quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Na França, Casino fecha acordo para vender quase todos os super e hipermecados

 


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O Casino Guichard-Perrachon anunciou nesta quarta-feira, 24, que fechou acordo para vender quase todos os seus super e hipermercados na França ao Groupement Les Mousquetaires e ao Auchan Retail France por um valor entre 1,3 bilhão e 1,35 bilhão de euros. As empresas estavam em negociações exclusivas havia cerca de um mês.

O pacote inclui 288 lojas e a expectativa é de que a venda seja concluída no segundo trimestre deste ano, após consultas com os representantes dos trabalhadoras.

O negócio é parte de um processo de reestruturação do endividado varejista francês, que controla o Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, mas já sinalizou intenção de se desfazer da participação majoritária na empresa.

Em outubro, a companhia fechou acordo de injeção de capital com um consórcio liderado pelo bilionário tcheco Daniel Kretinsky.

À espera da notícia, a ação do Casino foram suspensas, nesta quarta-feira, na Bolsa de Paris. Na terça, o papel saltou 8%, diante de especulações sobre o tema.


‘A maioria não rendeu aquilo que prometia’, diz Haddad sobre desoneração da folha

 


'A maioria não rendeu aquilo que prometia', diz Haddad sobre desoneração da folha

Era preciso fazer com que os setores se adaptassem à nova realidade tributária do país, que a reforma tributária inaugura com muita felicidade”, afirmou. (Crédito: Diogo Zacarias / MF)

Em entrevista para o programa Roda Viva (TV Cultura) desta segunda-feira, 22, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que é favorável a reonerar os 17 setores da economia que estão na lista de desoneração da folha de pagamentos, e que os considera privilégios.

“De cada dez economistas, pelo menos nove concordam que esses jabutis, esses privilégios, precisam ser revistos, até porque a maioria não rendeu aquilo que prometia quando foi inaugurada. Mas nós compreendemos, em todos os casos, que eles não deveriam acabar de uma vez por todas de uma hora para outra. Era preciso fazer com que os setores se adaptassem à nova realidade tributária do país, que a reforma tributária inaugura com muita felicidade”, afirmou.

Na última semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que a medida provisória (MP) que retoma impostos sobre salários seria revogada, e que o governo deve voltar atrás sobre o tema da desoneração da folha de pagamento.

A desoneração da folha foi instituída em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), e substitui a contribuição patronal de 20% para a Previdência, que incide sobre os salários dos funcionários, por uma tributação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Na proposta do governo Lula (PT), haveria uma reoneração gradual: a partir de abril de 2024, empresas começam a pagar uma alíquota

O governo federal apresentou uma “reoneração gradual” da folha de pagamentos. A partir de abril de 2024, as empresas vão começar a pagar uma alíquota de imposto (10%) por ano, chegando a 18,75% em 2027. Em 2028, volta a cobrança dos 20% de Contribuição Previdenciária Patronal.

Com Estadão.


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Governo anuncia programa Nova Indústria Brasil: entenda as medidas

 


Plano pretende impulsionar indústria nacional até 2033 
 
 
A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro

 

O governo federal aprovou nesta segunda-feira (22) um plano de ações para estimular o desenvolvimento do setor industrial brasileiro. Chamado Nova Indústria Brasil (NIB), o programa tem, como centro, metas e ações que, até 2033, pretendem estimular o desenvolvimento do país por meio de estímulos à inovação e à sustentabilidade em áreas estratégicas para investimento. A ideia é utilizar instrumentos tradicionais de políticas públicas, como subsídios, empréstimos com juros reduzidos e ampliação de investimentos federais, além de incentivos tributários e fundos especiais para estimular alguns setores da economia.  

A nova política tem seis missões relacionadas à ampliação da autonomia, à transição ecológica e à modernização do parque industrial brasileiro. Entre os setores que receberão atenção estão a agroindústria, a saúde, a infraestrutura urbana, a tecnologia da informação, a bioeconomia e a defesa. A maior parte dos recursos, R$ 300 bilhões, virá de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Os financiamentos do BNDES relacionados à inovação e digitalização serão corrigidos pela Taxa Referencial (TR), que é mais baixa que a Taxa de Longo Prazo (TLP).

"O plano também lança mão de novos instrumentos de captação, como a linha de crédito de desenvolvimento (LCD), e um arcabouço de novas políticas – como o mercado regulado de carbono e a taxonomia verde - para responder ao novo cenário mundial em que a corrida pela transformação ecológica e o domínio tecnológico se impõem", detalhou, em nota, o Planalto. A expectativa é de que, colocadas em prática, essas medidas resultem na melhoria do cotidiano das pessoas, no estímulo ao desenvolvimento produtivo e tecnológico; e na ampliação da competitividade da indústria brasileira, além de nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do país no mercado internacional.

As seis missões do programa

As metas estão agrupadas em seis missões, cada qual com suas metas. A primeira – cadeias agroindustriais – pretende garantir segurança alimentar e nutricional da população brasileira. A meta é chegar à próxima década com 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados. Atualmente, este percentual está em 18%, segundo o governo. Além disso, 95% dessas máquinas devem ser produzidas nacionalmente, o que envolverá a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, ampliação e otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar "para a produção de alimentos saudáveis", explicou o Planalto. 

"– aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;

– alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;

– fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar."

O segundo grupo de missões é o da área da saúde, e tem como meta ampliar de 42% para 70% a participação da produção no país, no âmbito das aquisições de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros. A expectativa é de o Sistema Único de Saúde (SUS) seja fortalecido.

"– atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde."

O terceiro grupo de missões – bem-estar das pessoas nas cidades – envolve as áreas de infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis. Ele tem como metas reduzir em 20% o tempo de deslocamento das pessoas de casa para o trabalho. Atualmente esse tempo é, em média, de 4,8 horas semanais no país, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE. Além disso, pretende ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Atualmente, essa participação está em 59% da cadeia de ônibus elétricos, por exemplo.

"– diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;

– aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável."

A transformação digital é o foco do quarto grupo de missões, e tem como meta tornar a indústria mais moderna e disruptiva. Atualmente, 23,5% das empresas industriais estão digitalizadas. A meta é ampliar para 90%, e triplicar a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Serão priorizados investimentos na indústria 4.0 [quarta revolução industrial, que abrange inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem] e no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros. 

"– digitalizar 90% das indústrias brasileiras;

– triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias."

O quinto grupo de missões será focado na bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas. A meta é ampliar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes. Atualmente os combustíveis verdes representam 21,4% dessa matriz. O governo pretende reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que está em 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido. 

"– cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;

– elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;

– aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano."

Já o sexto grupo de missões abrange a área da defesa. O plano pretende "alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas de maneira a fortalecer a soberania nacional". Para tanto, priorizará "ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados."

"– autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa."

*Com Agência Brasil

BCIE vai priorizar planos para enfrentar migração e mudança climática na América Central

 


Migrantes com crianças nos ombros caminham pela selva perto da cidade de Bajo Chiquito, primeiro controle de fronteira da província de Darién, Panamá, em 22 de setembro de 2023 - AFP/Arquivos

 

O Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) vai reforçar o financiamento para projetos que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas e as causas da migração, dois problemas críticos na região, afirmou sua nova presidente, Gisela Sánchez.

“Uma grande oportunidade que temos são os projetos ambientais, porque infelizmente compartilhamos os mesmos desafios das mudanças climáticas, das secas, inundações. Precisamos trabalhar nesse tema como região”, disse Sánchez em entrevista à AFP.

Atualmente, 8% da carteira de investimentos do banco, estimada em cerca de 3,3 bilhões de dólares (cerca de R$ 16 bilhões) ao fim de 2023, consiste em projetos ambientais, mas “isso pode crescer significativamente”, acrescentou a executiva costarriquenha.

Ela destacou que os problemas ambientais não têm fronteiras e citou como exemplo o Corredor Seco, uma área que abrange regiões da Guatemala à Costa Rica, onde as mudanças climáticas agravaram nos últimos anos as secas, afetando a produção de grãos básicos, dos quais milhões de habitantes dependem.

O BCIE, sediado em Tegucigalpa, apoiará projetos de manejo responsável da água, resíduos sólidos e redução de emissões de carbono, assim como o desenvolvimento de energias limpas, indicou Sánchez.

A América Central também é impactada todo ano por furacões e fortes chuvas e inundações que devastam grandes extensões de plantações, o que, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), tem um impacto no deslocamento humano.

Dezenas de milhares de centro-americanos, sobretudo guatemaltecos, hondurenhos e salvadorenhos, emigram todo ano para os Estados Unidos em busca de trabalho.

“É gerando emprego e oportunidades que as pessoas vão ficar na América Central. Então temos que trabalhar para promover mais empreendimentos, para apoiar mais as microempresas para que estes, por sua vez, gerem empregos”, afirmou.

O BCIE foi fundado por Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica. Tem também como parceiros Panamá, Belize e República Dominicana, e como aliados México, Taiwan, Colômbia, Espanha, Cuba e Coreia do Sul.

Empresário que criou gigante do impacto social defende maior taxação de ricos: “Capitalismo não deveria ter bilionários”

 

 Empresário que criou gigante do impacto social defende maior taxação de ricos: "Capitalismo não deveria ter bilionários"

 

 

 

Sammy Rochai


Depois de trabalhar por alguns anos no mercado financeiro, o engenheiro João Paulo Pacifico, 45 anos, enxergou problemas no setor de capitais que contribuíam para a injustiça social e decidiu abrir a sua própria empresa de investimentos: o Grupo Gaia. O objetivo era criar uma companhia que atrelava seus aportes à melhorias de índices sociais e ao impacto social como um todo.


“Trabalhando nessa área, observei que a forma como o mercado financeiro atua não considera o bem comum como um fator positivo para todos. Esse mercado foi para um caminho materialista, menos humano, com claro e único objetivo pelo lucro, explorando o trabalho enquanto muitas pessoas empobrecem”, conta João.

Após a criação do Grupo Gaia, o empresário se dedicou a fazer com que sua companhia tivesse a premissa de tornar o mercado financeiro mais humano, ao mesmo tempo que seus colaboradores contassem com um ambiente de trabalho mais saudável.

João sempre pertenceu a classe média, não é herdeiro, mas conquistou uma estabilidade financeira com os retornos obtidos por meio da Gaia. Em 2014, decidiu criar a Gaia+, formando uma Organização Não Governamental (ONG) inteiramente dedicada a investimentos de impacto social, o que tornou a Gaia em uma empresa certificada B. A certificação, criada em 2006 nos Estados Unidos, define companhias que visam em seus modelos de negócio o desenvolvimento social e ambiental.

Em 2017, por exemplo, a Gaia+, ONG criada a partir da separação da empresa, desenvolveu um projeto que levava reformas residenciais a pessoas que moravam em favelas. “Fizemos uma debênture do bem. Ganhamos prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) e vi que o impacto que causamos na vida das pessoas atingidas era muito bacana”, explica Pacifico.

Enquanto isso, o Grupo Gaia, de forma paralela, atuava também no setor de agronegócio, o que trouxe ainda mais dúvidas a João sobre como o capitalismo estava contribuindo para o aumento dos índices de desigualdade social.

“Financiávamos muito o agronegócio. Mas eu pude conhecer os seus impactos. Parte desse mercado é voltado a alimentar as pessoas em outro países, ao mesmo tempo que a pobreza e a fome no país aumentava, além de contribuir para o maior desmatamento. Até que conheci a agricultura familiar”, relata.

Após ver de perto o trabalho das famílias produtoras, Pacifico também enxergou que o movimento trazia mais vantagens para a sociedade como um todo. Então, decidiu tornar o Grupo Gaia numa empresa voltada inteiramente aos investimentos de impacto social.

Em 2022, Pacifico vendeu um dos braços do Grupo Gaia, a Planeta, e destinou todos os recursos oriundos da transação a novos investimentos de impacto e à continuação do trabalho desenvolvido pela companhia.

“Após essa decisão, o Grupo Gaia se tornou inteiramente em um fundo de impacto. O lucro é todo revertido em novos projetos. Não via mais sentido em continuar lucrando como estava”, diz Pacifico.

Já com uma vida financeira estabilizada e se vendo em uma posição de privilegiado, o empresário também passou a se dedicar a estudar ainda mais o capitalismo e suas injustiças. Desde então, passou a liderar projetos que envolvem maior taxação de impostos sobre milionários, a cultura de proteção ambiental e a diminuição das desigualdades.

“Visito lugares em que vejo as condições reais de pessoas em situação de alta vulnerabilidade. Qual a chance daquela pessoa chegar à classe média ou sequer ter uma vida financeira equilibrada? Nenhuma. Se não mudarmos a forma como o capitalismo se estabeleceu, os pobres vão ser ainda mais pobres e os ricos, mais ricos. O que não é bom para ninguém”, comenta.

Por isso, Pacifico é defensor ferrenho da maior taxação de impostos para a classe mais abastada do País. Ele publica vídeos recorrentes em seu Instagram explicando a necessidade de se ajustar essa tributação para que haja um maior equilíbrio social. Confira:

 

“A gente tem que ressignificar isso. Acho assustador, pois o que eu falo parece bem óbvio. O capitalismo e o neoliberalismo fomentam a exploração do trabalho, contam a história de que tem dinheiro para todo o mundo, mas sabemos que não é assim. Para enriquecer alguém nesses moldes, você empobrece outra pessoa que precisaria daquele recurso”, afirma.

João conta, ainda, que sua condição financeira é bastante favorável, mas que está longe de ser um bilionário. Inclusive, nesse sentido, não é seu objetivo se tornar ainda mais rico.

“Pessoas bilionárias representam uma anomalia do capitalismo. Deveriam existir sistemas capazes de evitar que existam pessoas nessa condição. Ao meu ver, há na sociedade um ‘vício em dinheiro’ que leva esses atores do capitalismo a uma glamourização da riqueza, o que por sua vez atrai outros ao mesmo caminho”, diz Pacifico.

Proud to Pay More

O empresário sugere uma maior taxação na renda dos mais ricos como forma de combater a desigualdade, deixando para o estado o papel de distribuir essa renda da melhor forma. A tributação sobre patrimônio e heranças, hoje também pouco explorada no Brasil, são outras ferramentas defendidas por Pacifico.

Recentemente, o CEO do Grupo Gaia assinou uma carta junto com 250 outros milionários e bilionários do mundo. O documento, batizado de Proud To Pay More (orgulho em pagar mais, na tradução), foi apresentado durante a última edição do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, em meados do início de janeiro. A lista também leva a assinatura de Abigail Disney, herdeira da Disney, e do ator escocês Brian Cox.

Questionado se a maior taxação de ricos seria um risco à fuga de capitais do País, Pacifico é direto:

“Em alguns países já há essa cobrança. Quem diz que se for tributado mais sairá do Brasil é um chantagista. Não concordo com essa leitura e acho muito difícil alguém já identificado e estruturado a abrir mão de tudo, fechar seus negócios e ir embora porque está sendo mais taxado. Fomos para um caminho mais individualista. Precisamos ter menos competição e mais colaboração”, encerra.

Além de empresário, Pacifico atua como escritor, ativista e conselheiro do Greenpeace. Ele também é autor dos livros “Onda Azul” e “Seja Líder Como o Mundo Precisa”, já foi apresentador de programas na Rádio Globo, além de ter escrito artigos sobre bem-estar corporativo.

 

 https://istoedinheiro.com.br/empresario-impacto-social-taxacao-de-ricos/


Justiça aceita recuperação judicial de empresa de Eike Batista; entenda a situação da OSX

 


Eike

Situação da empresa é muito diferente do primeiro processo de RJ (Crédito: Agência Senado)

A justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido de recuperação judicial da OSX, companhia de estaleiros do empresário Eike Batista, nesta terça-feira, 23. A empresa acumula dívidas de R$ 7,9 bilhões. 

Este é o segundo pedido de RJ da empresa. Em 2013, com dívidas de R$ 5,3 bilhões, o pedido foi aceito pela justiça. O processo foi encerrado em 2020, com um acordo entre os credores. 

O fato da empresa já ter solicitado a recuperação judicial não impede que ela peça outra vez. Os pedidos só não podem acontecer em um prazo anterior de cinco anos. É o que explica o advogado Marcelo Godke, sócio do escritório Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial e Societário.

“A empresa pode pedir mais do que duas vezes, só que há um prazo de cinco anos entre uma concessão de um pedido e outro. Como a outra recuperação foi obtida há mais tempo que isso, então a empresa está legitimada a pedir de novo a recuperação judicial. Não é um problema por si só, a lei permite isso”, explicou. 

Em novembro do ano passado, a companhia recebeu uma cobrança de R$ 400 milhões da Prumo, controladora do Porto de Açu. Para evitar essa cobrança, a companhia entrou com um pedido de suspensão do pagamento dos credores por 60 dias à  3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Com o prazo vencido, a companhia entrou com o pedido de recuperação judicial. 

Situação da empresa gera dúvida 

Se do ponto de vista jurídico não há problema no segundo pedido, ele levanta alguns questionamentos do ponto de vista prático, ou seja, de como a empresa vai se organizar financeiramente e de onde vai tirar os recursos para pagar a dívida bilionária. 

A advogada Thais Cordeira, sócia do escritório Maia & Anjos Advogados e especialista em recuperação judicial, lembrou que na ocasião do primeiro pedido, em 2013, a OSX fazia parte de um grupo de empresas de Eike Batista e que patrimônio dessas companhias foram liquidados para o cumprimento. Ela reforçou que a realidade hoje é outra. 

“A capacidade financeira da empresa em 2013 era totalmente diferente da de hoje. Ativos foram liquidados e que permitiram sair da primeira RJ. A OSX fazia parte de um grupo. Nesse caso você pode liquidar ativos de outras empresas para fazer o pagamento desse plano. É uma forma de circular a riqueza entre uma empresa e outras. Hoje poucas empresas estão sob a administração do Eike e eu não sei qual é a base desse plano”, encerrou.


CEO da United Airlines diz que considera alternativas que não incluam avião da Boeing

 

United Airlines tem novo presidente

O CEO da United Airlines, Scott Kirby, disse nesta terça-feira, 23, em entrevista à CNBC que acredita que os aviões Max 9 da Boeing, que ficaram encalhados devido a problemas de operação, poderão ser liberados para voar novamente em breve, mas afirmou estar “desapontado que os desafios de fabricação continuem acontecendo na Boeing”.

A United tem um pedido permanente de jatos Max 10, uma versão maior da linha Max. No entanto, esse modelo e um modelo menor, o Max 7, estão anos atrasados para serem certificados pela Administração Federal de Aviação americana.

Kirby destacou que ficar sem estes aviões, que já estão cinco anos atrasados, significa que a United deve ter um crescimento bem mais lento, e agora a companhia trabalha com possibilidades que não incluam o modelo Max 10 em seus planos. Segundo ele, atualmente existe apenas um outro fabricante global de aviões tão grandes que poderiam substituir os aviões da Boeing – o rival europeu Airbus.

O CEO da United disse que a Boeing precisa de “ações reais” para restaurar sua reputação. Na segunda-feira, a companhia aérea afirmou que espera perder dinheiro no primeiro trimestre devido aos problemas dos jatos da Boeing.