ter um governo que trabalha e é referência positiva no mundo. Vamos reforçar nossa parceria e cooperação em muitas áreas, estamos retomando o diálogo com os alemães, que tinha sido abandonado em governos anteriores”, disse o petista.

Por sua vez, o presidente Steinmeier agradeceu em nome da “Alemanha e do mundo” pela “retomada da proteção do meio ambiente e da Amazônia”, informou o Palácio do Planalto. (ANSA).

 

Engenheira do ITA e ex-professora de cursinho, ela conta como foi ser a única CEO no Oriente Médio


Claudia Massei, da Siemens, é entrevistada na série 'DNA da Liderança', que conta histórias de líderes e traz dicas de carreiras


Formada pelo ITA, a engenheira aeronáutica Claudia Massei tem um currículo invejável. Fala oito idiomas, tem MBA na escola de negócios mais antiga dos EUA e foi a única mulher estrangeira CEO no Oriente Médio, de 2018 a 2020, em Omã (país que faz fronteira com Emirados Árabes Unidos e Iêmen). Ainda no início da sua carreira, a executiva brasileira foi professora em um cursinho preparatório e conta que várias das habilidades que usa até hoje vieram da época de sala de aula.

Hoje ela atua como assessora do CEO global na unidade de negócios de motion control (controle de movimento) e é líder de transformação da empresa na Alemanha. Para ela, fornecer um ambiente onde as pessoas se sintam motivadas a tentar coisas é essencial para impulsionar o crescimento da companhia.

"Enquanto CEO, eu pensava a partir da ideia que eu trabalhava para os meus funcionários, eu estava ali para servir se algum deles tivesse um problema", conta.

Massei é líder de transformação e assessora do CEO global da Unidade de Negócios Motion Control da Siemens.
Massei é líder de transformação e assessora do CEO global da Unidade de Negócios Motion Control da Siemens.
Foto: ALEX SILVA/ESTADAO / Estadão
 

Confira trechos da entrevista:

Como foi o início da sua carreira?

Comecei minha carreira como professora de cursinho durante a faculdade de engenharia aeronáutica no ITA e eu acho que várias das habilidades que uso até hoje vieram da época de sala de aula. Em seguida, fiz um estágio de pesquisa na França, quando me encantei com a ideia de morar fora do país. Ao retornar ao Brasil, escolhi não seguir a engenharia e entrei na consultoria estratégica em São Paulo.

No segundo ano efetivada, tive uma chance de voltar para a França e depois para África do Sul participar de alguns projetos. Voltei para o Brasil e comecei a aplicar para o MBA em algumas escolas. Acabei indo para o Wharton, nos Estados Unidos, e fiz meu estágio de verão na Microsoft.

Nessa época, um rapaz do ITA que conheci na época em que eu estava indo para o MBA me escreveu falando que estava começando um projeto para fazer uma empresa de educação tecnológica e que ele precisava de investimento. Resolvi investir. Trabalhamos juntos nesse período, mas precisava de um emprego. Busquei algumas oportunidades, mas acabei escolhendo ir para a Siemens. A empresa me esperou por um ano e meio para eu ajustar a minha empresa e quem tocou foi meu sócio.

Quando entrei na Siemens , participei de um programa chamado CEO Program. Fiz rotações na Alemanha, Portugal, China, Alemanha, Dinamarca. Depois do programa, voltei para a Alemanha e então tive a chance, depois de um ano, de me chamarem para um processo seletivo para CEO em Omã. Passei e fiquei como CEO por 4 anos, de 2018 a 2020

Como dar aula ajudou profissionalmente?

Dar aula nada mais é do que você contar uma história com a ajuda de gráfico, de material visual. Quando eu dava aula, eu precisava preparar o storytelling. Eu precisava preparar a lousa de forma que fique tudo bonitinho do começo até o fim para o aluno que perdeu a aula por qualquer razão.

E isso é muito parecido com o trabalho em consultoria, porque você vai fazer uma apresentação para o seu cliente, você tem que ter uma história, você tem que ter todos os slides.

Na verdade, você está querendo provar um ponto ou você está querendo expor uma ideia e você precisa das partezinhas. Você tem que levar todo mundo para a mesma página e depois garantir que vai chegar ao seu objetivo, convencendo o público daquele ponto que você quer.

Como é o seu dia a dia de trabalho hoje?

Hoje em dia, ocupo a posição de assessora de um CEO global em uma unidade de negócios chamada Motion Control. Eu lido com diversos temas estratégicos, comunicação e programas especiais.

Além disso, participo ativamente do planejamento de reuniões, visitas e viagens, quando ocorrem. Sou também a líder de transformação na mesma unidade de negócios, cujo foco é promover uma transformação cultural, indo além do digital.

Nós gostamos de afirmar que já realizamos as transformações digitais nesta unidade de negócios, direcionando nossos esforços para a transformação cultural. O objetivo é justamente fazer as pessoas colaborarem mais umas com as outras aqui dentro.

Você foi uma das principais executivas do Oriente Médio no período em que liderou a Siemens em Omã. Como foi essa experiência?

Acho que as pessoas pensam que é mais diferente do que realmente é, tendo como referência do Brasil. Omã é o país mais simpático do Golfo Pérsico (região que inclui Irã, Emirados Árabes Unidos e outros países). Então eu não achei assim tão desafiador.

Claro que sendo mulher e sendo estrangeira, ajudou um pouco mais do que se eu fosse só mulher. Eu era é a única mulher estrangeira CEO no país, então as pessoas não sabiam exatamente onde me encaixar, mas foi mais fácil por eu ser CEO do que se eu fosse gerente, por exemplo, porque no fim das contas, eu era CEO antes de ser mulher.

Experimentei um choque cultural maior na Alemanha. Lá, as interações eram diretas; se você fazia uma pergunta e as pessoas não estavam interessadas, elas simplesmente diziam não na sua cara.

Em certo sentido, liderar uma equipe onde nem todos realizam o trabalho perfeitamente pode ser mais desafiador, mas também mais gratificante.

Tive a oportunidade de desempenhar um papel crucial, atuando como um filtro de qualidade, garantindo que detalhes importantes não fossem negligenciados.

Minha experiência em Omã foi muito valiosa, porque eu sentia que minha presença fazia diferença. Essa é uma das maiores vantagens: se eu não tivesse lá vendo aquele documento naquela hora, uma determinada cláusula do contrato teria passado e ninguém teria visto.

Quais características são essenciais para um líder?

De certa maneira tem o lado de você ganhar o respeito das pessoas. Talvez eu esteja falando isso pela minha experiência como mulher em lugares em que somos minoria, mas acho que você tem de ganhar respeito, e às vezes você ganha o respeito de pessoas diferentes de maneiras diferentes.

Tem as pessoas que vão valorizar um título acadêmico ou o fato de você ter atingido recorde de vendas em algum lugar. Então o negócio é você entender isso.

Basicamente você precisa personalizar sua mensagem no seu pitch (idéia, resumo breve) para cada pessoa, mas ao mesmo sem parecer muito arrogante, tentar explicar o que você fez que foi bom, mas sem parecer que você se acha superior aos outros.

Outro ponto importante é criar um ambiente de segurança psicológica. Em Omã minha porta ficava sempre aberta, porque quando eu queria falar algo confidencial eu falava em alemão e pronto, mas a minha porta era sempre aberta.

Na hora em que algum colaborador queria falar comigo, eu parava o que estava fazendo. Algumas pessoas por definição cultural tinham um certo receio de falar com a chefe. Então eu pensava que se tivesse uma pequena barreira que seja eles vão iam se privar de tentar falar comigo.

Você também tem de fazer as pessoas sentirem que você confia nelas. Então, por exemplo, às vezes a pessoa não sabe fazer uma coisa, mas você fala: 'vai lá e tenta, e se der errado você volta aqui, a gente conversa então'.

Ela precisa saber que, se ela errar ou se estiver com algum problema, não haverá uma retaliação.

Quais são as dicas que você dá para quem quer chegar a um cargo de liderança?

Liderança tem a ver com cuidado das pessoas. Acho que diferentes pessoas têm diferentes motivações para estar à frente de uma equipe, mas acredito que a mais legítima delas é justamente você querer cuidar daquelas pessoas.

Cuidar pode ser em termos de ajudar a se desenvolver ou simplesmente ajudar a proteger e conseguir a atenção que o funcionário precisa ter nos seus projetos, por exemplo.

Além disso, fornecer esse ambiente para pessoas se sentirem motivadas a tentar coisas, porque acredito que isso que faz uma equipe crescer. E as pessoas não devem ter medo de tentar.

Então minha dica é você desenvolver sua capacidade de liderança pensando muito em como consigo fazer o melhor para as pessoas que estão abaixo de mim?

Enquanto CEO, eu pensava a partir da ideia que eu trabalhava para os meus funcionários, eu estava ali para servir se algum deles tivesse um problema.

Você precisa sempre se preocupar em como servir o time e em como fazer com que essas pessoas se tornem pessoas melhores. E como que você pode desenvolvê-las a ponto de que o conjunto cresça junto.

 

 https://www.terra.com.br/amp/noticias/educacao/carreira/engenheira-do-ita-e-ex-professora-de-cursinho-ela-conta-como-foi-ser-a-unica-ceo-no-oriente-medio,7ef2b762501f58936289b0c16dcd3a5a3u9wxmuv.html

 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Alckmin defende alternativa para desonerar folha de pagamento


 

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira (28) que uma nova proposta para a desoneração da folha de pagamento deve ser discutida após a aprovação da reforma tributária no Congresso Nacional. Em reunião com representantes de diversas entidades do setor privado, Alckmin informou que, após a viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Emirados Árabes, a ideia é se debruçar sobre essa questão para apresentar uma proposta para os setores que estavam sendo beneficiados com a desoneração da folha.

Na semana passada, Lula vetou integralmente a proposta aprovada pelo Congresso Nacional que prorrogava até 2027 a medida que estabelece que a contribuição para a Previdência Social de 17 setores produtivos seja entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta, em vez da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento. Sem a prorrogação, a medida vale só até o dia 31 de dezembro deste ano.

“O grande desafio do mundo vai ser emprego e renda, não só nosso, mas mundial. Então, a gente [deve] procurar, pós-reforma tributária, buscar caminhos, e nós podemos discutir isso, para a desoneração de folha que já existe hoje na área rural para pessoa física e não teve perda de receita, você só muda a fonte de contribuição”, disse Alckmin.  

Em reunião de instalação do Fórum MDIC de Comércio e Serviço, Alckmin disse que, quando era deputado federal, foi relator da legislação que estabelece que pessoas físicas na área rural não paguem contribuição previdenciária sobre a folha, mas sim um percentual na venda do produto. “Para você estimular o emprego, estimular a formalização”, explicou o presidente em exercício.

O ministro Fernando Haddad também já declarou que vai aguardar a tramitação da reforma tributária para enviar uma nova proposta de desoneração da folha ao Congresso.

Desenrola Empresas

Na reunião, Alckmin também disse que o governo estuda uma nova versão do programa Desenrola, que possibilita a renegociação de dívidas, para beneficiar também as empresas.

“Estamos discutindo o Desenrola Empresas também, para ajudar as empresas que tiveram dificuldade a poderem sair”, disse, lembrando que o programa do governo já beneficiou quase 2 milhões de pessoas que deixaram de estar negativadas e voltam a ter crédito. 

"Nós tivemos, especialmente meses atrás, taxas de juros muito elevadas e muitas empresas vindo ainda de problemas do tempo da pandemia tiveram dificuldade. Então, há necessidade de se ter uma discussão, da mesma forma que se buscou um Desenrola para as pessoas, ter um Desenrola para as empresas", completou.  

Fórum

O Fórum MDIC de Comércio e Serviço é formado pelas secretarias do Ministério e por 26 entidades representativas do setor privado, como Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e  Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm).

O objetivo do Fórum é a troca de informações entre os setores público e privado para identificar as políticas que afetam a competitividade e a produtividade do setor, bem como as necessidades e medidas de fortalecimento do comércio e serviços.

Edição: Valéria Aguiar 

 

 https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-11/alckmin-defende-criar-proposta-para-desonerar-folha-de-pagamento

 

Klabin estima investimentos de R$ 4,5 bilhões para 2023 e R$ 4,5 bilhões para 2024

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A Klabin divulgou nesta quinta-feira, 30, suas estimativas de investimentos para o ano fechado de 2023 e também para 2024. A empresa estima investimentos totais de R$ 4,5 bilhões neste ano e R$ 4,5 bilhões em 2024.

Para o segmento de Sivicultura, o guidance é de R$ 800 milhões em 2023 e R$ 800 milhões em 2024. Em Continuidade Operacional, a empresa espera investir R$ 1 bilhão em 2023 e 1,3 bilhão em 2024.

Já em Compra de Madeira em pé, a expectativa é de R$ 400 milhões em 2023 e R$ 1,1 bilhão em 2024. Em Projetos Especiais, a companhia prevê gastar R$ 800 milhões em 2023 e R$ 700 milhões em 2024.

Na Nova Caldeira de Monte Alegre, por sua vez, o ano de 2023 fechará sem investimentos e, para 2024, a estimativa é de R$ 300 milhões.

Por fim, no Puma II, a Klabin estima investir R$ 1,5 bilhão em 2023 e R$ 300 milhões em 2024.


 

Startup brasileira leva internet a 15% da área agrícola do Brasil


Sinal da Sol, do Grupo RZK, cobre 12 milhões de hectares, em 63 mil propriedades rurais e mira o mercado financeiro

 

Por  Alexandre Inacio -

 

Com quase três anos de vida, a Sol, empresa brasileira de telecomunicação e IoT especializada no agronegócio, vai encerrar 2023 levando internet a 15% da área agrícola do Brasil. A cobertura da companhia já chega a 12 milhões de hectares, dos 78,8 milhões cultivados com grãos nos país.

A empresa não revela o nome do cliente, mas diz ter fechado um único contrato para a instalação de 100 novas torres de telecomunicação em áreas agrícolas. Com isso, a infraestrutura de internet dedicada ao agronegócio chegará a 450 torres.

Em números redondos, 50% dos equipamentos estão distribuídos pela região Centro-Oeste. Outros 25% estão no Sudeste, ficando as regiões Sul e Norte com os 25% restantes.

Hoje, o sinal gerido pela startup cobre 63 mil propriedades rurais. Entre seus clientes estão grandes grupos como Amaggi, Scheffer, Bom Futuro e Girassol, além da recém parceria anunciada com a Tereos. Só nas áreas da usina serão 17 torres.

Startup brasileira faz parceria com operadoras para levar internet a áreas agrícolas

Parte do Grupo RZK, do empresário José Ricardo Rezek, a startup nasceu em dezembro de 2020 a partir de uma oportunidade identificada internamente. A holding é dona de mais de 100 mil hectares de terras, onde cultiva soja, milho e arroz e ainda reúne um rebanho de 42 mil cabeças.

Além disso, é um dos mais importantes concessionários de máquinas John Deere, a Primavera Máquinas. Fora do agro, o grupo ainda atua nos segmentos de mídia, geração e comercialização de energia e concessões.

“As máquinas John Deere sempre tiveram alta tecnologia embarcada para coleta de dados de solo, produtividade e muito mais. O grupo percebeu que havia dificuldade em usar toda essa tecnologia exatamente pela falta de conectividade no campo. Assim, nasce a Sol”, disse Rodrigo Oliveira, CEO da Sol ao IM Business.

A empresa desenvolveu um modelo de negócios onde atua como uma espécie de matchmaker entre as empresas de telecomunicação e o campo. “A falta de conectividade sempre foi uma barreira, mas não é a única quando se fala em gestão de dados”, diz Oliveira.

A empresa negocia projetos de telecomunicação e gestão de dados com grupos de produção agrícola, que incluem a instalação de antenas de internet para transmissão dos dados coletados no campo.

“Percebemos que os dados das máquinas, de clima, solo e outros não se conversavam. Tiramos esses dados do campo com a internet e juntamos em um ambiente para tomada de decisão dos produtores”, diz o executivo.

Com o sinal de internet avançando e dados sendo gerados e coletados em tempo real, o próximo passo da Sol será junto ao mercado financeiro. A empresa prepara para o primeiro trimestre de 2024 o MVP (Minimum Viable Product) de um seguro de financiamento para o agronegócio.

“Será o primeiro produto suportado por dados do agronegócio. Já estamos em conversas adiantadas com um banco privado e uma seguradora”, adianta Oliveira.

 

 https://www.infomoney.com.br/business/startup-brasileira-leva-internet-a-15-da-area-agricola-do-brasil/

 

União Química expande plantas para avançar nas exportações


Com vendas para 70 países, exportações já respondem por 15% dos R$ 3,4 bilhões faturados pela farmacêutica até setembro deste ano

 

 

 

Em menos de 10 anos, a União Química passou de uma empresa com pouca experiência em vendas ao exterior para uma exportadora que abastece mais de 70 países com os medicamentos que produz. Para isso, assumiu a produção de farmacêuticas multinacionais nas fábricas que adquiriu e, após ampliar seu parque fabril, aposta em parcerias com players locais nos mercados onde pretende entrar. O desafio agora é aumentar a participação de produtos próprios no mix de exportações, já que a maior parte desse faturamento ainda é proveniente da venda de terceirizados.

“Hoje, 15% do faturamento do grupo União Química provém de mercados internacionais”, disse José Luiz Junqueira vice presidente da companhia, ao IM Business. A companhia informa que sua receita anual média com exportações gira em torno de US$ 20 milhões e, com a estratégia de investimentos que vem sendo colocada em prática, espera superar o número em breve.

Nos nove primeiros meses de 2023, a receita bruta da União Química atingiu R$ 3,451 bilhões, 8,8% a mais que a cifra acumulada no mesmo período do ano passado.

Para estar em tantos mercados, a União Química também precisou se alinhar às diferentes demandas regulatórias de cada um deles, seja na colocação de um produto próprio ou de terceiros. “Uma estratégia da exportação vai muito além de simplesmente montar uma base comercial e exportar o produto, ela nasce através de processos de fabricação”, afirma Junqueira.

Ao terceirizar a produção de farmacêuticas multinacionais, a empresa conseguiu um atalho. Com uma série de aquisições nos últimos anos, União Química ampliou para 9 o número de suas unidades fabris, ao mesmo tempo em que impulsionou seu projeto de internacionalização. O movimento começou em 2015 com a compra de uma fábrica na Grande São Paulo que pertencia à suíça Novartis e já estava habilitada a exportar medicamentos para outros países da América Latina. Com o ativo, veio o know how da venda ao exterior.

“A Novartis entrou com a marca dela e todo o processo de fabricação, as boas práticas produtivas e o padrão de qualidade foram mantidos por nós”, explica Junqueira. A União Química também é responsável por manter o registro desses medicamentos fora do país. “Tem toda uma parte de pesquisa e desenvolvimento para a manutenção do portfólio”.

Em 2017, com a aquisição de uma fábrica da americana Zoetis, em Guarulhos, a empresa passou a exportar para os Estados Unidos e Europa, onde as agências reguladoras costumam ser mais rigorosas. Em 2021, fechou negócio com a Bayer, comprou a fábrica de Cancioneiro, na capital paulista, e começou a exportar para o continente africano. No parque industrial de Pouso Alegre, em Minas Gerais, a produção está sendo ampliada para atender ao mercado asiático.


José Luiz Junqueira, VP da União Química: “Estratégia de exportação vai além de montar base comercial”

 

Parceiros locais distribuem produção brasileira

Além de expandir capacidade produtiva, a estratégia da União Química também é buscar parceiros que já atuam nos mercados para onde a companhia quer levar os seus produtos. A farmacêutica acabou de fechar negócio com uma empresa europeia, que não teve seu nome revelado, para trabalhar, de forma licenciada, na distribuição de contraceptivos em Cabo Verde. São medicamentos próprios da União Química, produzidos em Cancioneiro, fábrica com capacidade para produzir 100 milhões de blisters por ano. É de lá que saem os contraceptivos vendidos em todo o continente africano e na América Latina.

Antes de chegar com seus produtos em Cabo Verde, a União Química já exportava para Moçambique com o apoio de um distribuidor local. “O parceiro entende o mercado local, sabe como penetrá-lo e trabalhar as classes terapêuticas”, afirma o executivo.

É com esse tipo de parceria comercial que a empresa também tem expandido a distribuição na América Latina, onde a União Química já é líder em contracepção hormonal oral. Recentemente, a companhia chegou ao Paraguai com os produtos oftamológicos da Genom, divisão de medicamentos de prescrição médica da companhia.

“Nós, no Brasil, somos líderes em oftalmologia e estamos entrando com expertise muito grande do mercado local na América Latina”, afirma Junqueira.

Os colírios são produzidos na fábrica de produtos estéreis da União Química em Pouso Alegre. A empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 200 milhões na unidade para que sua capacidade produtiva total chegue a 30 milhões de unidades por mês. A expansão deve ser concluída no segundo semestre do ano que vem. “As obras estão compassadas com a estratégia de exportação”, diz o vice-presidente.

 
 
Fábrica da União Química em Pouso Alegre: R$ 200 milhões em investimentos

Em Hong Kong, a União Química fechou uma parceria de cinco anos com uma empresa do mercado farmacêutico, cujo nome também não foi divulgado, para a distribuição de um antipsicótico injetável produzido em Pouso Alegre. “É uma das maiores verbas que nós temos hoje para saúde pública”, afirma o vice-presidente.

A empresa não diz qual a participação exata de produtos próprios em seu mix de exportação, mas admite que ainda representa uma fatia pequena do faturamento com vendas ao exterior. Hoje, a produção própria é uma área considerada prioritária e conta com equipes dedicadas para prospecção de novos mercados.

Chances de produção própria no exterior

Segundo Junqueira, a companhia também está aberta à possibilidade de produzir medicamentos fora do Brasil. “Estamos atentos. Se aparecerem ativos alinhados com a nossa estratégia, vamos fazer um estudo, talvez a aquisição e produzir, sim, lá fora”.

Nos Estados Unidos, a Robferma, controladora da União Química, tem a Union Agener, um complexo de biotecnologia localizado em Augusta, estado da Geórgia. A planta foi comprada da Elanco, divisão de saúde animal da Eli Lily, em 2018. O foco de produção da unidade é um hormônio de crescimento animal chamado somatotropina bovina recombinante. A Agener exporta o produto para mais de 20 países, incluindo o Brasil.

Antes da aquisição, a ideia era produzir a somatropina em uma fábrica de biotecnologia da União Química, em Brasília. No entanto, a empresa concluiu que a unidade era pequena demais para atender à demanda global do produto.

“Nós entendemos que era mais interessante assumir a operação de comercialização [nos Estados Unidos]. Não era só vender somatropina no mercado americano, mas também levar um portfólio de produtos veterinários da União Química para produzir lá dentro”, diz o vice-presidente.

Durante a pandemia, a planta em Brasília foi utilizada para a fabricação de aproximadamente 2 milhões de unidades da vacina russa Sputnik. Como o imunizante não foi aprovado pela Anvisa, a União Química exportou toda a produção para a Rússia.

A companhia mantém os planos de fazer parte do sistema internacional de vacinas. “Foi feito um investimento muito grande na fábrica de Brasília em relação a equipamentos e dimensionamento para suportar as vacinas”, afirma Junqueira, notando que a unidade tem estrutura adequada para a produção de imunizantes.

 

Governador do AM quer cobrar Bezos por usar nome ‘Amazon’; veja a origem do nome da empresa


Governador do AM quer cobrar Bezos por usar nome 'Amazon'; veja a origem do nome da empresa

A resposta de Lima foi dada em entrevista sobre pautas do Amazonas para a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima - COP28 (Crédito: Reprodução / Instagram)

 

Uma entrevista do governador do Amazonas, Wilson Lima, viralizou nas redes sociais após o chefe do Executivo afirmar que Jeff Bezos utiliza o nome da empresa Amazon sem autorização. Ele afirmou que terá reunião com a empresa norte-americana para discutir parcerias.

A resposta de Lima foi dada em entrevista sobre pautas do Amazonas para a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudança do Clima – COP28. O estado do Norte vive sob diversas demandas e tragédias climáticas, como a seca do rios, que atingiu recorde em outubro, fumaça causada por queimadas ilegais, entre outros problemas.

“A Amazon usa o nome do Amazonas, usa o nome da Amazônia. Quanto é que a gente ganha por isso? A gente quer saber. Esse é um dos questionamentos que a gente vai fazer la na COP28”, disse o governador.

A Amazon de fato tem relação com a Amazônia na origem do nome. Segundo o site oficial da empresa, a alusão é ao Rio Amazonas, e foi escolhido por conta da abundância do bioma.

“O nome Amazon surgiu, em algum momento dessa busca na letra A no dicionário, numa referência ao Rio Amazonas, o maior do mundo e com imensa diversidade de fauna e flora. Bezos ligou uma coisa à outra: queria que sua livraria fosse a maior e com o portfólio mais extenso do mundo”.

“Esse rio supera todos os outros de longe”, disse Bezos ao autor do livro The Everything Store, Brian Stone, que conta a história da Amazon.