quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Mapfre tem lucro de 233 mi de euros no Brasil em 2023, alta de 62% em 1 ano

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A seguradora Mapfre teve lucro líquido de 233 milhões de euros no Brasil em 2023, o equivalente a R$ 1,237 bilhão e um crescimento de 62% na comparação com 2022. Em arrecadação, a companhia obteve 5,1 bilhões de euros no País, o equivalente a R$ 27,1 bilhões, e uma alta de 5,9% em relação ao ano anterior.

No Brasil, a Mapfre opera em segmentos como o seguro rural, que cresceu 7,4%, e de vida, em que o aumento foi de 5,6%.

A companhia é ainda sócia da BB Seguridade, holding controlada pelo Banco do Brasil, na Brasilseg, seguradora que é líder em diversos ramos de mercado.

A empresa espanhola destaca ainda que a carteira do seguro automotivo teve alta menor, de 0,9% no ano passado, após um período de mudanças de tarifa. O seguro auto foi reajustado pelas empresas do setor para repassar ao consumidor os maiores custos associados à inflação, que aumenta o valor indenizado, e dos juros.

A empresa destaca que o índice combinado, que reflete o custo dos seguros em relação à arrecadação obtida com eles, foi de 69,8% nos seguros gerais, refletindo a melhoria nas condições do seguro rural.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da Mapfre no Brasil subiu mais de 6 pontos porcentuais e atingiu 24,3%, o maior entre as unidades regionais da companhia no mundo.

“Com uma estratégia claramente definida, a Mapfre está bem posicionada para explorar novas oportunidades de crescimento no mercado brasileiro, especialmente nos segmentos de seguros automotivo, de vida e agrícola, que consideramos áreas-chave para a expansão em 2024”, disse em nota o CEO regional da empresa no Brasil, Felipe Nascimento.

Ele destacou ainda a oferta multicanal e a parceria com o BB na distribuição de seguros como alavancas para a Mapfre. A unidade brasileira respondeu por um terço do lucro líquido do grupo no mundo, e por quase 19% da arrecadação.

No mundo, a Mapfre teve lucro líquido de 691,8 milhões de euros (o equivalente a R$ 3,682 bilhões), alta de 7,7% em um ano. A receita global foi de 32,2 bilhões de euros, ou R$ 171,4 bilhões, crescimento de 7,7% ante 2022.

Fundecitrus mantém previsão de produção de 307,22 milhões de caixas de laranja

 Fundecitrus lança nova marca em evento de 40 anos da ...


São Paulo, 14 – A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve ser de 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, mesmo volume da previsão anterior, de dezembro passado, e uma redução de apenas 0,7% em comparação com a projeção inicial de maio de 2023. O número faz parte do terceiro levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em parceria com a Markestrat, FEARP/USP e FCAV/Unesp.

Segundo comunicado do Fundecitrus, “considerando que mais de 95% da produção já foi colhida, os números dessa reestimativa refletem com precisão a atual situação da safra, com pouca margem para mudanças até o seu encerramento”.

A atual reestimativa não teve alteração em comparação com a anterior por causa das condições climáticas desfavoráveis que persistiram nos dois meses seguintes à última revisão, com chuvas abaixo da média histórica e temperaturas elevadas, disse o fundo. “Enquanto a colheita das variedades precoces encerrou com um aumento de 2,27 milhões de caixas, graças às chuvas abundantes no primeiro semestre de 2023, as projeções para as variedades de meia-estação e tardias ainda indicam uma queda de 4,39 milhões de caixas.”

Outros fatores que influenciaram a diminuição da safra incluem a incidência de greening, que continua crescendo nas propriedades do cinturão citrícola e o ritmo mais acelerado da colheita nesta temporada, reduzindo o tempo disponível para o desenvolvimento dos frutos.

De acordo com o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin, a interação desses fatores resultou em frutos de tamanhos menores do que o esperado nas variedades de meia-estação e tardias, o que culminou na redução da produção dessas variedades. “Embora tenha prejudicado o crescimento das laranjas, o ritmo mais acelerado de colheita ajudou a reduzir a perda de frutos causada por queda prematura e atenuou a redução da produção”, afirmou na nota.

A projeção da taxa de queda de frutos permanece em 19,0%, em média, considerando todas as variedades. Na distribuição da taxa de queda entre as variedades, as precoces Hamlin, Westin e Rubi encerraram em 10,8%, enquanto as outras variedades precoces atingiram 12,1%. A Pera Rio registrou 19,0%, enquanto Valência e Valência Folha Murcha mantiveram-se em 22,0%, e a variedade Natal em 28,9%.

Considerando todas as variedades, são necessários 255 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg, oito frutos a mais em comparação com o avaliado em maio. Assim, o peso das laranjas permanece projetado em 160 gramas, contrastando com o peso médio inicialmente projetado em 165 gramas. Essa medida representa um peso inferior ao da média dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas.

Bitcoin ultrapassa US$ 50.000 pela primeira vez desde 2021, sinalizando recuperação massiva


A moeda mostra recuperação neste início de ano - Crédito: Freepik/@ frimufilms

O Bitcoin ultrapassou o limite de US$ 50.000 pela primeira vez em mais de dois anos na segunda-feira – o mais recente sinal de uma recuperação massiva para o setor de criptografia abalado por escândalos.

A cara criptomoeda subiu quase 5% nas negociações da tarde de segunda-feira e oscilou na marca de US$ 50.000. O Bitcoin subiu mais de 16% desde o início do ano.

Os fanáticos por criptografia foram encorajados pelas expectativas de que o Federal Reserve em breve afrouxará as condições de mercado, cortando as taxas de juros. O mercado projecta que o primeiro corte das taxas da Fed em anos poderá ocorrer já em Maio.

A aprovação pela SEC no mês passado de ETFs de bitcoin à vista – que permitem aos investidores adquirir participações em fundos que possuem bitcoin – também parece estar alimentando um otimismo renovado entre os investidores.

Os proponentes dizem que os ETFs aumentarão a demanda, facilitando o acesso dos investidores comuns ao mercado de criptografia. O Bitcoin caiu brevemente após a aprovação, mas as negociações têm sido robustas desde então.

“Acho que a aprovação dos ETFs à vista foi um evento do tipo ‘compre o boato, venda as notícias’ e, depois de alguma realização de lucros, todos no mercado estão puxando na mesma direção”, disse Christopher Alexander, diretor de análise da Pioneer. Grupo de Desenvolvimento.

Outro fator chave é a iminente “redução pela metade” do bitcoin, um evento pré-planejado que ocorre uma vez a cada quatro anos e reduz pela metade a quantidade de moeda digital que as pessoas recebem para “mineração”. Historicamente, os preços do bitcoin subiram após o halving – e o próximo deverá acontecer em meados de abril.

“Isso sempre ocorreu em torno de uma corrida de touros e, embora possa não ser a causa direta de um aumento no preço do BTC, é definitivamente um evento psicológico que tem algum impacto no mercado”, acrescentou Alexander.

O Bitcoin passou por uma grande queda logo após atingir seu preço mais alto de US$ 69.000 em novembro de 2021. O principal token criptográfico não era negociado acima de US$ 50.000 desde dezembro daquele ano.

A indústria foi abalada por um chamado “inverno criptográfico” em 2022, com o bitcoin caindo impressionantes 64%, à medida que o aumento nas taxas de juros levou alguns investidores a se desfazerem de suas participações criptográficas em favor de opções menos arriscadas.

O problema foi agravado por impressionantes implosões da stablecoin TerraUSD e de sua criptomoeda irmã interligada, Luna.

O golpe mais significativo ocorreu em novembro de 2022, com o colapso do império FTX do fraudador condenado Sam Bankman-Fried. Bankman-Fried está aguardando sentença depois de ser condenado no final do ano passado por roubar US$ 10 bilhões de seus clientes .

Os comerciantes recuperaram o apetite por ativos de risco, apesar das advertências do presidente da SEC, Gary Gensler, que permaneceu crítico das criptomoedas como veículo de investimento, apesar da aprovação dos ETFs à vista por sua agência.

“Os investidores devem estar cientes de que o ativo subjacente é um ativo altamente especulativo e volátil”, disse Gensler à CNBC no mês passado. “Entre seus casos de uso está realmente para atividades ilícitas – lavagem de dinheiro e sanções e ransomware e similares.”

As “metades” do Bitcoin têm como objetivo garantir a escassez da moeda ao longo do tempo . Embora os eventos sejam frequentemente comparados a desdobramentos de ações corporativas, os estoques de bitcoins existentes não são afetados a não ser pelas alterações de preços resultantes.

Embora o impacto exato de cada redução pela metade no valor do bitcoin seja uma questão de debate, o último corte em 2020 ocorreu cerca de um ano e meio antes de uma recuperação sustentada que viu o preço subir ao seu máximo histórico.

O Bitcoin aumentou quase 1.000% nos 12 meses após o halving de 2016 e cerca de 8.000% no ano após o halving de 2012, de acordo com a Bloomberg .

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Bombardier lucra mais que o esperado e amplia receita no 4º trimestre

 File:Bombardier Logo.svg - Wikimedia Commons


A Bombardier teve lucro líquido ajustado de US$ 143 milhões no quarto trimestre de 2023, equivalente a US$ 1,37 por ação, segundo balanço publicado nesta quinta-feira. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam ganho de US$ 1,35 por ação no período. No último trimestre de 2022, a fabricante canadense de aviões regionais havia lucrado US$ 212 milhões.

A receita total da Bombardier, que é a principal concorrente da brasileira Embraer, teve expansão anual de 15% entre outubro e dezembro, a US$ 3,06 bilhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, avançou 30% na mesma comparação, a US$ 458 milhões. No fim de dezembro, a carteira de pedidos da Bombardier totalizava US$ 14,2 bilhões.

Vale e Hydnum Steel assinam acordo para desenvolver planta de briquetes na Espanha

 Ficheiro:Logotipo Vale.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre


A Vale informou nesta quinta-feira, 8, que assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com a Hydnum Steel para desenvolver soluções de baixo carbono para a produção de aço. O acordo inclui a avaliação conjunta da possibilidade de construção de uma planta de briquetes de minério de ferro no projeto principal da Hydnum Steel para aço verde em Puertollano, na Espanha.

A fábrica da Hydnum começará a produzir 1,5 milhão de toneladas de aço laminado em 2026 e está projetada para ter uma capacidade anual de 2,6 milhões de toneladas a partir de 2030.

Para o diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, Rogério Nogueira, juntar-se à Hydnum neste projeto é mais um passo importante para o objetivo de reduzir as emissões de escopo 3, referentes à cadeia de valor, em 15% até 2035.

“A combinação do nosso briquete inovador e de baixo carbono com o aço verde produzido pela Hydnum apoiará nossa meta de atingir zero emissões no processo siderúrgico”, afirma em nota.

Já o diretor de Estratégia da Hydnum Steel, Fernando Pessanha, destaca que a siderúrgica contribui para uma mudança tecnológica inexorável na indústria siderúrgica mundial. “Demonstra que a produção de aço verde de alta qualidade não é apenas competitiva, mas também benéfica para o futuro do nosso planeta”.

A Vale observa que a Hydnum Steel será desenvolvida com tecnologia de última geração, concebida para substituir o uso de combustíveis fósseis por hidrogênio verde, contribuindo assim para a descarbonização do setor.

Para a Vale, este MoU reforça a sua confiança na utilização do hidrogênio para permitir a descarbonização da siderurgia.

“A Vale assinou acordos para estudar soluções de descarbonização em conjunto com mais de 50 clientes, que respondem por cerca de 35% das emissões de escopo 3 da empresa. Algumas dessas soluções incluem a construção de plantas de briquetes próximas às instalações dos clientes”, lembra a empresa.

O briquete é um produto desenvolvido pela Vale em seu centro tecnológico em Minas Gerais. É produzido a partir da aglomeração em baixa temperatura de minério de ferro de alta qualidade, utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, o que confere ao produto final alta resistência mecânica. Pode ser utilizado como fonte metálica na rota de redução direta, possibilitando a produção de aço verde. Também pode ser utilizado no alto-forno, reduzindo em 10% as emissões de CO2.

A empresa lembra que além do compromisso de reduzir 15% das emissões líquidas de escopo 3 até 2035, a Vale busca reduzir suas emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e atingir zero líquido até 2050, em linha com o Acordo de Paris, liderando o caminho para a mineração sustentável.


Entenda a ‘guerra do orçamento’ entre Arthur Lira e o governo

 


Os últimos dias foram marcados por uma “guerra” entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A crise entre os dois poderes ficou explícita durante o discurso do alagoano, na segunda-feira, 5, para marcar o retorno aos trabalhos do Congresso Nacional. Na ocasião, ele cobrou a gestão petista por “respeito” e “cumprimento com a palavra dada”.

No decorrer do discurso, Lira destacou que o Orçamento não é exclusivo do Poder Executivo, em referência ao veto do presidente Lula, em dezembro de 2023, que cortou R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão, aprovadas pelo Congresso em R$ 16,6 bilhões. Essas emendas são consideradas “herdeiras” do chamado “orçamento secreto”, que foi extinto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em dezembro de 2022.

A discussão sobre o Orçamento de 2024 está ligada às eleições municipais, em outubro deste ano, pois os valores são direcionados para projetos que trazem apoio eleitoral para deputados e senadores.

Segundo a legislação eleitoral, a liberação dos recursos é proibida após julho, três meses antes do pleito. Há suspeita de que o governo tenha feito o corte por temer que as emendas sejam direcionadas principalmente aos aliados do chamado “Centrão”, uma coalizão informal composta por partidos de centro e centro-direita que tem como representante Arthur Lira.

“(O Orçamento) não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Executivo e muito menos de uma burocracia técnica, que apesar do seu preparo não foi eleita para escolher as prioridades da nação e não gasta a sola do sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós senadores e deputados”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, durante o discurso.

Convívio difícil com a Câmara

O presidente Lula não participou da cerimônia de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, mas enviou uma mensagem, lida pelo deputado federal Luciano Bivar (União-PE), na qual disse ser necessário diálogo para superar as “filiações partidárias”.

“O diálogo é condição necessária para a democracia. Diálogo que supera filiações partidárias. Que ultrapassa preferências políticas ou disputas eleitorais. Que é, antes de tudo, uma obrigação republicana que todos nós, representantes eleitos pelo povo, temos que cumprir”, completou.

O presidente ainda destacou que teria o “maior prazer” em explicar sobre o veto no Orçamento de 2024 aos parlamentares. “Negocio com o Congresso sempre. Ontem tive de vetar R$ 5,6 bilhões em emendas. Tenho o maior prazer de juntar lideranças e explicar por que foi vetado. Na questão das emendas é importante lembrar que o ex-presidente (Bolsonaro) não tinha governança. Vou repetir: ele não tinha governança. Quem governava era o Congresso. Ele não tinha sequer capacidade de discutir o orçamento, porque não queria ou não fazia parte da lógica dele. Queria que os parlamentares fizessem o que quisessem”, acrescentou.

Relação ruim entre Lira e Haddad

Haddad
Fernando Haddad (Crédito:Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Outro ponto dessa crise entre o Legislativo e o Executivo é a relação ruim entre Lira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após o petista ter levantado a suspeita de lavagem de dinheiro, superfaturamento e atividades ilícitas no Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), instituído por meio da Lei n° 14.148/21 para estabelecer ações emergenciais e temporárias para o setor durante a pandemia de Covid-19.

No discurso de segunda-feira, Arthur Lira citou Perse como uma “conquista essencial para que milhões de empregos de um setor devastado pela pandemia se sustentassem”, que “não pode retroceder sem ampla discussão com este Parlamento”.

Os supostos indícios de irregularidades no programa são investigados pela Receita Federal. O Congresso Nacional prorrogou o Perse até 2026 por meio de um Projeto de Lei de Conversão. Depois, uma MP editada pelo governo, estabeleceu o seu encerramento assim que o recurso de R$ 20 bilhões previstos chegarem ao fim.

Segundo o jornal “Estadão”, o ministro da Fazenda teve uma reunião com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) na qual teria dito que as declarações já estariam indicando o custo de quase R$ 17 bilhões e que a projeção indicava um rombo de até R$ 100 bilhões se nada for corrigido.

O autor do programa, o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), disse que não entende o tamanho da renúncia de R$ 17 bilhões. “Se alguém teve o benefício sem ter o direito, a culpa não é do programa nem do Parlamento nem dos setores no eixo do Perse. É preciso negociar e fazer ajustes”, completou.

O ruído na relação entre Lira e Haddad também teria impactado uma reunião que o ministro teria com os parlamentares. O encontro acabou sendo cancelado para evitar um “climão” após as declarações de Lira.

Mesmo assim , Haddad se reuniu apenas com senadores e disse que levará ao presidente Lula a proposta de apresentar um projeto de lei para discutir a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia de forma separada da MP do Perse.

Outra crise

Na segunda-feira, 5, o presidente da Câmara protocolou um RIC (Requerimento de Informações) no Ministério da Saúde para questionar a ministra Nísia Trindade Lima sobre os critérios utilizados na distribuição das transferências da pasta aos estados e municípios.

Dentre os sete questionamentos enviados, Lira pede detalhes a respeito das regras, se valem para emendas e transferências. Além disso, é cobrado se os tetos para emendas para casos de atenção primária, média e alta complexidade, são os mesmo para as rubricas.

*Com informações do Estadão Conteúdo

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Mineira Vertown capta R$ 7 milhões de duas indústrias gigantes para "acabar com o lixo no mundo"

 


Somente em 2023, a Vertown fez a gestão de mais de 6,7 milhões de toneladas de resíduos

 

 Mineira Vertown capta R$ 7 milhões de duas indústrias gigantes para "acabar com o lixo no mundo"

 

 

Guilherme Arruda, da Vertown: "No Brasil hoje, ainda mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta" (Rafael Motta / Vertown/Divulgação)

A preocupação ambiental, a gestão de custos e a pauta ESG fizeram com que as

 Guilherme Arruda, da Vertown: "No Brasil hoje, ainda mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta" (Rafael Motta / Vertown/Divulgação)

A preocupação ambiental, a gestão de custos e a pauta ESG fizeram com que as empresas se movimentassem para entender o que produzem de resíduo - e para onde ele vai.

 Se até há poucos anos, algumas gigantes listadas em bolsas sequer sabiam quanto lixo produziam, agora quase toda grande (e, por que não, média e pequena) empresa tem uma gestão mais consciente dos seus resíduos.

Isso pode ser atestado pelos números de mercado em constante crescimento. Mundialmente, o mercado de gestão de resíduos deve crescer de 1,3 trilhão de dólares em 2023 para cerca de 2 trilhões de dólares em 2030 -- numa escalada anual de 5%. 

Foi essa oportunidade que o mineiro Guilherme Arruda identificou em 2017 para criar a Vertown, startup que oferece uma plataforma para indústrias fazerem gestão de resíduos. Pelo dashboard da Vertown, é possível ver quantas toneladas cada indústria produz de resíduo, para onde ele é destinado e se tudo está sendo feito conforme a legislação. 

Hoje, a Vertown atende 100 empresas que, juntas, possuem mais de 2.000 unidades fabris. Mas quer crescer mais, e multiplicar por dez o faturamento em três anos. Para isso, acaba de receber um aporte de 7 milhões de reais com os fundos de Corporate Venture Capital (CVC) Açolab Ventures, da indústria de aços ArcelorMittal, e Irani Ventures, da indústria de embalagem Irani.

"No Brasil hoje, ainda mais de 40% dos resíduos são destinados de forma incorreta e a legislação, apesar de estar melhorando e ficando cada vez mais restritiva, ainda não é tão aplicada”, diz Arruda. “Hoje o gerador é responsável pelo resíduo em todo o seu ciclo de vida, e a nossa tecnologia garante toda a rastreabilidade do processo, incluindo indicadores e gráficos para que as empresas consigam acompanhar e melhorar seu processo desde a geração até a destinação do resíduo", destaca o CEO,  Guilherme Arruda.

Ele cita como exemplo uma indústria alimentícia que pagava para descartar em aterro parte de seus resíduos animais. Com a Vertown, conseguiram quantificar isso, dar valor e substituir o descarte para a venda a indústrias de rações. 

Somente em 2023, a Vertown fez a gestão de mais de 6,7 milhões de toneladas de resíduos. O faturamento, porém, não é divulgado. 

Como o aporte será usado

Esse é o segundo aporte que a mineira Vertown recebe. O primeiro foi no início da operação, por um investidor-anjo. 

Com os 7 milhões de reais de agora, a startup irá acelerar sua estratégia de crescimento e criar novos produtos para auxiliar na redução de emissões de CO2 e custos em todo o processo de gestão de resíduos. Também vão investir em marketing para ficarem mais conhecidos e numa máquina de vendas. A meta é crescer 10 vezes em três anos.

Para a Açolab Ventures, fundo da produtora de aço que liderou a rodada, o  investimento na Vertown está alinhado com a ideia da criação do CVC, que é destinar recursos a startups com visões semelhantes de futuro do que as das ArcelorMittal,  e com solução validada que, de alguma maneira, enriqueça a cadeia de valor do aço. 

Até o momento, o Açolab Ventures, que é gerido pela Valetec Capital, investiu em outras quatro startups: 

  • Agilean (construção)
  • Modularis Offsite Building (construção)
  • Sirros (focada em IoT)
  • Beenx (energia)

“No total, mais de 1.400 startups e empresas pequenas já foram avaliadas”, diz Rodrigo Carazolli, gerente geral de inovação e Açolab da ArcelorMittal. “Ao todo, serão desembolsados, até 2025, mais de 100 milhões de reais e a meta da companhia é chegar em 10 a 15 startups e empresas investidas”.

Já para a Irani, o aporte foi motivado pelos pilares de sustentabilidade e inovação. Segundo o diretor de Pessoas, Estratégia e Gestão da Irani, Fabiano Alves de Oliveira, os motivos práticos que levaram a empresa a receber o aporte foram:

  • promover a economia circular
  • ampliar geração de renda 
  • reduzir ao máximo de danos ambientais

Qual a história da Vertown

Por trás da Vertown está o mineiro Guilherme Arruda. Formado na área de tecnologia, ele abriu a primeira startup em 2010, desenvolvendo livros infantis digitais. 

“Fazíamos livros interativos, e o negócio deu certo, conseguimos licença até de grandes personagens, como o Scooby Doo”, diz.

Mas o que funcionava na criatividade, não dava certo na ponta do lápis. As contas não fechavam e o pouco conhecimento administrativo fizeram com que a empresa fechasse. “Nós gastávamos 30.000 dólares para fazer um livro e vendíamos por 5.000 reais, não conseguimos manter a operação”. 

O mosquito do empreendedorismo, porém, já tinha picado o empreendedor. Depois da empreitada com livros infantis, fez um aplicativo de contabilidade e outro para ajudar psicólogos a trabalharem com crianças. 

Entre 2016 e 2017, conheceu uma consultoria na área ambiental que ajudava as empresas a ganharem a certificação ISO 14001, que atestava as boas práticas na gestão de resíduos. Foi quando teve a ideia de fazer essa plataforma para facilitar a vida das companhias. 

“Meu pai trabalha já trabalhava com resíduo há 30 anos”, diz. “Foi a ideia inicial e de lá para cá, escalamos o produto e demos novas funcionalidades”. 

Hoje é possível fazer toda rastreabilidade desse resíduo pelo dashboard da Vertown, garantindo que ele terá a destinação correta. No mundo das ideias, o plano da startup é deixar o “mundo sem nenhum lixo”. Com esse aporte de agora, dão mais um passo nesse caminho. 

Créditos

Repórter de Negócios

Formado em jornalismo pela UFRGS, escreve sobre negócios e empresas desde 2019. Foi repórter em coluna de economia no jornal Zero Hora e na Rádio Gaúcha. Está na Exame desde 2023