quinta-feira, 30 de maio de 2024

Por que os investidores estão se afastando do Brasil se a economia não vai mal?

 


Apesar de níveis apresentáveis em inflação, desemprego e balança comercial, cai a cotação do real e das ações brasileiras.

 

Lula e Haddad

Parte do problema é a insistência em aplicar velhas receitas a questões do presente. Na realidade, a economia brasileira não vai mal: em 2024 o PIB deve crescer entre 2,5% e 3%, até o fim do ano a inflação deve ficar em 3,5% – não muito distante da meta de 3% estipulada pelo Banco Central. O desemprego está abaixo de 8%, o que, apesar de não ser pouco, foi o índice mais baixo em dez anos. No comércio externo, o superávit da balança igualmente bateu recorde.

Conclusão: as cifras-chave do Brasil estão entre medianas e fracas, mas poderiam ser bem piores. A economia está melhor do que nos últimos dez anos. Apesar disso, os investidores lhe voltam as costas: no primeiro trimestre de 2024, eles levaram tanto capital para o exterior como 40 anos atrás!+ Desemprego cai para 7,5% em abril e massa salarial bate recorde

O índice da bolsa nacional é pior entre todos os mercados de valores do mundo. A cotação do real em relação ao dólar caiu significativamente, ao contrário das demais moedas latino-americanas. Aumentam as sobretaxas de juros que os investidores estrangeiros exigem para incluir os títulos brasileiros em seus portfólios. O risco Brasil está aumentando do ponto de vista dos mercados financeiros.

Então, qual é o motivo dessa discrepância entre a realidade econômica e a má vontade dos investidores para com o Brasil? Em termos simplificados, no momento o país não tem uma boa história para contar: não há perspectivas de um futuro luminoso que faça o coração dos investidores bater mais forte.

Pelo contrário: são muitos os indicadores de que o Brasil continuará morro abaixo, em direção à mediocridade pouco ambiciosa. Pois de onde poderão vir os lucros de produtividade necessários – descontado o setor do agronegócio e, talvez, o da mineração?

No panorama internacional, os brasileiros não têm grande relevância na inteligência artificial, ciência de dados, tecnologia de semicondutores, informática e nem nearshoring – isto é, a transferência das cadeias de agregação de valor para mais perto dos Estados ocidentais.

O país ainda tem futuro?

Nesta coluna, temos repetidamente acentuado as vantagens do Brasil na comparação global: por um lado, é fornecedor mundial de alimentos, matérias primas e energia, tanto tradicional quanto sustentável, e continuará a crescer sua importância no mercado para esses produtos. Ao mesmo tempo, está equidistante dos polos de poder geopolítico China e Estados Unidos, podendo negociar e atuar com ambos.

Isso tudo continua valendo. Contudo o Brasil não explora essas vantagens o suficiente para fazer os investidores – tanto nacionais quanto estrangeiros – acreditarem nele. O governo Lula desperdiça essa dianteira estratégica, ao apostar em receitas do passado para problemas de hoje.

Com sua política econômica pouco atraente para o mercado, o presidente Lula impõe altos custos à economia. Disciplina orçamentária frouxa, investidas contra o Banco Central por seu combate à inflação, a velha política industrial tendo no centro uma Petrobras instrumentalizada pelo Estado: tudo isso já resultou na recessão nacional mais grave em meio século, e no maior escândalo de corrupção da história brasileira.

Lula está prestes a voltar a cometer esses erros. Não é à toa que agora a Petrobras perdeu quase um quinto de sua cotação nas bolsas.

E por falar da Operação Lava Jato: de lá para cá, todos os vereditos da época foram anulados. Com isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) presta um sério desserviço ao Brasil, pois também a segurança jurídica questionável é um dos motivos pelo qual os investidores vêm se afastando.

Um ano e meio após sua tão promissora posse, Luiz Inácio Lula da Silva não é mais o estadista conceituado que foi um dia. Ao tomar partido pela Rússia, Venezuela e, mais recentemente, pelos palestinos, ele perdeu muitas simpatias no Ocidente – sem, em contrapartida, ter feito novos amigos confiáveis.

Desde Brasil, um país do futuro, de Stefan Zweig (1941), a nação tem sempre conseguido se apresentar como sociedade esperançosa e importante economia em ascensão. No momento, porém, ela está mais longe dessa imagem do que nunca.

====================

Há mais de 30 anos o jornalista Alexander Busch é correspondente de América do Sul. Ele trabalha para o Handelsblatt e o jornal Neue Zürcher Zeitung. Nascido em 1963, cresceu na Venezuela e estudou economia e política em Colônia e em Buenos Aires. Busch vive e trabalha em Salvador. É autor de vários livros sobre o Brasil.

O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente da DW.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Governo quer abertura da China para uva, sorgo, noz pecã, gergelim do Brasil, diz Fávaro

 Carlos Henrique Baqueta Fávaro — Ministério da Agricultura e ...


O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a abertura do mercado chinês para uva fresca, sorgo, noz pecã e gergelim do Brasil está na pauta dos bilateral entre os países durante a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). A Cosban se reunirá nos dias 5 e 6 de junho em Pequim, na China.

“A nossa expectativa é continuar ampliando as relações comerciais com a China. O processo (fitossanitário) de uva fresca está pronto e esperamos formalizar a abertura”, disse Fávaro ao Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) ao chegar em almoço no Lide (Grupo de Líderes Empresariais) Brasília.

Fávaro vai para a China na próxima sexta-feira para participar da Cosban. “O bom momento que o Brasil vive de relações diplomáticas se converte na ampliação das oportunidades de mercado”, avaliou Fávaro.


Shopee é a favor de imposto de importação de 20% e diz ter 90% das vendas vindas de nacionais

 

A Shopee afirmou por meio de nota que reforça o posicionamento a favor do imposto de importação de 20% para produtos até US$ 50. A companhia lembra que está estabelecida na cidade de São Paulo desde 2019 e que tem foco de atuação local: 90% das vendas da Shopee no País são de vendedores nacionais.

“A Shopee apoia a medida aprovada ontem pela Câmara dos Deputados que estabelece a alíquota de 20% de imposto de importação para produtos de até US$ 50 e a isonomia tributária. Nosso foco é local. Queremos desenvolver cada vez mais o empreendedorismo brasileiro e o ecossistema de e-commerce no país e acreditamos que a iniciativa trará muitos benefícios para o marketplace. Não haverá impacto para o consumidor que comprar de um dos nossos mais de 3 milhões de vendedores nacionais que representam 9 em cada 10 compras na Shopee no país”, diz a empresa.

A companhia diz ainda que tem investido fortemente na expansão da malha logística que é direcionada a atender as vendas dos lojistas nacionais. “Atualmente, temos mais de 10 mil colaboradores em dois escritórios na cidade de São Paulo, 11 centros de distribuição, mais de 100 galpões logísticos, além de 2 mil pontos de coleta”, complementa.

A privatização e a nova dinâmica do mercado de combustíveis na Bahia, por Adhemar S. Mineiro

 


No Nordeste, a turbulência internacional e a reoneração tributária devem impactar em especial o mercado de combustíveis da Bahia.

 

 

A privatização e a nova dinâmica do mercado de combustíveis na Bahia

por Adhemar S. Mineiro

 

Os primeiros meses de 2024 foram marcados por eventos que exerceram forte pressão potencial sobre os preços dos derivados do petróleo no Brasil. No plano internacional, o agravamento do conflito no Oriente Médio fez com que o Mar Vermelho, uma importante rota petroleira, se tornasse cenário de confrontos, forçando a utilização de vias de navegação mais distantes. Com isso, verificou-se um incremento nos custos de frete e de seguro marítimo, o que resultou na consequente elevação do preço final do óleo cru.

Paralelamente, no âmbito nacional, foi implementada a reoneração dos tributos federais (PIS/COFINS) e estaduais (ICMS) sobre os derivados de petróleo, cujo efeito nos preços desses produtos é esperado, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

A princípio, no Nordeste, a turbulência internacional e a reoneração tributária devem impactar em especial o mercado de combustíveis da Bahia. Nesse estado, a Acelen opera quase como um monopólio na região metropolitana de Salvador e no Recôncavo, beneficiando-se da proteção de mercado proporcionada pela distância e pela falta de capilaridade logística dos competidores. Além disso, tem mercado preferencial em áreas do Nordeste e do Norte de Minas Gerais.

Entretanto, caso haja um substancial aumento no diferencial de preços, a Petrobras poderia ameaçar o domínio de mercado da Acelen na região no longo prazo. Isso seria possibilitado, sobretudo, pelo incremento da produção nas refinarias do Sudeste e na RNEST, conforme planejado pela estatal. Nesse cenário, também deve-se considerar que, desde o início das operações na Bahia, a Acelen tem direcionado parte de sua produção para a fabricação de óleo bunker destinado à exportação, diminuindo assim sua oferta de derivados, como o diesel, para o mercado interno.

A Petrobras, quando divulgou sua nova política de preços em maio de 2023, sinalizou a intenção de explorar novos mercados. Para a empresa, a mudança possibilita mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil. Essa vantagem competitiva pode ser ainda reforçada se houver avanços na otimização logística e na expansão do refino em unidades capazes de atender o Nordeste.

Com a política, a estatal se desobrigou da vinculação estrita aos Preços de Paridade de Importação (PPI), o que faz com que os preços internos não sejam imediatamente impactados pelas oscilações nos preços internacionais. Com mais flexibilidade, a estatal tem o potencial de desafiar os mercados e as margens de lucro de concorrentes, pressionando-os a reavaliar suas estratégias operacionais.

A reação dos competidores à liderança de mercado exercida pela Petrobras pode servir como um teste para a sua política de preços. De fato, já em maio de 2023, a Acelen modificou sua política de preços e, logo após, ainda no mesmo mês, foi notificada pelo Procon-BA exatamente por ter acompanhado o movimento da Petrobras e reduzido seus preços.

Outro ponto relevante é que, diferente dos atores privados, a Petrobras mitigou os impactos do retorno dos tributos federais e estaduais em âmbito nacional. Isso foi alcançado por meio da redução dos preços dos derivados em suas refinarias, de modo a absorver parte dos efeitos do retorno dos impostos quando as medidas fossem efetivadas.

A pressão nos preços internacionais do petróleo nos últimos dois meses, aliada à nova política de preços implementada pela Petrobras desde maio do ano passado, tem potencial para intensificar a concorrência nas regiões atendidas pela Acelen – já que a empresa é particularmente suscetível às flutuações internacionais.

Além disso, a melhoria da logística da Petrobras para atender à região a partir das unidades existentes – via investimentos realizados pela Transpetro em navegação de cabotagem e expansão de dutos –, bem como a volta da Petrobras ao setor de distribuição, representa um desafio adicional. Assim, a Acelen provavelmente terá que reconsiderar sua estratégia operacional e sua política de preços, que por manter a vinculação ao PPI, até então, servia como garantia de rentabilidade para seus investidores. A empresa pode precisar explorar formas de associação com a Petrobras, visando evitar a instalação de uma competição efetiva com a líder nacional do setor.

 

 

 https://jornalggn.com.br/desenvolvimento/a-privatizacao-e-a-dinamica-do-mercado-de-combustiveis-na-bahia/


Adhemar S. Mineiro – Economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)


Senado adia Mover e taxação de compras para semana que vem, mas garante manutenção de contratos

 Senado Fotos


O Senado adiou para a próxima terça-feira, 4, a votação do projeto de lei que regulamenta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e prevê cobrança de 20% de imposto de importação sobre compras internacionais de até US$ 50. A informação foi confirmada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Ele também garantiu que a perda de efeito, na sexta-feira, 31, da Medida Provisória (MP) que criou os incentivos ao setor automotivo não impactará nos contratos que já foram estabelecidos.

“Ele (Rodrigo Pacheco, presidente do Senado) teve a garantia de que esta lacuna temporal, de dias, é possível resolver”, disse Wagner, a jornalistas, ao ser questionado sobre eventual insegurança jurídica para as montadoras com a votação do projeto de lei do Mover após o vencimento do prazo da MP. “Os contratos não caducarão. Os investidores podem ficar tranquilos que será suprido”, emendou.

O Mover foi aprovado na noite desta terça-feira, 28, na Câmara, com alguns jabutis – trechos em projetos de lei que não têm relação com o conteúdo principal. Além da taxação do e-commerce estrangeiro, os deputados incluíram de última hora, por exemplo, política de conteúdo local para as atividades de exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, aplicável ao regime de concessão.

Essa medida foi criticada pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP). “O dispositivo, incluído de última hora e sem o debate necessário com o setor produtivo, representa grave barreira para a viabilidade de projetos, tendo sido estabelecidos sem qualquer estudo técnico mais aprofundado”, avaliou a entidade em nota nesta quarta-feira.

Além disso, de acordo com o IBP, a medida suprime os poderes e prerrogativas do Ministério de Minas e Energia (MME), da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para fixar os índices de conteúdo local de acordo com as características de cada projeto, conforme a prática internacional.

Massa de salários em circulação na economia bate recorde em abril, aponta IBGE

 


Desemprego cai para 7,5% em abril, menor taxa para o período desde 2014.

Desemprego cai para 7,5% em abril, menor taxa para o período desde 2014 (Crédito: Arquivo / Agência Brasil)

A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 23,046 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 313,137 bilhões, uma alta de 7,9% no trimestre encerrado em abril de 2024 ante o trimestre terminado em abril de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre terminado em janeiro de 2024, a massa de renda real subiu 1,1% no trimestre terminado em abril, R$ 3,296 bilhões a mais.

O resultado foi impulsionado tanto pelo crescimento no número de trabalhadores ocupados quanto pelo aumento no rendimento pago a quem estava trabalhando, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Renda médio mensal subiu para R$ 3.151

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,8% na comparação com o trimestre até janeiro, R$ 25 a mais, para R$ 3.151.

Em relação ao trimestre encerrado em abril de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,7%, R$ 143 a mais.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,4% no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro. Já na comparação com o trimestre terminado em abril de 2023, houve elevação de 9,0% na renda média nominal.

Segundo Adriana Beringuy, a renda do trabalhador cresceu puxada pela expansão do emprego formal, que tem remuneração mais elevada que ocupações informais.

 

Catta Preta pediu socorro a procuradores de Curitiba antes de abandonar a Lava Jato e sair do País, mostra Spoofing

 


Advogada de delatores, Catta Preta apelou a Carlos Fernando e Deltan Dallagnol para proteger sua família; leia as mensagens

 

 

Um dos casos que mais causou rebuliço no início da Operação Lava Jato diz respeito à renúncia a diversos mandatos de defesa por parte da então advogada criminalista Beatriz Catta Preta, que vinha ganhando protagonismo fechando acordos de delação premiada com a força-tarefa de Curitiba. Ela foi responsável, por exemplo, pela primeira delação da Lava Jato, a de Paulo Roberto Costa.

Em 2015, após negociar pelo menos outras oito colaborações e faturar milhões de reais em honorários, ela decidiu fechar o escritório e ir morar no exterior alegando ter sofrido “ameaças veladas” por parte de interlocutores de congressistas que seriam implicados nas investigações por seus clientes. Entre eles estaria Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados.

Agora, nove anos após sua saída repentina da Lava Jato, diálogos apreendidos pela Operação Spoofing e acessados pelo Jornal GGN revelam que Catta Preta chegou a pedir socorro aos procuradores de Curitiba antes de tomar a decisão de abandonar a própria carreira para proteger a si e sua família.

A conversa – leia ao final – confirma que a advogada não só tinha medo das ameaças que recebeu para não depor à CPI da Petrobras, como teria se oferecido ao então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima para relatar extraoficialmente os casos de “violência” dos quais seus algozes seriam “capazes”.

Carlos Fernando: O seu receio é o de comparecer à CPI?
Beatriz Catta Preta: Também, a mesma pessoa está soltando as mentiras na imprensa e alimentando a CPI, para os interesses de uma pessoa só. Sei do que são capazes e relato a violência a vocês de forma extra oficial.

Além das alegadas ameaças, Catta Preta também demonstrou preocupação com a possibilidade de virar alvo da CPI. “Não posso ser transformada em investigada.”

Na troca de mensagens, os procuradores conversaram sobre as razões que teriam levado Catta Preta a abrir mão das defesas. Carlos Fernando chegou a mencionar que, além da pressão da CPI, o marido de Catta Preta também teria “problemas”, e advertiu aos colegas: “Por isso insisto sempre que devemos ficar de fora da escolha do advogado. Isso sempre é complicado.” A frase confirma o que por muitos anos foi denunciado na Lava Jato: que procuradores selecionavam ou barravam defensores de alguns réus.

 

O pedido de ajuda

 

Beatriz Catta Preta em entrevista aos Jornal Nacional

 

Os apelos de Catta Preta aos procuradores de Curitiba ocorreram um dia após ela anunciar o encerramento de sua carreira em uma entrevista ao Jornal Nacional, em 30 de julho de 2015. Carlos Fernando expôs no grupo com os colegas a mensagem recebida por ela no dia 31.

“Preciso de proteção a mim e minha família. A insistência do Presidente da CPI em me ouvir é encomendada. Mesmo com o Supremo dizendo que não devo falar à CPI, ele está dando declarações de que manterá minha convocação. Sou apenas uma advogada. Não posso ser transformada em investigada. Se permitirem minha ida à CPI, eu e minha família não teremos mais espaço neste País”, escreveu Catta Preta.

“Não tenho proteção ou segurança. Jornalistas estão amedrontando todos os meus familiares. O que está acontecendo é pessoal. Preciso realmente da ajuda da PGR [Procuradoria-Geral da República]”, concluiu. Carlos Fernando, por sua vez, prometeu encaminhar o caso à PGR.

Além de Carlos Fernando, Deltan Dallagnol também teria recebido as mensagens privadas de Catta Preta.

Em 2016, o jornalista Lauro Jardim revelou o teor de uma conversa privada entre Catta Preta e os investigadores da Lava Jato. Ela relatou ter se sentido ameaçada pelo doleiro Lúcio Funaro, tratado pela Lava Jato como operador de Eduardo Cunha, ao chegar em casa e vê-lo sentado no sofá brincando com seus filhos. Funaro era ex-cliente de Catta Preta e, por isso, teve acesso a sua intimidade. 

 

Confira trechos da Spoofing abaixo: 

 

26 Jul 15

 
11:58:28 Orlando SP Cf, o q Catta preta disse a vc para renunciar aos mandatos?
13:02:55 O que ela me perguntou foi se haveria possibilidade de reavaliar as condições do Júlio sem quebrar o acordo.
13:03:56 Ela disse que não queria ser advogada do Júlio se fossemos pedir a rescisão do acordo.
13:05:28 Disse a ela que enquanto não ajuizassemos um pedido de justificação, seria sempre possível um novo acordo.
13:05:36 Orlando SP Ok. Welter, vi q vc enviou o meu e-mail sobre Leonardo para o adv dele!!! Aquele em q digo q Leonardo “parece q vende mais do que
tem”!!!
13:06:07 Orlando SP Qual o motivo da renúncia ?
13:06:19 Orlando SP Pressão?
13:07:00 Athayde Vamos precisar do augusto em breve no caso angra. Ele pagou uma das intermediarias. Pelo q sei ele ta sem adv, ne?
13:08:40 Nem ideia. Mas realmente ela tinha o marido por trás. Ela chegou a me dizer que ela é o marido insistiam para que Júlio dissesse a verdade.
13:09:16 Creio que foi a manobra do Congresso, fora o marido ter problemas.
13:09:56 Por isso insisto sempre que devemos ficar de fora da escolha do advogado. Isso sempre é complicado.

30 Jul 15

 
19:40:52 Diogo Catta Preta deu entrevista para o JN. Disse que foi ameaçada pelo Eduardo Cunha

1 Jul 15


13:36:2
4 Dr., bom dia. Preciso de proteção a mim e minha família. A insistência do Presidente da CPI em me ouvir é encomendada. Mesmo com o Supremo dizendo que não devo falar a CPI ele esta dando declarações de que manterá minha convocação. Sou apenas uma advogada. Não posso ser transformada em investigada. Se permitirem minha ida à CPI, eu e minha família não teremos mais espaço neste País. Isso é uma atrocidade! Tenho filhos pequenos, que por conta das declarações deste Sr. estão sendo apontados e discriminados na escola e pelas famílias dos amiguinhos. Não tenho proteção ou segurança. Jornalistas estão amedrontando todos os meus familiares. O que está acontecendo é pessoal. Preciso realmente da ajuda da PGR.
13:36:40 Recebido de Catta Preta.
13:46:16 [31/7 13:36] carlos fernando: Vou encaminhar para a PGR. [31/7 13:36] Beatriz Catta preta: Foi para o Sr , Dr douglas e Dr Deltam , voces precisam me ajudar , tem nome e sobrenome, objetivo e motivo. Estou presa minha casa , em SP , tenho receios de sair , preciso de ajuda! [31/7 13:40] carlos fernando: É preciso delimitar exatamente o que acontece. O seu receio é o de comparecer à CPI? [31/7 13:42] Beatriz Catta preta: Tambem, a mesma pessoa esta soltando as mentiras na imprensa e alimentando a CPI, para os interesses de uma pessoa só. Sei do que sao capazes e relato a violencia a voces de forma extra oficial [31/7 13:42] Beatriz Catta preta: O Dr Figueredo não esta errado nos memoriais que apresentou na defesa do Julio.

https://jornalggn.com.br/noticia/catta-preta-pediu-ajuda-a-procuradores-antes-de-abandonar-lava-jato/