Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A
fabricante norte-americana de máquinas CNH Industrial, dona de marcas
como Case IH e New Holland, registrou lucro líquido de US$ 617 milhões,
ou US$ 0,46 por ação, no quarto trimestre de 2023, informou a empresa
nesta quarta-feira. O resultado representa alta de 4% na comparação com
igual período de 2022, quando a companhia obteve lucro líquido de US$
592 milhões, ou US$ 0,43 por ação.
O lucro ajustado avançou 14,6% na mesma base comparativa, para US$ 557 milhões no período, ou US$ 0,42 por ação.
A
receita recuou 5% em relação ao quarto trimestre de 2022, para US$
6,018 bilhões. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado de
atividades industriais na companhia no período chegou a US$ 696 milhões,
alta de 2,35% ante igual intervalo de 2022.
As vendas de
equipamentos agrícolas da CNH caíram 8% no trimestre, de US$ 5,369
bilhões para US$ 4,947 bilhões. O Ebit ajustado do segmento ficou em US$
669 milhões, perda de 4,6% ante os US$ 701 milhões obtidos em igual
intervalo do ano anterior.
Na América do Norte, o volume da
indústria cresceu 19% no quarto trimestre de 2023 em relação ao ano
anterior. Na Europa, Oriente Médio e África, a demanda por tratores e
colheitadeiras aumentou 5% e diminuiu 20%, respectivamente.
Segundo a companhia, na América do Sul, a demanda por tratores diminuiu 8%, enquanto a procura por colheitadeiras diminuiu 13%.
Acumulado de 2023
Para
o acumulado do ano fiscal de 2023, a CNH Industrial elevou o lucro
líquido de US$ 2,039 bilhões de 2022 para US$ 2,383 bilhões em 2023. O
lucro líquido ajustado foi de US$ 2,313 bilhões, aumento de 15% em
relação ao ano anterior. Já a receita subiu 3% na mesma comparação, para
US$ 22,08 bilhões. O Ebtida no ano fiscal ficou em US$ 2,73 bilhões,
alta de 12,2% ante 2022.
“Há dois anos, estabelecemos metas
ambiciosas de margem para nossos segmentos de Agricultura e Construção,
as quais alcançamos mais cedo do que o planejado”, disse em comunicado o
CEO Scott W. Wine. “Com mercados finais mais desafiadores no quarto
trimestre, contribuições robustas do nosso foco na redução de custos e
execução comercial disciplinada impulsionaram a expansão das margens, e
continuaremos agressivos nessas frentes no futuro”, acrescentou.
Para
2024, a empresa disse que espera um volume de vendas mais baixos no
varejo ante o ano anterior, tanto no mercado de equipamentos agrícolas
quanto no de construção. Para o segmento agrícola, as vendas líquidas
devem cair entre 8% e 12%, enquanto a margem Ebit ajustada do segmento
foi prevista entre 14% e 15%.
Quanto ao fluxo de caixa livre, a projeção é de geração de caixa está entre US$ 1,2 bilhão e $1,4 bilhão no ano.
A
seguradora Mapfre teve lucro líquido de 233 milhões de euros no Brasil
em 2023, o equivalente a R$ 1,237 bilhão e um crescimento de 62% na
comparação com 2022. Em arrecadação, a companhia obteve 5,1 bilhões de
euros no País, o equivalente a R$ 27,1 bilhões, e uma alta de 5,9% em
relação ao ano anterior.
No Brasil, a Mapfre opera em segmentos como o seguro rural, que cresceu 7,4%, e de vida, em que o aumento foi de 5,6%.
A
companhia é ainda sócia da BB Seguridade, holding controlada pelo Banco
do Brasil, na Brasilseg, seguradora que é líder em diversos ramos de
mercado.
A empresa espanhola destaca ainda que a carteira do
seguro automotivo teve alta menor, de 0,9% no ano passado, após um
período de mudanças de tarifa. O seguro auto foi reajustado pelas
empresas do setor para repassar ao consumidor os maiores custos
associados à inflação, que aumenta o valor indenizado, e dos juros.
A
empresa destaca que o índice combinado, que reflete o custo dos seguros
em relação à arrecadação obtida com eles, foi de 69,8% nos seguros
gerais, refletindo a melhoria nas condições do seguro rural.
O
retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da Mapfre
no Brasil subiu mais de 6 pontos porcentuais e atingiu 24,3%, o maior
entre as unidades regionais da companhia no mundo.
“Com uma
estratégia claramente definida, a Mapfre está bem posicionada para
explorar novas oportunidades de crescimento no mercado brasileiro,
especialmente nos segmentos de seguros automotivo, de vida e agrícola,
que consideramos áreas-chave para a expansão em 2024”, disse em nota o
CEO regional da empresa no Brasil, Felipe Nascimento.
Ele destacou
ainda a oferta multicanal e a parceria com o BB na distribuição de
seguros como alavancas para a Mapfre. A unidade brasileira respondeu por
um terço do lucro líquido do grupo no mundo, e por quase 19% da
arrecadação.
No mundo, a Mapfre teve lucro líquido de 691,8
milhões de euros (o equivalente a R$ 3,682 bilhões), alta de 7,7% em um
ano. A receita global foi de 32,2 bilhões de euros, ou R$ 171,4 bilhões,
crescimento de 7,7% ante 2022.
São
Paulo, 14 – A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São
Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve ser de 307,22 milhões de caixas
de 40,8 kg, mesmo volume da previsão anterior, de dezembro passado, e
uma redução de apenas 0,7% em comparação com a projeção inicial de maio
de 2023. O número faz parte do terceiro levantamento do Fundo de Defesa
da Citricultura (Fundecitrus), em parceria com a Markestrat, FEARP/USP e
FCAV/Unesp.
Segundo
comunicado do Fundecitrus, “considerando que mais de 95% da produção já
foi colhida, os números dessa reestimativa refletem com precisão a
atual situação da safra, com pouca margem para mudanças até o seu
encerramento”.
A
atual reestimativa não teve alteração em comparação com a anterior por
causa das condições climáticas desfavoráveis que persistiram nos dois
meses seguintes à última revisão, com chuvas abaixo da média histórica e
temperaturas elevadas, disse o fundo. “Enquanto a colheita das
variedades precoces encerrou com um aumento de 2,27 milhões de caixas,
graças às chuvas abundantes no primeiro semestre de 2023, as projeções
para as variedades de meia-estação e tardias ainda indicam uma queda de
4,39 milhões de caixas.”
Outros fatores que influenciaram a
diminuição da safra incluem a incidência de greening, que continua
crescendo nas propriedades do cinturão citrícola e o ritmo mais
acelerado da colheita nesta temporada, reduzindo o tempo disponível para
o desenvolvimento dos frutos.
De acordo com o coordenador da
Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin, a
interação desses fatores resultou em frutos de tamanhos menores do que o
esperado nas variedades de meia-estação e tardias, o que culminou na
redução da produção dessas variedades. “Embora tenha prejudicado o
crescimento das laranjas, o ritmo mais acelerado de colheita ajudou a
reduzir a perda de frutos causada por queda prematura e atenuou a
redução da produção”, afirmou na nota.
A
projeção da taxa de queda de frutos permanece em 19,0%, em média,
considerando todas as variedades. Na distribuição da taxa de queda entre
as variedades, as precoces Hamlin, Westin e Rubi encerraram em 10,8%,
enquanto as outras variedades precoces atingiram 12,1%. A Pera Rio
registrou 19,0%, enquanto Valência e Valência Folha Murcha mantiveram-se
em 22,0%, e a variedade Natal em 28,9%.
Considerando todas as
variedades, são necessários 255 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg,
oito frutos a mais em comparação com o avaliado em maio. Assim, o peso
das laranjas permanece projetado em 160 gramas, contrastando com o peso
médio inicialmente projetado em 165 gramas. Essa medida representa um
peso inferior ao da média dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas.
A moeda mostra recuperação neste início de ano - Crédito: Freepik/@ frimufilms
Diego Souzai
O Bitcoin
ultrapassou o limite de US$ 50.000 pela primeira vez em mais de dois
anos na segunda-feira – o mais recente sinal de uma recuperação massiva
para o setor de criptografia abalado por escândalos.
A
cara criptomoeda subiu quase 5% nas negociações da tarde de
segunda-feira e oscilou na marca de US$ 50.000. O Bitcoin subiu mais de
16% desde o início do ano.
Os
fanáticos por criptografia foram encorajados pelas expectativas de que o
Federal Reserve em breve afrouxará as condições de mercado, cortando as
taxas de juros. O mercado projecta que o primeiro corte das taxas da
Fed em anos poderá ocorrer já em Maio.
A aprovação pela SEC no mês
passado de ETFs de bitcoin à vista – que permitem aos investidores
adquirir participações em fundos que possuem bitcoin – também parece
estar alimentando um otimismo renovado entre os investidores.
Os
proponentes dizem que os ETFs aumentarão a demanda, facilitando o
acesso dos investidores comuns ao mercado de criptografia. O Bitcoin
caiu brevemente após a aprovação, mas as negociações têm sido robustas
desde então.
“Acho que a aprovação dos ETFs à vista foi um evento
do tipo ‘compre o boato, venda as notícias’ e, depois de alguma
realização de lucros, todos no mercado estão puxando na mesma direção”,
disse Christopher Alexander, diretor de análise da Pioneer. Grupo de
Desenvolvimento.
Outro fator chave é a iminente “redução pela
metade” do bitcoin, um evento pré-planejado que ocorre uma vez a cada
quatro anos e reduz pela metade a quantidade de moeda digital que as
pessoas recebem para “mineração”. Historicamente, os preços do bitcoin
subiram após o halving – e o próximo deverá acontecer em meados de
abril.
“Isso sempre ocorreu em torno de uma corrida de touros e,
embora possa não ser a causa direta de um aumento no preço do BTC, é
definitivamente um evento psicológico que tem algum impacto no mercado”,
acrescentou Alexander.
O Bitcoin passou por uma grande queda logo
após atingir seu preço mais alto de US$ 69.000 em novembro de 2021. O
principal token criptográfico não era negociado acima de US$ 50.000
desde dezembro daquele ano.
A
indústria foi abalada por um chamado “inverno criptográfico” em 2022,
com o bitcoin caindo impressionantes 64%, à medida que o aumento nas
taxas de juros levou alguns investidores a se desfazerem de suas
participações criptográficas em favor de opções menos arriscadas.
O problema foi agravado por impressionantes implosões da stablecoin TerraUSD e de sua criptomoeda irmã interligada, Luna.
O
golpe mais significativo ocorreu em novembro de 2022, com o colapso do
império FTX do fraudador condenado Sam Bankman-Fried. Bankman-Fried está
aguardando sentença depois de ser condenado no final do ano passado por
roubar US$ 10 bilhões de seus clientes .
Os comerciantes
recuperaram o apetite por ativos de risco, apesar das advertências do
presidente da SEC, Gary Gensler, que permaneceu crítico das criptomoedas
como veículo de investimento, apesar da aprovação dos ETFs à vista por
sua agência.
“Os investidores devem estar cientes de que o ativo
subjacente é um ativo altamente especulativo e volátil”, disse Gensler à
CNBC no mês passado. “Entre seus casos de uso está realmente para
atividades ilícitas – lavagem de dinheiro e sanções e ransomware e
similares.”
As
“metades” do Bitcoin têm como objetivo garantir a escassez da moeda ao
longo do tempo . Embora os eventos sejam frequentemente comparados a
desdobramentos de ações corporativas, os estoques de bitcoins existentes
não são afetados a não ser pelas alterações de preços resultantes.
Embora
o impacto exato de cada redução pela metade no valor do bitcoin seja
uma questão de debate, o último corte em 2020 ocorreu cerca de um ano e
meio antes de uma recuperação sustentada que viu o preço subir ao seu
máximo histórico.
O Bitcoin aumentou quase 1.000% nos 12 meses
após o halving de 2016 e cerca de 8.000% no ano após o halving de 2012,
de acordo com a Bloomberg .
A
Bombardier teve lucro líquido ajustado de US$ 143 milhões no quarto
trimestre de 2023, equivalente a US$ 1,37 por ação, segundo balanço
publicado nesta quinta-feira. O resultado superou a expectativa de
analistas consultados pela FactSet, que previam ganho de US$ 1,35 por
ação no período. No último trimestre de 2022, a fabricante canadense de
aviões regionais havia lucrado US$ 212 milhões.
A
receita total da Bombardier, que é a principal concorrente da
brasileira Embraer, teve expansão anual de 15% entre outubro e dezembro,
a US$ 3,06 bilhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, avançou 30% na
mesma comparação, a US$ 458 milhões. No fim de dezembro, a carteira de
pedidos da Bombardier totalizava US$ 14,2 bilhões.
A
Vale informou nesta quinta-feira, 8, que assinou um Memorando de
Entendimento (MoU) com a Hydnum Steel para desenvolver soluções de baixo
carbono para a produção de aço. O acordo inclui a avaliação conjunta da
possibilidade de construção de uma planta de briquetes de minério de
ferro no projeto principal da Hydnum Steel para aço verde em
Puertollano, na Espanha.
A
fábrica da Hydnum começará a produzir 1,5 milhão de toneladas de aço
laminado em 2026 e está projetada para ter uma capacidade anual de 2,6
milhões de toneladas a partir de 2030.
Para
o diretor de Desenvolvimento de Produtos e Negócios da Vale, Rogério
Nogueira, juntar-se à Hydnum neste projeto é mais um passo importante
para o objetivo de reduzir as emissões de escopo 3, referentes à cadeia
de valor, em 15% até 2035.
“A combinação do nosso briquete
inovador e de baixo carbono com o aço verde produzido pela Hydnum
apoiará nossa meta de atingir zero emissões no processo siderúrgico”,
afirma em nota.
Já o diretor de Estratégia da Hydnum Steel,
Fernando Pessanha, destaca que a siderúrgica contribui para uma mudança
tecnológica inexorável na indústria siderúrgica mundial. “Demonstra que a
produção de aço verde de alta qualidade não é apenas competitiva, mas
também benéfica para o futuro do nosso planeta”.
A
Vale observa que a Hydnum Steel será desenvolvida com tecnologia de
última geração, concebida para substituir o uso de combustíveis fósseis
por hidrogênio verde, contribuindo assim para a descarbonização do
setor.
Para a Vale, este MoU reforça a sua confiança na utilização do hidrogênio para permitir a descarbonização da siderurgia.
“A
Vale assinou acordos para estudar soluções de descarbonização em
conjunto com mais de 50 clientes, que respondem por cerca de 35% das
emissões de escopo 3 da empresa. Algumas dessas soluções incluem a
construção de plantas de briquetes próximas às instalações dos
clientes”, lembra a empresa.
O briquete é um produto desenvolvido
pela Vale em seu centro tecnológico em Minas Gerais. É produzido a
partir da aglomeração em baixa temperatura de minério de ferro de alta
qualidade, utilizando uma solução tecnológica de aglomerantes, o que
confere ao produto final alta resistência mecânica. Pode ser utilizado
como fonte metálica na rota de redução direta, possibilitando a produção
de aço verde. Também pode ser utilizado no alto-forno, reduzindo em 10%
as emissões de CO2.
A empresa lembra que além do compromisso de
reduzir 15% das emissões líquidas de escopo 3 até 2035, a Vale busca
reduzir suas emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e
atingir zero líquido até 2050, em linha com o Acordo de Paris, liderando
o caminho para a mineração sustentável.
Presidente Lula e presidente da Câmara, Arthur Lira, no Palácio do Planalto
Da redaçãoi
Os últimos dias foram marcados por uma “guerra” entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). A crise entre os dois poderes ficou explícita durante o discurso
do alagoano, na segunda-feira, 5, para marcar o retorno aos trabalhos do
Congresso Nacional. Na ocasião, ele cobrou a gestão petista por
“respeito” e “cumprimento com a palavra dada”.
No
decorrer do discurso, Lira destacou que o Orçamento não é exclusivo do
Poder Executivo, em referência ao veto do presidente Lula, em dezembro
de 2023, que cortou R$ 5,6 bilhões de emendas de comissão, aprovadas
pelo Congresso em R$ 16,6 bilhões. Essas emendas são consideradas
“herdeiras” do chamado “orçamento secreto”, que foi extinto pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) em dezembro de 2022.
A discussão sobre o Orçamento de 2024
está ligada às eleições municipais, em outubro deste ano, pois os
valores são direcionados para projetos que trazem apoio eleitoral para
deputados e senadores.
Segundo a legislação eleitoral, a liberação
dos recursos é proibida após julho, três meses antes do pleito. Há
suspeita de que o governo tenha feito o corte por temer que as emendas
sejam direcionadas principalmente aos aliados do chamado “Centrão”, uma
coalizão informal composta por partidos de centro e centro-direita que
tem como representante Arthur Lira.
“(O Orçamento) não é e nem
pode ser de autoria exclusiva do Executivo e muito menos de uma
burocracia técnica, que apesar do seu preparo não foi eleita para
escolher as prioridades da nação e não gasta a sola do sapato
percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós senadores e
deputados”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, durante o
discurso.
Convívio difícil com a Câmara
O
presidente Lula não participou da cerimônia de abertura dos trabalhos
do Congresso Nacional, mas enviou uma mensagem, lida pelo deputado
federal Luciano Bivar (União-PE), na qual disse ser necessário diálogo
para superar as “filiações partidárias”.
“O diálogo é condição
necessária para a democracia. Diálogo que supera filiações partidárias.
Que ultrapassa preferências políticas ou disputas eleitorais. Que é,
antes de tudo, uma obrigação republicana que todos nós, representantes
eleitos pelo povo, temos que cumprir”, completou.
O presidente
ainda destacou que teria o “maior prazer” em explicar sobre o veto no
Orçamento de 2024 aos parlamentares. “Negocio com o Congresso sempre.
Ontem tive de vetar R$ 5,6 bilhões em emendas. Tenho o maior prazer de
juntar lideranças e explicar por que foi vetado. Na questão das emendas é
importante lembrar que o ex-presidente (Bolsonaro) não tinha
governança. Vou repetir: ele não tinha governança. Quem governava era o
Congresso. Ele não tinha sequer capacidade de discutir o orçamento,
porque não queria ou não fazia parte da lógica dele. Queria que os
parlamentares fizessem o que quisessem”, acrescentou.
Relação ruim entre Lira e Haddad
Outro ponto dessa crise entre o Legislativo e o Executivo é a relação ruim entre Lira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
(PT), após o petista ter levantado a suspeita de lavagem de dinheiro,
superfaturamento e atividades ilícitas no Perse (Programa Emergencial de
Retomada do Setor de Eventos), instituído por meio da Lei n° 14.148/21
para estabelecer ações emergenciais e temporárias para o setor durante a
pandemia de Covid-19.
No discurso de segunda-feira, Arthur Lira
citou Perse como uma “conquista essencial para que milhões de empregos
de um setor devastado pela pandemia se sustentassem”, que “não pode
retroceder sem ampla discussão com este Parlamento”.
Os
supostos indícios de irregularidades no programa são investigados pela
Receita Federal. O Congresso Nacional prorrogou o Perse até 2026 por
meio de um Projeto de Lei de Conversão. Depois, uma MP editada pelo
governo, estabeleceu o seu encerramento assim que o recurso de R$ 20
bilhões previstos chegarem ao fim.
Segundo o jornal “Estadão”, o
ministro da Fazenda teve uma reunião com a Abrasel (Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes) na qual teria dito que as
declarações já estariam indicando o custo de quase R$ 17 bilhões e que a
projeção indicava um rombo de até R$ 100 bilhões se nada for corrigido.
O
autor do programa, o deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), disse
que não entende o tamanho da renúncia de R$ 17 bilhões. “Se alguém teve o
benefício sem ter o direito, a culpa não é do programa nem do
Parlamento nem dos setores no eixo do Perse. É preciso negociar e fazer
ajustes”, completou.
O ruído na relação entre Lira e Haddad também
teria impactado uma reunião que o ministro teria com os parlamentares. O
encontro acabou sendo cancelado para evitar um “climão” após as
declarações de Lira.
Mesmo assim , Haddad se reuniu apenas com
senadores e disse que levará ao presidente Lula a proposta de apresentar
um projeto de lei para discutir a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia de forma separada da MP do Perse.
Outra crise
Na
segunda-feira, 5, o presidente da Câmara protocolou um RIC
(Requerimento de Informações) no Ministério da Saúde para questionar a
ministra Nísia Trindade Lima sobre os critérios utilizados na
distribuição das transferências da pasta aos estados e municípios.
Dentre
os sete questionamentos enviados, Lira pede detalhes a respeito das
regras, se valem para emendas e transferências. Além disso, é cobrado se
os tetos para emendas para casos de atenção primária, média e alta
complexidade, são os mesmo para as rubricas.