quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

União Europeia investiga irregularidades na parceria entre Microsoft e OpenAI

 

Após crise interna na empresa criadora do ChatGPT, Microsoft ganhou assento no conselho 

 

CEO da Microsoft diz que empresa "adora" missão e independência da OpenAI
CEO da Microsoft diz que empresa "adora" missão e independência da OpenAI 25/01/2023 - REUTERS/Gonzalo Fuentes

Brian Fungda CNN

Washington

A União Europeia está investigando a parceria da Microsoft com a OpenAI e se ela pode justificar uma investigação formal de fusão, disseram autoridades da UE na terça-feira (9).

O anúncio reforça a crescente pressão contra a OpenAI, uma das empresas mais influentes na indústria de inteligência artificial, depois que uma crise de liderança de alto nível em meados de 2023 resultou na demissão abrupta e na reintegração do CEO da empresa, Sam Altman.

Com a crise, a Microsoft, que já era uma das principais investidoras da empresa, conseguiu um assento sem direito a voto no conselho da OpenAI.

A medida da UE segue um anúncio semelhante feito por autoridades antitrust do Reino Unido em dezembro e uma reportagem da Bloomberg afirmando que a Comissão Federal de Comércio dos EUA estava conduzindo investigações sobre a empresa.

A Microsoft disse anteriormente que não possui nenhuma parte da OpenAI e que ganhar um assento no conselho da empresa não é o mesmo que uma fusão.

A OpenAI, por sua vez, disse que o assento no conselho não dá à Microsoft controle sobre as operações da startup.

A Comissão Europeia, o braço executivo da UE, disse em comunicado na terça-feira que “está verificando se o investimento da Microsoft na OpenAI pode ser revisto sob o Regulamento de Fusões da UE”.

O inquérito faz parte de um esforço mais amplo para avaliar a concorrência no campo da IA, ao passo que as autoridades estão revendo contratos comerciais que outras startups de IA têm com grandes empresas de tecnologia, observou a comissão.

Muitos destes acordos tendem a envolver compromissos de utilização de apenas um ou dois fornecedores de nuvem, ou investimentos de grandes empresas tecnológicas sob a forma de créditos gratuitos de computação em nuvem que, segundo os críticos, correm o risco de “reter” os programadores de IA como clientes.

A Comissão Europeia acrescentou que busca a opinião do público sobre a concorrência na IA, bem como na indústria da realidade virtual, e pediu a “vários grandes players digitais” informações relacionadas com o estudo.

“Os mundos virtuais e a IA generativa estão se desenvolvendo rapidamente”, disse Margrethe Vestager, uma importante autoridade antitrust da UE.

“É fundamental que estes novos mercados permaneçam competitivos e que nada impeça o crescimento das empresas e o fornecimento dos melhores e mais inovadores produtos aos consumidores.”

O investimento da Microsoft na OpenAI inclui créditos em nuvem e também passou a integrar a tecnologia da OpenAI nos serviços da Microsoft.

“Não existe OpenAI sem que a Microsoft se incline profundamente para fazer parceria com esta empresa em sua missão”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, à colaboradora da CNN, Kara Swisher, no podcast de Swisher em novembro.

Nadella afirma que a Microsoft “adora a missão” da OpenAI. “Nós até amamos sua independência. Não temos problemas com isso”, concluiu o CEO.

O anúncio da UE ocorre no momento em que Vestager deverá se reunir com vários CEOs de tecnologia nos Estados Unidos esta semana para discutir questões de concorrência.

Matéria originalmente publicada em inglês na CNN Internacional

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/uniao-europeia-investiga-irregularidades-na-parceria-entre-microsoft-e-openai/

Volume transportado pela Rumo em dezembro sobe 15,3% na comparação anual

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A Rumo transportou 6,20 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) em dezembro do ano passado, alta de 15,3% na comparação anual e queda de 5,9% sobre os volumes transportados em novembro. Em 2023, a Rumo transportou 77,26 bilhões de TKU, um crescimento de 3,1% na comparação com o ano anterior. O resultado ficou dentro da meta de crescimento prevista pela empresa de transportar entre 76 bilhões e 78 bilhões de TKU no ano passado.

Produtos agrícolas

Os produtos agrícolas responderam por 5,11 bilhões de TKU no mês passado, uma alta de 17,1% na comparação com dezembro de 2022 e queda de 7,7% comparado com novembro.

Os maiores volumes transportados foram de milho (2,97 bilhões de TKU), farelo de soja (941 milhões de TKU) e fertilizantes (542 milhões de TKU). No ano, a Rumo transportou 64,37 bilhões de TKU, uma alta de 4,3% na comparação com 2022.

Produtos industriais

Já os produtos industriais somaram 741 milhões de TKU em dezembro de 2023, queda de 4,7%, na comparação com igual mês de 2022, e alta de 2,5%, na comparação com novembro. Os maiores volumes transportados foram combustíveis (471 milhões de TKU) e madeira, papel e celulose (220 milhões de TKU).

Em 2023, foram transportados 9,07 bilhões em produtos industriais. O resultado representa uma queda de 4,4%, ante 2022.

Em contêineres, a Rumo transportou 353 milhões de TKU em dezembro de 2023, uma alta de 14,6%, na comparação com mesmo mês de 2022, e subiu 7,0%, na comparação com novembro. No ano, a empresa transportou 3,82 bilhões de TKU em contêineres, alta de 2,0% ante 2022.

Casino diz que regulador dispensou consórcio da obrigação de fazer oferta por ações

 Groupe Casino logo Stock Photo - Alamy


O regulador financeiro da França (AMF, pela sigla em francês) dispensou um consórcio formado por EP Equity Investment, Fimalac e Attestor da obrigação de fazer uma oferta pública por ações do Casino Guichard-Perrachon, segundo comunicado divulgado pelo grupo varejista francês na quarta-feira (10).

No começo da semana, o Casino já havia informado que a Comissão Europeia – braço executivo da União Europeia (UE) – autorizou o consórcio a assumir o controle do varejista, como parte de sua reestruturação financeira.

O Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, reiterou no comunicado mais recente que a conclusão da reestruturação dependerá da aprovação do Ministério de Economia da França e de outras questões regulatórias.

Como está a Americanas (AMER3) após 1 ano do escândalo dos R$ 40 bilhões

 


Em dezembro de 2023, a companhia conseguiu maioria para aprovar sua recuperação judicial.

 

Como está a Americanas (AMER3) 1 ano após o escândalo dos R$ 40 bilhões?

Americanas entrou com recuperação judicial em janeiro de 2023 após escândalo de rombo e fraude (Crédito: Divulgação / Americanas)

Com ações a R$ 0,84, a Americanas S.A. (AMER3) amarga um ano desde o anúncio do escândalo envolvendo inconsistência contábil de R$ 20 bilhões – corrigidos depois para um rombo que, com a dívida bruta da companhia, somavam R$ 40 bilhões. 

Mais de 5,5 mil demissões até o final de 2023 e 95 lojas fechadas fazem parte do espólio do escândalo. A holding tenta se recuperar no mercado financeiro, em paralelo com a aprovação do plano de recuperação judicial fechando 2023. Para analistas, o PRJ aprovado deu fôlego, mas a imagem da Americanas está cada vez mais distante de um retorno ao clube das maiores varejistas do país.

Resumo

  • Americanas entrou com recuperação judicial em janeiro de 2023 após escândalo de rombo e fraude;
  • Em junho, um relatório emitido pela própria companhia apontou bilhões de reais em fraudes e lançamentos indevidos;
  • Em novembro, a empresa demitiu, no período de uma semana, mais de 5,5 mil colaboradores.
  • A empresa admitiu que ainda possuía R$ 21,1 bilhões em dívidas, sem contar o endividamento bancário.
  • Até setembro de 2023, a varejista fechou 95 lojas.

“Neste momento a [possibilidade de] falência está afastada, principalmente com a aprovação do plano de recuperação judicial que foi realizado agora em dezembro. Pela própria natureza da recuperação judicial, será necessário acompanharmos as ideias, processos e procedimentos que nela foram estabelecidos e postos em prática”, explica Rafael Zuanazzi, advogado empresarial e sócio da Russell Bedford Brasil.

No plano de recuperação judicial proposto, os bancos passarão a ser acionistas do negócio, pela conversão de R$ 12 bilhões de dívidas em ações. “Há uma grande complexidade sobre a forma do aceite da recuperação, mas aparentemente a relação está normalizada, dentro de um novo contexto”, reforça Zuanazzi.

Para Daniel Nogueira, sales de Renda Variável InvestSmart XP, existe uma dificuldade grande de posição por parte das casas de research para o papel, além da complicada projeção dos números e aplicação dos modelos matemáticos. “Temos uma empresa em que os reais números dos últimos anos vieram à tona há pouco tempo, uma imagem fragilizada frente ao público por conta da fraude e um cenário ainda difícil de juros altos, mesmo que em tendência de queda”, afirma.

Anúncio do rombo e renúncia de CEO: relembre o caso

A fraude veio à tona em 11 de janeiro de 2023, por meio de fato relevante, anunciando a inconsistência contábil de R$ 20 bilhões e a saída de Sergio Rial, CEO da empresa, que deixou o cargo após 10 dias na holding, seguido de André Covre (diretor financeiro e de relações com investidores), que também “abandonou o barco”.

No dia 13, a agência Fitch de classificação de risco rebaixou o rating de crédito da Americanas “AA+(bra)” para “CC(bra)”; a sigla representava o risco alto de calote no mercado.

O BTG Pactual, então na lista dos principais credores, apresentou uma liminar para derrubar a Tutela de Urgência, garantida pela Americanas no dia anterior. Tratava-se de um pedido de proteção judicial para ‘segurar’ o prazo de pagamento de dívidas, já reclamadas por acionistas, por 30 dias. A medida também garantia que somente após esse prazo seja apresentado um pedido de recuperação judicial.

Logo em seguida, a Justiça do Rio negou o pedido do BTG, que afirmava, em petição, se referindo a Lemann, Sicupira e Telles:

“Os três homens mais ricos do Brasil (com patrimônio avaliado em R$ 180 bilhões), ungidos como uma espécie de semideuses do capitalismo mundial “do bem”, são pegos com a mão no caixa daquela que, desde 1982, é uma das principais companhias do trio.

No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas ingressou na justiça buscando proteção via recuperação judicial, relatando dívida de R$ 40 bilhões. A empresa afirmava ter R$ 100 milhões em caixa; o 3G Capital anunciava, na mesma época, uma possível ajuda de R$ 6 bilhões.

As ações das Americanas (AMER3) caíram de R$ 10,41 em 6 de janeiro de 2023 para R$ 0,84 em 10 de janeiro de 2024. A desvalorização passou dos 90%.

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada em 17 de maio de 2023 para investigar as operações e práticas comerciais da varejista. Porém concluiu os trabalhos sem apontar responsáveis pelo rombo bilionário. Parte do colegiado apontou “blindagem” ao trio do 3G Capital, e o relator, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), afirmou não haver provas suficientes para responsabilizar os culpados.

Fraude comprovada

Em 14 de junho, a Americanas admitiu a fraude nas contas da empresa. O documento confirmava também que o ex-presidente-executivo Miguel Gutierrez, fora da holding desde dezembro de 2022, fez parte do rombo.

Por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a varejista notificou que as fraudes vinham de contratos fictícios de Verba de Propaganda Cooperada (VPC), uma quantia negociada entre fornecedores e varejo para cobrir eventuais custos com publicidade e propaganda. O comunicado informava:

  • Diversos contratos de VPC artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia atingiram o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022;
  • Ausência de lançamentos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da companhia ao longo do tempo, totalizando o saldo de R$ 3,6 bilhões em 30 de setembro de 2022. Portanto, no que diz respeito aos resultados da companhia ao longo do tempo, a fraude descrita ajudou a incrementá-lo em R$ 25,3 bilhões.

“Com a saída de nomes da diretoria e a contratação de empresa independente para analisar o fato, foi divulgado comunicado ao mercado relatando que as tais inconsistências eram fraude, sendo no mesmo documento estabelecido que a antiga diretoria tinha conhecimento do ocorrido, porém isentou os conselheiros e acionistas de qualquer participação”, recorda Zuanazzi.

O que vem por aí

Quase um ano depois, a Americanas recebe, em julgamento do plano de recuperação judicial, um aporte de R$ 24 bilhões com a aprovação em Assembleia Geral de Credores. O pagamento será dividido entre os três principais acionistas e os bancos credores. Hoje, a empresa é comandada por Leonardo Coelho, no cargo de CEO, e Camille Faria, como CFO.

Em comunicado para a Dinheiro, a varejista reforça que o plano dará “início ao pagamento das dívidas e à capitalização de R$ 24 bilhões, com aporte de R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência e conversão de dívidas de R$ 12 bilhões pelos credores financeiros”.

“O objetivo da companhia para os próximos anos é continuar a ser o operador de varejo mais simples e diverso do país, com presença em todo o Brasil, suporte de uma robusta malha logística, um marketplace que privilegia a experiência de consumidores e sellers e o relacionamento próximo com seus milhares de clientes. Esta base sustentará o sucesso da implementação do Plano Estratégico de Negócios, que possibilitará atingir, em 2025, Ebitda superior a R$ 2,2 bilhões, com caixa e recebíveis na ordem de R$ 2,5 bilhões e dívida financeira bruta de até R$ 1,5 bilhão.”

O PRJ aguarda homologação, que deve ocorrer ainda em janeiro de 2024. Instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, fundos do Itaú, BTG e Banco Votorantin estão entre os credores que acordaram previamente em apoiar o plano.

“2024 é o ano em que vai ser visto se o plano tem sucesso ou não. Deve haver um bom relacionamento, principalmente da diretoria executiva da empresa, um conselho muito bem formado com visão do momento que a empresa está passando; as relações entre os três principais acionistas, os bancos, os credores têm que ser muito bem administradas. Se passar dessa forma, com alinhamento entre uma excelente gestão e relação tripartite, aí a partir de 2025 é que a empresa pode sim dar o seu salto e se reerguer”, avalia Roberto Gonzalez, especialista em governança corporativa.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Expectativas de inflação para 2025, 2026 e 2027 continuam estacionadas em 3,5%, diz Guillen

 Diretor do BC sugere que home office pode estar aliviando ...

 

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse nesta quarta-feira, 10, que as expectativas de inflação para 2025, 2026 e 2027 continuam estacionadas em 3,5%, 0,5 ponto porcentual acima do centro da meta, de 3%. Esses dados sobre as estimativas dos agentes financeiros fazem parte do relatório de mercado Focus divulgado semanalmente pela autoridade monetária.

Ainda sobre a inflação doméstica, o diretor disse, em evento virtual promovido pelo JPMorgan, que a inflação doméstica de serviços caiu, mas em ritmo menor que bens industriais.

O diretor afirmou também que o ambiente global continua volátil, mas um pouco menos adverso do que no momento da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) anterior.

Ele citou, por exemplo, que os núcleos de inflação têm caído em diferentes regiões e que será importante acompanhar de perto os próximos índices. “Tem havido avanço na desinflação de núcleos em várias regiões”, disse.

O diretor, o primeiro do BC a se pronunciar publicamente em 2024, pontuou que o ambiente global continua requerendo cautela por parte das economias emergentes, ainda que elas apresentem processo de desinflação mais claro.

De qualquer forma, Guillen comentou que os bancos centrais das principais economias têm ficado atentos e atuantes para trazer os preços para patamares mais baixos.

Pressão local de salários

O diretor disse que o Copom continua a acreditar que não há significativa pressão dos salários, ainda que os dados apresentados sejam diferentes entre si. Enquanto o Caged revela certa manutenção da renda, a Pnad mostrou uma leve elevação.

De forma geral, o diretor disse que o mercado de trabalho no Brasil passa por alguma transformação. Ainda não está claro, segundo ele, se isso é fruto da aprovação da reforma trabalhista. “Há dificuldades de dimensionar”, comentou.

Impacto no crédito

Guillen também afirmou que os impactos da política monetária no crédito estão em linha com as expectativas. Em dezembro, o Copom cortou a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 pp, para 11,75% ao ano.

O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões, no plural.

Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou que essa mensagem vale para dois encontros: de janeiro e março de 2024.

Câmbio

O diretor do BC disse ainda que, como a autoridade monetária não tem uma meta de câmbio, não houve razões para intervenções em 2023. Ele lembrou que o BC não fez nenhuma intervenção no mercado cambial no ano passado e que isso ocorreu pela primeira vez desde 1999, quando o País adotou o sistema de câmbio flutuante dentro do tripé econômico, que leva em conta também metas de inflação e a área fiscal.

“Quando intervimos no mercado? Quando o mercado requer alguma intervenção”, minimizou o diretor.

Ele salientou que alguns países sofreram mais com o câmbio no ano passado, mas que o comportamento no Brasil ocorreu dentro do desejável.

Durigan: decisão sobre MP será de Pacheco, que sinalizou conversa com Haddad semana que vem

 Pacheco se reúne com Haddad para discutir dívida de Minas - Rádio Itatiaia


Em meio ao impasse sobre a medida provisória (MP) que revogou a desoneração da folha de pagamento e propõe uma alternativa, rechaçada pelo Congresso, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que estão sendo feitos debates preliminares sobre soluções para a questão e que o tema será definido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na próxima semana, após conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que está de férias.

Durigan participou de reunião com Pacheco na manhã desta quarta-feira para apresentar os pontos da Fazenda em defesa da reoneração gradual da folha de pagamento, reiterando o compromisso e preocupação da equipe econômica com o equilíbrio das contas públicas.

“O argumento técnico que está sendo utilizado é o argumento dos números, do impacto. A gente gostaria muito de ter esse impacto considerado para essa tomada de decisão”, disse o secretário.

Questionado sobre uma mudança na meta fiscal de 2024, de déficit zero, caso a desoneração da folha de pagamento seja mantida como está, Durigan disse que essa pode ser uma consequência, mas reiterou que isso não está em debate no momento.

Durigan elogiou a postura de Pacheco na condução firme do debate da desoneração da folha de pagamento e frisou que a decisão sobre devolução da MP cabe a ele. Porém, o secretário ressaltou que a agenda econômica desenvolvida ao longo de 2023, com o apoio do Congresso, foi pautada pela premissa do equilíbrio das contas públicas e que esse compromisso continuará neste ano.

Ele disse que é preciso prestigiar o Congresso, mas não perder esse norte do compromisso fiscal. “O mais importante da discussão toda é a gente ter o mesmo entendimento sobre a importância de manter o equilíbrio das contas públicas. Acho que essa premissa, que é uma premissa que o Congresso deu mostras no ano passado, liderando essa agenda das medidas que foram aprovadas no Congresso, e acho que a gente segue com essa mesma premissa de que é importante equilibrar as contas públicas. E a gente vai tratar de uma maneira serena, equilibrada para a gente chegar nesse bom termo”, declarou.

Parlamentares estão pressionando Pacheco pela devolução imediata da MP. O governo propôs essa MP no final do ano passado, revogando a desoneração da folha e propondo uma solução que prevê a retomada gradual da cobrança da alíquota de contribuição previdenciária sobre o salário. A questão é que o Congresso já havia tomado duas decisões contrárias ao interesse do governo nessa questão, ao aprovar a lei que prorrogava a desoneração para 17 setores até 2027 e ao derrubar o veto presidencial para essa regra.

O Ministério da Fazenda considera a MP indispensável para o ajuste das contas do governo neste ano e para alcançar a meta de déficit zero, como prometido por Haddad. A alegação é que a desoneração para 17 setores, como aprovado pelo Congresso, custa R$ 12 bilhões. Outros R$ 4 bilhões seriam necessários para bancar a extensão do benefício para pequenas prefeituras em 2024.

Anfavea atualiza de 4,7% para 6,2% previsão de crescimento da produção em 2024

 

Anfavea | LinkedIn

A Anfavea, entidade que representa as montadoras, atualizou nesta quarta-feira, 10, as previsões ao desempenho do setor neste ano. Os volumes seguem iguais aos projetados no mês passado, quando a associação apresentou pela primeira vez seus prognósticos. A incorporação dos resultados de dezembro, no entanto, alterou as variações.

A expectativa de crescimento da produção, que veio no mês passado abaixo do esperado, subiu assim de 4,7% para 6,2%.

Já em relação às vendas, que surpreenderam em dezembro com a demanda forte das locadoras, houve um pequeno ajuste para baixo na previsão de crescimento em 2024: de 7% para 6,1%.

A expectativa para as exportações fica ainda menor após os dados finais de 2023. Os 407 mil veículos previstos para este ano representam agora um modesto crescimento de 0,7%, e não mais de 2% como a Anfavea aguardava um mês atrás.

A entidade considera na conta uma redução de 90 mil carros do mercado argentino, normalmente o principal destino dos veículos exportados pelo Brasil, mas que no ano passado já ficou atrás do México.

As previsões da Anfavea para 2024 incluem ainda a expectativa de crescimento de 51% nas compras de carros eletrificados. Se o prognóstico for confirmado, 142 mil dos carros vendidos no Brasil, ou o equivalente a 6,2% do mercado, serão híbridos ou, em menor número, puramente elétricos.

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a transição tecnológica dos automóveis está acontecendo com certa velocidade e deve continuar mesmo com a volta gradual da taxação, a partir deste mês, das importações de carros híbridos e elétricos. “Mesmo com a recomposição parcial da alíquota de importação, ainda é um mercado que desperta o interesse do consumidor”, disse Leite.

Ele lembrou que mais marcas vão lançar carros eletrificados neste ano. Fora isso, a chinesa Great Wall Motor (GWM) planeja iniciar em maio a produção de carros com a nova tecnologia na fábrica comprada da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de São Paulo.