sexta-feira, 7 de junho de 2024

Superintendência do Cade aprova aquisição da CJ Selecta pela Bunge Alimentos

 

Bunge anuncia empresa para frete digital no Brasil; dará ...

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da CJ Selecta pela Bunge Alimentos. De acordo com a Bunge, a operação tem como escopo a melhoria de sua capacidade de competir globalmente com outras empresas do ramo de agronegócio que operam no setor de produtos derivados da soja.

“Ao reunir os seus negócios com os da CJ Selecta, a Bunge será capaz de maximizar as sinergias entre suas atividades e as da empresa-alvo, reduzindo os custos de produção e expandindo suas ofertas aos clientes finais”, alegou a companhia no processo.

BB informa que União fez aporte de R$ 4,5 bi no FGO para Pronampe destinado ao RS

 


O Banco do Brasil informou que o governo federal fez um aporte de R$ 4,5 bilhões no Fundo Garantidor de Operações (FGO) no último dia 28 de maio. O recurso fará a garantia de empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para empresas do Rio Grande do Sul que tiveram perdas materiais decorrentes das enchentes que atingiram o Estado no último mês.

O BB é o administrador do FGO, e nessa condição, recebe uma remuneração de 1% ao ano, calculada a partir do volume de ativos do fundo.

Além disso, a BB Asset, que gere fundos de investimentos exclusivos em que os recursos foram aplicados, faz jus a uma remuneração de 0,09% ao ano.

O aporte foi possibilitado por uma medida provisória que criou um crédito extraordinário de R$ 4,5 bilhões para o aporte no FGO. O governo estimou em maio que o montante poderia garantia até R$ 30 bilhões para microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte via Pronampe.

O Programa é operado por diferentes bancos, públicos e privados, além de cooperativas de crédito. Neste ano, o Pronampe já movimentou R$ 14,4 bilhões, de acordo com os dados mais recentes do FGO, sendo que o Bradesco, com R$ 3,5 bilhões, e o BB, com R$ 3,3 bilhões, são os bancos com os maiores volumes emprestados.

Galípolo diz que reuniões do Copom não seguem apenas modelos e que há sempre julgamentos

 Haddad confirma indicação de Gabriel Galípolo para diretoria ...


O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira, 7, que as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC não seguem apenas modelos e que há sempre julgamentos para tomar decisões. Participante de seminário do programa de pós-graduação em Economia da Universidade de Brasília (UnB) nesta sexta-feira, ele foi questionado sobre a observação de modelos tradicionais da literatura econômica para a tomada de decisões da política monetária.

Galípolo destacou que o consumo tradicional de dados pelos Bancos Centrais costuma ser mais conservador e que quando os BCs mencionam que a curva de Phillips, por exemplo, está mais flat é uma forma elegante de dizer que perdeu potência, até pelas correlações inusitadas que são observadas.

“No Copom, o modelo não vai lá e cospe um resultado. Tem nove pessoas, existe um julgamento, uma decisão que está juntando esses dados, esses modelos”, observou o diretor do BC.

Desinflação no mundo

Galípolo afirmou ainda que o mundo passou por processo de desinflação relevante em 2023, mas de forma inusitada. “A gente assistiu a um processo desinflacionário ao redor do globo com nível de atividade ainda bastante resiliente”, disse o diretor.

Ele comentou sobre o cenário dos Estados Unidos e disse que desde 2023 havia oscilação nas expectativas. Por isso, ele destacou que o processo norte-americano de desinflação mais lento, mas com menor probabilidade de recessão. “(O Fed) tem mais êxito de fazer isso sem tanto custo para a sociedade”, afirmou, citando o Federal Reserve, o banco central norte-americano.

O diretor do BC ainda comentou que a desinflação mais resiliente nos Estados Unidos está associada a serviços e mercado de trabalho. “Será possível ver desinflação sem aumento do desemprego nos Estados Unidos simplesmente por normalização de cadeias?”, observou.

Mais cedo, ele destacou o esforço empreendido pelos Bancos Centrais no período de 2008 até agora, com ênfase no período da pandemia. Ele também comentou os efeitos de apostas para as tendências inflacionárias. “Historicamente, preços de serviços rodam numa inflação superior ao preço de bens”, observou.

Desinflação no Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central afirmou que a posição do Brasil em relação ao processo de desinflação – com dados benignos, mas expectativas desancorada – coloca o País em posição mais delicada e incomoda a ele e a outros diretores da autoridade monetária.

Galípolo comentou que a postergação da expectativa de corte de juro nos Estados Unidos refletiu em elevação de juro terminal em emergentes. “O que coloca o Brasil em situação mais delicada é que ocorreu alteração na taxa de juros terminal, mas continuamos observando o processo de desancoragem das expectativas, em processos meio dissonantes”, observou.

Ele destacou que os últimos dados de inflação foram benignos, mas a desancoragem das expectativas persiste – e é isso que causa a preocupação no BC.

O diretor ainda citou o consumo resiliente das famílias e aumento da balança comercial como pontos que continuam surpreendendo a economia brasileira, apesar de os juros permanecerem em patamar restritivo.

Galípolo ainda chamou atenção para a taxa de investimento, avaliando que é preciso elevar o seu atual patamar.

Posição privilegiada

O diretor do Banco Central afirmou também que a economia brasileira está em posição privilegiada em relação aos desafios que estão sendo impostos pelo mundo. Ele comentou sobre as vantagens competitivas do País, como a matriz energética limpa.

Aos alunos da UnB, Galípolo procurou passar um tom otimista sobre a condução da política monetária e da economia brasileira.

Demitidos da Ansa serão recontratados até 6 de julho, após parecer do TST, diz FUP

 ANSA estuda reabertura de unidade de fertilizantes no Paraná ...


Após a decisão da retomada das operações da fábrica de fertilizantes da Petrobras no Paraná, Araucária Nitrogenados (Ansa), em agosto do ano passado, a estatal deverá recontratar os empregados demitidos da unidade até o dia 6 de julho, disse a Federação Única dos Petroleiros (FUP), para evitar o período eleitoral.

A recontratação dos cerca de 400 empregados dispensados após o fechamento da fábrica pelo governo Bolsonaro, em 2020, depende, no entanto, de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), prevista para a próxima semana, segundo a entidade sindical.

A demora da retomada da Ansa foi um dos pontos de atrito entre a FUP e o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, demitido em meados de maio e substituído por Magda Chambriard, convocada pelo governo para acelerar a produção de fertilizantes pela estatal, entre outros projetos.

“A luta e resistência dos trabalhadores do sistema Petrobras foram fundamentais para a construção desse acordo, com o apoio do Ministério Público do Trabalho e sob a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que deverá homologar o entendimento ainda nesta semana. A expectativa é a recontratação dos trabalhadores que foram demitidos até o dia 6 de julho, por conta da legislação eleitoral”, disse o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar

Ele observou que, sob o comando de Magda, a Petrobras encontrou o caminho de consenso para a efetiva retomada do parque de fertilizantes brasileiro.”A Ansa é a primeira de outras que virão: as Fafens Bahia, Sergipe e Mato Grosso do Sul”, assegurou o sindicalista.

Segundo Bacelar, a decisão é importante para o cumprimento do plano de governo que a FUP ajudou a construir visando a retomada do segmento de fertilizantes da Petrobras. A previsão da estatal é de que a Ansa volte a operar no segundo semestre de 2025.

Com a paralisação da fábrica de Araucária, em 2020, mais de mil empregados perderam seus postos de trabalho, sendo cerca de 400 empregados diretos e 600 indiretos. A fábrica, que operava desde 1982, entrou no plano de desinvestimento da Petrobras em 2019, no governo Bolsonaro.

A Ansa possui capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m?/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).

A reabertura da unidade está incluída no plano estratégico 2024-2028 da Petrobras e no Plano Nacional de Fertilizantes. O Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, é atualmente o quarto maior consumidor internacional de fertilizantes e importa 85% do que utiliza.

Segundo estimativa da FUP, a reativação da Ansa, a retomada das Fafens Bahia e Sergipe e a conclusão das obras da fábrica de Mato Grosso do Sul (Fafen III) podem reduzir para 35% as importações do insumo agrícola.


Preço do arroz sobe em 15 capitais e encarece cesta básica, aponta Dieese

 


Arroz

Arroz (Crédito: Reprodução/Pixabay)

No mês de maio, o custo médio da cesta básica aumentou em 11 das 17 capitais brasileiras que são analisadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A maior alta na comparação com o mês de abril ocorreu em Porto Alegre, atingida pelas chuvas em maio, com  aumento de 3,33% no custo médio da cesta básica. Em seguida aparecem Florianópolis (2,50%), Campo Grande (2,15%) e Curitiba (2,04%). Já as principais quedas foram registradas em Belo Horizonte (-2,71%) e Salvador (-2,67%).

Um dos vilões para o aumento no custo da cesta foi o arroz. Entre abril e maio, o preço médio do arroz aumentou em 15 capitais, com variações de 1,05% em Recife até 16,73% em Vitória. Como o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior produção de arroz, as enchentes reduziram a oferta. Mesmo com a importação do grão, informou o Dieese, houve aumentos na maior parte das cidades consultadas pela pesquisa, com exceção de Natal e Goiânia.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou nesta quinta um leilão para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, com objetivo de reduzir o preço do produto no mercado interno.

Cesta básica mais cara é de SP

A capital paulista continua apresentando a cesta mais cara do país. Em maio, o conjunto dos alimentos básicos em São Paulo custava, em média, R$ 826,85. Em Porto Alegre, o preço médio girava em torno de R$ 801,45, pouco acima da cesta de Florianópolis (R$ 801,03).

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 579,55), Recife (R$ 618,47) e João Pessoa (R$ 620,67).

Na comparação anual, entre maio de 2023 e 2024, todas as capitais brasileiras analisadas pelo Dieese tiveram alta no preço da cesta, exceto Goiânia, onde a variação foi de -0,05%.

Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário-mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o salário-mínimo em maio deveria ser de R$ 6.946,37 ou 4,92 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.

Porto Alegre

Para fazer a pesquisa de preços da cesta básica em Porto Alegre, cidade que foi muito afetada pelas chuvas de maio, a equipe técnica do Dieese acabou se dividindo e conseguiu visitar presencialmente quase todos os supermercados que são analisados mensalmente no estudo, exceto um, que foi afetado pela enchente. Mas a pesquisa acabou sendo prejudicada porque houve dificuldade dos técnicos em visitar padarias e açougues. Com isso, apenas 73% desses estabelecimentos foram visitados na pesquisa elaborada em maio.

“A percepção, ao longo da coleta de preços, é de que não houve desabastecimento na cidade, entretanto, algumas marcas ficaram ausentes/faltantes por conta de problemas de logística/distribuição, pois houve interrupção no tráfego de algumas rodovias e alagamentos nos estoques de distribuidoras e/ou caminhões. Em alguns estabelecimentos, havia aviso de limite de unidades por cliente como, por exemplo, leite e arroz. Apesar de tudo, há indicações de que serão/são problemas limitados e pontuais, que não devem continuar ocorrendo, mas desaparecer gradativamente, com o restabelecimento do fluxo de logística, transporte e distribuição”, informou o Dieese.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Hurb terá de reembolsar clientes lesados em até 48 horas; empresa se posiciona

 

Logo Hurb – Logos PNG

O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, determinou liminarmente que a empresa de turismo Hurb – que vende pacotes de viagens, passagens e hospedagem – reembolse, em até 48 horas, todos os clientes que solicitarem a devolução de dinheiro. O magistrado fixou multa de R$ 10 mil por infração verificada.

A decisão foi assinada no bojo de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado que atribui à Hurb ‘má prestação de serviços’.

A Promotoria sustenta que a empresa não honrou diversos negócios, tanto em razão de dificuldades para marcar data para viagens contratadas, como por suposta irregularidade em casos de solicitação de reembolso.

O processo tramitou em conjunto com uma outra ação, proposta pelo Instituto Brasileiro de Cidadania. Ambas versam sobre os mesmos fatos.

O juiz apontou ‘várias ilicitudes com evidentes violações da lei com relação à esfera privada de consumidores lesados’. Paulo Assed Estefan vê ‘situação preocupante porquanto há uma enorme gama de consumidores afetados pelas atividades da empresa-ré, os quais já se ressentem da recomposição dos danos sofridos’.

O magistrado determinou que a empresa ‘atenda com o ofertado no mercado de consumo’, observando datas que foram oferecidas ao consumidor para as viagens, de modo que seja ‘efetivamente cumprido o serviço turístico contratado’, além de oferecer informações, também sob pena de multa de R$ 10 mil por infração verificada.

Estefan anotou que, durante a pandemia, a legislação propiciou às empresas de turismo uma ‘facilidade maior’ para lidar com problemas relativos a cancelamentos, mas ‘não é por isso que sua aplicabilidade deve ser ampliada’.

“Se a relação jurídica de consumo já estava estabelecida, há de ser considerada como ato jurídico perfeito e, por isso mesmo, imune às alterações legislativas posteriores”, anotou.

Para o advogado Gabriel de Britto Silva, especialista em ações de defesa do consumidor e diretor jurídico do Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibrac), ‘resta clara a ocorrência de descumprimento de oferta e cometimento de publicidade enganosa aos consumidores que compraram pacotes de viagem, passagens aérea e terrestre, além de hospedagem e passeios’.

“Ficou caracterizada a não realização das restituições dos valores pagos quando requeridos pelos consumidores”, afirma Gabriel de Britto.

COM A PALAVRA, O HURB

Guiado pela missão de democratizar o acesso a viagens para milhares de brasileiros, o Hurb, que atua há mais de 13 anos no setor de turismo, sempre prezou pela transparência com os seus viajantes. A companhia reconhece os problemas enfrentados e lamenta pela frustração dos clientes impactados.

Em relação à solicitação do Estadão, a empresa esclarece que, por questões legais, não comenta processos judiciais e/ou ações em andamento, mas afirma que está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos.

O Hurb ressalta que segue trabalhando em força-tarefa para a normalização das suas operações e reitera o comprometimento com a realização das viagens adquiridas, bem como com a devolução de valores solicitados por clientes que optaram pelo cancelamento do serviço.

Por fim, o Hurb ainda frisa que, em prol da escuta ativa e cuidado com seus públicos, está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas.

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,5 bi em maio, com recuo em exportações

 


Cargueiro descarrega soja no porto de Paranaguá, no Paraná 03/12/2020 REUTERS/Rodolfo Buhrer

A balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 8,534 bilhões em maio. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta quinta-feira, 6, o valor foi alcançado com exportações de US$ 30,338 bilhões e importações de US$ 21,804 bilhões.

Na última semana de maio (27 a 31), o superávit foi de US$ 1,777 bilhão, com vendas de US$ 5,347 bilhões e compras de US$ 3,570 bilhões. No ano, o saldo positivo acumulado é de US$ 35,887 bilhões.

O resultado do último mês veio em linha com a mediana apontada no Projeções Broadcast, de US$ 8,5 bilhões. As projeções variavam de US$ 7,1 bilhões a US$ 9,850 bilhões.

Em maio, as exportações registraram baixa de 7,1% na comparação com o mesmo período em 2023, devido a queda de US$ 1,7 bilhão (-18,5%) em Agropecuária; crescimento de US$ 940 milhões (13,8%) em Indústria Extrativa e recuo de US$ 1,51 bilhão (-9,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Já as importações registraram aumento de 0,5% em maio ante o mesmo mês do ano passado, com crescimento de US$ 180 milhões (53,4%) em Agropecuária; alta de US$ 190 milhões (12,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 230 milhões (-1,2%) em produtos da Indústria de Transformação.