Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O ano de 2023 foi positivo para o BTG Pactual, que obteve receitas
totais de R$ 21,6 bilhões e lucro líquido ajustado de R$ 10,4 bilhões.
Os números representam resultados recordes para o período, com
crescimento de 25% em relação a 2022 nas duas linhas do balanço. No
quarto trimestre de 2023, as receitas atingiram R$ 5,7 bilhões, aumento
de 56% em relação ao mesmo período de 2022. Já o lucro líquido ajustado
foi de R$ 2,8 bilhões, crescimento de 61% no mesmo comparativo. O banco
reportou crescimento significativo nas principais linhas de negócios no
ano, com destaque para as franquias de clientes.
Linhas de Negócios
Em 2023, o BTG captou R$ 205 bilhões, alcançando R$ 1,6 trilhão em
recursos de clientes sob gestão e administração. A área de Investment
Banking manteve sua posição de liderança nos rankings da indústria e
fechou o ano com R$ 1,6 bilhão em receitas. Na área de Corporate &
SME Lending, foi registrado recorde de receitas, com R$ 5,1 bilhões e
avanço de 88% na comparação anual. Já a área de Sales & Trading
apresentou o melhor resultado da história, com contribuição das
franquias de clientes, e encerrou o período com receita total de R$ 6,2
bilhões, crescimento de 17%.
A Lojas Marisa terá, pela primeira vez, uma mulher como
presidente. Andrea Menezes assume o cargo em substituição a João Nogueira
Batista, que atuava como CEO desde fevereiro de 2023. A executiva é conselheira
independente da rede desde maio do ano passado e também já passou pelos bancos Fibra, Standard
de Investimentos, JPMorgan, Banco Cargill, Merrill Lynch e
Lehman Brothers Brasil. Andrea é especialista em finanças, estratégia, ESG e
inovação. A Marisa afirma que a mudança integra a conclusão das etapas de sua
reestruturação operacional e do processo de redução de custos.
Nova Fase no Negócio
"A troca na gestão ocorre em atendimento ao plano de
reestruturação traçado pela diretoria e pelo Conselho de Administração, que a
partir desta data entra em nova fase e contemplará, dentre outros vetores, o
reposicionamento comercial da companhia", informa a varejista, em comunicado ao
mercado. Além disso, a rede também anunciou Roberta Ribeiro Leal como diretora
de relações com investidores. O cargo será exercido de forma cumulativa às
funções de diretora financeira (CFO) já exercidas pela executiva.
Os
pedidos de recuperação judicial saltaram em 2023 em 68,7% na comparação
com o ano anterior, atingindo 1,4 mil pedidos, de acordo com informação
divulgada pela Serasa Experian. Este foi o quarto maior número de
pedidos já registrado desde 2005, quando a Serasa Experian iniciou a
série histórica.
O
maior número de pedidos de recuperação judicial aconteceu em 2016,
quando 1,8 mil empresas recorreram à Justiça para se protegerem de seus
credores. O número de pedidos atingiu a marca de 1,420 mil em 2017 e de
1,408 mil em 2018.
O ano de 2023 foi marcado pelos pedidos de recuperação de grandes empresas como Americanas, Light e Oi.
A expectativa de especialistas ouvidos pelo Broadcast
(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ainda em 2023 era
de que este ano, o número de reestruturações de dívida de empresas
seguiria crescendo.
A Gol, por exemplo, já entrou com pedido de recuperação judicial, mas nos Estados Unidos.
“O
ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas,
influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial.
Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da
inflação e das taxas de juros, a reação no cenário de recuperação
judicial mostra-se mais lenta”, comenta o economista da Serasa Experian,
Luiz Rabi.
O setor de serviços puxou o número de pedidos
de recuperações em 2023, com 651 pedidos, seguido por comércio, com 379
solicitações.
Em dezembro de 2023, foram registradas 102
requisições de recuperações judiciais, uma alta de 32,5% em relação ao
mesmo mês de 2022. Na variação mensal, a indicação foi de queda de
41,7%.
Falências
Os pedidos de falências também tiveram alta em 2023: foram 983 pedidos ante 866 registrados em 2022, um aumento de 13,5%.
Foram as “micro e pequenas empresas” que puxaram a alta (546), seguidas pelas “médias” (231) e pelas grandes companhias (206).
O setor que mais demandou pelos pedidos foi o de serviços (373), seguido por indústria (311) e comércio (292).
O
setor de companhias aéreas poderá ter acesso, ainda neste ano, a uma
linha de crédito específica via Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). O objetivo é reverter a crise que tem se
intensificado no setor desde 2020. No entanto, para que haja chance de
efeito, não só os juros deverão ser mais baixos, como os prazos para
pagamentos precisarão ser estendidos, avaliam analistas. Ainda assim,
outros fatores deverão ser observados para que as novas dívidas sejam
equacionadas e o fôlego para as operações se torne duradouro.
A
nova fonte de empréstimos é uma das três medidas que estão sendo
discutidas pelo governo federal, conforme já anunciado pelo ministro de
Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Para que seja viabilizada, a
linha de crédito via BNDES precisa de um fundo garantidor. Uma das
possibilidades é de que isso seja feito com recursos do Fundo Nacional
de Aviação Civil (Fnac), já em discussão no Congresso por meio do
projeto de lei 3.221/2023. Outro caminho citado recentemente por Costa
Filho é a criação de um novo fundo, sendo específico para as companhias e
sem ligação com o Fnac.
Ainda
não se tem detalhes sobre as condições da futura linha de crédito –
volume de recursos, juros e prazo para pagamento. Contudo, pelas
próprias características do BNDES, a expectativa é de taxas menores que a
praxe de mercado e com facilitação de pagamento. “As empresas terão uma
injeção de capital relevante para que possam manter e até ampliar a sua
operação, buscando recuperar o potencial de ganho de receitas de
maneira sustentável”, diz o advogado Marcelo John Cota de A. Filho, do
escritório Schiefler Advocacia.
As companhias que operam no
mercado doméstico brasileiro têm reportado prejuízos bilionários nos
últimos anos. Os representantes dizem que a situação foi agravada
durante a pandemia de covid-19, com baixa nas operações, aumento do
querosene de aviação (QAV) e até dificuldades na aquisição de novas
aeronaves por problemas nas cadeias de suprimentos. Com exceção da
demanda por voos, que tem aumentado paulatinamente, os outros dois
problemas seguem assombrando o setor.
“As aéreas necessitam
de grandes volumes de capital para manter suas operações e aumentar a
capacidade de oferta. Diante de circunstâncias críticas com volume de
receitas baixo, contrair dívidas ao obter créditos para financiar essas
operações pode ser uma medida necessária. Inclusive, essa contratação
pode ser mais favorável que eventual emissão de debêntures ou de ações
com a diluição de capital”, observa o advogado Eduardo Teixeira Farah,
que atua na área de direito aeronáutico pelo NHM Advogados.
Resultados
Os
analistas consultados chamam a atenção para a necessidade de que a
linha de crédito seja acompanhada por outras medidas, o que inclui não
só ações de Estado, mas também de ajustes nas estratégias das próprias
companhias. “Embora forneça fôlego, não é uma garantia de recuperação.
Isso dependerá também das estratégias de negócios adotadas por cada
companhia aérea com os recursos captados através do crédito”, afirma o
advogado Marcelo John Cota de A. Filho.
Já na parte de
medidas adicionais que demandam ação do Estado, os analistas citam itens
como a melhoria dos serviços aeroportuários, das rotas atuais, a
ampliação da concorrência e a redução do preço do querosene de aviação. O
governo promete que no pacote de medidas a ser anunciado estará
contemplado o preço do querosene e ação para reduzir o número de
processos judiciais de passageiros contra companhias, outra reclamação
do setor.
Dúvidas sobre fonte garantidora
O
advogado Rodrigo Figueiredo, sócio do escritório RVF Advogados, diz que
é necessário lembrar que, em que pese o apoio do governo, o fundo
garantidor para a nova linha de crédito pode demorar a se concretizar.
“Na legislação atual, os recursos do Fnac não poderiam ser destinados a
instrumentalizar garantias em empréstimos às companhias aéreas – e seria
um risco jurídico significativo desviá-los para esse fim sem a devida
autorização legal”, explica.
Em entrevista publicada na sexta-feira, 26, o autor do PL 3.221/2023, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), afirmou ao Broadcast
(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que ainda falta o
governo se organizar internamente sobre o projeto e iniciar o trabalho
político para a aprovação. Contudo, um dia antes, Costa Filho falou pela
primeira vez sobre a possibilidade de, em vez do Fnac, criar um fundo
específico para as companhias.
Segundo o ministro, a
proposta de criação do novo fundo está sendo estudada pelo governo e
deve ser apresentada em dez dias. A ideia, conforme Costa Filho, é de
que esse fundo conte com recursos de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões,
mantendo a função de servir como garantidor para a linha de crédito via
BNDES.
“Ainda não está claro se o governo empregará
esforços políticos para aprovação urgente da matéria no Congresso ou se,
à míngua de aprovação dessa matéria pelo Legislativo, o próprio
Executivo desde logo buscará regular o assunto, por meio de medida
provisória, uma vez declarando a relevância e urgência do tema”, avalia
Figueiredo. Nesse cenário, o advogado lembra que o tema tem potencial
para criar rusgas entre o governo e os parlamentares.
O
próprio autor do projeto de lei que flexibiliza o uso do Fnac disse que
existe resistência entre deputados federais e senadores sobre as aéreas.
“Tem um grupo que fica batendo no setor porque em dezembro e janeiro já
costuma ter aumento de tarifas. Mas também falta o governo ter uma
iniciativa, agir de forma integrada dentro do Palácio do Planalto, na
Casa Civil”, afirmou Carreras.
Segundo o Fisco, os dados foram coletados por meio de técnicas
tradicionais e uso de inteligência artificial (Crédito: Receita
Federal/Divulgação)
Da redaçãoi
A
Receita Federal informou que identificou mais de R$ 1 bilhão em
bitcoins não declarados no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) de
2023. O montante corresponde a 25,1 mil pessoas físicas que possuem
bitcoins e não fizeram a declaração do criptoativo.
Segundo
o Fisco, os dados foram coletados por meio de técnicas tradicionais e
uso de inteligência artificial. Cada uma das 25 mil pessoas que teriam
posse de bitcoins possuíam, ao menos, 0,05 bitcoin, o equivalente a
cerca de R$ 10 mil em valores atuais. Todos os estados da federação têm
residentes não declarantes de bitcoins, mas a maior concentração fica
nas regiões centro-oeste e sul.
Também de acordo com a Receita,
181 pessoas com posse de bitcoins estariam no exterior. A depender de
novas avaliações do órgão, eles poderão ser dispensados de entregar a
declaração no Brasil.
De todas as declarações de imposto de renda
entregues pelas pessoas físicas em 2023, foram identificados 237,3 mil
investidores em bitcoins, com um montante acumulado de R$ 20,5 bilhões.
Os
dados apontam que mais da metade, 50,9% dos declarantes, fizeram
investimento de até R$ 1 mil. O valor de até R$ 10 mil foi informado por
80,6% das pessoas físicas. Há, também, investidores que indicam ter
mais de R$ 1 milhão em bitcoins.
Estímulo à conformidade dos bitcoins
Com
o objetivo de facilitar o correto preenchimento da declaração de
imposto de renda, a Receita Federal afirmou que disponibilizará dados de
bitcoins e outros criptoativos na declaração pré-preenchida em 2024,
assim como fez no ano passado.
Além disso, a fiscalização avalia
realizar ação de estímulo à autorregularização dos dados informados no
ano passado, incentivando a conformidade, sem a imposição de multas que
são devidas no caso de abertura de procedimentos fiscais.
“Haja
vista o surgimento de criptoativos que possuem valor individual muito
baixo, ao contrário do que acontece com bitcoins, e acompanhando a
dinâmica do mercado, a Receita Federal promoveu ajustes no leiaute da
declaração utilizada para captação de dados”, afirmou a Receita, em
nota.
O órgão também salientou que
avaliações periódicas realizadas sobre criptoativos constatou um
crescimento significativo dos stablecoins. As stablecoins, também
chamadas de moedas estáveis, são criptomoedas pareadas em algum ativo
estável ou cesta de ativos, de modo a controlar a sua volatilidade. Uma
stablecoin pode ser atrelada a uma criptomoeda, a uma moeda fiduciária, a
metais preciosos, como ouro e prata, ou a commodities, como o petróleo.
Distribuição de não declarantes de bitcoins por UF:
Capital
da InMotion Ventures, braço de investimentos da Jaguar Land Rover, será
usado na expansão da Energy Source, inclusive, para o atendimento de
clientes internacionais
A estratégia Reimagine da JLR envolve o lançamento de nove novos veículos elétricos até 2030, e ser carbono zero até 2039 (JLR)
A JLR, dona das marcas Jaguar e Land Rover, por meio do seu braço de venture capital InMotion Ventures, na Inglaterra, anunciou investimento de 1,2 milhão de dólares (cerca de 5,9 milhões de reais) na Energy Source, startup brasileira que oferece soluções para reparo, reutilização e reciclagem de baterias de lítio.
Esse
é o primeiro investimento da InMotion Ventures no Brasil, onde a equipe
busca capitalizar o crescente ecossistema de startups do país e ampliar
seu foco para além do Reino Unido e dos Estado Unidos.
Os
recursos serão utilizados para acelerar a expansão das operações da
Energy Source, que está em estágio inicial, permitindo que a startup
continue atendendo a clientes globais no futuro, a partir de sua planta
industrial de 4.500 metros quadrados, localizada em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo.
O investimento está alinhado com o roteiro global da JLR de eletrificação e ambições de sustentabilidade para permitir uma economia circular para baterias de veículos. A eletrificação das marcas Range Rover, Defender, Jaguar e Discovery está no centro da estratégia Reimagine (reimaginar, na tradução) da companhia, com a ambição de atingir o carbono líquido zero até 2039.
"Reparar,
reutilizar e reciclar baterias de lítio é fundamental para a estratégia
Reimagine da JLR, e é por isso que este é um primeiro investimento
importante para nós no Brasil. A participação no capital da Energy
Source coloca a JLR no caminho para o desenvolvimento de um ecossistema
de veículos elétricos de ponta a ponta", diz Igor Murakami, diretor de novos serviços e inovação aberta da JLR.
Mais luxo, mais sustentabilidade
A JLR assumiu o compromisso de seguir as metas aprovadas pela iniciativa Science Based Targets initiative (SBTi)
até 2030, buscando diminuir em 46% as emissões de gases que causam o
efeito estufa em todas as suas operações e reduzir, em média, 54% as
emissões por veículo ao longo de toda a cadeia produtiva.
Com
a previsão de lançar nove carros elétricos até 2030, a empresa
reconhece a importância de abordar o impacto ambiental e o ciclo de vida
das baterias para alcançar suas metas de sustentabilidade.
Segundo Paulo Manzano, CMO do grupo JLR no Brasil e na América Latina, em entrevista ao podcast Clube CMO da EXAME, esse é o momento mais disruptivo do mercado ao longo dos mais de um século de indústria automobilística.
Em 2023, a marca também adotou uma nova identidade corporativa,
quando passou a se apresentar como JLR. “Viramos uma house of brands.
Deixamos de ser uma fábrica de automóveis que faz carros de luxo. E
passamos a ser uma empresa de luxo que fabrica automóveis”, afirmou João Oliveira, CEO da Jaguar Land Rover no Brasil, na ocasião.
O executivo ainda destacou que a eletrificação é prioridade para a companhia. “Todo ano virão produtos eletrificados novos. Temos fábrica no Brasil (em Itatiaia, no Rio de Janeiro),
onde produzimos Discovery Sport e Evoque, e temos um estudo para que
ela possa começar a fornecer modelos elétricos, inclusive para outros
mercados, como os Estados Unidos.”
A startup brasileira Energy Source oferece soluções para reparo, reutilização e reciclagem de baterias
Desafios dos fabricantes de veículos elétricos
A
Energy Source iniciou as atividades no Brasil em 2016 e logo se tornou a
primeira empresa da América Latina a fabricar baterias estacionárias de
lítio de segunda vida para energia solar, telecomunicações, sistemas de
segurança, entre outros.
A
startup evoluiu para se posicionar como um balcão único para baterias
de lítio e, atualmente, como uma indústria completa de transformação de
metais. Nos últimos sete anos, produziu aproximadamente 10 MW/h de
baterias, reciclou 700 toneladas de baterias não reutilizáveis e reparou
outras 5 toneladas delas, evitando que 1.600 toneladas de carbono
fossem emitidas na atmosfera.
Com
uma oferta que cobre todos os serviços de pós-produção, a Energy Source
está enfrentando os principais desafios dos fabricantes de veículos
elétricos (OEMs): gerenciamento de baterias no final de sua vida útil e
otimização do ciclo de vida. A empresa oferece reparos locais para
prolongar a vida das baterias existentes, evitando que os OEMs
substituam um componente que pode representar até 70% do preço de venda
do veículo elétrico.
Os
sistemas de armazenamento de segunda vida da empresa permitem que os
fabricantes explorem novas fontes de receita e oportunidades de economia
de energia, como a instalação de estações de carregamento renováveis
alimentadas por bateria em varejistas.
Além
disso, suas operações de reciclagem de baterias possibilitam que os
fabricantes recuperem materiais de alto valor das células gastas,
aumentando a circularidade e reduzindo a necessidade de novas atividades
de mineração.
"A
minha visão é impulsionar um progresso substancial na resposta aos
desafios da eletrificação da frota e no avanço da indústria eletrônica. A
parceria com a JLR e a InMotion Ventures não é apenas uma escolha, mas o
caminho ideal para concretizar as nossas ambições. Juntos, vamos
aproveitar a experiência e os recursos coletivos, preparando o caminho
para o próximo passo significativo na nossa jornada em direção a
soluções impactantes", conclui David Noronha, CEO e fundador da Energy Source.
Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais
Graduada
em Jornalismo, com MBA em Marketing Digital pela FGV e passagens por
veículos como Estadão e Época Negócios. Escreve sobre marketing e atua
em projetos especiais como a Melhores e Maiores, Exame CEO e o Clube CMO
País terá primeira
refinaria em larga escala e seu papel será fundamental na nova geração
de veículos elétricos; operação começa em maio
Segundo
Scherer, o primeiro módulo poderá produzir 20 mil toneladas de
hidróxido de lítio/ano, o suficiente para fabricar meio milhão de
baterias de carro (AFP) (AFP/AFP Photo)
Conhecida no passado pelos desastres ambientais derivados da indústria e mineração, a cidade de Bitterfeld-Wolfen caminha para se tornar um local-chave na ambiciosa transição ecológica da Alemanha com a implantação da primeira refinaria de lítio em larga escala do país.
Assim
como a extração, a refinaria tem o objetivo de desempenhar um papel
fundamental para os planos europeus na missão de explorar e aprimorar as
próprias matérias-primas necessárias para alimentar uma nova geração de veículos elétricos.
A fábrica começará a produzir o lítio, um pó branco, em maio. A operação de refino contará, inicialmente, com o lítio importado do Brasil.
Este material é um dos metais necessários para fabricar baterias elétricas, das quais a Europa deseja reduzir sua dependência de importação.
O
aumento da demanda por baterias era "previsível", explica Stefan
Scherer, diretor da AMG Lithium, uma empresa que "se juntou à onda" e
lançou o projeto da refinaria de lítio há mais de quatro anos.
Bitterfeld-Wolfen, leste da Alemanha, a cerca de 140 quilômetros de Berlim, foi escolhida por sua "proximidade com os clientes".
A Europa
considera sua dependência de importações de metais raros como uma
desvantagem crescente, em um contexto de tensões geopolíticas -
especialmente com a China.
Potencial de produção
Apesar de não ser o maior produtor de lítio bruto, a China possui grande parte da capacidade global de processo, assim como produção de baterias.
Segundo a Cepal, Chile, Bolívia e Argentina formam o chamado "triângulo do lítio", pois possuem 56% do total mundial do metal.
No ano passado, a União Europeia
apresentou propostas para garantir o fornecimento e aumentar a extração
e transformação de matérias-primas, essenciais para a indústria
europeia.
O objetivo é assegurar 40% do refinamento de matérias essenciais em seu território.
Scherer
afirma que o primeiro módulo poderá produzir 20.000 toneladas de
hidróxido de lítio por ano, o suficiente para fabricar meio milhão de
baterias de carro. Outras unidades poderiam ser acrescentadas durante o
tempo para atingir 100.000 toneladas, "até 20%" da demanda na Europa.
Para
a indústria alemã, e especialmente para os fabricantes de automóveis, a
deslocalização da produção de lítio "aumenta sua resistência em caso de
tensões na cadeia de suprimentos internacional", segundo o especialista
em mobilidade elétrica do think tank Transport and Environment, Yoann Gimbert.
Projeto de mina
Em Zinnwald, município próximo à fronteira com a República Tcheca, um projeto apoiado pela AMG quer completar a cadeia produtiva, com a exploração de um promissor depósito de lítio.
O
objetivo de extração de 10% fixado pela UE demonstra a dificuldade de
abastecer-se localmente com grandes quantidades de lítio.
Embora
a extração seja apenas uma solução parcial, a nova capacidade de
processamento traçada na Europa poderia "satisfazer totalmente a
demanda", afirma o analista da IW Consult, Cornelius Baehr.
No
entanto, em sua opinião, a implementação dos projetos atuais ainda é
incerta, e o tempo de inauguração das novas instalações - entre cinco e
dez anos - significa que o objetivo da UE para 2030 "não será fácil de
alcançar".