quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Fundo de R$ 10 bi vai ajudar a abrir canal mais rápido do Brasil para Ásia via Pacífico

Sede do NBD

Os três bancos multilaterais BID, CAF, Fonplata, além do brasileiro BNDES, vão criar o Fundo Rotas da Integração para o financiamento de projetos que acelerem a integração sul-americana via cinco rotas de escoamento dos produtos. A integração para o Brasil tem o objetivo de abrir um canal mais rápido de transporte para a Ásia, via Oceano Pacífico, e também aumentar o comércio bilateral entre os países da região.

Um total de US$ 10 bilhões foi separado para os projetos, mas o Banco Mundial e o Banco dos Brics, o chamado Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, já manifestaram interesse em reservar uma parte da sua carteira de empréstimos para integração da região.

Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a integração pode encurtar em 7 mil quilômetros a distância que os produtos brasileiros, sobretudo da agroindústria, levam até o mercado consumidor asiático. Em tempo de transporte, a economia pode chegar, em alguns casos, a 20 dias.

Até 2027, as obras para a conclusão das cinco rotas (veja abaixo) deverão estar totalmente prontas – três delas em 2026 (último ano do governo Lula), segundo previsão da ministra.

Tebet apresentou hoje os detalhes das cinco rotas e informou que a parte do BNDES – US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões) – no Fundo será integralmente destinada ao financiamento de projetos nas rotas dentro do Brasil de Estados e municípios que poderão funcionar como “artérias” de conexão dessas rotas.

“Não é para financiar obras federais e nem para o BNDES financiar Cuba, Venezuela, e nem a Argentina. É para o BNDES financiar porteira para dentro os Estados e municípios”, disse.

Tebet garantiu também que não haverá custo adicional ao que já está previsto no Orçamento via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foram mapeadas 124 obras. “Não tem um centavo a mais do que está no Orçamento”, disse.

“Queremos voltar os nossos olhos para América do sul. Temos que ter dois canais de escoamento da produção: pelo Atlântico e Pacífico”, disse Tebet. De acordo com o governo Lula, há mais de dez anos a agenda de integração está parada.

Azeitonas

Para mostrar a necessidade da integração para o comércio exterior, Tebet contou que, em 2022, Rondônia comprou R$ 2,7 bilhões de azeitonas do Peru, via porto de Santos, passando pelo Canal do Panamá, e subindo mais 3 mil quilômetros até chegar ao seu destino – enquanto a distância entre o Estado de Rondônia e o Peru, numa linha reta, é de 2 mil quilômetros.

Outro exemplo dado pela ministra para as distorções provocadas pela falta de integração é o caso de os supermercados de Georgetown, na Guiana, importarem batatas do Canadá e melancias da Turquia.

“O problema do Brasil é que às vezes falta uma ponte para ligar um país ao Brasil ou uma estrada que faltam 80 quilômetros”, disse a ministra.

Segundo o secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento e Orçamento, João Villaverde, nos últimos 20 anos, os bancos, que vão agora participar do fundo, destinaram apenas 5% para a agenda de integração.

Para ele, a criação do fundo funcionará como um “carimbo”, que facilitará o foco nesses projetos. “Em vez de ficar disperso e com uma competição problemática de projetos, a aposta é que a agenda vai fazer muito mais do que eles (os bancos) fizeram nos últimos 20 anos”, disse.

Segundo a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral, em janeiro, os bancos envolvidos vão se reunir para definir a governança do fundo, mas a análise será feita de projeto por projeto.

“A ideia é criar uma caixinha para a integração regional (no financiamento dos bancos)”, disse Amaral. Ele ressaltou que os países, que são os donos desses bancos, não tem priorizado essa pauta e, com o fundo, vão poder destinar os recursos para os projetos.

Pela proposta, o BID vai destinar US$ 3,4 bilhões; CAF e BNDES, US$ 3 bilhões cada e Fonplata, mais US$ 600 milhões.

O Ministério do Planejamento chamou os 11 Estados que fazem fronteira com os países vizinhos do Brasil para apresentar a carteira de projetos de integração das rotas: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Pará, Paraná e Santa Catarina.

Potencial de exportação

Os vizinhos sul-americanos são responsáveis por 35% de todas as exportações brasileiras de alta e média-alta intensidade tecnológica. O ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços vai fazer um estudo para calcular o potencial exportador com a conclusão das rotas.

Para o Planejamento, a América do Sul representa a possibilidade de promover o setor de bens industrializados. Hoje, 85% dos produtos exportados pelo Brasil para a região são de bens industriais.

Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano propostas

1 – Ilha das Guianas: AP, RR, AM, PA + Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela;

2 – Multimodal Manta-Manaus: AM , RR, PA e AP + Colômbia, Peru e Equador);

3 – Quadrante Rondon: AC, RO e MT + Bolívia e Peru;

4 – Capricórnio: MS, PR, SC + Paraguai, Argentina e Chile;

5 – Porto Alegre-Coquimbo: RS + Uruguai, Argentina e Chile

 

Tesla faz recall de quase todos os veículos vendidos nos EUA, para reparar sistema

A História e Significado do Logotipo da Tesla - Free Logo Design

A Tesla está fazendo recall de quase todos os veículos que a empresa vendeu nos Estados Unidos, mais de 2 milhões de unidades, para reparar um defeito no sistema que deveria garantir que os motoristas prestem atenção ao usar o piloto automático. Documentos postados nesta quarta-feira por reguladores americanos afirmam que a companhia fará uma atualização em um software, para reparar os problemas.

O recall ocorre após uma investigação de dois anos da Administração de Segurança de Tráfego em Rodovias de uma série de acidentes ocorridos enquanto o sistema Autopilot, parcialmente automatizado, estava em uso.

Alguns dos acidentes foram fatais. A agência diz ter concluído que o método do Autopilot para garantir que os motoristas prestavam atenção era inadequado e poderia levar a usos incorretos do sistema.

O recall cobre os modelos Y,S, 3 e X, produzidos entre 5 de outubro de 2012 e 7 de dezembro do ano atual.

A atualização do software inclui controles adicionais e alertas para encorajar o motorista a manter a direção com responsabilidade. Fonte: Dow Jones Newswires.

 

“Super Quarta”: o que esperar das decisões de juros no Brasil e nos EUA

Analistas apontam novo corte na Selic pelo BC, enquanto Fed deve manter taxas no atual nível

Fed e Copom anunciam taxas de juros nesta quarta-feira
Fed e Copom anunciam taxas de juros nesta quarta-feira REUTERS/Adriano Machado

Amanda Sampaioda CNN

São Paulo

 

Nesta quarta-feira (13), o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciam os novos passos das políticas de juros nos Estados Unidos e no Brasil.

Por lá, a expectativa é que a autoridade monetária mantenha as taxas no atual intervalo de 5,25% e 5,50% — o maior patamar em mais de duas décadas.

No Brasil, as apostas estão em nova queda de 0,50 ponto percentual (p.p.) pela autarquia, o que levaria a Selic ao patamar de 11,75% ao ano.

Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, avalia que os comunicados desta “Super Quarta” devem vir com tom de cautela, tanto no cenário doméstico quanto internacional.

Nos EUA, a grande questão, segundo o economista, é se o comunicado do Fed vai sancionar a discussão de que os cortes de juros podem acontecer ainda no primeiro semestre do ano que vem.

“Há poucas semanas, o mantra era ‘juros altos por tempo prolongado’. Só que agora, com a melhora do cenário inflacionário, o que o mercado fez foi colocar alguma probabilidade alta de cortes para março e colocar mais 50% de chance de cortes já para maio”, explica.

Para Caruso, o Fed deve reconhecer parcialmente a melhora das condições de curto prazo, como a redução da inflação.

No entanto, o economista avalia que a atividade econômica americana perdeu muito pouco fôlego, o que cria uma certa “dicotomia” para a instituição.

“Não se sabe o quanto que essa desinflação pode ser consistente no tempo. Eu imagino que o banco central americano vai tentar conter um pouco os ânimos. Fazendo uma metáfora futebolística: o Fed vai tentar não gritar gol antes do gol”, afirma.

No cenário doméstico, o economista acredita em um novo corte de 0,50 p.p. na Selic, mas questiona se o Copom se sentirá confortável em mudar a sinalização que tem dado nas últimas reuniões.

Caruso pondera que, apesar da inflação corrente ter apresentado melhora expressiva, a expectativa para o indicador não evoluiu muito. Além disso, a atividade econômica desacelerou — o que, segundo ele, cria um cenário de fragilidade.

“Se você pegar a inflação corrente e a atividade, elas talvez conversem com algum tipo de vontade, de alguns diretores, de deixar a porta aberta para as próximas [reuniões], quem sabe, de precisar acelerar [o ritmo de cortes]”, avalia.

Segundo o economista, ainda existem algumas dúvidas sobre a expectativa de inflação, além de incertezas sobre questões fiscais, que têm impacto inflacionário de médio e longo prazo.

“Eu ainda acho que eles vão jogar esse jogo com cautela”, conclui.

Para o economista-chefe da Austin Ratin, Alex Agostini, no cenário internacional, a expectativa permanece de manutenção da taxa de juros, com início do afrouxamento monetário somente para junho de 2024.

O economista destaca os últimos dados de atividade econômica dos EUA, que surpreenderam de forma positiva.

“Isso reforça aquele cenário de atividade econômica ainda com algum vigor, mesmo que já desacelerando. Isso ajuda a manter uma inflação com ritmo de queda mais lento. Por isso que os juros vão ficar um pouco mais alto por algum tempo”, avalia.

Em relação à Selic, a expectativa da Austin Rating é de que uma nova queda de meio ponto percentual devido à desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho aqui no Brasil continua resiliente e isso é bom, mas os indicadores de confiança, que são indicadores antecedentes, mostram uma certa preocupação em relação ao futuro. Então, o ritmo de crescimento econômico, sem dúvida alguma, vai desacelerar”, afirma.

O economista, no entanto, avalia que a questão fiscal do país continua “preocupante” e cita, por exemplo, o veto presidencial ao projeto de lei que estende a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia até 2027.

Além disso, Agostini destaca a taxa de juro real como um fator determinante para o fim do ciclo de redução da Selic.

“O Brasil ainda está com uma política contracionista. Então precisa reduzir o juro básico para algo em torno de 9%, que deve atingir em junho do ano que vem, e aí sim vai dar uma igualada”, pontua.

“E é aí quando o BC deve parar de reduzir a taxa de juros. Isso, claro, considerando que a inflação vai manter o cenário de 3,5% para o ano que vem”.

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/cautela-e-atencao-nos-recados-o-que-esperar-para-as-decisoes-dos-juros-no-brasil-e-nos-eua-nesta-super-quarta/

Opep eleva projeção de alta na oferta de combustíveis do Brasil em 2023, em 30 mil bpd

Emblema da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Vetor

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou em 30 mil barris por dia (bpd) sua expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil em 2023, para uma média de 4,1 milhões de bpd, em relatório mensal publicado nesta quarta-feira, 13. O resultado representa um avanço de 400 mil bpd ante o ano anterior, e é influenciado pela produção “mais forte que o esperado” vista em outubro, afirma o cartel.

A Opep também afirmou esperar produção ainda maior no quarto trimestre deste ano, por conta da abertura de novas unidades, melhora na performance de ativos existentes e poucos eventos de manutenção.

Para 2024, o cartel manteve expectativa de alta em 120 mil barris na comparação anual, a 4,2 milhões de bpd.

Em outubro, a produção de petróleo do Brasil teve queda de 135 mil bpd ante o mês anterior, para uma média de 3,5 milhões de bpd. Já a produção de gás natural liquefeito ficou praticamente estável, em 80 mil bpd, e deve seguir assim em novembro.

A produção total de combustíveis líquidos do Brasil recuou 134 mil bpd em outubro, para uma média de 4,3 milhões de bpd. De acordo com a Opep, os números ainda representam um nível forte da produção brasileira, uma vez que seguem próximos ao nível recorde alcançado em setembro, de 4,4 milhões de bpd.

PIB, inflação e Selic

A Opep manteve sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, em 2,5%, conforme o relatório mensal. O cartel também manteve sua projeção para 2024, esperando alta no PIB brasileiro de 1,2%.

Segundo o relatório, o crescimento econômico do Brasil deve permanecer estável até o final deste ano, apesar de dados recentes do quarto trimestre sugerirem “uma pequena desaceleração”.

A Opep prevê que a força da atividade residirá em demanda doméstica robusta e no setor industrial, observando sinais positivos na recuperação dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), aceleração na confiança do consumidor e arrefecimento da inflação.

Para o cartel, a inflação deve desacelerar para cerca de 4% em 2023 e estabilizar em torno de 3,5% em 2024 – ambos abaixo das previsões anteriores de 5% e 4%, respectivamente, sugerindo “uma trajetória favorável” dos preços. Contudo, a Opep alerta que “há uma nota de incerteza relacionada a disciplina fiscal” e avalia que este fator implica incertezas também para o cenário econômico.

Apesar de projetar uma desaceleração da inflação e continuidade dos cortes de juros pelo BC do Brasil, a Opep elevou sua previsão para a taxa da Selic no fim de 2024, de 8% nas estimativas de setembro para 10%. A mudança sugere que o cartel espera ritmo menor na redução dos juros brasileiros durante o próximo ano, embora mantenha expectativa de que as taxas terminem 2023 em 12,25%.

 

Rússia audita 11 frigoríficos do Brasil para exportação de carne bovina e de aves

Frigoríficos: o que é e qual a importância para a sociedade ...



São Paulo, 13 – A Rússia auditou 11 frigoríficos brasileiros para exportação ao país, dos quais seis plantas produtoras de carne de aves e cinco de carne bovina, informou o Ministério da Agricultura. A decisão ocorre após uma missão de inspeção do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia (Rosselkhoznadzor), a primeira desde 2015, a estabelecimentos brasileiros. A delegação russa passou por frigoríficos e estabelecimentos de criação em seis Estados e pelo Distrito Federal.

De acordo com o ministério brasileiro, as exportações brasileiras de carne bovina e carne de aves para o mercado russo alcançaram US$ 278 milhões em 2022, e representaram 15,4% da pauta brasileira. Entre janeiro e outubro deste ano, o fluxo comercial alcançou US$ 250 milhões, atingindo 22,2% do total das exportações brasileiras para a Rússia.

 

EUA e Brasil: Última Super-Quarta do ano pode fechar 2023 com surpresas nos juros?


EUA e Brasil: Última Super-Quarta do ano pode fechar 2023 com surpresas nos juros?

Para 2024 é possível esperar, pelo menos nos primeiros meses, a continuidade dessa política de redução das taxas gradualmente em 0,5% (Crédito: AFP)

Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos se reúnem pela última vez em 2023 para definir suas respectivas taxas de juros na conhecida Super-Quarta. Enquanto o norte americano vem de trajetória de aperto monetário e manutenção do patamar, por aqui se registrou sucessão de quedas nas taxas após cerca de 2 anos acima dos 13% pontos percentuais. Segundo analistas, ambos países devem manter o curso e fechar 2023 conforme as expectativas, embora estejam fora das respectivas metas de inflação.

A boa notícia é que, passados momentos de tensão entre Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, e do presidente Lula (PT), a taxa Selic, atualmente em 12,25% a.a., termina o ano mais perto das expectativas do mercado (último Focus registrou projeção de 11,75% a.a.). O ciclo de queda começou em agosto, após sete reuniões consecutivas do Comitê de Política Monetária mantendo os juros brasileiros em amargos 13,75%.

“A queda da taxa Selic em 2023 é o início de um processo de ciclo de baixa, esse ciclo se deu com ajustes feitos na inflação, confirmação de determinadas expectativas que se tinha quanto a aprovação da reforma tributária, do arcabouço fiscal e de medidas arrecadatórias tributárias. Isso faz com que o comportamento geral macroeconômico levasse a esse início de ciclo”, explica Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec Rio.

 O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro veio na mediana esperada, com alta de 0,28%; no ano, a inflação medida pelo índice acumula alta de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%, abaixo dos 4,82% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Na defesa de Campos Neto, uma inflação em queda garantiria, entre outros elementos – como regra fiscal, por exemplo – o ciclo de queda dos juros.

Para 2024 é possível esperar, pelo menos nos primeiros meses, a continuidade dessa política de redução das taxas gradualmente em 0,5% pontos percentuais a cada reunião do Copom, podendo baixar. Braga reforça o que os economistas não são unânimes nesse caso, mas a taxa tende a ficar entre 9,25% e 10%, com tendência para 10%.

“O que pode falsear isso e o que faz com que os especialistas acreditem que esse limite vai ficar mais perto de 10% ao ano é a possibilidade de um ano com gastos, expansão da despesa pública por conta das eleições municipais e próprias declarações do presidente da República no sentido de que a meta fiscal não precisa ser cumprida e que é importante gastar e fazer obras”, avalia o professor.

A véspera da Super-Quarta também trouxe o CPI dos EUA, que mede a inflação do país: dessa vez, a alta foi de 0,1% em novembro ante outubro; na comparação anual, houve alta de 3,1% em novembro. De janeiro pra cá, o Federal Reserve Bank (FED) mantém a taxa entre 4,75% – 5,5%, e a expectativa é permanecer nesse patamar. O Goldman Sachs projeta uma queda apenas para o terceiro trimestre do ano que vem.

“Acredito que o número do CPI não impacte na decisão do FED, que deve ser sim de manutenção dos juros nos patamares atuais. Apesar de um número dentro das expectativas e estagnação da inflação, o FED provavelmente irá comentar no comunicado que ainda não está próximo da meta de 2% e com isso segurar os juros mais altos por enquanto”, avalia Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed. O FED anuncia a decisão por volta das 15h (horário de Brasília); o Copom publica a nota após as 18h.

Renda fixa ainda na mira dos investidores

Do lado do mercado, o recuo dos juros em mais 0,5% no último Copom de 2023 não é surpresa, também é esperado. “Com isso, a renda fixa segue atrativa na minha visão. Ainda mais em um cenário de juros altos nos EUA, a renda fixa global tende a seguir atrativa há algum tempo. Sem falar que qualquer taxa maior que 10% ao ano não é de se jogar fora”, avalia Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed.

Jorge segue recomendando os ativos em renda fixa, os mais requisitados e orientados de 2023. “Para o investidor pessoa física as incentivadas são as melhores escolhas: LCI / LCA ou mesmo debêntures incentivadas. A recomendação é escolher bem o emissor e não extrapolar o limite do Fundo Garantidor de Crédito, porque são produtos isentos e de baixo risco. Outro ponto é que eles geralmente pagam mais que outros investimentos como os CDBs e títulos públicos, por isso vejo mais vantagens”, orienta.

Apesar de estar em queda, a taxa Selic ainda segue em patamares altos e isso ajuda a renda fixa a se manter um investimento atrativo conforme explica Caio Canez de Castro, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital. “Além disso, a renda fixa possui um acréscimo que são os prêmios de risco e estes seguem em patamares altos. Isso segue atraindo recursos dos investidores”, diz.

Nesse cenário, os ativos prefixados, principalmente para o longo prazo, já que é dada como certa a redução da Selic, já estão precificando boa parte dessa queda, por isso para curto prazo os mais atrativos são os pós-fixados atrelados ao CDI. 

 

 https://istoedinheiro.com.br/eua-e-brasil-ultima-super-quarta-do-ano-pode-fechar-2023-com-surpresas-nos-juros/

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Como o jato Embraer E195-E2 transformou uma pequena regional canadense numa potência na América do Norte


Há cerca de um ano, a Porter Airlines mantinha uma frota de turboélices Dash 8 e uma malha de voos modesta. Hoje empresa já tem 25 aviões da Embraer e planos para chegar a 100 aeronaves 
 

 

 

Até há algum tempo atrás, a Porter Airlines era uma desconhecida e pequena empresa aérea regional, com foco em voos na região leste do Canadá e alguns destinos nos EUA. Mas desde que passou a receber os novo jatos E195-E2, da Embraer, a transportadora deu um salto em sua atuação que causa espanto.

Em cerca de ano, a Porter recebeu nada menos que 25 jatos do modelo, que está configurado para transportar 132 passageiros e possui uma eficiência operacional bastante alta.

Voos para o oeste do Canadá logo foram lançados e semanas atrás o E195-E2 permitiu que a Porter voasse de Toronto e Ottawa para várias cidades da Flórida.

Em breve, a empresa aérea voará também para a Califórnia, graças ao grande alcance da aeronave da Embraer.

Jatos E195-E2 podem transportar 132 passageiros na Porter

Para se ter uma ideia de como a empresa cresceu em apenas 12 meses, basta notar que a oferta de assentos pulou de 2.262 para quase 5.600 lugares, um aumento de 146%.

Os E195-E2 já respondem por 60% da oferta de assentos da Porter e esse total subirá mais em dezembro, já que a empresa pretende contar com mais quatro aeronaves até o final do mês.

A meta é ter 58 aviões na frota, 29 jatos Embraer e 29 turboélices Dash -400.

Deluce, à esquerda: jato superou todas as expectativas (PA)

Porter Airlines entra em uma “nova era”

Mas a Porter Airlines não está nem na metade do seu plano de expansão. Em 2024, a transportadora espera pela entrega de outros 21 E195-E2, terminando o ano com 50 aeronaves.

Em 2025 começarão a ser entregues os 25 E195-E2 recentemente encomendados e não será surpresa se mais um pedido ser confirmado num futuro próximo. A Porter pretende ter 100 desses jatos em serviço.

À Flight Global, o presidente-executivo da Porter, Michael Deluce, afirmou que o E195-E2 superou todas as expectativas, sobretudo em termos de economia de combustível.

“Entramos em uma nova era quando começamos a operar o E195-E2 no início deste ano”, disse Deluce.

Jato E195-E2 da Porter Airlines (PA)

Os próximos destinos da empresa aérea canadense já foram definidos: voar para o México e o Caribe, que estão dentro da autonomia da aeronave da Embraer.

Além disso, a Porter acaba de anunciar uma joint venture com a Air Transat, uma companhia aérea de lazer do Canadá. Graças a ela, os passageiros de ambas as empresas poderão compartilhar voos em breve.

Para a Embraer, a Porter Airlines é um enorme case de sucesso. A empresa aérea é até aqui a única cliente dos modelos E2 na América do Norte, mas seu desempenho impressionante poderá servir de exemplo para que outras companhias enxerguem as virtudes da aeronave. E propaganda melhor que essa não existe.

A Porter Airlines já conta com 25 jatos E195-E2 na frota (PA) 
 
 
https://www.airway.com.br/como-o-jato-embraer-e195-e2-transformou-uma-pequena-regional-canadense-numa-potencia-na-america-do-norte/