segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Governo eleva projeção de alta do PIB em 2024 para 3,3% e ainda vê inflação abaixo do teto

 


Proporção de reajustes salariais acima da inflação em novembro é a menor desde abril, diz Fipe

Inflação e economia (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

 

O governo revisou sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2024 para 3,3%, ante  estimativa anterior de 3,2%. A informação faz parte do Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, divulgado nesta segunda-feira, 18.

A Fazenda também elevou a projeção para a inflação esperada no ano, de 4,25% para 4,40% em 2024. Ou seja, diferentemente do mercado, o governo continua com a expectativa de que o IPCA fechará o ano dentro do teto da meta, que é de 4,5%.

“Até o final do ano, deverá haver desaceleração nos preços de monitorados, repercutindo, principalmente, mudanças esperadas nas bandeiras tarifárias de energia elétrica. Os preços livres, no entanto, devem seguir em aceleração, refletindo a dinâmica dos preços de itens mais voláteis, mais afetados pelo câmbio e clima”, diz o boletim.

Novas projeções do Ministério da Fazenda
Novas projeções do Ministério da Fazenda (Crédito:Divulgação)

 

Como relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o governo projeta um crescimento da atividade nos próximos dois trimestres, embora em ritmo inferior ao observado nos dois primeiros trimestres de 2024.

O governo elevou de 0,6% para 0,7% a projeção de expansão do PIB no 3º trimestre, na comparação com os três meses anteriores, o que representará uma desaceleração frente a alta de 1,4% registrada no 2º trimestre.

“Na margem, a perspectiva é de desaceleração no ritmo de crescimento, principalmente em função da forte expansão observada no segundo trimestre. Na comparação interanual, no entanto, projeta-se aceleração do crescimento, de 3,3% no segundo trimestre para 3,9% no terceiro”, afirma o documento.

Mercado eleva a 12% projeção para Selic em 2025 e vê inflação e dólar mais altos

 


Sede do Banco Central, em Brasília

 

Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano, em meio a expectativas mais altas para o avanço do IPCA neste ano e nos próximos dois, elevando também as previsões para as cotações do dólar, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,00%, de 11,50% na semana anterior.

Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75% pela sétima semana consecutiva. O BC volta a se reunir em dezembro para a última decisão de política monetária do ano.

De acordo com os dados do Focus, o BC deve voltar a elevar os juros nas duas primeiras reuniões do ano, respectivamente em 0,50 e 0,25 ponto percentual, a 12,50%. Só são esperados cortes então nos dois últimos encontros do ano, ambos de 0,25 ponto.

A mudança na previsão ocorre na esteira da divulgação da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na terça-feira. No documento, os membros afirmaram que deterioração adicional das expectativas de mercado para a inflação à frente pode levar a um prolongamento do ciclo de aperto dos juros básicos.

O BC também reforçou a defesa da adoção de medidas fiscais pelo governo, argumentando que ações nesse sentido podem induzir o crescimento econômico. O Executivo tem prometido o anúncio de um pacote de medidas de contenção de gastos a fim de garantir a sustentação do arcabouço fiscal.

Neste mês, o Copom decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, em decisão unânime de sua diretoria que não indicou os próximos passos da política monetária.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento na projeção para o IPCA neste ano pela sétima semana consecutiva, agora com alta de 4,64% — acima do teto da meta perseguida pelo BC –, ante 4,62% há uma semana. Em 2025, o avanço do índice deve chegar a 4,12%, acima dos 4,10% projetados anteriormente, e em 2026 a conta subiu a 3,70%, de 3,65%.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Houve aumento ainda na expectativa para a cotação do dólar em 2024, agora em 5,60 reais, de 5,55 reais na semana anterior. No final do próximo ano, a moeda norte-americana deve atingir 5,50 reais, segundo os analistas, ante 5,48 reais há uma semana.

Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 3,10% neste ano, mesma expectativa da semana anterior. Em 2025, a projeção é de que a expansão seja de 1,94%, também repetindo o dado da pesquisa anterior.

domingo, 17 de novembro de 2024

‘O diabo está nos detalhes’, diz Von der Leyen sobre acordo Mercosul-UE

 


'O diabo está nos detalhes', diz Von der Leyen sobre acordo Mercosul-UE

A chefe da UE, Ursula von der Leyen, admite que será 'uma grande tarefa' fazer com que todos os membros dos blocos europeu e do Mercosul apoiem o acordo comercial - AFP/Arquivos

A União Europeia (UE) e o Mercosul estão na “reta final” para alcançar um acordo de livre comércio, mas “o diabo está nos detalhes”, disse neste domingo (17) a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Em uma entrevista à GloboNews, na véspera da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Von der Leyen reconheceu que o braço executivo da UE enfrenta a “grande tarefa” de convencer todos os seus membros a apoiar o tratado, que é rejeitado pela França.

“O diabo está sempre nos detalhes. A reta final é a mais importante, mas também a mais difícil, muitas vezes”, declarou.

“Temos que envolver os 27 chefes de Estado e de governo e os Estados-membros da União Europeia, e, do lado do Mercosul, todos os parceiros também terão que estar prontos para assinar. Isso sempre é uma grande tarefa a ser superada na parte final”, acrescentou.

A União Europeia e os quatro membros fundadores do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) negociam há 25 anos um acordo de livre comércio entre os blocos.

Embora as partes tenham alcançado um acordo político em 2019, alguns países da UE têm dificultado novos avanços.

A França “se opõe” a esse acordo comercial, disse o presidente Emmanuel Macron neste domingo, durante uma visita à Argentina, antes de viajar para o Brasil para o G20. Ele afirmou que não acredita que a Comissão Europeia vá concluir as negociações com o Mercosul sem o apoio da França.

Novas manifestações por parte de agricultores franceses que são fortemente contra o acordo são esperadas para segunda-feira.

Agricultores de vários países europeus temem que produtos sul-americanos invadam seu mercado em condições desfavoráveis com um possível tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

A Comissão Europeia considera que tem o poder de selar o acordo com o Mercosul e outros tratados. No entanto, “não avançará sem um acordo político” entre os membros do bloco, indicou à AFP um funcionário próximo de Von der Leyen.

O pacto UE-Mercosul criaria um mercado integrado com cerca de 800 milhões de habitantes e pretende eliminar tarifas de importação sobre mais de 90% dos bens da UE exportados para o bloco sul-americano.

.G20 Brasil/BNDES: Fundo Amazônia tem nova doação de US$ 60 milhões da Noruega

 

 Agência Brasil explica: o que é o Fundo Amazônia? | Agência ...

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou neste domingo, 17, que o Fundo Amazônia receberá uma nova doação da Noruega, no valor de US$ 60 milhões, o equivalente a cerca de R$ 348 milhões.

O Fundo Amazônia é gerido pelo BNDES, sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA).

“Trata-se de mais uma demonstração importante da confiança do mundo e, em especial, da Noruega, do compromisso do governo do presidente Lula com a redução do desmatamento, com a preservação da Amazônia e com a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. A Noruega é um país com quem temos uma longa parceria e que segue se fortalecendo”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em nota distribuída à imprensa.

A nova doação foi anunciada pelo primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, neste domingo, 17, durante a Conferência Global Citizen Now: Rio de Janeiro, na capital fluminense.

O Fundo Amazônia atingiu a marca de R$ 882 milhões em aprovações de projetos neste ano, segundo o banco de fomento.

G20 Brasil: Acordo entre UE e Mercosul marcou reunião entre Lula e Leyen

 Lula and Ursula von der Leyen


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste domingo, 17, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Segundo o Planalto, o tema da reunião foi o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, mas não deu detalhes.

Mais cedo, Leyen disse por uma rede social, que estava no Brasil “para aprofundar nossas parcerias globais e criar novas. Isso importa mais do que nunca”, destacou na postagem.

Além de Lula, participaram da reunião o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, e o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento e Indústria, Márcio Elias Rosa.

O presidente Lula ainda tem mais seis reuniões bilaterais agendadas para este domingo com os presidentes de Angola, Turquia, Egito, França e Bolívia, além do primeiro-ministro do Vietnã.

Disputa judicial por patentes de remédios essenciais aumenta após decisão do STF

 STF - Supremo Tribunal Federal


Após a pandemia de covid-19, uma batalha judicial se intensifica entre gigantes farmacêuticas e fabricantes de genéricos, disputando a extensão de patentes de 62 medicamentos essenciais, como Saxenda, Ozempic e Stelara. As empresas detentoras das fórmulas originais buscam ampliar a exclusividade de venda para além dos 20 anos previstos por lei, enfrentando um obstáculo significativo após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.

A decisão considerou inconstitucional um entendimento legal anterior. Este cenário impacta diretamente a disponibilidade de medicamentos de menor preço no mercado.

Enquanto as empresas de genéricos celebram vitórias judiciais, assegurando o fim imediato de patentes conforme o novo entendimento do STF, as farmacêuticas internacionais buscam meios de contornar a decisão, alegando insegurança jurídica e prejuízos significativos ao planejamento de negócios e investimentos em inovação.

A disputa não se limita apenas aos tribunais, mas também ao debate sobre a necessidade de reforma na Lei de Propriedade Industrial, visando equilibrar os interesses de inovação e acesso a medicamentos. Acesse a reportagem completa para saber mais detalhes sobre a decisão do STF, quais são as empresas envolvidas e o posicionamento delas a respeito do assunto.

Negócios agrícolas da Bayer impulsionam os lucros do 1º trimestre

 


Negócios agrícolas da Bayer impulsionam os lucros do 1º trimestre

Logo da Bayer fotografado em Leverkusen, Alemanha

 

FRANKFURT (Reuters) – A empresa de agricultura e produtos farmacêuticos Bayer informou que os lucros ajustados trimestrais aumentaram 27,5% acima do esperado, com fortes ganhos em seus negócios de sementes e pesticidas.

O lucro do primeiro trimestre antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) ajustado, para itens não recorrentes, ficou em 5,25 bilhões de euros (5,55 bilhões de dólares), bem acima da estimativa média de analistas de 4,65 bilhões de euros publicada no site da empresa.

A divisão Crop Science, que gera a maior parte de seus ganhos durante o primeiro semestre do ano, viu o Ebtida ajustado saltar para 3,67 bilhões de euros, superando um consenso de mercado de 2,95 bilhões de euros, mais do que compensando os lucros farmacêuticos mais fracos.

Os preços de commodities agrícolas como milho e soja subiram globalmente em meio à preocupação de que o ataque da Rússia à Ucrânia atrapalhe a agricultura no país, já que ambos os países são grandes exportadores de grãos.

O presidente-executivo da Bayer, Werner Baumann, disse aos acionistas na assembleia geral anual do mês passado que os mercados agrícolas favoráveis ajudaram o grupo a ter um início de ano muito bem-sucedido.

O grupo confirmou sua meta para os resultados do ano inteiro.

(Reportagem de Ludwig Burger)