segunda-feira, 10 de junho de 2024

Dasa diz que negociação para fusão com Amil está em ‘estágio avançado’

 


Exames de saúde

A Dasa é dona da rede de laboratórios Delboni Auriemo (Crédito: Imagem de MasterTux por Pixabay)

A Dasa confirmou nesta segunda-feira, 10, que está em negociações com a operadora de planos de saúde Amil para uma combinação de negócios e acrescentou que as conversas estão em “estágio avançado”.

Com a fusão, cada empresa deteria 50% do capital da nova companhia, denominada “Ímpar”, segundo fato relevante da Dasa, que é dona de redes de laboratórios como Delboni Auriemo e Lavoisier. A empresa acrescentou que haverá uma transferência de dívida da Dasa para a Ímpar, com o valor atualmente discutido de R$ 3,85 bilhões.

Doze hospitais da companhia de medicina diagnóstica fariam parte da transação, enquanto os hospitais Rede Américas no Ceará e no Rio Grande do Norte, além dos hospitais verticalizados da Amil, não fariam parte do negócio, segundo o documento.

A empresa destacou, contudo, que atualmente não há qualquer acordo ou decisão da administração da companhia aprovando a transação.

“A companhia não pode garantir nesse momento que tal negociação será concluída ou que os termos finais da transação estarão de acordo com as negociações atualmente em curso”, acrescentou.

A Dasa confirmou ainda que recebeu do empresário Nelson Tanure documento visando uma potencial combinação de negócios com a Alliança Saúde, mas esclareceu que não há qualquer decisão da administração da companhia quanto à proposta.

A Amil não respondeu imediatamente a pedido de comentário da Reuters.

Às 13h43 (horário de Brasília), as ações da Dasa subiam 5,13%, a R$ 4,1 cada, durante o pregão na bolsa paulista.

São Paulo privatizará linhas de trens com 17 milhões de usuários/mês

 

Imagens vetoriais Bandeira são paulo | Depositphotos

O governo de São Paulo vai privatizar as linhas 11 – Coral, 12 – Safira e 13 – Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Está prevista para o próximo dia 19 a primeira de três audiências públicas sobre o processo de concessão. Segundo a Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos, nos encontros o governo vai pedir contribuições e opiniões da sociedade civil a respeito do projeto.

Juntas, as três linhas transportam mais de 17 milhões de pessoas por mês. De acordo com levantamento da CPTM com base em outubro de 2023, a Linha Coral transporta, em um mês, 11,7 milhões de passageiros, a Linha Safira leva 5,4 milhões de pessoas e a Jade, 431,2 mil usuários.

A Linha 11 sai da região central paulistana e vai em direção à zona leste, passando por Poá e chegando a Mogi das Cruzes. A Linha 12 faz um trajeto paralelo, passando por Itaquaquecetuba até Poá. A Linha 13 liga a parte central da capital paulista ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O processo de transferência das linhas para a iniciativa privada prevê, segundo o governo de São Paulo, a ampliação da Linha Jade, com a construção de dez novas estações. A empresa que assumir essa parte do sistema deverá ainda requalificar a infraestrutura das linhas.

Pendências

Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE), as obras de readequação e ampliação do sistema de suprimento de energia das linhas 11 e 12, que deveriam ter sido entregues em agosto de 2015, não foram finalizadas e estão paralisadas.

O contrato para as melhorias do sistema elétrico das duas linhas foi assinado em 2012 com a empresa alemã Siemens, com um valor inicial de cerca de R$ 106 milhões. Ao longo dos anos, após seis aditamentos, de acordo com o TCE, foram pagos R$ 149,4 milhões para execução do contrato.

A CPTM afirma, no entanto, que “obra foi concluída em outubro 2023 e as linhas 11-Coral e 12-Safira operam sem impacto ao passageiro”. De acordo com a estatal, faltam apenas os “ajustes finais” para emissão de documentos de encerramento do contrato, o que está previsto para acontecer no próximo mês de julho.

A Secretaria Estadual de Parcerias em Investimentos diz que “tem estruturado suas novas concessões em trilhos para que haja um período adequado de transição entre a empresa pública e privada, mitigando os riscos na operação”.

Falhas e indenização

Em 2022, as linhas 8 – Diamante – e 9 – Esmeralda – da CPTM passaram a ser operadas pela Viamobilidade, consórcio formado pela CCR e pelo Grupo Ruas. Primeiras linhas do sistema de trens metropolitanos de São Paulo a serem privatizadas, ambas apresentaram falhas sucessivas no início da concessão.

Os problemas levaram o Ministério Público de São Paulo a abrir uma investigação sobre o funcionamento das linhas concedidas. Em março de 2023, um relatório da promotoria apontou a necessidade de ações emergenciais para garantir a segurança na Linha Diamante.

No ano anterior, a linha havia registrado dois acidentes. Em março de 2022, um trem bateu contra uma barreira de proteção na Estação Júlio Prestes, na região central paulistana. Em dezembro, a mesma composição descarrilou na Estação Domingos de Moraes, na zona oeste da cidade. Ninguém ficou ferido em nenhuma das situações.

Na curva onde o trem descarrilou constatou-se que os dormentes – peças transversais que sustentam os trilhos – eram parte de madeira e outra parte de concreto, o que gera uma diferença na distância da bitola. Além disso, parte dos dormentes de madeira estava apodrecida.

O parecer elaborado pela área técnica do Ministério Público apontou que o acidente poderia ter sido evitado se as composições já estivessem equipadas com o Sistema de Sinalização e Controle de Trens (CBTC), que faz o controle automático dos trens. Segundo o documento, o sistema havia começado a ser implantado, mas ainda não estava em funcionamento.

Em agosto do ano passado, a ViaMobilidade assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público para promover melhorias nas duas linhas e com pagamento de indenização como forma de compensação pelos danos causados pela série de falhas.

O valor total do acordo ficou em R$ 150 milhões, sendo R$ 97 milhões em investimentos em infraestrutura e o restante para outras ações, como construção de escolas e centros educacionais nos municípios que ficam no trajeto das linhas.

Mercado volta a elevar projeções de inflação e vê só mais um corte na Selic em 2024

 


Copom

Mercado volta a elevar projeções de inflação e vê menos afrouxamento em 2025 (Crédito: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)

A expectativa do mercado para a inflação voltou a subir na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 10, com os especialistas vendo também menos afrouxamento na taxa básica de juros em 2025.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA passou a 3,90% em 2024 e 3,78% em 2025, de 3,88% e 3,77% antes.

Na sexta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, ressaltou que o Brasil tem tido surpresas positivas no desempenho do mercado de trabalho, mas alertou que evidências mostram que esse cenário pode gerar um processo de desinflação mais custoso e lento.

Para 2026 e 2027, a conta permaneceu respectivamente em 3,60% e 3,50%. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou no fim de semana a importância de se observar as expectativas para os preços à frente na condução da política monetária.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Trajetória da Selic

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles seguem vendo a taxa básica de juros em 10,25% ao final deste ano, com um último corte na reunião deste mês do Comitê Política Monetária, de 0,25 ponto percentual. A Selic está atualmente em 10,50%.

Mas para 2025 as indicações são de menos afrouxamento, com a Selic estimada agora em 9,25%, de 9,18% na mediana das projeções da semana passada.

Já a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 melhorou em 0,04 ponto percentual, a 2,09%, permanecendo em 2,0% em 2025.

Câmbio

A estimativa para a cotação do dólar no fim de 2024 seguiu em R$ 5,05, ante R$ 5,00 de um mês antes. Para 2025, por sua vez, a mediana passou de R$ 5,05 para R$ 5,09. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020

domingo, 9 de junho de 2024

Conab exige que vencedoras de leilão do arroz comprovem capacidade técnica e financeira

 logo conab - PROEXAMES


A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) convocou neste sábado, 8, por meio de comunicado em seu site, as Bolsas de Mercadorias para que comprovem a capacidade técnica e financeira das empresas que arremataram as 263,7 mil toneladas de arroz importado, em leilão realizado na quinta-feira, 6, pela companhia.

Segundo nota da estatal, as empresas foram representadas pelas Bolsas de Mercadorias, e, diante das “dúvidas e repercussões” a partir do resultado do leilão, o presidente da Conab, Edegar Pretto, resolveu tomar a medida. “A transparência e a segurança jurídica são princípios inegociáveis e a Conab está atenta para garantir segurança jurídica e solidez nessa grande operação”, afirmou Pretto, na nota.

Após o leilão, opositores ao governo, sobretudo a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas, por Mato Grosso do Sul, levantaram suspeitas sobre a participação de empresas desconhecidas do mercado e que arremataram alguns lotes. Como mostrou o Estadão, das quatro companhias vencedoras, apenas uma – a Zafira Trading – é uma empresa do ramo. Também arremataram o leilão uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijoe uma locadora de veículos.

Em sua conta no X (ex-Twitter), Tereza Cristina divulgou, inclusive, que pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que fiscalizasse o leilão que qualifica como “milionário” realizado pela Conab. A senadora comentou ainda que “nunca usou” recursos públicos para comprar arroz. O TCU foi acionado pelo partido Partido Novo para apurar e suspender o resultado do leilão.

Ainda na sexta-feira, 7, diante da polêmica em torno do leilão, a Conab divulgou um esclarecimento em seu site, dizendo que o formato do leilão do arroz importado “utiliza as Bolsas de Mercadorias como intermediárias”. E prossegue: “Elas são previamente cadastradas e certificadas pela Companhia e se responsabilizam, sob as penas da lei, pelas propostas que apresentam em nome de seus clientes”.

Além disso, a Conab disse que “cabe a cada uma das Bolsas analisar a capacidade daqueles que representam em leilões oficiais, que são normativamente responsáveis pelos lances que realizam”. Esclareceu, ainda, que “qualquer desrespeito à legislação e às regras do leilão atrai punições”. Advertiu, também, que as Bolsas de Mercadorias “são responsabilizadas caso permitam a participação de empresas que não atendam às exigências do aviso e outras exigências que estão previstas no Contrato de Prestação de Serviço firmado com a Conab”.

“No dia 13 (quando as empresas terão de depositar uma garantia), a gente vai saber exatamente de quem nós estamos falando. Agora, eu não posso falar sobre quem vai ou quem não vai entregar o produto. Eu só tenho uma certeza que eu posso falar para você: a Conab vai fazer três fiscalizações. Prejuízo financeiro para o governo não vai ter nenhum”, afirmou ao Estadão o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos.

Também em nota divulgada no sábado, 8, a empresa Wisley A de Sousa Ltda., que foi a maior arrematadora dos lotes, com aquisição de 147,3 mil toneladas das 263,7 mil vendidas, lamentou que “grupos com interesses contrariados” estejam tentando afetar a imagem da empresa de Macapá (AP) e “deturpar a realidade num momento em que é essencial o País encontrar formas de assegurar o abastecimento de arroz para a população”, disse, a companhia, que atua no Norte do País, acrescentando ainda que tem mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista de alimentos e faturamento de R$ 60 milhões no ano passado.

A companhia garantiu, também, que vai fornecer o arroz importado adquirido no leilão “dentro do cronograma estabelecido pela Conab e cumprindo rigorosamente as normas de controle e qualidade”.

Como mostrou o Estadão, quando foi fundada, em setembro de 2006, a mercearia Queijo Minas possuía capital social de apenas R$ 80 mil. No mesmo dia do anúncio do leilão pelo governo, em 29 de maio deste ano, a empresa alterou seu capital social para R$ 5 milhões, e deixou de ser uma microempresa, de acordo com informações da Junta Comercial do Amapá.

Na próxima quinta-feira, 13, a Conab vai reofertar as 36,63 mil toneladas de arroz importado remanescentes do lote inicial de 300 mil toneladas leiloadas no leilão de quinta-feira, 6. Os leilões têm sido realizados pelo governo federal para fazer frente à especulação de preços do grão após as enchentes no Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do País.


Macron dissolve Parlamento e convoca eleições antecipadas na França

 


Emmanuel Macron, presidente francês, foi o único nome de primeira linha entre os políticos. Saem de cena a pauta global e a questão climática. Entra a tecnologia (Crédito:Halil Sagirkaya/Anadolu/AFP)

 

O presidente da França, Emmanuel Macron, convocou neste domingo (9) eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho no país, após a vitória da extrema direita na votação para o Parlamento Europeu.

“Dentro de instantes assinarei o decreto de convocação das eleições legislativas cujo primeiro turno vai acontecer em 30 de junho e o segundo turno em 7 de julho”, anunciou Macron em uma mensagem televisionada, na qual qualificou o “aumento dos nacionalistas e demagogos” como “perigo”.

França vai assinar convênio com Alibaba para exportação de pequenas empresas para a China

 

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, disse em viagem à sede do Alibaba, na China, que vai assinar um convênio para a exportação de produtos de empresas brasileiras por meio da plataforma de comércio eletrônico da companhia. O movimento acontece após a aprovação no Senado, na última semana, do fim da isenção do imposto de importação para compras internacionais de brasileiros de até US$ 50 em sites de comércio eletrônico. A matéria agora voltará para Câmara.

Na visita à sede da companhia ontem, França afirmou que o convênio a ser assinado deve mostrar como os comerciantes brasileiros poderão vender pequenos produtos, em pequenas quantidades, na China, com o incentivo do governo brasileiro.

Em vídeo compartilhado no X (antigo Twitter) França cita que o braço de logística do Alibaba entrega 5 milhões de pacotes por dia para todos os lugares do mundo. “Estamos buscando fortalecer as relações Brasil-China, encontrando ferramentas de cooperação para impulsionar o empreendedorismo no Brasil. Liderados pelo presidente Lula, estamos no rumo certo para impulsionar o crescimento do nosso setor!”, escreveu o ministro em sua página no X.

No Brasil, a plataforma do Alibaba de importação para pessoas físicas, o AliExpress, se posicionou de maneira contrária ao fim da isenção de importações de até US$ 50. No fim de maio, em entrevista ao Broadcast, a diretora-geral do AliExpress no Brasil, Briza Bueno, afirmou que, com o fim da isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50, a carga tributária estimada sobre os produtos deveria ficar em cerca de 44,5%.

“Claro que vamos continuar comprometidos com o país. Continuamos fazendo os investimentos que temos no País, mas fomos bem surpreendidos com essa decisão. Esse tipo de decisão tem que ser tomada com cuidado, no sentido de ouvir o consumidor, que é o mais afetado nesse momento”, afirmou a executiva.

Ela disse que a companhia estudava quais seriam os movimentos dali em diante, caso a taxação fosse aprovada nas demais instâncias do Poder Legislativo. “Temos feito vários investimentos olhando para os sellers (vendedores) locais. Seguimos. Somos a plataforma que mais incentiva o seller com a comissão mais baixa do mercado: de 5% a 8%”, disse Briza, em maio.

Boca de urna/eleição europeia: conservadores e ultradireita levam a melhor na Alemanha

 


Sociais democratas, verdes e liberais, que governam a Alemanha desde 2021, devem fazer 30 dos 96 assentos no Parlamento Europeu – um a menos que os conservadores. Populistas AfD e BSW registraram crescimento notável.Com a votação na Alemanha encerrada às 18h do horário local (13h de Brasília) deste domingo, os conservadores dos partidos irmãos União Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) devem manter a dianteira no Parlamento Europeu com 29,5% dos votos, o que garantiria a eles 29 dos 96 assentos na câmara baixa da União Europeia (UE), segundo pesquisas de boca de urna.

O resultado é idêntico ao da eleição anterior, em 2019, quando a CDU fez 23 cadeiras e o CSU, 6, e está em linha com os 30% projetados por pesquisas anteriores.

O segundo grande vencedor das eleições europeias deve ser a ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), com 17 assentos – um crescimento de mais de 50% em relação a 2019, quando a sigla elegeu 11 eurodeputados.

Atrás da AfD vem o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler federal Olaf Scholz, com 14 cadeiras pelas pesquisas de boca de urna – duas a menos que em 2019.

Já os outros dois membros da coalizão governista, o partidos dos Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP), também registraram baixas. Os Verdes sofreram o maior tombo, e devem perder quase metade das 21 cadeiras conquistadas em 2019, encolhendo sua bancada para 12 eurodeputados. O FDP deve perder um assento e ficar com quatro parlamentares.

Juntos, os partidos da coalizão de governo alemã têm, segundo as pesquisas de boca de urna, 31% dos votos – longe da maioria necessária que viabilizou a aliança que gere o país desde 2021, e que hoje é aprovada por apenas 22% do eleitorado.

Eleição é vista como teste eleitoral para Scholz

A eleição europeia é vista como um teste eleitoral para Scholz, cujo partido assumiu o posto máximo de governo do país em 2021 com 25,7% dos votos.

Diante da guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, mas também do fraco desempenho da economia alemã, a popularidade do chanceler federal vem caindo junto com a de seus parceiros de governo.

A paz, a estabilidade social e a migração são considerados temas prioritários em detrimento da agenda climática, que em 2019 favoreceu uma expansão do partido verde alemão no Parlamento Europeu.

A discussão da proteção do clima tornou-se polarizada, e muitas medidas – como o banimento de carros novos com motor a combustão na UE a partir de 2035 – não são endossadas pela maioria do eleitorado alemão.

Novo partido emerge como 5ª maior força e desbanca esquerda

A julgar pelas pesquisas de boca de urna, o partido A Esquerda também deve diminuir sensivelmente, de cinco para três assentos – a sigla parece ter perdido uma parte do eleitorado que migrou para a recém-fundada Aliança Sahra Wagenknecht (BWS), ex-Esquerda, que faria, segundo as pesquisas, outros cinco eurodeputados.

O BWS é um partido populista que combina a defesa de políticas sociais a uma visão eurocética e anti-imigração. Seu reduto eleitoral é o leste alemão – ali, em setembro, três estados realizarão eleições regionais: Brandemburgo, Saxônia e Turíngia.

Siglas nanicas registraram uma leve expansão, e devem levar 11 assentos, dois a mais que em 2019.

Eleição não é muito popular entre os alemães

Com mais de 84 milhões de habitantes, a Alemanha é o país mais populoso da UE e detém, por isso, o maior número de assentos no Parlamento Europeu, seguida de França (86), Itália (76) e Espanha (61). Destes, 60,9 milhões alemães estavam aptos para votar, sendo que 4,8 milhões podiam fazê-lo pela primeira vez.

Esta é também a primeira eleição europeia aberta na Alemanha a jovens a partir dos 16 anos – esse direito, até então, era restrito a jovens a partir dos 18 anos.

A taxa de comparecimento às urnas, porém, ainda não foi divulgada. Até o início da tarde (horário local), 32% dos eleitores haviam comparecido às urnas – as eleições europeias têm tradicionalmente uma baixa taxa de comparecimento, mas o interesse do eleitorado vem aumentando desde 2014.

Eleições municipais em oito estados

Paralelo às eleições europeias, nove estados alemães realizam eleições municipais: Baden-Württemberg, Brandemburgo, Hamburgo, Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia-Palatinado, Sarre, Saxônia, Saxônia-Anhalt e Turíngia, que volta às urnas para o 2º turno.

Ainda não se sabe como a AfD pontuará nas eleições regionais. Os resultados só devem ser conhecidos a partir de segunda-feira, após a contagem dos votos ao Parlamento Europeu.