Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação
O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que os bancos centrais (BCs) ao redor do mundo tenham cautela ao reduzir juros conforme a inflação alcance a meta, para evitar cortes prematuros ou prolongar demasiadamente o aperto monetário. Ao mesmo tempo, a instituição reforça que os governos devem aproveitar este cenário para garantir a consolidação fiscal.
“A prioridade de curto prazo para bancos centrais é entregar um pouso suave”, afirma o FMI, na atualização de janeiro do Relatório de Perspectivas da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira, 30. “Como os fatores e a dinâmica da inflação diferem entre as economias, as necessidades de políticas para garantir a estabilidade de preços são cada vez mais diferenciadas.”
Para o FMI, o equilíbrio está em garantir que as pressões salariais e de preços “estão claramente desaparecendo” para evitar declarar vitória prematura contra a inflação – o que exigiria voltar atrás, caso apareçam surpresas altistas no curto prazo. Assim, a instituição vê espaço para que os BCs globais ajustem gradualmente a política monetária para níveis neutros dos juros, enquanto sinalizam comprometimento com a estabilidade de preços, evitando o risco de pesar demais sobre o crescimento econômico.
E com a materialização de um cenário de pouso suave, o FMI recomenda que a política fiscal também seja calibrada no ritmo apropriado para as “circunstâncias específicas de cada país”. O relatório projeta que uma consolidação fiscal guiada por “planos confiáveis de médio prazo” garantirá a restauração de um espaço de manobra orçamentário para os países que sofrem com níveis elevados de endividamento desde a pandemia.
“Mobilizar a receita doméstica, endereçar rigidez de gastos e reforçar estruturas fiscais institucionais provavelmente apoiarão os esforços de ajustes em economias com necessidades de gastos consideráveis”, aponta o FMI. Já países em alto risco de estresse, será necessária também uma reestruturação da dívida pública, recomenda o relatório.
O FMI também afirma que estas políticas devem ser acompanhadas por reformas estruturais com foco em garantir um crescimento econômico sustentável de médio prazo, fornecer o financiamento para acelerar a transição verde e fortalecer a cooperação internacional. Esta última teria como objetivo mitigar os efeitos da fragmentação da economia global em blocos. “Intensificar a melhora nas cadeias de oferta facilitaria a redução da inflação e da dívida, permitindo um aumento duradouro nos padrões de vida”, conclui a instituição.
Negociações de acordo Mercosul-UE seguem em nível técnico, diz secretária do MDIC
A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, disse nesta terça-feira, 30, que as negociações para o fechamento de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, costurado há mais de 20 anos, seguem em nível técnico. Na segunda-feira, a França disse que as negociações estavam interrompidas, mas o bloco europeu se manifestou nesta terça de forma contrária.
“À luz do entendimento da última reunião do Mercosul, as negociações seguem no nível de negociadores-chefes, em nível técnico. É difícil cravar uma data, não faria isso aqui. O que posso dizer é que as conversas seguem”, disse ela, em entrevista coletiva para comentar sobre o grupo de trabalho de desenvolvimento e investimento do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20).
A secretária afirmou que o governo brasileiro não ignora as posições apresentadas de fora do bloco do sul. “O Mercosul negocia com a comissão, não com Estados-membros”, disse após perguntas de jornalistas sobre informações contraditórias sobre o tema na Europa.
O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou no último dia 22 que, de volta ao ostracismo público após as falas duras da França sobre o acordo, o tema pode surpreender quem apostava em nova hibernação do assunto. Fora dos holofotes, o corpo diplomático dos dois blocos continua a trabalhar diuturnamente por um consenso e começa a ser formada uma expectativa de que o tratado possa ser finalizado ainda no primeiro semestre de 2024.
Já se fala, inclusive, na volta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil nos próximos meses com o objetivo específico de assinar o documento.
Petrobras considera cooperação internacional em novas fronteiras, como a Margem Equatorial
A Petrobras informou, em apresentação para investidores estrangeiros em Nova York, que é possível a participação de empresas internacionais na exploração de novas fronteiras, como a Margem Equatorial, no Norte do País. Sem dar detalhes, a estatal destacou a região como a principal a ser explorada nos próximos anos.
A companhia está realizando o seu primeiro “Deep Dive” (mergulho profundo), para detalhar o Plano Estratégico 2024-28 para investidores internacionais.
O evento conta com a presença do presidente da estatal, Jean Paul Prates, e quase toda a diretoria, e termina na quarta-feira, 31.
Além da Margem Equatorial, onde serão perfurados 16 poços, a estatal disse aos investidores que pretende fazer mais 6 poços na Colômbia até 2028.
Sistema de consórcios cresce 25% e movimenta R$ 316,7 bi em 2023
Volume de participantes ativos no sistema de consórcios chegou a 10,29 milhões, uma alta de 9,4%, tornando-se um resultado inédito no País (Crédito: Freepik)
O Sistema de Consórcios movimentou mais de R$ 316,7 bilhões em 2023, um crescimento de 25,6% na comparação com 2022. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Segundo a entidade, o volume movimentado representa um recorde no setor.
Já o volume de participantes ativos consolidados no sistema de consórcios chegou a 10,29 milhões, uma alta de 9,4%, tornando-se um resultado inédito no país.
Para o diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, o crescimento constante é consequência do cenário econômico, já que, com a alta dos juros, os consórcios representam uma alternativa para quem deseja fazer aquisições de bens ou outros produtos de maior valor agregado.
“Os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. O consórcio, por não contar com juros, mas sim com uma taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo”, explica.
Outro fator atrativo para o cenário, é o fato dos consórcios englobarem diferentes produtos e objetivos, que vão desde imóveis até a aquisição de serviços. Dos seis indicadores analisados pela Abac, quatro registram alta: imóveis (20,8%), veículos leves (13,1%), motocicletas (4,0%) e veículos pesados (2,5%).
O número de contemplações, consorciados que puderam utilizar o crédito, também registraram aumento, chegando a 1,62 milhões, 6,6% maior que em 2022, e o ticket médio mensal passou de R$59,56 mil para R$74,24 mil, uma alta de 24,6%.
“Para fugir do crescente endividamento, os brasileiros buscam alternativas que possibilitem a realização de seus sonhos, sem ônus para as finanças familiares e sem comprometer a renda total. O mercado tradicional é muito complexo e o sistema de consórcios proporciona um maior poder de compra para a aquisição do investimento”, acrescenta o especialista.
Para este ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o mercado financeiro estimam novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, chegando a uma suposição de encerramento anual abaixo de 9,25%. No entanto, na avaliação de Lamounier, o número continua alto e por isso o setor de consórcios deve ganhar ainda mais espaço.
“A redução não tem grande interferência no mercado de consórcios, já que os juros ainda continuam elevados, o que tende a atrair mais brasileiros. É esperado que a tendência de crescimento do setor, que vemos ao longo dos anos, permaneça em desenvolvimento e expansão”, complementa.
BNDES anunciará ampliação de recursos ao agronegócio, diz Fávaro, após reunião com Haddad
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciará ampliação de recursos ao agronegócio. “O BNDES está preparando anúncios. No dia 2, deverá ter algum anúncio. Medidas estruturantes virão depois do levantamento da equipe econômica de endividamento do setor e custos”, afirmou Fávaro após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira.
Segundo o ministro, o BNDES também será chamado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir a crise enfrentada pelo agro.
Fávaro se reunirá com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na próxima sexta-feira, 2, no Rio de Janeiro.
Conforme mostrou o Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), há expectativa de que o BNDES anuncie novo aporte de R$ 4 bilhões para financiamento de investimentos agropecuários dentro da linha BNDES Crédito Rural, com custo fixo em dólares americanos (TFBD).
O banco de fomento também deve criar uma linha dolarizada para custeio agropecuário, com recursos voltados diretamente a produtores afetados pela quebra de safra ou a revendas para refinanciarem o custeio.
IPCA para 2024 passa de 3,86% para 3,81%, aponta Focus
Para 2025, por sua vez, a projeção do Focus passou de 3,51% para 3,50%, considerando 102 atualizações no período. (Crédito: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
A expectativa para a inflação de 2024 caiu pela terceira semana seguida no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira, 30. A projeção passou de 3,86% para 3,81%. Um mês antes, a mediana era de 3,90%. Para 2025, que também está no foco da política monetária, a projeção seguiu em 3,50%, pela 27ª semana seguida.
Considerando as 106 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 passou de 3,87% para 3,80%. Para 2025, por sua vez, a projeção passou de 3,51% para 3,50%, considerando 102 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 30ª semana consecutiva – seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa permaneceu em 3,50%, como também está há 30 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou em dezembro projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, abaixo dos 3,6% da reunião anterior, de novembro. Para 2025, seguiu em 3,2%. O colegiado reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.
Projeção Focus suavizada
Os economistas do mercado financeiro reduziram levemente a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana, de 3,86% para 3,82%, de 3,88% há um mês.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. “Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias”, disse o ministro, em São Paulo.
Como mostrou o Estadão/Broadcast neste mês, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula, o decreto da meta de inflação deve ser finalmente publicado. O governo enxergava o período até o fim do recesso do Legislativo como uma “boa janela”. “O documento já está esboçado. É apenas uma questão de timing e, até a volta do Congresso, pode ser um bom momento”, comentou uma fonte.
Curto prazo
Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo no Relatório de Mercado Focus desta segunda. A mediana para janeiro de 2024 passou de 0,44% para 0,39%. Há um mês, a expectativa era de 0,36%.
Para o IPCA de fevereiro, a estimativa passou de 0,66% para 0,67%, de 0,64% um mês antes. Já para março, a previsão para o indicador passou de 0,29% para 0,28%, ante 0,32% de quatro semanas atrás.