quinta-feira, 31 de outubro de 2024

PlatôBR: Tensão financeira faz governo acelerar medidas de ajuste fiscal

 


Entenda o que tem feito a equipe econômica do governo correr para melhorar o equilíbrio entre receitas e despesas. O presidente Lula está diretamente envolvido no debate

 

 

Ministro Fernando Haddad 

 

A virada de humor dos investidores diante da chance de vitória de Donald Trump na corrida pela presidência dos Estados Unidos antecipou um cenário que só era esperado para o primeiro semestre do ano que vem e obrigou a equipe econômica a acelerar a definição das medidas para garantir o compromisso com o equilíbrio das contas públicas. A tensão financeira joga luz no debate mundial sobre o tamanho da dívida pública, em especial dos países emergentes, como o Brasil, e derruba a estratégia que prevalecia dentro do governo brasileiro de convergência gradual do endividamento público para um nível considerado “tolerável”.

O patamar atual da dívida do Brasil, que beira os 80% de tudo o que é produzido no país, em si, não é nenhuma novidade. O elemento novo no tabuleiro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é a expectativa de piora no cenário global. Nesta semana, as projeções sobre as eleições americanas ganharam força e aumentaram a aversão a risco dos investidores, o que faz com que cada detalhe ganhe mais relevância na hora de definir onde deixar o dinheiro investido.

O tamanho da dívida é um ponto avaliado para ditar se vale ou não correr o risco de investir no Brasil. Até agora, o governo contava com “certa tolerância”, já que a economia está crescendo mais do que esperado (e isso ajuda no crescimento receita do governo). Além disso, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, acredita-se, pela forte aproximação e credibilidade que conta com o presidente Lula, fará coro ao compromisso fiscal e já mostrou disposição a subir juros para manter inflação sob controle.

No entanto, o que era até aceitável num mundo dentro da normalidade muda com a previsão de que um novo governo nos EUA poderá manter a pressão nos mercados. A leitura é de que a política de Trump, se eleito, passará por mais gastos públicos, aumento da renda (fruto da visão contrária ao uso de mão-de-obra estrangeira no país) e do consumo, com pressão na inflação. O candidato republicano também defende proteção da indústria local. Com isso, dificilmente as importações, que poderiam aliviar a pressão os preços em território americano, poderão ser um instrumento com esse efeito. E, para completar, há a previsão maior tensão com a China, um motor do crescimento mundial. Tudo isso azeda a análise sobre investimento.

E investidor de mau humor reage ao mínimo sinal. A declaração de Haddad na última terça-feira, 29, de que não havia data para a divulgação das medidas de ajuste fiscal passaria perfeitamente apenas como uma tentativa do ministro de desconversar sobre o tema há duas semanas. Mas ela acentuou o estresse no mercado financeiro e obrigou Haddad e sua colega no Ministério do Planejamento, Simone Tebet, a virem a público, nesta quarta, dizer que já há consenso sobre as propostas de controle das despesas, que devem ser anunciadas em novembro. Na véspera, o presidente Lula recebeu Haddad e Galípolo para tratar do assunto.

O governo quer tempo para avaliar melhor os desdobramentos da eleição nos Estados Unidos e medir o tamanho do estrago que pode resvalar no Brasil. Na prancheta da equipe econômica estavam medidas que já provocaram a ira do presidente Lula, mas que podem ter que voltar para avaliação, a depender do cenário, segundo interlocutores oficiais.

Técnicos do governo dizem que são quase nulas as chances, por exemplo, de conseguir mexer na vinculação das despesas com saúde e educação (atreladas, pela Constituição, à variação das receitas do governo). Também já ouviram um não para a desindexação dos programas sociais, como Bolsa Família e abono salarial, que acompanham o salário mínimo.

No Planejamento, Tebet e sua equipe não estão conseguindo emplacar a tese de redução “do gasto tributário”, o montante de arrecadação que o governo deixa de receber ao manter subsídios a vários setores e que, hoje, somam uma renúncia fiscal em torno de R$ 600 bilhões.

Mas uma coisa o mercado já sacou. O ministro da Fazenda tem se mostrado habilidoso em pautar o debate econômico e conduzi-lo para o lado que melhor lhe convém. O problema é que, agora, o cenário mudou, defendem seus próprios colegas de equipe, e a tensão financeira deve ditar o rumo das discussões.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Leilão dos Correios tem itens para casa, roupas e bijuterias; veja como participar

 


Estarão em disputa itens de refugo, ou seja aqueles que os correios não conseguiram encontrar o destinatário e não foram reclamados. Valores iniciais de lotes vão de R$ 978 a R$ 129 mil

 

 

Encomendas (Foto - Divulgação - Correios)

 

Os Correios realizarão nos próximos dias 4 e 5 de novembro um leilão digital para a venda de objetos que tiveram  tentativas de entrega frustradas e não foram reclamados. Os itens, que vão desde utensílios domésticos a bijuterias e livros, foram divididos em 27 lotes com valores iniciais de R$ 978,17 a R$ 129.378,48.

A disputa dos lotes foi separada em duas etapas. Os 20 primeiros serão liberados no dia 4 de novembro às 14h e os sete restantes deverão receber propostas no dia 5 a partir das 9h.

Para conferir o edital completo com as informações necessárias, os interessados devem acessar a plataforma dos correios (Licitações-e), após entrar inserir o número 1052752, na caixa de texto localizada na coluna à direita, e para ver mais detalhes sobre o leilão, devem ir até “Opções” e clicar em “Consultar lotes“.

Veja a demonstração de como consultar os lotes

Como participar?

Quem desejar participar do leilão deve se cadastrar na plataforma dos correios disponibilizada para licitações neste link, na mesma página do edital.

Para enviar a proposta interessados devem seguir os seguintes passos:

  1.  Acessar o site Licitações-e
  2.  Clicar em “Pesquisa avançada
  3. Ir para “Pesquisar por identificador”
  4. Preencher o campo “nº da licitação com o número 1052752
  5. Consultar os itens disponíveis no pregão desejado
  6. Ir para “Sala de Disputa” no topo da página
  7. Acompanhar o pregão e enviar sua proposta.

Interessados podem agendar uma visita no endereço (Rua Mergenthaler, 592, 3º andar, bloco 3, São Paulo) e conferir os lotes presencialmente. As visitas são realizadas de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h às 11h e das 13h às 16h.

Para agendar basta ligar para o telefone (11) 4313-8087 ou enviar um e-mail para spmclirefugo@correios.com.br.

Quem pode participar?

O leilão está disponível tanto para pessoas físicas como jurídicas, que podem participar da licitação e enviar a proposta de lance para um ou mais lotes.

*Estágiario sob supervisão

Eve recebe financiamento de US$ 50 mi do Citi para desenvolvimento do eVTOL

 


A Eve, fabricante de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), anuncia nesta quarta-feira, 30, um financiamento de US$ 50 milhões do Citibank. O capital fortalecerá o balanço patrimonial e apoiará o programa de pesquisa e desenvolvimento da aeronave, segundo a empresa.

Com este valor, a liquidez projetada da Eve para o segundo trimestre de 2024 irá alcançar aproximadamente US$ 480 milhões. O montante incorpora o recente aporte de US$ 95,6 milhões, de um conjunto de empresas industriais globais e investidores financeiros, anunciado em julho de 2024.

Adicionalmente, a fabricante estabeleceu recentemente um novo acordo de linha de crédito de US$ 88 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionado para o desenvolvimento do complexo de produção da aeronave da empresa em Taubaté, no Estado de São Paulo.

Desenvolvimento do eVTOL

O recente financiamento, aliado ao caixa atual e linhas de crédito, asseguram que a Eve irá manter uma robusta capitalização, com um balanço patrimonial saudável e uma das maiores disponibilidades de caixa no setor, avalia o CFO da companhia, Eduardo Couto. “Seguimos empenhados no desenvolvimento e produção do nosso eVTOL”, reforçou o executivo.

A Eve apresentou seu primeiro protótipo em escala real no último semestre durante o Farnborough Air Show, no Reino Unido. Atualmente, a empresa está se preparando para uma campanha de testes abrangente com a aeronave. Paralelamente, a Eve segue desenvolvendo seu portfólio de serviços e soluções operacionais, incluindo o Vector, um software de Gerenciamento de Tráfego Aéreo Urbano.

A Eve conta com o maior backlog da indústria, incluindo cartas de intenção para até 2,9 mil eVTOLs.

Haddad: mudança em estatais não tem a ver com arcabouço, mas sim em torná-las menos dependentes

 Brazil's presidential candidate for the Workers' Party , Fernando Haddad, delivers a press conference, after visiting his mentor imprisoned Brazilian...

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 16, que a proposta enviada pelo governo ao Congresso em torno do Orçamento das estatais não busca tirar essas empresas do arcabouço fiscal. Segundo ele, o projeto explora a possibilidade de se reduzir o aporte federal que é feito nessas companhias.

Ainda assim, ele admitiu que, se necessário, pode fazer ajustes na redação para deixar a proposta mais clara.

“Então, nós estamos explorando a possibilidade de reduzir o aporte federal para essas estatais que têm condição de se emancipar, por assim dizer, do orçamento federal. Então, o objetivo da medida é exatamente o contrário. É fazer com que a estatal não dependa mais de recursos orçamentários”, disse Haddad, que falou com a imprensa sobre o projeto porque, segundo ele, o assunto estaria trazendo “muito ruído”.

Reportagem do b>Estadão mostrou nesta quarta-feira que, segundo especialistas, as propostas poderiam dificultar o controle de gastos das estatais.

Questionado sobre os riscos apontados pela Consultoria do Senado, Haddad afirmou que se for preciso ajustar a redação para deixar “mais clara” a intenção do governo, não haveria problema.

“Você não pode transformar essa intenção do governo de fazer com que a estatal não dependa mais de recursos orçamentários no seu contrário. Como se ela fosse exigir mais recursos orçamentários ou como se esses recursos orçamentários fossem estar acima do teto previsto no arcabouço fiscal. O que nem seria possível de acordo com a lei complementar. Uma lei ordinária nem poderia alterar essa regra. Então, é muito importante corrigir essas duas informações. Até porque as pessoas às vezes se movem por boatos e perdem recursos apostando em coisas que não vão acontecer”, acrescentou Haddad, que insistiu que a matéria não tem relação com o arcabouço fiscal.

Segundo ele, a ideia do governo é oferecer para empresas estatais dependentes a possibilidade de apresentar um plano de trabalho para que elas deixem esse condição. Perguntado, Haddad não citou quais empresas poderiam se tornar independentes do orçamento. “Absolutamente não se mexe em nada da regra fiscal”, enfatizou.

Brasil abre 247 mil vagas formais de trabalho em setembro, acima do esperado

 


Em São Paulo, a taxa de desemprego desceu de 7,8% no segundo trimestre para 7,1% no terceiro trimestre. A Brasil abre 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, mostra Caged (Crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

 

O Brasil abriu 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado foi fruto de 2.163.929 admissões e 1.916.111 desligamentos e ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 227.600 vagas.

No mesmo mês em 2023 foram criados 211.764 postos de trabalho, segundo dados sem ajustes.

Setembro marcou o melhor resultado para um mês desde fevereiro, quando o Brasil criou quase 306.000 empregos, de acordo com dados ajustados para vagas reportadas fora do prazo inicial.

De janeiro a setembro, foram criados 1.981.557 empregos líquidos, um aumento em relação a 1.597.481 no mesmo período do ano anterior, mostraram dados ajustados do ministério.

Caixa tem cerca de R$ 230 bi para eixos de infra urbana e moradia, diz presidente do banco

 Vieira assume Caixa com promessa de induzir crescimento ...


O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, disse nesta quarta-feira, 30, que o banco tem cerca de R$ 230 bilhões disponíveis para o triênio nos eixos de financiamento de infraestrutura urbana e de construção e incorporação de moradias. Segundo ele, no período da tarde a Caixa assinará um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para repassar R$ 12 bilhões que atenderão atividades da Nova Indústria Brasil (NIB).

A declaração foi dada durante a cerimônia “Nova Indústria Brasil – Missão 3: Mobilidade Verde e Cidades Sustentáveis”, realizada no Palácio do Planalto.

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e o das Cidades, Jader Filho, participaram do evento, além de representantes da indústria da construção civil e de entidades representativas do setor.

Especificamente para o setor de infraestrutura urbana, no enquadramento de qualificador verde, são R$ 12 bilhões no ano e R$ 36 bilhões programados para o triênio. Em moradia, no qualificador produtivo, são R$ 64 bilhões no ano e R$ 192 bilhões no triênio. “É só em recursos para as construtoras”, observou Vieira.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) mostrou mais cedo que, com a entrada da Caixa, subiu para R$ 405,7 bilhões o total de recursos disponíveis para linhas de crédito do Plano Mais Produção, que integra a NIB, política industrial do governo Lula 3.

Segundo o Planalto, a Caixa aportou R$ 63 bilhões para o programa, que já contava com crédito do BNDES, Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii. O Broadcast mostrou em agosto que mais bancos públicos, como a Caixa, se preparavam para aportar recursos no Plano Mais Produção.

Haddad diz entender ‘inquietação do mercado’ e promete ajuste fiscal

 


O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

 

Da redação com agência Reutersi

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou entender a ‘inquietação do mercado’ por conta do risco fiscal e prometeu um ajuste fiscal no arcabouço.

Haddad deu entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 30, na saída do Ministério da Fazenda, mas não revelou quais medidas fará cortar gastos.

“Até entendo a inquietação, mas é que tem gente especulando em torno de coisas. De repente, assim o jeito que eu falo, o jeito que eu.. Têm coisas absurdas assim que as pessoas falam no jornal, o Haddad dormiu, muito dormiu pouco. O meu trabalho é esse, tentar entregar a melhor redação possível para que haja a compreensão do Congresso da situação do mundo, e do Brasil”, disse.

O ministro ainda sinalizou que as medidas de ajuste fiscal podem ser apresentadas nas próximas semanas por meio de Proposta de Emenda Constitucional (PEC).

Haddad também pontuou que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas, ressaltando que o plano passa por análise jurídica.

Ele afirmou que deve ser necessário aprovar uma emenda constitucional para efetivar medidas em análise.

Despesas tem que caber no arcabouço, diz Haddad

Haddad ainda declarou que as partes não devem se comprometer por conta da sustentabilidade da regra vigente, o arcabouço fiscal.

“É o que eu tenho dito há muito tempo já. A dinâmica das despesas obrigatórias têm caber dentro do arcabouço. Então, a ideia é fazer com que as partes não comprometam o todo que o arcabouço tem a sustentabilidade de médio e longo prazo”, disse.

“É hoje a dúvida que preside as incertezas no mercado. ‘O que que vai acontecer se as despesas obrigatórias continuarem crescendo nesse ritmo?’ É uma é uma fórmula que permite que esse encaixe aconteça”, completou Haddad.

‘O Brasil vai continuar crescendo’

O ministro disse que o Brasil tem tarefas a cumprir e que fará as reformas que forem necessárias para assegurar a estabilidade macroeconômica e o crescimento da economia a taxas expressivas e com justiça social. “O Brasil vai continuar crescendo. O Brasil não tem razão para não crescer. Temos tarefas a performar, a cumprir, como todo país tem”, afirmou em discurso, durante evento da Nova Indústria Brasil, em, Brasília.

“Mas nós estamos atentos aos desafios que estão colocados e temos segurança em dizer que nós vamos endereçar as reformas necessárias para manter a estabilidade macroeconômica do país e o Brasil continuar crescendo a taxas expressivas com justiça social”, garantiu.