segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Prioridade é Brasil, mas, se formos para fora, África é bom lugar, diz diretora da Petrobras

 

Lideranças: veja como estamos organizados

 

 

A diretora da exploração e produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, disse nesta segunda-feira, 23, que a prioridade em termos de exploração para a estatal é sempre o Brasil, mas que, se for necessário ir ao exterior, a África “é um bom lugar”. Isso porque a Petrobras já conhece bem o perfil geológico do litoral do continente africano no oceano Atlântico, que espelha o da América do Sul.

“Nós acreditamos e queremos o Brasil. Por isso a gente está lutando tanto para conseguir a nossa licença (de perfuração na Foz do Amazonas). Mas nós temos um conhecimento, é sabido que (os territórios de) Brasil e África estiveram juntos. Então a gente sabe que a geologia se espelha uma na outra. Por isso também conhecemos muito bem a África”, disse Sylvia.

“Naturalmente, se vamos para algum lugar fora do Brasil, a África é um bom lugar”, continuou a executiva. Ela falou a jornalistas ao deixar a ROG.e, maior feira local de óleo e gás, que acontece esta semana no Rio de Janeiro.

Ela lembrou, além disso, que seguem acontecendo descobertas na África, mas afirmou que, por ora, a Petrobras só está prospectando.

A diretora destacou que a Petrobras tem reservado US$ 3,1 bilhões para investir em exploração na Margem Equatorial e que segue “muito otimista” com relação à obtenção da licença ambiental negada pelo Ibama ainda em maio de 2023.

Namíbia

Questionada especificamente sobre eventuais investidas da Petrobras na Namíbia – possibilidade que o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) adiantou em maio e que ganhou corpo ao fim de julho com uma oferta não vinculante por participação em bloco da portuguesa Galp -, Sylvia informou que ainda não teve notícias do processo.

“A Namíbia é o espelho do Brasil. Então também está incluída e vem tendo descobertas. Assim como tem descobertas na Guiana e no Suriname, tem também na Namíbia, como teve em Angola no passado. No passado, já tivemos blocos em Angola e saímos de lá”, disse Sylvia dos Anjos.

A diretora detalhou que, no caso da licitação da Galp, a petroleira portuguesa fez uma licitação para vender participação e 40% a fim de ter o comprador como operador.

“Não temos notícia sobre ainda (sobre resultado da licitação da Galp de área na Namíbia). Não é uma negociação, e sim uma licitação”, disse.

“Para operar, se não tiver pelo menos 40% do negócio, fica difícil. Então, a Galp ficaria com o restante e a gente poderia ficar com 40%. Na verdade, ela quer uma operadora, qualquer que seja a empresa que ganhar. Então esses 40% são uma espécie de número mágico para isso, que dá alguma tranquilidade. Mas melhor seria 60%”, concluiu a diretora da Petrobras.

Fávaro: Assinamos hoje extensão do RenovAgro para produtores afetados por incêndios

 


O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, formalizou nesta segunda-feira, 23, a liberação do uso dos recursos do Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) para produtores rurais afetados pelos recentes incêndios que atingiram parte do território brasileiro. “É uma das linhas de crédito mais atrativas hoje, com dois anos de carência, juros de 7% ao ano e 10 anos para amortização. Então, os produtores que tiveram suas áreas afetadas por incêndio podem acessar esses recursos”, disse.

A formalização se deu encontro na Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária de São Paulo (SFA-SP) que reuniu representantes de diversas instituições financeiras, como Banco do Brasil, BNDES, Banco da Amazônia, Caixa, Banco do Nordeste e Bradesco. Um produtor rural, de Cáceres (MT), foi contemplado com acesso ao crédito.

A linha tinha recurso total no Plano Safra 2024/25 de R$ 7,7 bilhões, dos quais cerca de R$ 1,2 bilhão já foram desembolsados, segundo dados do Ministério da Agricultura. Ou seja, ainda restam R$ 6,5 bilhões a serem captados por produtores rurais.

Segundo Fávaro, durante o encontro, algumas instituições se comprometeram a antecipar a liberação dos recursos. “O Banco do Brasil já utilizou praticamente todos os seus recursos, 92% até agora. Em 5 de outubro, faremos uma rodada de remanejamento e vamos destinar mais recursos ao Banco do Brasil, pois ele foi muito eficiente. Outros bancos, como Bradesco, Caixa Econômica e cooperativas, também decidiram antecipar tudo para este semestre, para atender os produtores neste momento de necessidade”, afirmou.

Rock in Rio gera R$ 2,6 bilhões para a economia fluminense

 Rock in Rio 2024: Confira lista de shows e saiba como e onde ...


Um balanço dos sete dias do Rock in Rio indica que o festival gerou R$ 2,6 bilhões para a economia do estado do Rio de Janeiro. Nessa 40ª edição do Rock in Rio, houve um aumento de público de 30% em relação ao do festival de 2022, segundo informações do governo fluminense.

A taxa de ocupação hoteleira atingiu 95%, e o movimento na rodoviária do Rio foi 40% superior ao normal, com circulação de cerca de 226 mil passageiros. No Aeroporto Internacional do Galeão foram registrados 380 voos extras, transportando 47 mil passageiros nos dias de evento.

Foram registradas 889 ocorrências nos sete dias de Rock in Rio. Do total, 780 foram no interior do evento (onde a segurança era privada) e 109 na parte externa.

Quanto ao furto de celulares, foram registradas 573 ocorrências no interior do evento e 41 na parte externa. Mais de 15 mil produtos piratas foram apreendidos.

“Garantimos que o morador e o turista tivessem tranquilidade e segurança. Hoje é dia de agradecer a esses agentes que trabalham dia e noite para proteger cada um de nós”, avaliou o governador Cláudio Castro.

A Polícia Militar (PM) contou com oito torres de observação no festival. Usou câmeras de monitoramento e reconhecimento facial, drones, aeronaves e outros equipamentos. Uma arma de fogo foi apreendida, além de uma arma branca. O policiamento foi reforçado nos principais terminais rodoviários, avenidas e ruas do entorno da Cidade do Rock.


BRAZIL JOURNAL: Stuhlberger faz cortes e reestrutura a Verde Asset

 


Foto: Brazil Journal

A Verde Asset Management cortou hoje 14 posições, reduzindo o quadro de pessoal de 74 para 60, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.

Segundo essas fontes, Luis Stuhlberger chamou funcionários e sócios ao longo do dia e anunciou uma repaginada na gestora.

Vários traders foram desligados e o time de pesquisa econômica foi reformulado. Entre os books de trading, o book sistemático foi descontinuado, e Stuhlberger assumirá um dos books de moeda e juros.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.

Dólar fecha em alta, a R$ 5,53, e Ibovespa recua, com foco na questão fiscal

 


Índice da B3 registrou a 5ª sessão seguida em queda

 

 

Cautela externa impede alta do Ibovespa

Após se reaproximar dos R$ 5,60 pela manhã, o dólar desacelerou no Brasil nesta segunda-feira, 23, mas ainda assim terminou o dia em leve alta, na segunda sessão consecutiva de ganhos em função das dúvidas do mercado sobre a capacidade do governo Lula de equilibrar as contas públicas.

O dólar à vista fechou o dia em alta de 0,26%, cotado a R$ 5,5352. Em setembro, no entanto, a divisa dos EUA acumula baixa de 1,79%. Veja cotações.

Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,28%, a 5,5390 reais na venda.

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, seu quinto pregão consecutivo de declínio, com deterioração da percepção fiscal no país diante de ajustes na contenção de gastos pelo governo, apesar do viés positivo nas bolsas norte-americanas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,38%, a 130.568,37 pontos, menor patamar de fechamento desde 8 de agosto. Na mínima da sessão, chegou a 130.099,62 pontos. Na máxima, marcou 131.065,44 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$ 19,6 bilhões.

O dólar no dia

A moeda norte-americana atingiu o pico da sessão logo após a abertura, com as cotações dando continuidade ao forte movimento da sexta-feira. Por trás disso estavam os receios em torno do equilíbrio fiscal.

Na noite de sexta-feira os ministérios do Planejamento e da Fazenda apontaram, por meio do Relatório de Receitas e Despesas, a necessidade de ampliar em 2,1 bilhões de reais o bloqueio de verbas de ministérios para cumprir o limite de gastos deste ano, totalizando uma contenção de 13,3 bilhões de reais. Segundo projeções da equipe econômica, o governo central fechará 2024 com déficit primário de 28,3 bilhões de reais.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que há incômodo na equipe econômica do governo em relação a uma suposta “irracionalidade” na percepção dos agentes econômicos sobre a gestão fiscal. Ele citou a “especulação mal-feita” em meio a críticas de analistas sobre saídas criativas para contornar restrições das regras fiscais.

Apesar das reclamações do governo, o mercado seguiu colocando mais prêmios na curva a termo brasileira nesta segunda-feira, enquanto o dólar escalou em direção aos 5,60 reais.

“Há um descontentamento de alguns economistas do mercado com a área fiscal do governo. Com isso, o dólar continuou hoje o movimento de alta visto na sexta-feira”, pontuou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Às 9h06, logo após a abertura, o dólar à vista registrou a cotação máxima de 5,5995 reais (+1,42%).

Depois disso o dólar começou a perder força ante o real, com alguns agentes do mercado aproveitando as cotações mais elevadas para vender a moeda norte-americana. Além disso, declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ajudaram a aliviar a pressão no câmbio.

Em Nova York, Haddad reforçou o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal e destacou que as despesas do governo seguem dentro das regras do arcabouço. Segundo ele, o Executivo vai conseguir cumprir a meta deste ano para as contas públicas.

“Nós divulgamos os dados do quarto relatório (bimestral de receitas e despesas) deste ano, mostrando que as despesas estão absolutamente dentro da regra do arcabouço, limitadas a 2,5% de crescimento em relação ao ano passado. Tivemos boas surpresas nesse quarto relatório”, disse.

O ministro afirmou ainda que projeções da equipe técnica da pasta apontam que o país deve “subir um degrau” em seu rating no ano que vem, ficando mais próximo do grau de investimento das agências de classificação de risco.

A descompressão no mercado de câmbio fez o dólar à vista atingir a cotação mínima de 5,5274 reais (+0,12%) às 14h35. No restante da sessão, a moeda pouco se afastou deste nível.

A alta do dólar na sexta e nesta segunda-feira ocorre a despeito de, na quarta-feira passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ter elevado a taxa básica Selic em 25 pontos-base, para 10,75%, enquanto o Federal Reserve cortou os juros nos EUA em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00%.

Na prática, o diferencial de juros segue amplamente favorável ao recebimento de investimentos pelo Brasil — o que, em tese, abre espaço para um dólar mais próximo dos 5,30 reais, conforme alguns profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias.

Mas assim como no mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), os receios em torno da área fiscal têm levado a um aumento de prêmios nos ativos brasileiros. No caso do câmbio, isso significa um dólar em patamar ainda elevado.

No exterior, às 17h27 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,12%, a 100,900.

O dia do Ibovespa

Investidores repercutiram nesta segunda o anúncio de sexta-feira sobre a contenção total de verbas de ministérios — que será reduzida de 15 bilhões de reais para 13,3 bilhões de reais, com ganhos de arrecadação compensando uma alta de gastos obrigatórios.

Em entrevista coletiva para comentar o relatório bimestral de receitas e despesas, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira que há incômodo na equipe econômica do governo em relação a uma “irracionalidade” na percepção de agentes econômicos sobre a gestão fiscal.

No front de juros, agentes financeiros mencionaram um tom “mais duro” do Comitê de Política Monetária (Copom) após a elevação da taxa Selic em 25 pontos-base na semana passada. Analistas consultados pelo Banco Central subiram sua projeção para o nível da Selic ao fim deste ano, prevendo agora uma alta de 50 pontos-base nos juros na próxima reunião da autarquia, em novembro, conforme pesquisa Focus divulgada nesta segunda.

Na visão de analistas do Itaú BBA, o Ibovespa “deu um até logo” para a tendência de alta no curto prazo. “O que pode segurar o mercado por aqui é que sob a visão do estrangeiro, o EWZ e o Ibovespa em dólar ainda não perderam suportes”, afirmaram Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta no relatório Diário do Grafista.

Nos Estados Unidos, os índices acionários encerraram levemente positivos, em meio a comentários de autoridades do Federal Reserve e dados estáveis de atividade empresarial, partindo da forte alta do mercado na semana passada, após a decisão do banco central norte-americano de reduzir os juros.

“A expectativa de longo prazo para a trajetória dos juros, tanto no Brasil quanto nos EUA, continuará sendo um elemento-chave para determinar os movimentos futuros do mercado financeiro brasileiro”, afirmou Fábio Murad, sócio da Ipê Avaliações, em comentários.

Destaques

– SANTOS BRASIL ON saltou 16,44%, em meio ao anúncio de que a gigante francesa do transporte marítimo CMA CGM acertou acordo para comprar 47,6% da companhia por 6,3 bilhões de reais. A empresa francesa também se comprometeu a lançar uma oferta pública de aquisição das ações remanescentes da Santos Brasil.

– VALE ON subiu 0,31%, mesmo em meio ao declínio dos futuros do minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrando as negociações diurnas em queda de 4,5%, a 658,5 iuanes a tonelada. A mineradora anunciou na sexta-feira que seu novo presidente, Gustavo Pimenta, assumirá o cargo em 1º de outubro.

– PETROBRAS PN subiu 1,02%, apesar da reversão durante a sessão da tendência de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent encerrando em queda de 0,8%, a 73,90 dólares.

– ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,58% e BRADESCO PN perdeu 2,58%, ambas selando seu sexto pregão seguido de queda. No setor, BTG PACTUAL UNIT desvalorizou-se 1,62%.

– USIMINAS PN perdeu 4,76%, com JP Morgan rebaixando o papel para “underweight” e reduzindo preço-alvo de 11 reais para 5,50 reais. Analistas citaram custos de produção ainda elevados, apesar da reforma do alto-forno 3 em Ipatinga (MG), um mercado global de aço ainda pressionado por altos níveis de exportação da China e uma revisão para baixo das projeções do banco para os preços do minério de ferro em 2024, 2025 e 2026.

– WEG ON subiu 3,43%, na esteira de relatório de analistas da BB Investimentos apontando para oportunidade de compra da ação em estratégia de swing trade. Na semana passada, a companhia anunciou investimento de 670 milhões de reais nos próximos cinco anos em expansão de capacidade e verticalização de negócios com transformadores e motores elétricos no Brasil e no México.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Presidente do BCE diz que inflação deve voltar para a meta de 2% na segunda metade de 2025

 


A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, informou que a inflação deve voltar para a meta de 2% na segunda metade de 2025, em discurso feito em painel de evento organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington, nesta sexta-feira.

A dirigente, no entanto, reafirmou que as incertezas à frente “ainda são profundas”. “A economia está atualmente passando por mudanças transformacionais e precisamos analisar e entender seu impacto”, disse.

 Lagarde ainda pontuou que o desenrolar do choque inflacionário é “notável”, mas que é preciso estar preparado para a mudança e preparados para usar a flexibilidade nas estruturas conforme necessário. “Para garantir a estabilidade no futuro, nossa abordagem deve continuar a incorporar ‘estabilidade sem rigidez’, permitindo que nos ajustemos rapidamente conforme a economia se transforma”, explicou.

Nova fase do Pode Entrar dá fôlego a incorporadoras de baixa renda; saiba quem larga na frente

 


Tenda e Plano&Plano se destacam no programa habitacional da Prefeitura de São Paulo, com mais de R$ 900 milhões em VGV já aprovado 

 

 

Nova fase do Pode Entrar deve impulsionar construtoras de baixa renda (Leandro Fonseca/Exame)
Nova fase do Pode Entrar deve impulsionar construtoras de baixa renda (Leandro Fonseca/Exame)
Beatriz Quesada

Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 17:26.

Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 17:49.

A aprovação para financiamento para uma nova rodada do programa habitacional Pode Entrar, do município de São Paulo, deve trazer um vento de cauda para as incorporadoras voltadas para baixa renda – com destaque para a Tenda e para a Plano&Plano, que tem ampla atuação na cidade.

Na semana passada, o diretor-presidente da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) de São Paulo, João Cury Neto, anunciou, em seu Instagram, a contratação de mais 10.151 moradias para o programa – o maior da história da cidade em termos de moradia popular.

Lançado em 2021, o Pode Entrar permite, entre outras frentes, que a Prefeitura compre imóveis privados para habitação de interesse social (HIS).

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O município assinou memorandos com incorporadoras para a primeira fase do programa, mas não adquiriu todas as 40 mil moradias pretendidas.
Por questões de documentação, apenas 20 mil foram aprovadas. E, por restrições de financiamento, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano, a Prefeitura acabou comprando 10.965 unidades.

Sobraram, portanto, cerca de 10 mil projetos aprovados, mas que aguardavam aquisição. Após uma revisão de orçamento, o poder municipal optou por adquirir um segundo lote de unidades com recursos da Caixa Econômica Federal.

As negociações se estenderam até o último 30 de agosto, quando a Secretaria Nacional do Tesouro aprovou o pedido da Prefeitura junto à Caixa para financiar o programa. Ao todo, foi liberado R$ 1,08 bilhão.

Entre as construtoras de baixa renda, a Plano&Plano pode ser uma das principais beneficiadas da nova frente de aquisição. A empresa foi a incorporadora listada em bolsa que teve mais empreendimentos aprovados pelo programa: 7 mil.

Foram contratados 3.640 na primeira etapa, totalizando um valor geral de vendas (VGV) de R$ 691,8 milhões.

A Plano&Plano acabou retirando 1.492 unidades do Pode Entrar, mas restaram outras 1.907 ainda não contratadas, que representam um VGV de R$ 370,8 milhões.

“Nas nossas contas, isso adiciona um lucro de R$ 100 milhões entre este ano e o próximo, sobre um total de R$ 350 milhões”, pondera um gestor que tem Plano&Plano na carteira.

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Menos risco de inadimplência

No caso do Pode Entrar, o atrativo em participar é a oportunidade de reduzir os riscos de inadimplência.

“O programa é um potencializador de caixa porque é como se fosse uma venda no atacado para um único cliente: a Prefeitura”, avalia Daniela Ferrari, diretora executiva de habitação econômica do Secovi-SP.

O programa garante que o valor total seja empenhado pela Prefeitura na assinatura do contrato, eliminando o risco de falta de verba. As empresas receberão 15% no início e os 85% restantes durante as obras, ajustados pela inflação. A correção do fluxo de pagamentos para as construtoras diminui os riscos com imprevistos macroeconômicos, como a alta registrada nos preços de materiais e serviços no pós-pandemia.

Outra empresa que pode se beneficiar é a Tenda. Nas contas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), a companhia tem R$530 milhões em projetos já aprovados e ainda não contratados – o que pode adicionar R$ 80 milhões a valor presente líquido, o equivalente a 5% do valor de mercado da companhia.

O banco também vê como uma opcionalidade sendo ignorada pelos investidores as perspectivas para atuação da empresa no Rio Grande do Sul.

A Alea (subsidiária da Tenda) inscreveu até 1,5 mil imóveis no programa habitacional regional do estado, de olho na redução do déficit habitacional após a tragédia das enchentes no primeiro semestre do ano.

“Estimamos que essas casas possam valer R$300 milhões e adicionar um VPL de R$ 75 milhões para a Tenda. Se a Alea for selecionada no programa habitacional do RS, suas operações poderiam facilmente atingir seu plano de lançamento de 4,5 a 5,5 mil imóveis para 2025 – um objetivo-chave para aumentar a escala de seu negócio de casas modulares e melhorar a lucratividade”, escreveram os analistas.

As ações da Tenda avançaram quase 6% no pregão desta segunda-feira após a recomendação. Já os papéis da Plano&Plano ficaram praticamente de lado, em alta de 0,4%.

Para quem decide. Por quem decide.