terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Por que o Brasil é recordista de vício em BBB?

 EGO - BBB 17: Logo do programa muda pela sexta vez; Veja ...


Todo ano, a produção do programa recruta um elenco de machistas. Será que vale a pena assistir e passar essa raiva? Não passamos raiva o suficiente na vida real? Essa é uma boa maneira de relaxar? Acho que não.”Por que as pessoas no Brasil gostam tanto de Big Brother? Todos os meus amigos, pessoas progressistas, adoram. Todo mundo assiste. Nunca vi algo assim.” A pergunta foi feita por um amigo alemão que também tem muitos amigos no Brasil durante o BBB 21, que foi exibido no auge da pandemia e virou uma febre nacional. E sucesso de lucro para a Globo, claro.

A pandemia acabou, mas meu amigo continua com razão. Sim, o reality é um sucesso entre todas as camadas da população. No momento, quando você entra nas redes sociais, tem a impressão de que “só se fala disso”. 

O sucesso do reality no Brasil é um “case” mundial. Mais pessoas veem o programa no país do que em qualquer outro lugar do mundo.

Os números mostram isso. A diferença de audiência entre o reality da Globo e suas versões mundo afora é gigantesca. A título de comparação: a estreia do BBB 24 foi vista por 39,1 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a estreia do BB 25, exibido ano passado, atingiu (apenas) 3,4 milhões de telespectadores.

No Brasil, o recorde de audiência foi atingido no BBB 5, quando o programa chegou a ter audiência de mais 50 milhões de pessoas em um só episódio. Enquanto isso, nos EUA, o recorde, registrado no BB1, é de “apenas” nove milhões.

Aqui, na Alemanha, um “sucesso” de audiência foi comemorado na estreia do Promi Big Brother (Big Brother celebridades), quando mais de 1,7 milhão de pessoas assistiram à abertura do reality. Em geral, a média de audiência do programa fica abaixo de 1 milhão. Ou seja, o Brasil é o campeão do vício mesmo.

Raiva e escapismo

Acho que existem muitas razões para que o programa ainda faça tanto sucesso no Brasil. Uma delas é o escapismo. A vida não está fácil. Ir dormir pensando em quem deve sair no “paredão” ou em problemas de outras pessoas que não ganharam o “anjo”, por mais ridículo que seja, pode ser bem mais confortável do que ir dormir encarando a própria vida.

Sei como é, também já fui meio viciada em BBB. E, claro, como boa adicta, assistia e usava o Twitter (atual X) ao mesmo tempo. Desde que as redes sociais existem, elas são parte da experiência antropológica de ver o BBB. Adoramos comentar. Adoramos ter opinião. E, em muitos casos, os fãs viram “hooligans”. Sim, existe briga séria por causa do BBB. Difícil imaginar o programa hoje sem as redes sociais, onde nós, brasileiros, também colecionamos recordes de engajamento.

É difícil não ceder à tentação. Em parte, porque a direção do programa brasileiro costuma ser muito competente (para o bem e para o mal) e sabe muito bem como fisgar a audiência. Desde 2020, por exemplo, o programa reúne anônimos e famosos, o que amplia o interesse e as fofocas.

Outra técnica usada pela produção do programa é escolher participantes que geram raiva e com potencial para escândalos. Ano após ano, a produção recruta homofóbicos, machistas e outros tipos que geram ódio. A nossa revolta faz a Globo lucrar. Mas é difícil ficar quieta quando uma mulher é agredida e/ou insultada na TV.

Machismo e etarismo na tela da TV

No momento, as mulheres do Brasil estão revoltadas com o pagodeiro Rodriguinho, que fez sucesso nos anos 90 com o grupo Os Travessos. Motivo: em pouco mais de uma semana desde a estreia da nova temporada, ele já fez comentários machistas, etaristas e misóginos. Explico: o cantor disse que o corpo da modelo e influenciadora Yasmin Brunet “já foi melhor” e que ela está “mais velha” (sic).

“Ela tá mais velha e largou mão”, disse, além de falar que ela estava comendo demais no programa.

A revolta com ele é justa. E lucrativa para a Globo, que ano que vem deve recrutar mais machistas para integrarem o elenco, já que a fórmula funciona.

Enquanto muitos se indignam, outros gostam e se identificam com os machistas e homofóbicos que sempre estão lá, formando uma espécie de “elenco fixo”, já que os personagens mudam, mas as ideias continuam sempre presentes no programa.

Sim, vamos aceitar a realidade. Muitos gostam de ver um homem, por exemplo, julgando o corpo de uma mulher de maneira podre, já que eles mesmo fazem isso. O machismo exibido no programa em todas as temporadas é o mesmo praticado por pessoas comuns, infelizmente.

Será que vale a pena assistir e passar essa raiva? Não passamos raiva o suficiente na vida real? Ora, já lidamos com machismo, por exemplo, quase todos os dias. Isso é rotina. Para que assistir isso de novo na hora de lazer? Essa é uma boa maneira de relaxar? Acho que não. Mas entendo, é muito difícil resistir. Da Alemanha, sem acesso à Globo, eu mesma não resisto e “assisto” a muitas cenas pelo Twitter (hoje X). E passo raiva, claro.

Se vale a pena? Certamente não. Existem milhares de coisas melhores para fazer com o seu tempo, como “desligar a televisão e ir ler um livro” (como dizia uma antiga vinheta da MTV), ir para a academia, dar uma volta. A droga é poderosa. Vicia mesmo. Mas tentem resistir.

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Nina Lemos é jornalista e escritora. Escreve sobre feminismo e comportamento desde os anos 2000, quando lançou com duas amigas o grupo “02 Neurônio”. Já foi colunista da Folha de S.Paulo e do UOL. É uma das criadoras da revista TPM. Em 2015, mudou para Berlim, cidade pela qual é loucamente apaixonada. Desde então, vive entre as notícias do Brasil e as aulas de alemão.

O texto reflete a opinião da autora, não necessariamente a da DW.


Lucro do Goldman Sachs cresce 51% e atinge US$ 2,01 bilhões no 4º trimestre

 

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O Goldman Sachs teve lucro líquido de US$ 2,01 bilhões no quarto trimestre de 2023, 51% maior do que o ganho apurado em igual período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta terça-feira, 16. Entre outubro e dezembro, o banco norte-americano registrou lucro por ação de US$ 5,48, superando de longe a previsão da FactSet, de US$ 3,62.

Já a receita líquida do Goldman teve expansão anual de 7% no trimestre, a US$ 11,32 bilhões, também acima do consenso da FactSet, de US$ 10,8 bilhões.

O Goldman informou ainda que recomprou 3,3 milhões em ações no quarto trimestre, por US$ 1 bilhão, e que suas provisões para eventuais perdas com empréstimos totalizaram US$ 577 milhões no período, caindo ante US$ 972 milhões no último trimestre de 2022.

Lucro do Morgan Stanley cai 31,8% e atinge US$ 1,5 bilhão no 4º trimestre de 2023

 


Lucro do Morgan Stanley cai 31,8% e atinge US$ 1,5 bilhão no 4º trimestre de 2023

Já a receita do Morgan Stanley teve aumento anual de cerca de 1,15% no trimestre, a US$ 12,9 bi, vindo acima das projeções de US$ 12,77 bi. (Crédito: Reprodução/LinkedIn/Morgan Stanley)

 

O Morgan Stanley teve lucro líquido de US$ 1,5 bilhão no quarto trimestre de 2023, 31,8% menor do que o ganho de US$ 2,24 bilhões apurado em igual período do ano anterior, segundo balanço divulgado nesta terça-feira, 16. O lucro por ação entre outubro e dezembro frustrou as expectativas, ao atingir US$ 0,85. O consenso de analistas consultados pela FactSet era de US$ 1,07.

Já a receita do banco americano teve aumento anual de cerca de 1,15% no trimestre, a US$ 12,9 bilhões, vindo acima da projeção da FactSet, de US$ 12,77 bilhões. Por outro lado, a receita apenas do banco de investimento permaneceu praticamente estável, com alta marginal de 0,2% na mesma comparação, a US$ 1,464 bilhão.

Os resultados também apontaram queda acentuada na provisão para devedores duvidosos (PDD), de US$ 87 milhões para US$ 3 milhões no quarto trimestre de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, no total anual, o PDD aumentou de US$ 280 milhões em 2022 para US$ 532 milhões em 2023.Em nota, o Morgan Stanley informou ainda que seus resultados foram afetados negativamente por um acordo de US$ 249 milhões com os órgãos reguladores dos Estados Unidos sobre acusações de fraude em negociações em bloco e uma cobrança única de US$ 286 milhões relacionada a uma avaliação especial da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), também imposta a outros bancos durante o quarto trimestre.


Pela primeira vez em dez anos, Brasil fica de fora do ‘top 10’ de mercados estratégicos para multinacionais

Foto: Fabrice COFFRINI / AFP

 

Pela primeira vez em dez anos o Brasil não está entre os dez principais mercados estratégicos para CEOs investirem, de acordo com levantamento feito pela PwC. O país ocupa a 14ª posição do ranking. Apesar do otimismo crescente em relação às economias locais e globais, o Brasil não conseguiu alcançar uma posição de destaque entre os mercados que são prioridades das multinacionais.

 Os Estados Unidos integram o topo da lista, seguidos pela China, Alemanha, Reino Unido e Índia. A 27ª Pesquisa Global com CEOs (Global CEO Survey), realizada pela PwC, foi apresentada nesta segunda-feira, 15, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

 Entre os motivos que influenciaram na posição do país no ranking estão a mudança de foco das empresas para os mercados internos e à atratividade dos retornos nos Estados Unidos. Além disso, as crises na região, especialmente na Argentina, e as dificuldades de fazer negócios no Brasil também influenciam. No Brasil, 36% dos executivos esperam aceleração nos próximos 12 meses, enquanto 39% preveem desaceleração. Os CEOs têm uma visão mais positiva em relação ao mercado brasileiro do que a média global, mas a perspectiva em relação às empresas que dirigem é negativa, com 39% no mundo e 33% no Brasil acreditando que estas serão economicamente inviáveis em dez anos.

 A mudança tecnológica é considerada a de maior impacto, e os executivos esperam maior produtividade com os novos modelos de inteligência artificial. No entanto, apenas 1 em cada 3 empresas participantes adotaram esses modelos. A pressão das mudanças climáticas também traz efeitos, e 41% dos CEOs afirmam aceitar retorno menor por investimentos pró-ambiente. No Brasil, esse número é de 29%. Apesar da disposição global para priorizar os negócios verdes, o abismo digital e a defasagem educacional podem tornar o cenário desfavorável ao país.

 

 https://terrabrasilnoticias.com/2024/01/pela-primeira-vez-em-dez-anos-brasil-fica-de-fora-do-top-10-de-mercados-estrategicos-para-multinacionais/


Três das 5 atividades de serviços registraram alta em novembro ante outubro, mostra IBGE

 


Três das cinco atividades de serviços registraram ganhos na passagem de outubro para novembro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os serviços prestados às famílias avançaram 2,20%, enquanto os serviços de informação e comunicação caíram 0,10%.

Houve avanço de 1,00% em serviços profissionais, administrativos e complementares e queda de 1,00% em transportes.

Outros serviços, por sua vez, registraram avanço de 3,60% em novembro.

Comparação com novembro de 2022

De acordo com o IBGE, três das cinco atividades de serviços registraram avanço em novembro ante novembro de 2022.

Os serviços prestados às famílias avançaram 5,40%, enquanto os serviços de informação e comunicação caíram 0,40%.

Houve avanço de 4,40% em serviços profissionais, administrativos e complementares e queda de 3,70% em transportes.

Outros serviços, por sua vez, registraram avanço de 3,30% em novembro, na comparação com novembro de 2022.

Nos EUA, índice de atividade industrial Empire State cai a menor nível desde maio de 2020

 

O índice Empire State de atividade industrial, elaborado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Nova York, caiu de -14,5 em dezembro a -43,7 em janeiro, seu menor nível desde maio de 2020, informou nesta terça-feira, 16, a instituição. Analistas ouvidos pela FactSet previam queda bem menor, a -6,5.

O subíndice de novas encomendas recuou de -11,3 em dezembro a -49,4 em janeiro, enquanto o de emprego subiu de -8,4 a -6,9 no período, segundo o Fed de Nova York.

O de preços recebidos caiu de 11,5 em dezembro a 9,5 em janeiro.

Já os preços pagos subiram de 16,7 a 23,2 no período.

O componente de estoques recuou de -5,2 a -7,4, na mesma comparação mensal, enquanto o de embarques caiu de -6,4 a -31,3.

Gol despenca na B3 após notícias de pedido de recuperação judicial nos EUA

 


Gol despenca na B3 após rumores de pedido de recuperação judicial nos EUA

A queda chegou a 11,79% por volta das 11h15 (horário de Brasília), com papéis a R$ 6,69 e registrando maior queda da B3. (Crédito: Divulgação / Gol)

 

As ações da Gol (GOLL4) caíram na manhã desta segunda-feira, 15, após repercussão de notícias sobre pedido de recuperação judicial nos EUA. A queda chegou a 11,79% por volta das 11h15 (horário de Brasília), com papéis a R$ 6,69 e registrando maior queda da B3. Mais cedo, a coluna Painel da Folha de S. Paulo adiantou que a companhia está em vias de entrar em recuperação judicial nos EUA.

A empresa anunciou prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre de 2023. André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, explica que o papel cai exatamente por conta do possível pedido de recuperação judicia.

“Para tentar reestruturar sua dívida, toda empresa que pede RJ o mercado não vê com bons olhos, já que isso aponta que a empresa está em dificuldade para lidar com suas dívidas e compromissos com seus credores, o que acaba atraindo fluxo vendedor para o papel”, avalia.

⁠A situação dos EUA com o possível pedido de RJ lá pode influenciar o papel aqui [no Brasil], pois a empresa já vem de diversas emissões captando recursos no mercado, e agora com esse pedido, o mercado começa a desconfiar ainda mais da capacidade do management de conseguir reestruturar a empresa, visto que mesmo com as últimas emissões a empresa não conseguiu se reestruturar, acrescenta Fernandes.

 A Gol possui, ainda segundo o colunista, R$ 20 bi em dívidas. Em dezembro de 2023, a agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito da companhia aérea Gol de “CCC+”para “CCC-“. “Os rebaixamentos refletem riscos crescentes de reestruturação da dívida da GOL como resultado de seus contínuos altos riscos de refinanciamento, pressão no fluxo de caixa operacional devido a pagamentos de arrendamentos correntes e diferidos e fraca posição de liquidez”, diz a agência, em relatório.