segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Esquerda governará 12% do eleitorado nacional após derrotas para prefeituras; partidos de centro lideram

 


Esquerda governará 12% do eleitorado nacional após derrotas para prefeituras; partidos de centro lideram

O presidente Lula (PT) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL), candidato derrotado à prefeitura de São Paulo | Reprodução

Os partidos de esquerda terão um número menor de eleitores governados por seus prefeitos, enquanto partidos de centro e de direita cresceram. Os números foram levantados pela consultoria Nexus a partir de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

De acordo com o balanço, 17.810.360 eleitores serão governados pela esquerda a partir de janeiro de 2025, uma redução de 17,5% em relação aos resultados dos pleitos de 2020. O balanço considerou prefeitos eleitos por PT, PSB, PDT, PCdoB, PV e Rede.

No cenário anterior, mandatários desse campo governavam 15% do eleitorado, e agora terão 12% sob as suas responsabilidades. O único estado com maioria governada pela esquerda será o Ceará, com 65%.

Por outro lado, 81.014.351 eleitores serão governados por prefeitos do centro, um aumento de 6,2% em relação aos mandatos que estão prestes a se encerrar.

O campo lidera nos eleitorados de Pará (81%), Amapá (79%) e Roraima (78%). São considerados de centro pela Nexus os partidos Agir, Avante, MDB, Mobiliza, PMB, Podemos, PP, PSD e Solidariedade.

Já a direita cresceu de 49.365.774 para 55.676.418 no eleitorado sob suas administrações, um aumento de 12%, e será responsável por 36% do eleitorado brasileiro.

Estão no campo os eleitos pelos partidos Cidadania, Democracia Cristã, Novo, PL, PRD, PRTB, PSDB, Republicanos e União Brasil. Os maiores índices dessas legendas estão em Mato Grosso (87%), Goiás (66%) e Tocantins (62%).

terça-feira, 22 de outubro de 2024

‘Cosan vai olhar para dentro e arrumar a casa’, diz novo CEO

 


Marcelo Martins, novo CEO da Cosan (Crédito: Divulgação/Cosan)

 

A Cosan anunciou na noite de segunda-feira, 21, a maior reestruturação de sua liderança desde o IPO há 20 anos.

Rubens Ometto instalou como CEO Marcelo Martins – seu braço-direito e o executivo responsável por todos os M&As da companhia – e entregou a Nelson Gomes, o ex-CEO da Compass e atual CEO da Cosan, a missão de executar um turnaround na Raízen, que enfrenta o ceticismo do mercado sobre suas entregas.

Por que o Rubens decidiu fazer essas mudanças agora? 

O Rubens é um cara muito pragmático. Sempre foi e continua sendo. Ele viu que a Raízen, ainda que com uma performance razoável, não tem gerado caixa suficiente para continuar com seu plano agressivo de crescimento e reduzir sua alavancagem. Nesta situação, ela também não tem conseguido pagar dividendos nos patamares históricos. Os acionistas da Raízen têm a expectativa de que ela seja a top performer no seu setor.

Qual vai ser o seu principal foco à frente da Cosan?

A Cosan vai olhar para dentro e arrumar a casa. Temos um time de executivos dos mais talentosos do País. Para você ter uma ideia, nessa transição todas as posições estão sendo preenchidas com profissionais de dentro de casa.

Além disso, temos ativos líderes na maioria de seus setores, e uma visão estratégica que já gerou muito valor em diversos desses ativos. Mas o crescimento acelerado e a conjuntura adversa também trouxeram mais risco para o negócio. Agora, é hora de recalibrar as coisas.

Leia a entrevista completa no Brazil Journal.

Economia chinesa perde fôlego e Pequim deve estimular consumo interno, afirma FMI

 


Foto do Banco Popular da China, em Pequim, em 19 de outubro de 2024 - AFP/Arquivos

A China deve fazer mais para reforçar sua demanda interna, especialmente incentivando empresas e famílias a gastarem parte do que juntaram, se quiser acelerar uma economia que está perdendo força, estimou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas.

“A China precisa encontrar outras maneiras de estimular um crescimento duradouro por meio de sua demanda interna”, afirmou Gourinchas durante uma entrevista à AFP. O economista lembrou dos “níveis muito altos de poupança, tanto de famílias quanto de empresas”, que estão disponíveis.

Em um país onde os sistemas de aposentadoria e saúde ainda são pouco desenvolvidos, os chineses adotaram o hábito de ter grandes economias por precaução, em detrimento do consumo.

“As proteções sociais não estão suficientemente desenvolvidas, portanto as pessoas precisam se virar. Se o governo melhorar isso, poderia trazer tranquilidade às famílias e permitir que gastem mais, o que ajudaria a sustentar o crescimento a médio prazo na China”, disse o economista.

A questão é central para a economia mundial, que apresenta uma tendência de crescimento mais fraco do que na década passada: em 2025, o crescimento do PIB global deve ser de 3,2% em relação a 2024, o mesmo percentual que este ano em comparação ao passado.

Na década passada, a média foi de 3,5% de expansão anual.

A desaceleração da economia chinesa poderia aprofundar a queda do crescimento mundial, que já sofre com outras economias emergentes significativas, como a Índia.

O FMI prevê, de fato, um crescimento de 7% neste ano para o país mais populoso do mundo e 6,5% no ano seguinte, em comparação a mais de 8% em 2023.

– Fim da inflação, exceto na Rússia –

A Rússia parece seguir o mesmo caminho, com um crescimento reduzido após superar amplamente as expectativas por dois anos consecutivos, em meio à guerra com a Ucrânia.

“Nossas previsões sempre foram de que haveria uma desaceleração em algum momento. Esperávamos antes, mas agora se apresenta para 2025”, afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, que nota um “aumento da pressão sobre os preços”.

Nos Estados Unidos, por outro lado, graças a “uma produtividade que vai muito bem, ao contrário da maioria das regiões do mundo, e a um aumento da mão de obra, especialmente devido à imigração”, a economia deve terminar o ano de forma muito positiva e continuar assim em 2025.

Segundo Gourinchas, o país está muito perto de um “pouso suave”, ou seja, de controlar a inflação sem cair em recessão.

Este fenômeno não beneficia apenas a maior economia do mundo. “Vemos que a inflação está se aproximando das metas dos bancos centrais. A menos que haja uma surpresa, devemos terminar com a inflação este ano.”

HSBC nomeia primeira mulher para diretoria financeira após dividir operações

 


(Arquivo) Logotipo do banco britânico HSBC em uma parede do lado de fora de uma agência no centro de Londres, em 3 de agosto de 2020 - AFP

 

O HSBC fundiu algumas operações e dividiu sua presença geográfica em Leste e Oeste em uma ampla reestruturação sob o comando do novo presidente-executivo, Georges Elhedery, que também incluiu a nomeação da primeira mulher no comando da diretoria financeira do banco.

De acordo com a reformulação anunciada nesta terça-feira, o HSBC combinará alguns de seus negócios de banco comercial e de investimento.

Também instalou uma nova estrutura de liderança, que “liberará todo o nosso potencial e impulsionará o sucesso no futuro”, disse Elhedery em um memorando para a equipe.

Ele nomeou Pam Kaur, de 60 anos, ex-diretora de risco e conformidade do HSBC, como diretora financeira.

A reformulação ocorre no momento em que o HSBC, que emprega cerca de 214.000 pessoas em todo o mundo, tenta remover funções duplicadas e direcionar seu foco para a Ásia, em uma tentativa de reduzir custos e aumentar receitas conforme a queda das taxas de juros em todo o mundo prejudica as margens.

O grupo está dividindo suas operações em quatro linhas de negócios: Reino Unido, Hong Kong, banco corporativo e institucional e banco de patrimônio.

A instituição também está reorganizando sua configuração geográfica, reunindo a Ásia-Pacífico e o Oriente Médio sob a divisão dos Mercados Orientais, enquanto os Mercados Ocidentais compreenderão a Europa Continental, as Américas e seus negócios no Reino Unido, excluindo o banco de varejo.

Com a reformulação, Elhedery também tenta resolver um dos problemas mais difíceis do HSBC.

Executivos do HSBC fogem de cross-selling

Seu banco comercial, que atende aos mais de 1,2 milhão de clientes empresariais do banco, de startups a grandes corporações, há muito tempo tem o potencial de turbinar os lucros se esses clientes puderem ser persuadidos a comprar mais produtos.

Os executivos dessa divisão, no entanto, têm procurado proteger seus clientes dos esforços de “cross-selling” da divisão de Global Banking do HSBC, segundo fontes do banco.

Ao combinar as duas divisões — exceto em Hong Kong e no Reino Unido — na nova divisão corporativa e institucional, Elhedery espera promover uma cooperação mais estreita e cumprir o recente foco declarado do credor de fazer “cross-selling” de mais produtos para clientes com foco internacional.

O HSBC não disse qual será a economia de custos projetada nem indicou quantos empregos serão afetados, mas apontou que mais detalhes poderão surgir quando o banco divulgar os resultados do terceiro trimestre em 29 de outubro. Analistas disseram que, embora a reformulação tenha parecido abrangente, ela não abordou totalmente os desafios do banco em relação a como preservar os lucros enquanto as taxas de juros caem em todo o mundo.

FMI eleva previsão de alta do PIB do Brasil para 3% em 2024, mas vê desaceleração em 2025

 


Relatório do Fundo Monetário Internacional traz também projeção de um PIB maior de EUA e Reino Unido, mas reduz perspectivas de China, Japão e zona do euro

 

 

Confiança da Indústria sobe 1,8 ponto em janeiro, aponta FGV

O Fundo Monetário Internacional elevou nesta terça-feira, 22, suas previsões de crescimento econômico para 2024 para os Estados Unidos, Brasil e Reino Unido, mas cortou para China, Japão e zona do euro, acrescentando que há muitos riscos de conflitos armados, potencial de novas guerras comerciais e a ressaca de uma política monetária apertada.

O relatório Perspectiva Econômica Global do FMI nesta terça-feira disse que as mudanças deixarão o crescimento do PIB global em 2024 inalterado em relação aos 3,2% projetados em julho, estabelecendo um tom fraco para o crescimento no momento em que os líderes financeiros mundiais se reúnem em Washington esta semana para as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial.

A previsão para o crescimento global em 2025 é de 3,2%, 0,1 ponto percentual abaixo do previsto em julho, enquanto o crescimento de médio prazo deve cair para “medíocres” 3,1% em cinco anos, bem abaixo da tendência pré-pandemia, mostrou o relatório.

No entanto, o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse que os EUA, a Índia e o Brasil estavam mostrando resiliência e que um “pouso suave” no qual a inflação esfria sem perdas massivas de empregos foi alcançado.

“Parece que a batalha global contra a inflação foi amplamente vencida, mesmo que as pressões de preços persistam em alguns países”, disse Gourinchas em uma postagem de blog.

Mas ele disse à Reuters em uma entrevista que há um risco de que a política monetária possa se tornar “mecanicamente” muito apertada sem cortes nas taxas de juros em alguns países, à medida que a inflação diminui, pesando sobre o crescimento e os empregos.

“No momento, nossa avaliação da política monetária na maioria dos lugares é sobre onde queremos que ela esteja, mas se a inflação continuar caindo, os bancos centrais precisam começar a prestar atenção ao que está acontecendo no lado da atividade.

O FMI revisou sua previsão de crescimento dos EUA para 2024 para cima em 0,2 ponto percentual, para 2,8%, devido em grande parte ao consumo mais forte do que o esperado, alimentado pelo aumento dos salários e preços dos ativos. O credor global também atualizou sua perspectiva de crescimento dos EUA para 2025 em 0,3 ponto percentual, para 2,2%.

Projeções para o Brasil

O Brasil obteve uma forte elevação de 0,9 ponto percentual, elevando sua taxa de crescimento projetada para este ano para 3,0%, também devido ao consumo privado e investimento mais fortes. O FMI, entretanto, revisou para baixo a projeção de expansão do PIB em 2025, de 2,4% para 2,2%.

O crescimento do México, no entanto, foi reduzido em 0,7 ponto percentual, para 1,5%, por causa dos efeitos da política monetária mais apertada.

O FMI cortou a taxa de crescimento da China em 2024 em 0,2 ponto percentual, para 4,8%, com o impulso das exportações líquidas compensando parcialmente a fraqueza contínua no setor imobiliário e a baixa confiança do consumidor. A previsão de crescimento da China em 2025 do FMI permaneceu em 4,5%, mas a perspectiva não inclui nenhum impacto dos planos de estímulo fiscal recentemente anunciados por Pequim, que ainda estão em grande parte indefinidos.

A Alemanha terá crescimento zero este ano, uma redução de 0,2 ponto percentual, já que seu setor manufatureiro continua a enfrentar problemas, projetou o FMI. A redução ajudou a arrastar para baixo a previsão para o crescimento geral da zona do euro para 0,8% em 2024 e 1,2% em 2025, apesar de uma melhora de 0,5 ponto percentual que levou o crescimento projetado da Espanha para 2,9%.

A Índia continua sendo um ponto positivo, com o maior crescimento projetado entre as principais economias, de 7,0% em 2024 e 6,5% em 2025, inalterado em relação à previsão de julho.

Riscos comerciais

Ao contabilizar os riscos para a perspectiva, o FMI sinalizou potencial para grandes aumentos de tarifas e medidas retaliatórias, mas não citou a promessa do candidato presidencial republicano dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 10% sobre as importações globais para os EUA e de 60% sobre produtos da China.

Em vez disso, ele contém um cenário adverso que inclui tarifas bidirecionais de 10% entre os EUA, zona do euro e China, além de tarifas dos EUA de 10% sobre o resto do mundo, redução da imigração para os EUA e Europa e turbulência no mercado financeiro que aperta as condições financeiras. Se isso ocorrer, o FMI disse que reduzirá o nível geral de produção do PIB global em 0,8% em 2025 e 1,3% em 2026.

Outros riscos descritos no relatório incluem o potencial de alta nos preços do petróleo e de outras commodities caso os conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia se agravem.

O FMI alertou os países contra a adoção de políticas para proteger as indústrias e os trabalhadores nacionais, dizendo que elas muitas vezes não conseguem proporcionar melhorias sustentadas nos padrões de vida.

“O crescimento econômico deve vir de reformas nacionais ambiciosas que impulsionem a tecnologia e a inovação, melhorem a concorrência e a alocação de recursos, promovam a integração econômica e estimulem o investimento privado produtivo”, disse Gourinchas em sua postagem no blog.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Goldman Sachs: China deve cortar compulsório bancário em 0,5 ponto porcentual este ano

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O corte nos juros de referência para empréstimos (LPR) anunciado nesta segunda-feira, 21, pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) foi levemente ‘dovish’ e indica que o BC do país asiático deve também anunciar corte de 0,5 ponto porcentual na taxa de compulsório bancário (RRR, em inglês) até o fim do ano, diz o Goldman Sachs.

Para o banco, isso reflete os esforços contínuos da autarquia chinesa para reduzir os custos de financiamento para a economia real e indica que a flexibilização deve continuar em 2025. O Goldman projeta mais dois cortes de 0,25 ponto porcentual no RRR, nos primeiro e terceiro trimestres; e mais duas reduções de 0,20 ponto no LPR, nos segundo e quarto trimestres.

Gastos dos governos com seguridade social têm aumentado em todo mundo, diz Campos Neto

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 21 que as despesas de governos com seguridade social têm aumentado no mundo todo, refletindo o envelhecimento da população. Por isso, ele argumentou, é necessário avançar em reformas que aumentem a produtividade.

“Nós seremos capazes de ser mais produtivos? O que vejo hoje é que não estamos nos tornando mais produtivos neste momento, mas há muitas novas tecnologias surgindo, e pode ser que isso ocorra”, afirmou ele, durante um evento da 20-20 Investment Association, em São Paulo.

Respondendo a uma pergunta sobre como escapar da armadilha da renda média, o presidente do BC destacou que, partindo do princípio que qualquer aumento de produtividade virá da adoção de novas tecnologias, isso vai aumentar a distância entre países ricos e em desenvolvimento.

“A verdadeira pergunta é: seremos capazes de ser mais produtivos? Para isso, vamos precisar de reformas no lado da oferta”, disse Campos Neto, reiterando que o Brasil aprovou algumas reformas desse tipo durante a pandemia, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como com a aprovação da lei de liberdade econômica.