quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

“O Magazine Luiza não tem medo do novo”, diz Luiza Helena Trajano ao Limonada, da Oficina Reserva

 


Uma das dez participantes da nova temporada do programa, empresária fala sobre o início de sua trajetória e dos maiores erros e acertos como gestora

 

 “O Magazine Luiza não tem medo do novo”, diz Luiza Helena Trajano ao Limonada, da Oficina Reserva

 

 

Luiza Helena Trajano é uma empreendedora? Sobrinha da fundadora do Magazine Luiza, que ajudou a modernizar e a transformar em um gigante que faturou R$ 60 bilhões em 2022, ela se enxerga mais como uma gestora. “Empreendedor é aquele que busca a solução”, disse ela ao programa Limonada, da Oficina Reserva, cuja nova temporada foi produzida em parceria com a EXAME. “Já eu sou mais gestora. Todo mundo precisa entender se é mais gestor do que empreendedor ou mais empreendedor do que gestor. Do contrário você não pede ajuda. Eu não teria feito o que a minha tia fez: comprar sem dinheiro uma loja e trabalhar dia e noite. Mas ela precisou de alguém que a ajudasse a estruturar o negócio, a ter gestão.”

Limonada: uma série de entrevistas

O Limonada surgiu como uma série de podcasts. Bernardinho, Luciano Huck e Eduardo Mufarej, do RenovaBR, foram algumas das personalidades que participaram da primeira temporada. Reformulado, o programa passou a trazer uma série de entrevistas exclusivas com empreendedores brasileiros, com o objetivo de dar o devido destaque àqueles que são “construtores de soluções” e “transformadores de limões em limonadas”.

Essas duas descrições fazem parte do manifesto da marca que o grupo Reserva lançou em 2018, a Oficina Reserva. A grife, cuja razão de ser é vestir e dar voz a empreendedores do tipo, é conhecida pelas peças sem estampas ou símbolos e pela evidente aposta no minimalismo. A Oficina Reserva é voltada, explica o manifesto, “para gente que vai lá e faz”.

Quem apresenta a nova temporada do Limonada é Ivan Padilla, editor de Casual da EXAME. Além de Luiza Helena Trajano, uma das mulheres mais ricas do país, ele conversou com Alex Atala, Edu Lyra, João Adibe, Camila Farani, Dilma Campos, Fernanda Ribeiro, Diogo Roberte, Gustavo Cerbasi e Facundo Guerra. Todas as entrevistas foram gravadas em vídeo e podem ser assistidas, na íntegra, gratuitamente.

Uma aula de empatia Em seu episódio, Luiza Helena Trajano contou que começou a trabalhar no Magalu quando tinha 12 anos de idade — calma, só durante as férias. Isso porque ela queria comprar presentes. “Então vai trabalhar”, disse-lhe a mãe. “Foi muito legal”, afirmou a empresária, que hoje preside o conselho de administração da companhia. “Todos os meus primos, depois meus filhos e até minha neta foram trabalhar lá em dezembro.”

Ela começou a dar expediente de fato na empresa só aos 17 anos. “Comecei no balcão de vendas, onde aprendi o que é empatia, algo fundamental no varejo”, recordou. “É trocar de papel com o outro, mas se colocando no mundo do outro. Você entra em contato com clientes muito simples, por exemplo, e que não sabem muito como comprar. E você precisa saber ajudá-los.”

“Vivo acertando e errando” Depois de passar por diversas áreas, da cobrança à gerência, das vendas à direção comercial, Luiza Helena assumiu o comando do Magalu em 1991. “Não tenho muito compromisso com acertos”, admitiu a Padilla. “Vou fazendo. E se eu errar, pego outro caminho. Então vivo acertando e errando. Não tem jeito, você não pode ensinar um filho a não errar. Você tem de ensiná-lo a ‘redirecionar o erro’ rapidamente. Eu não sofro muito porque não tenho o compromisso de acertar em tudo. Treinei-me para dar o melhor de mim em cada momento, seja ele qual for. Ok, acho que erramos ao comprar muitas empresas de um certo tipo, e poucas de outro — não que todas não estejam bem.”

Qual foi o maior acerto dela como empresária? Ela respondeu a essa pergunta da seguinte maneira: “Manter a cabeça aberta para o novo. O Magazine Luiza não tem medo do novo, e isso vem da minha tia. Quando ela comprou uma antiga lojinha, chamada Cristaleira, só tinha dinheiro para pagar a primeira prestação. Daí ela fez um concurso na única rádio da cidade para o povo escolher o nome, o que só foi possível porque minha tia já era conhecida. Nossa família gosta de se arriscar e do novo. Viver sob os louros de vitórias passadas não é comigo. Vamos celebrar as conquistas? Vamos. Mas bola para frente”.

Trajano, por sinal, disse que não dá muita bola para riscos. Instada a apontar sua maior qualidade como empreendedora e gestora, disse o seguinte: “Acho que é o carisma e a capacidade de falar a verdade. Quando optei por ser eu mesma as pessoas passaram a me olhar de outra forma, sabendo que eu estou falando a verdade. Destaco também a minha capacidade de buscar aprender com tudo. E detesto diagnósticos — de que adianta só dizer que algo está ruim? Prefiro fazer acontecer e tenho muita capacidade de colocar ideias em prática”.

Fábrica de Juiz de Fora busca mercado externo da energia solar

 

Atualmente, os principais destinos da empresa são os mercados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso

 


img
Fábrica na Zona da Mata produz equipamentos para geração distribuída (GD) de energia solar e tem cerca de 240 funcionários | Crédito: Divulgação/MTR-Arcol 
 

A MTR-Arcol realizará investimentos de R$ 50 milhões para expansão da sua fábrica em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A expectativa da fabricante de equipamentos para geração distribuída (GD) de energia solar é que as vendas cresçam 30% em 2024. A empresa, uma joint venture do Grupo MTR Solar com Arcol, pretende dobrar a produção de estruturas fixas para usinas de solo e planeja dar um novo passo ainda este ano: expandir suas vendas para exportações na América Latina, África e Europa.

Atualmente, os principais destinos da empresa são os mercados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso. “Estamos nos preparando para atender exportação nos nossos certificados internacionais, para que possamos atender América Latina, parte da Europa, África, e de forma muito sólida. A partir do segundo semestre, ou, se demorar muito, no início do ano que vem”, revela o diretor da MTR-Arcol, Adriano Nascimento. Em 2023, as vendas da empresa cresceram 45%.

O diretor explica que a fabricante decidiu apontar para novos mercados de energia solar por conta de seus atuais clientes. Alguns são empresas estrangeiras que querem levar as soluções de geração distribuída da fábrica de Juiz de Fora aos outros países onde atuam.

A previsão de começar a exportar apenas no segundo semestre – ou no ano que vem – deve-se ao demorado processo para se adequar ao mercado externo. A MTR-Arcol está na finalização do seu certificado internacional com empresas dos Estados Unidos, China e Espanha homologadas para essa certificação.

A expectativa do crescimento de 30% nas vendas representa ultrapassar a barreira de 2 Gigawatts-pico (GWp) instalados. No mercado de energia solar, a empresa já conta com mais de 1,5 GWp instalados.

Crescimento da fábrica de Juiz de Fora

Empreendimento de tecnologia nacional, a MTR-Arcol buscou parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para desenvolvimento de sua equipe de trabalho e equipamentos. “Estamos envolvendo também o setor público e o setor de apoio à indústria nacional nesse planejamento de crescimento”, comenta o diretor. A intenção é que a MTR-Arcol se torne uma fábrica 4.0, com um sistema operacional digital totalmente integrado ao fim do segundo semestre deste ano.

Hoje com cerca de 240 empregados, a estimativa da empresa é aumentar a equipe para, ao menos, 380 funcionários. “Expandindo somente para fabricar 2 GWp, já estamos planejando um passo bem além. Na verdade, é a base de um projeto bem maior que vamos estar pavimentando ao longo dessa jornada”, conta Nascimento.

Geração centralizada de energia solar no radar

Além da exportação, o outro passo no radar da indústria de Juiz de Fora para expandir seus negócios está na geração centralizada de energia solar. O novo segmento aumentaria sobremaneira o mercado da MTR-Arcol, especializada na geração distribuída.

A empresa analisa o momento certo de entrar neste ramo que, no momento, está em baixa. “Estamos focados em geração distribuída, mas assim que a geração centralizada aquecer novamente, a gente já vai estar com a base preparada para entrar nesse mercado. Estamos só está observando”, finaliza Nascimento.


Lucro líquido recorrente do Bradesco é de R$ 2,878 bi no 4º trimestre, alta de 80,4% em um ano

 

Bradesco apresenta novo logo, que não sofria alterações ...

O Bradesco encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido recorrente de R$ 2,878 bilhões, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira, 7. O resultado é 80,4% maior que o do mesmo intervalo de 2022, em que o banco fez uma provisão à toda a exposição que tinha à Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro do ano passado. Entretanto, o resultado foi 37,7% abaixo do registrado no terceiro trimestre do ano passado.

Em 2023, o Bradesco teve lucro líquido recorrente de R$ 16,297 bilhões, número 21,2% menor que o do ano de 2022. O ano foi marcado por uma pressão da inadimplência de empréstimos concedidos até meados do ano anterior, mais afetados pela alta da inflação e dos juros. Para conter riscos, o banco freou as concessões de crédito em linhas mais arriscadas, o que reduziu o crescimento das receitas.

Estes efeitos se repetiram no quarto trimestre, em que o banco registrou ainda R$ 1,175 bilhão em efeitos não recorrentes. Destes, R$ 570 milhões foram destinados a uma provisão para a reestruturação, em especial na rede de agências. Trata-se de um primeiro passo do plano estratégico que o novo presidente, Marcelo Noronha, vai implementar no banco.

“Agora, o Bradesco começa a executar um novo plano de iniciativas, que não tem paralelo na história do banco”, afirmou Noronha, através de nota. Ele disse que o balanço divulgado hoje começa a mostrar melhorias, em especial na aceleração do crédito massificado, que é mais rentável.

“Considerando a qualidade das novas safras, vemos espaço para continuar expandindo a originação”, disse o executivo.

No final de 2023, o banco tinha R$ 1,964 trilhão em ativos, crescimento de 7,3% no comparativo anual. O patrimônio líquido foi a R$ 161,182 bilhões, alta de 4,5% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 6,9%, alta de 3 pontos porcentuais em um ano, mas uma queda de 4,4 p.p. em um trimestre.

A carteira de crédito do Bradesco encerrou o trimestre em R$ 877,285 bilhões, baixa de 1,6% em um ano. Foi sustentada pelas operações para pessoas físicas, que subiram 1,2%, enquanto a carteira de pessoas jurídicas caiu 3,6%. A inadimplência era de 5,1%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,8 p.p. em um ano.

A margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, teve baixa de 11,7% em um ano, para R$ 15,432 bilhões Na tesouraria, o resultado do banco foi de R$ 696 milhões, o que reverteu a perda de R$ 803 milhões vista no mesmo intervalo de 2022.

A margem financeira total do Bradesco caiu 3,3% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 16,128 bilhões. Em um trimestre, houve alta de 1,7%.

As receitas do banco com serviços tiveram queda de 2,4% em um ano, para R$ 9,028 bilhões.

O balanço é o primeiro divulgado pelo banco sob a gestão de Marcelo Noronha, que assumiu a presidência em novembro do ano passado. Os números virão acompanhados de um novo plano estratégico, que deve ser o foco das atenções de investidores ao longo do dia e que, como mostrou o Estadão/Broadcast, deve mostrar uma redução de níveis hierárquicos e maior foco nas linhas de negócio. Além de reverter os baixos resultados do banco, o objetivo é preparar o Bradesco para um cenário competitivo mais intenso.

Klabin registra lucro líquido de R$ 370 milhões no 4º trimestre, queda de 53% ante um ano

 Ficheiro:Klabin.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre


A Klabin registrou lucro líquido de R$ 370 milhões no quarto trimestre de 2023, queda de 53% ante o mesmo período do ano anterior. Na comparação com os três meses imediatamente anteriores, o resultado foi 51% maior, segundo balanço divulgado pela companhia nesta quarta-feira, 7.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado reportado pela Klabin somou R$ 1,683 bilhão, recuo de 12% na comparação anual e 24% maior no intervalo trimestral.

A receita líquida da Klabin, por sua vez, atingiu R$ 4,5 bilhões no período, o que representa uma retração de 11% ante um ano e alta de 2% no intervalo trimestral.

Resultado financeiro

O resultado financeiro da Klabin ficou negativo em R$ 325 milhões no quarto trimestre, ante R$ 31 milhões negativos no mesmo período de 2022 e R$ 325 milhões negativos nos três meses imediatamente anteriores.

As despesas financeiras, por sua vez, somaram R$ 554 milhões, maior ante os R$ 404 milhões registrados no terceiro trimestre de 2023. Quanto às receitas financeiras, o resultado foi de R$ 288 milhões, alta trimestral de 79%.

Governo eleva teto de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 2.824,00

 


Governo eleva teto de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 2.824,00

A nova tabela aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda sobre Pessoa Física (IRPF) para 15,8 milhões de brasileiros, diz a Fazenda. (Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

 

O governo federal determinou, em decisão publicada pelo Diário Oficial da União (DOU) na noite de terça-feira, 6, um novo aumento da faixa de isenção da cobrança do imposto de renda sobre pessoas — IRPF —. A partir de agora, a isenção do tributo passa a valer para pessoas físicas com remuneração mensal de até R$ 2.824,00, o equivalente a dois salários mínimos.

A nova tabela aumenta a faixa de isenção do IRPF para 15,8 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Fazenda. Com a medida, a pasta estima uma redução de receitas de R$ 3,03 bilhões em 2024, R$ 3,53 bilhões em 2025 e R$ 3,77 bilhões em 2026.

Esse é o segundo aumento da faixa de isenção da cobrança do IR desde o início do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O teto de isenção, que estava congelado em R$ 1.903,98 desde 2015, foi elevado para R$ 2.640,00 em maio do ano passado.

Na semana passada, em evento em São Bernardo do Campo, na Grande SP, seu berço político, Lula reafirmou sua promessa de campanha de que isentará de IR quem ganha até R$ 5 mil mensais até o final do seu governo.

As regras para a correção estão presentes na Medida Provisória nº 1.206/2024, encaminhada na última terça-feira, 6, ao Congresso Nacional.

O Ministério da Fazenda explica que com a MP, o governo está alterando a primeira faixa da tabela progressiva mensal do IR, com elevação do limite de aplicação da alíquota zero em 6,97%. Assim, o valor atualmente vigente passa de R$ 2.112,00 para R$ 2.259,20.

“O contribuinte com rendimentos de até R$ 2.824,00 mensais será beneficiado com a isenção porque, dessa renda, subtrai-se o desconto simplificado, de R$ 564,80, resultando em uma base cálculo mensal de R$ 2.259,20, ou seja, exatamente o limite máximo da faixa de alíquota zero da nova tabela”, comunicou o Ministério da Fazenda.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Vendas dos shoppings em 2023 batem recorde, mas ficam abaixo do previsto, diz Abrasce

 

Abrasce - Associação Brasileira de Shopping Centers

As vendas dos shoppings do Brasil foram recordes no ano passado, mas o desempenho ficou abaixo do inicialmente previsto por conta do peso dos juros altos e da inflação, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira, 6, pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

As vendas somadas de todos os lojistas de shoppings em 2023 atingiram o maior valor da história, R$ 194,7 bilhões. O montante representa elevação de 1,5% na comparação com 2022, quando foi a R$ 191,8 bilhões.

O faturamento do setor em 2023 também superou em 1% a performance de 2019, que foi o último ano antes da chegada da pandemia e marcou R$ 192,8 bilhões. O resultado de 2023 indica que o setor foi capaz de se recuperar da crise sanitária, de modo geral.

Por outro lado, a alta de 1,5% das vendas em 2023 ficou bem abaixo da projeção que a Abrasce fez no início daquele ano, que era de expansão de 14,6%.

“Considerando a conjuntura que enfrentamos, estou satisfeito com o desempenho de 2023”, disse o presidente da Abrasce, Glauco Humai, em entrevista. “Ficamos aquém do potencial, mas ainda assim foi satisfatório. O setor mostrou resiliência.”

Segundo Humai, o setor sentiu o peso dos juros altos, uma vez que o início do ciclo de queda levou mais tempo que o esperado pelo economistas. Além disso, nos primeiros meses do ano passado ainda houve pressão inflacionária. Juntos, esses dois fatores frearam o poder de compra da população, que já vinha bastante endividada.

“O segundo e o terceiro trimestre de 2023 foram muito ruins para o setor como um todo. As datas comemorativas tiveram vendas abaixo do esperado. Só no fim do ano passado veio uma sinalização de acomodação política e econômica e melhora dos dados gerais”, disse Humai. “O saldo positivo de 2023 foi preparar terreno para um desempenho melhor em 2024”, emendou.

A despeito das turbulências, foram inaugurados cinco shopping centers em 2023, sendo dois no Sudeste, um no Sul, um no Centro-Oeste e um no Nordeste. Com isso, o total de empreendimentos em operação subiu de 634 para 639 shoppings.

Em termos de área bruta locável (ABL), essa expansão representou um aumento de 1,9% sobre o ano de 2022, com um total de 17,8 milhões de metros quadrados, ante os 17,5 milhões apontados em 2022, de acordo com levantamento da Abrasce.

O número de lojas também cresceu e chegou a 121 mil, um acréscimo de 4,5% na comparação com 2022 (ganho de 115 mil lojas). Com isso, a taxa de ocupação nos shoppings ao longo de 2023 alcançou 94,6%, ante o patamar de 94,4% de 2022 e bem próxima da marca de 2019, de 95,3% (a maior até então).

Pela primeira vez, a pesquisa da Abrasce computou o total de quiosques, que aproveitam os espaços reduzidos para venda de produtos, serviços e alimentos. Ao todo são 15.612 unidades em operação.

O fluxo de clientes também foi positivo, na visão da Abrasce, apresentando um número médio de 462 milhões visitas por mês, um aumento de 4,3% em comparação a 2022, quando a média mensal foi de 443 milhões.

Ao todo, o setor acumulou 1,062 milhão de empregos diretos, alta de 1,8% em relação ao ano anterior.

 

 https://istoedinheiro.com.br/vendas-dos-shoppings-em-2023-batem-recorde-mas-ficam-abaixo-do-previsto-diz-abrasce-2/

Lucro do Itaú Unibanco tem alta de 15,7% e vai a R$ 35,6 bilhões em 2023

 Prestes a completar 100 anos, Itaú muda logomarca


O Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 35,6 bilhões no ano passado, um aumento de 15,7% em relação ao resultado de 2022. No quarto trimestre, o ganho líquido do banco foi de R$ 9,4 bilhões, 22,6% maior na comparação anual e um avanço de 4% sobre o terceiro trimestre.

O crescimento da carteira de crédito e o aumento das margens das operações combinados com o incremento das receitas com prestação de serviços (tarifas), puxadas principalmente pelo segmento de cartões, contribuíram para impulsionar o lucro anual do banco no ano passado.

A carteira de crédito do maior banco da América Latina atingiu R$ 1,17 trilhão em operações contratadas, um salto de 5,3% em relação a 2022. O aumento foi puxado principalmente pelos financiamentos a pessoas físicas, que cresceram 4,2% e atingiram o saldo de R$ 415,5 bilhões. Se descontada a variação do dólar, a alta ficou em 3,1%. Os empréstimos a empresas cresceram apenas 0,5%, para R$ 303,7 bilhões, impactados pela queda de 2,6% no crédito para capital de giro.

A margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, subiu 8,5% em um ano, para R$ 26,293 bilhões.

A inadimplência, medida pelos atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos dos financiamentos, continuou controlada, tendo recuado 0,1%, para fechar o ano em 2,8%.

“Em 2023, colhemos os resultados da nossa transformação cultural e digital”, disse em comunicado o presidente do Itaú, Milton Maluhy. Segundo ele, salientando que o banco conseguiu manter patamares sustentáveis de crescimento. “Entramos em 2024 otimistas e empenhados para entregar ainda mais valor aos nossos clientes, acionistas e colaboradores, tirando proveito de todas as mudanças que fizemos na organização.”

Rentabilidade

As receitas do banco com serviços somaram R$ 11,2 bilhões em 2023, volume 7,4% superior ao aferido em 2022. Destacaram-se nessa área as receitas com cartões (emissão e adquirência), que tiveram expansão de 12,3% chegando a R$ 4,6 bilhões.

No segmento de seguros, previdência e capitalização do Itaú Unibanco teve ganho de R$ 8,57 bilhões no ano passado, 14,5% mais que em 2022. Segundo o banco, o resultado maior é fruto do crescimento dos prêmios ganhos, das receitas líquidas de capitalização e também da margem financeira gerencial. Os prêmios ganhos em seguros somaram R$ 1,65 bilhão, alta de 8,5% em um ano.

Fruto dessa combinação de melhoria nos resultados em diferentes frentes, a rentabilidade (medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido, ROE na sigla em inglês) da área de varejo do Itaú experimentou aumento de 5,7 pontos porcentuais, atingindo 22,5%. Nos segmentos de atacado a rentabilidade foi de 27,3%, queda de 1,1 ponto ante 2022.

Dividendos e JCP

A instituição expandiu também os resultados com tesouraria, em 12,4%, com resultado de R$ 840 milhões. Além de contabilizar as exposições do Itaú ao mercado brasileiro, o que inclui os juros, a tesouraria do banco considera também a proteção cambial que o banco faz do capital que possui em suas operações na América Latina.

Para o diretor Financeiro do Itaú, Alexsandro Broedel, os números apontam um ano de 2023 de resultados sólidos e consistentes. O executivo destacou ainda a remuneração que o banco dará aos acionistas. “Destaque também para o pagamento de R$ 11 bilhões em dividendos adicionais aos nossos acionistas que, somados aos Juros sobre Capital Próprio (JCP) já declarados, resultaram em um payout (fração do lucro líquido) de 60,3% no ano.”

O Itaú Unibanco tinha em dezembro R$ 2,69 trilhões em ativos, uma alta 9,2% em um ano. Seu patrimônio líquido contabilizava R$ 180,7 bilhões, cifra 12,3% maior que um ano antes, e o retorno sobre o patrimônio.

Mais criterioso, banco consolida liderança no setor

Apesar do cenário de inadimplência recorde no País, o Itaú – maior banco brasileiro – conseguiu se destacar e atravessar um período desafiador para o setor bancário com resultados muito positivos. O banco chega a 2024, ano de seu centenário, com rentabilidade superior à dos concorrentes.

Entre janeiro e setembro do ano passado, o Itaú registrou lucro líquido de R$ 24,9 bilhões, 9,9% a mais do que nos nove primeiros meses de 2023. Foi a terceira alta consecutiva para o período.

Já os números de seus principais concorrentes caíram em 2023. O lucro do Santander recuou 36% nos nove primeiros meses do ano, e o do Bradesco, 29,7%. Foi o segundo ano consecutivo de queda nas duas instituições financeiras.

O descolamento do Itaú na comparação com os concorrentes privados vem ocorrendo há cerca de três anos, período em que a taxa básica de juros, a Selic, subiu até ultrapassar a casa dos dois dígitos. Com o juro em alta, grandes bancos repassaram esse aumento aos clientes que buscavam empréstimos, mesmo sendo correntistas de maior risco. O Itaú, porém, enquanto segurava um pouco esse repasse, concedia crédito apenas ao cliente de menor risco.

“Os competidores acabaram tendo problemas. Quem pegou crédito com taxa mais alta foi só quem já estava muito endividado e precisava demais do dinheiro. Acabou havendo um efeito adverso aos bancos, que viram as taxas de inadimplência aumentarem”, diz o analista Thiago Batista, do UBS BB.

Os efeitos dessas estratégias – tanto do Itaú como dos concorrentes – devem se estender, pelo menos, por mais este ano. Isso porque, quando um banco é afetado pelo aumento da inadimplência, a recuperação é lenta, dado que a concessão de créditos cai e cresce a necessidade de fazer provisões no balanço para empréstimos que podem não ser pagos, segundo Batista. “O banco fica limpando as contas do passado.”

As boas perspectivas para o Itaú também são percebidas pelos analistas de ações do Citi, que, em relatório divulgado em janeiro, colocaram, em sua carteira ideal sugerida, os papéis do banco brasileiro com o maior peso, ao lado da mineradora Vale.
 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.