terça-feira, 26 de novembro de 2024

Carta do Carrefour foi muito fraca, dado o estrago de imagem que produziu o CEO, diz Lira

 

Arthur Lira: quem é o poderoso presidente da Câmara Nacional?

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a carta de retratação pública do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, após o ataque às carnes do Mercosul. “A carta do Carrefour foi muito fraca dado o estrago de imagem que o CEO do Carrefour produziu”, disse Lira, após participar da reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Ele faz referência às declarações de Bompard que sugeriram que a carne do Mercosul não atende os padrões e normas francesas. “É importante não minimizar o que aconteceu”, defendeu.

Na carta enviada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, se desculpou pela confusão gerada com a agricultura brasileira e reconheceu a qualidade da carne brasileira, mas não informou se o grupo vai retomar a compra de carnes do Mercosul pelas unidades francesas. Há uma semana, Bompard comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer”, afirmando que esses produtos não respeitam os requisitos e normas do mercado francês.

Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.

Lira citou ainda as declarações recentes do CEO do grupo sucroalcooleiro francês Tereos, Olivier Leducq, que se posicionou contra a aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul sob os termos atuais, afirmando que o texto criaria uma “concorrência desleal”.

“É temerário que o Congresso Nacional, o governo, o Itamaraty não se posicionem mais firmemente. Duas empresas francesas com escalada de narrativas não verdadeiras falando para o mundo”, criticou Lira, mencionando o rigor sanitário da produção brasileira e o Código Florestal Brasileiro. “Não há país no mundo com as reservas ambientais e as terras indígenas que o Brasil tem”, pontuou.

Carrefour faz carta de retratação e lamenta ter colocado em dúvida parceria com agro do Brasil

 


Novo posicionamento vem após o anúncio de boicote à carne do Mercosul

 

 

Alexandre Bompard, CEO mundial do Carrefour, enviou uma carta de retratação ao Ministério da Agricultura do Brasil após o anúncio de que a francesa deixaria de adquirir proteína animal produzida no Mercosul.

A carta, que foi entregue pelo embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, ao ministro Carlos Fávaro e a assessores do presidente Lula, foi divulgada pelo NeoFeed (veja abaixo).

O maior grupo supermercadista da Europa e do Brasil disse nesta terça-feira, 26, que lamenta que sua promessa anterior de manter a carne sul-americana fora de suas prateleiras na França tenha sido percebida como tendo “colocado em dúvida sua parceria com a agricultura brasileira”.

A companhia disse que compra a carne que vende na França quase exclusivamente de produtores franceses e a carne que vende no Brasil exclusivamente de pecuaristas brasileiros e acrescentou que continua com essa estratégia.

Leia na íntegra:

Ao Excelentíssimo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil,

Senhor Carlos Fávaro,

A declaração de apoio do Carrefour França aos produtores agrícolas franceses causou discordâncias no Brasil. Como Diretor-Presidente do Grupo Carrefour e amigo de longa data do país, venho, respeitosamente, esclarecê-la.

O Carrefour é um grupo descentralizado e enraizado em cada país onde está presente, francês na França e brasileiro no Brasil.

Na França, o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo. A decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes. Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que atravessam uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais.

Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos.

O Grupo Carrefour Brasil é profundamente brasileiro, com mais de 130.000 colaboradores, se desenvolveu e continua se desenvolvendo sob minha presidência em parceria com produtores e fornecedores do Brasil, valorizando o trabalho do setor produtivo e sempre em benefício de nossos clientes. Nos últimos anos, o Grupo Carrefour Brasil acelerou seu desenvolvimento, dobrando tanto o volume de seus investimentos no país quanto suas compras da agricultura brasileira. Mais amplamente, o Brasil é o país em que o Carrefour mais investiu sob minha presidência, o que confirma nossa ambição e nosso comprometimento com o país. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil.

Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito as normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas.

O Carrefour está empenhado em trabalhar, na França e no Brasil, em prol de uma agricultura próspera, seguindo nosso propósito pela transição alimentar para todos. Asseguro, Senhor Ministro, nosso compromisso de longo prazo ao lado da agricultura e dos produtores brasileiros.

Aproveito a oportunidade para renovar os protestos de estima e consideração.

Atenciosamente,

Alexandre Bompard

Diretor-Presidente do Grupo Carrefour

Carrefour Brasil diz que espera normalização de abastecimento

A maior rede de supermercados do país, o Carrefour Brasil espera que a normalização do abastecimento em suas lojas ocorra no curto prazo, segundo fato relevante enviado pela companhia após pedido de desculpas da matriz do grupo por declarações contra a carne produzida no Brasil.

“O grupo Carrefour Brasil trabalha intensamente na resolução da situação junto aos fornecedores e espera a normalização do abastecimento no curto prazo para mitigar impacto aos consumidores”, afirmou o varejista.

Mais cedo, a sede da companhia na França publicou pedido de desculpas em que afirmou não ter tido a intenção de colocar o setor agropecuário francês contra o brasileiro. Também acrescentou ser “parceiro número 1” do agro do Brasil.

“Nunca opomos a agricultura francesa à agricultura brasileira, pois os nossos dois países do coração têm em comum o amor à terra, a sua cultura e a boa alimentação”, diz o comunicado do Carrefour global.

Segundo a rede varejista no Brasil, dona também das bandeiras Atacadão e Sam’s Club, desde quinta-feira passada as entregas de carne bovina nas lojas do grupo “não ocorreram conforme programadas”.

Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que recebeu formalmente a carta assinada pelo diretor-presidente do Grupo Carrefour.

Em nota, a pasta ressalta que adota um “um sistema de rigoroso de defesa agropecuária, que posiciona o Brasil como o principal exportador de carne de aves e bovina do mundo, o Mapa reitera os elevados padrões de qualidade, sanidade e sustentabilidade da produção agropecuária brasileira.”

E completa: “O Mapa afirma que trabalha sempre no intuito de esclarecer os fatos para não permitir que declarações equivocadas coloquem em dúvida um trabalho de defesa agropecuária de alto nível e de uma produção de alta qualidade e comprometida com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta.”

“Nenhuma carne do Mercosul”

Na quarta-feira, 20, Alexandre Bompard publicou em seu perfil na rede social corporativa LinkedIn um post acompanhando de uma carta. A postagem diz: “Em solidariedade com o mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não comercializar nenhuma carne do Mercosul. É este o sentido da minha mensagem aos presidentes dos sindicatos agrícolas.

A carta é direcionada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores. A postagem reúne mais de 4 mil reações positivas e quase 400  comentários, alguns de brasileiros questionando a iniciativa, mas muitos franceses elogiando.

A carta com o pedido de desculpas ao governo brasileira, até o momento, não foi replicada em seu perfil, assim como o também não foi publicado o comunicado emitido pela sede do Carrefour. O IstoÉ Dinheiro questionou o grupo se os documentos também serão compartilhados na rede pelo executivo e aguarda um posicionamento. Este texto será atualizado quando houver resposta.

Liberado novo investimento de R$ 3,6 bilhões para conclusão da Transnordestina: a obra de construção da ferrovia de mais de 1,2 mil km que promete gerar 90 mil empregos no Nordeste

 Trecho da Rodovia Transamazônica em Palestina do Pará é ...


Construção da Ferrovia Transnordestina: o maior investimento em projeto ferroviário do Brasil promete gerar 90 mil empregos e acrescentar R$ 7 bilhões ao PIB, revolucionando a economia do Nordeste

 



A ferrovia Transnordestina, uma das obras de infraestrutura mais aguardadas e que promete gerar mias de 90 empregos no Nordeste, acaba de receber um aporte significativo de R$ 3,6 bilhões. Esse investimento permitirá que a construção avance para sua fase final, com potencial de transformar a logística regional e impulsionar o desenvolvimento econômico nos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Estima-se que, a partir do primeiro ano de operação, a ferrovia agregue R$ 7 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) da região anualmente.
 
 Governo Federal investe R$ 3,6 bilhões para acelerar a conclusão da maior ferrovia do Nordeste

O novo aporte financeiro foi viabilizado graças a uma articulação coordenada entre o Governo Federal, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), a Casa Civil e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A concessionária Transnordestina Logística (TLSA) foi autorizada a acessar os recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) após aprovação em reunião da Diretoria Colegiada da Sudene, realizada no dia 4 de novembro.

Os desembolsos acontecerão de forma escalonada: serão liberados R$ 1 bilhão por ano entre 2024 e 2026, além de um adicional de R$ 600 milhões em 2027. Esse cronograma garante a conclusão da fase I da ferrovia, que conecta Paes Landim, no Piauí, ao Porto de Pecém, no Ceará, em um trecho de 1.061 km. Atualmente, essa etapa está 70% concluída, segundo a TLSA.

Transnordestina: A ferrovia que promete revolucionar a economia e logística no Nordeste

Com 1.206 km de extensão total, a Transnordestina é a maior obra linear em andamento no Brasil. Sua construção interliga 53 municípios e tem como meta dinamizar a economia nordestina, oferecendo uma logística eficiente para o escoamento de produtos locais até mercados globais. O secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, destacou o impacto estratégico da ferrovia para a região:

“O Governo Federal está investindo R$ 3,6 bilhões para que o Brasil deixe de perder, a cada ano, R$ 7 bilhões no PIB em uma das áreas mais vulneráveis do país, o semiárido. Esse é um investimento que trará retorno direto para o desenvolvimento do Nordeste”, explicou.

 Além disso, Tavares enfatizou que a ferrovia será um vetor de transformação para o setor produtivo local. O transporte mais econômico possibilitará iniciativas como a implementação de perímetros irrigados, antes inviáveis devido aos altos custos logísticos.

90 mil empregos e acréscimo anual de R$ 52 milhões em arrecadação, enquanto o ICMS promete somar R$ 126 milhões anuais já no primeiro ano de operação

A conclusão das obras da Transnordestina também trará impacto positivo para o mercado de trabalho e a arrecadação fiscal na região. Uma pesquisa realizada por consultoria contratada pela TLSA revelou que, ao longo dos 30 anos de concessão, até 2057, a ferrovia gerará cerca de 90 mil empregos diretos e indiretos.

Do ponto de vista tributário, os 53 municípios atendidos pela ferrovia terão um acréscimo anual de R$ 52 milhões em arrecadação, enquanto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá somar R$ 126 milhões anuais já no primeiro ano de operação.

“Além de promover um ambiente mais favorável para negócios e agricultura familiar, a ferrovia possibilitará uma redistribuição mais equitativa da arrecadação, fortalecendo as finanças municipais e estaduais”, explicou Tavares.

Investimento bilionário no projeto ambicioso reforça a viabilidade e segurança financeira da Transnordestina

O novo investimento de R$ 3,6 bilhões faz parte de um pacote maior, que totaliza R$ 7 bilhões necessários para a entrega completa da obra. O orçamento atual da Transnordestina chega a R$ 15 bilhões, sendo que R$ 8 bilhões já foram aplicados.

A Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI) desempenhou papel crucial na reestruturação financeira do projeto, que agora avança com maior previsibilidade e segurança para sua conclusão.

Primeiros carregamentos da Transnordestina em 2025: Conectando sertão, litoral e cerrado

Os primeiros carregamentos comissionados pela ferrovia estão previstos para 2025, conectando os lotes entre Paes Landim (PI) e Iguatu, na região central do Ceará. Trechos intermediários como Acopiara, Piquet Carneiro, Quixeramobim e Quixadá, com 150 km de extensão, já estão em construção e empregam atualmente 2,5 mil trabalhadores.

A integração proporcionada pela ferrovia irá conectar o litoral, o sertão e o cerrado, promovendo maior competitividade para os produtos agrícolas da região e criando oportunidades inéditas para o desenvolvimento local.

Transnordestina: O novo eixo da logística nacional que impulsionará o Nordeste no mercado global

A Transnordestina se consolidará como um dos eixos centrais da logística nacional, especialmente para o transporte de commodities como grãos e minérios, que agora poderão ser escoados de forma ágil para o Porto de Pecém. Essa nova dinâmica trará redução de custos e permitirá que o Nordeste ganhe destaque no comércio exterior.

“O Nordeste tem uma oportunidade única de alinhar sua vocação agrícola e industrial a uma infraestrutura de transporte moderna. Isso terá reflexos diretos na competitividade da produção regional, ampliando horizontes para exportação e geração de emprego”, concluiu Tavares.

Com a finalização da ferrovia, espera-se que o Nordeste entre em uma nova fase de crescimento econômico e social, alavancada por um sistema logístico capaz de atender tanto ao mercado interno quanto às demandas globais.

 

 

https://www.sociedademilitar.com.br/2024/11/liberado-novo-investimento-de-r-36-bilhoes-para-conclusao-da-transnordestina-a-obra-de-construcao-da-ferrovia-de-mais-de-12-mil-km-que-promete-gerar-90-mil-empregos-no-nordeste-thz.html

Entenda por que a França não pode bloquear acordo UE-Mercosul

 


Comissão Europeia tem mandato para negociar por todos os sócios; acordo passaria por Conselho e Parlamento do bloco, com peso limitado da França 

 

Cristiane NobertoDaniel Rittnerda CNN , Brasília

Apesar do barulho feito pela França, a oposição do presidente Emmanuel Macron e do setor privado francês teria pouco efeito na assinatura e na ratificação do acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul, caso as negociações cheguem realmente a bom termo.

 
 O governo brasileiro avalia que a França, mesmo se opondo, não terá como “melar” as negociações.

Isso porque a Comissão Europeia, braço executivo da UE com sede em Bruxelas, tem um mandato dos países-membros para negociar com o Mercosul.

É claro que a posição dos sócios do bloco influenciam na visão de Bruxelas, mas há uma série de outras nações — como Alemanha, Espanha e Itália — francamente favoráveis ao acordo.

 No passo a passo que se seguiria ao fechamento do acordo, o texto iria para uma revisão jurídica e teria que ser traduzido para todas as línguas oficiais do bloco.

Em seguida, o acordo é submetido ao Conselho da União Europeia, formado pelos governos dos países-membros. A decisão no Conselho não exige unanimidade, mas sim uma maioria qualificada: pelo menos 55% dos países, representando 65% da população total do bloco.

Isso dilui o peso da França. Embora seja uma liderança importante na UE, ela não tem poder suficiente para bloquear sozinha a aprovação no Conselho Europeu.

Após a aprovação no Conselho, o acordo segue para o Parlamento Europeu, onde precisa de uma maioria simples para ser ratificado.

Questões políticas do tratado, como a parte de cooperação política e ambiental, são de competência dos Estados membros e requerem aprovação dos parlamentos nacionais.

A parte comercial do acordo não requer aprovação de cada país, mas apenas do Parlamento Europeu. Nada pode ser vetado, portanto, por um sócio individualmente.

 

 https://cnnbrasil-my.sharepoint.com/:x:/g/personal/pedro_jordao_cnnbrasil_com_br/ET0ylvXVPtFAttUSJUZWA_oBfJK7maFGwuwPDRevg3g2iw?e=Bg3aAk

 

Negócio bilionário à vista: Embraer perto de fechar maior contrato militar de sua história com a Índia, incluindo coprodução do C-390, aquisição de caças Tejas e colaboração em mísseis e submarinos

 


Diálogo de Defesa debate vendas bilionárias de aeronaves, mísseis e cooperação estratégica em tecnologia militar.

 

A Embraer está prestes a assinar o maior contrato de aeronaves de transporte militar de sua história em uma negociação que pode envolver bilhões de dólares. O acordo, segundo informações do InfoDefensa, inclui a venda e coprodução local do cargueiro C-390 Millennium, além de parcerias estratégicas envolvendo aeronaves de combate, mísseis de defesa aérea, drones, submarinos Scorpene e sistemas de guerra cibernética.

Uma agenda estratégica entre Brasil e Índia

Representantes da indústria de defesa indiana desembarcarão em São José dos Campos nos dias 8 e 9 de dezembro para discutir os detalhes desse pacote robusto, durante a nova edição do Diálogo Brasil-Índia da Indústria de Defesa (DID). A agenda inclui encontros com a Embraer, o Ministério da Defesa e o Governo Brasileiro, sinalizando uma cooperação que pode transformar o setor de defesa em ambos os países.

Tejas já possui integração para uso de armas inteligentes de Al Tariq dos Emirados Árabes Unidos. (Foto: Ministério da Defesa da Índia)

 

Entre os pontos principais está o interesse indiano na aquisição do C-390 Millennium, que substituiria antigas aeronaves de transporte soviéticas na Força Aérea Indiana. Para isso, a Embraer implementaria uma linha de montagem final (FAL) na Índia, em alinhamento com o programa governamental Make in India, permitindo que a indústria local agregue valor durante a fase de montagem e entrega.

Parceria que troca tecnologia

 Em contrapartida, o Brasil se tornaria cliente do caça indiano LCA MK2 Tejas, projetado e fabricado pela Hindustan Aeronautics Limited (HAL). O Tejas, um caça supersônico com avançados sistemas de radar AESA, mísseis BVR e reabastecimento aéreo, pode também atender a Aviação Naval da Marinha do Brasil, substituindo os A-4 modernizados.

Outro destaque das negociações é a colaboração para manutenção compartilhada de submarinos Scorpene, atualmente em operação em ambas as marinhas, e o desenvolvimento conjunto de munições guiadas e sistemas de guerra eletrônica.

Passo decisivo para a Embraer

O possível contrato do C-390 Millennium representa um marco para a Embraer Defesa & Segurança, que já firmou um Memorando de Entendimento (MoU) com a Mahindra Defence Systems no início deste ano. O acordo abrange a industrialização local da aeronave na Índia e reforça o objetivo de modernizar a aviação militar indiana por meio do Programa MTA.

Prazo para incluir nome na lista de credores da 123 Milhas termina hoje

 


Propaganda da empresa 123 Milhas, no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek. Foto: Juca Varella/Agência Brasil

 

Consumidores lesados pela 123 Milhas têm até esta terça-feira, 26, para detalharem seus prejuízos à Justiça, conforme descrito pelo edital de recuperação judicial da companhia.

Quem quiser apresentar divergências ou contestações no processo tem também no máximo até esta terça para reclamar. Após este prazo, só será possível requisitar o recebimento dos valores movendo ações por via judicial, isto é, processando a empresa.

Segundo relatório de administradores judiciais, nomeados pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte (MG), feito com base nas informações da empresa, R$ 2,38 bilhões devem ser repassados a mais de 950 mil prejudicados.

Quem deve estar na lista?

  • Consumidores que não receberam passagens aéreas compradas ou tiveram reservas de hospedagens canceladas até o dia 29 de agosto de 2023;
  • Da mesma forma, quem possui crédito ou reembolsos que não foram quitados pela companhia até a mesma data também entra na lista;
  • Credores das empresas Max Milhas e Lance Hotéis não entram na lista, apesar de ambas as empresas terem sido inclusas no processo de recuperação judicial do grupo.

Cartilha com o passo a passo

A defensoria Pública de Minas Gerais lançou uma cartilha com orientações aos consumidores para que façam suas reclamações dentro das normas jurídicas. A cartilha pode ser acessada neste link.

Os consumidores lesados devem acessar o site dos administradores judiciais e verificar se seus dados foram devidamente incluídos na lista de credores e se os valores dos créditos estão corretos.

A partir da consulta, podem surgir três resultados diferentes. Para cada caso, há um procedimento que está descrito na cartilha feita pela Defensoria Pública de Minas Gerais.

Os consumidores que ainda não foram inseridos na lista de credores também podem fazer o pedido no mesmo site para que seus nomes e respectivos valores sejam incluídos na recuperação judicial e no plano de pagamento.

Carrefour faz carta de retratação e lamenta ter colocado em dúvida parceria com agro do Brasil

 


Novo posicionamento vem após o anúncio de boicote à carne do Mercosul

 

 

Alexandre Bompard, CEO mundial do Carrefour, enviou uma carta de retratação ao Ministério da Agricultura do Brasil após o anúncio de que a francesa deixaria de adquirir proteína animal produzida no Mercosul.

A carta, que foi entregue pelo embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, ao ministro Carlos Fávaro e a assessores do presidente Lula, foi divulgada pelo NeoFeed (veja abaixo).

O maior grupo supermercadista da Europa e do Brasil disse nesta terça-feira, 26, que lamenta que sua promessa anterior de manter a carne sul-americana fora de suas prateleiras na França tenha sido percebida como tendo “colocado em dúvida sua parceria com a agricultura brasileira”.

A companhia disse que compra a carne que vende na França quase exclusivamente de produtores franceses e a carne que vende no Brasil exclusivamente de pecuaristas brasileiros e acrescentou que continua com essa estratégia.

Leia na íntegra:

Ao Excelentíssimo Ministro da Agricultura e Pecuária do Brasil,

Senhor Carlos Fávaro,

A declaração de apoio do Carrefour França aos produtores agrícolas franceses causou discordâncias no Brasil. Como Diretor-Presidente do Grupo Carrefour e amigo de longa data do país, venho, respeitosamente, esclarecê-la.

O Carrefour é um grupo descentralizado e enraizado em cada país onde está presente, francês na França e brasileiro no Brasil.

Na França, o Carrefour é o primeiro parceiro da agricultura francesa: compramos quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades na França, e assim seguiremos fazendo. A decisão do Carrefour França não teve como objetivo mudar as regras de um mercado amplamente estruturado em suas cadeias de abastecimento locais, que segue as preferências regionais de nossos clientes. Com essa decisão, quisemos assegurar aos agricultores franceses, que atravessam uma grave crise, a perenidade do nosso apoio e das nossas compras locais.

Do outro lado do Atlântico, no Brasil, compramos dos produtores brasileiros quase toda a carne que necessitamos para as nossas atividades, e seguiremos fazendo assim. São os mesmos valores de criar raízes e parceria que inspiram há 50 anos nossa relação com o setor agropecuário brasileiro, cujo profissionalismo, cuidado à terra e produtores conhecemos.

O Grupo Carrefour Brasil é profundamente brasileiro, com mais de 130.000 colaboradores, se desenvolveu e continua se desenvolvendo sob minha presidência em parceria com produtores e fornecedores do Brasil, valorizando o trabalho do setor produtivo e sempre em benefício de nossos clientes. Nos últimos anos, o Grupo Carrefour Brasil acelerou seu desenvolvimento, dobrando tanto o volume de seus investimentos no país quanto suas compras da agricultura brasileira. Mais amplamente, o Brasil é o país em que o Carrefour mais investiu sob minha presidência, o que confirma nossa ambição e nosso comprometimento com o país. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil.

Sabemos que a agricultura brasileira fornece carne de alta qualidade, respeito as normas e sabor. Se a comunicação do Carrefour França gerou confusão e pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela, pedimos desculpas.

O Carrefour está empenhado em trabalhar, na França e no Brasil, em prol de uma agricultura próspera, seguindo nosso propósito pela transição alimentar para todos. Asseguro, Senhor Ministro, nosso compromisso de longo prazo ao lado da agricultura e dos produtores brasileiros.

Aproveito a oportunidade para renovar os protestos de estima e consideração.

Atenciosamente,

Alexandre Bompard

Diretor-Presidente do Grupo Carrefour

Carrefour Brasil diz que espera normalização de abastecimento

A maior rede de supermercados do país, o Carrefour Brasil espera que a normalização do abastecimento em suas lojas ocorra no curto prazo, segundo fato relevante enviado pela companhia após pedido de desculpas da matriz do grupo por declarações contra a carne produzida no Brasil.

“O grupo Carrefour Brasil trabalha intensamente na resolução da situação junto aos fornecedores e espera a normalização do abastecimento no curto prazo para mitigar impacto aos consumidores”, afirmou o varejista.

Mais cedo, a sede da companhia na França publicou pedido de desculpas em que afirmou não ter tido a intenção de colocar o setor agropecuário francês contra o brasileiro. Também acrescentou ser “parceiro número 1” do agro do Brasil.

“Nunca opomos a agricultura francesa à agricultura brasileira, pois os nossos dois países do coração têm em comum o amor à terra, a sua cultura e a boa alimentação”, diz o comunicado do Carrefour global.

Segundo a rede varejista no Brasil, dona também das bandeiras Atacadão e Sam’s Club, desde quinta-feira passada as entregas de carne bovina nas lojas do grupo “não ocorreram conforme programadas”.

Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que recebeu formalmente a carta assinada pelo diretor-presidente do Grupo Carrefour.

Em nota, a pasta ressalta que adota um “um sistema de rigoroso de defesa agropecuária, que posiciona o Brasil como o principal exportador de carne de aves e bovina do mundo, o Mapa reitera os elevados padrões de qualidade, sanidade e sustentabilidade da produção agropecuária brasileira.”

E completa: “O Mapa afirma que trabalha sempre no intuito de esclarecer os fatos para não permitir que declarações equivocadas coloquem em dúvida um trabalho de defesa agropecuária de alto nível e de uma produção de alta qualidade e comprometida com uma das legislações ambientais mais rigorosas do planeta.”

“Nenhuma carne do Mercosul”

Na quarta-feira, 20, Alexandre Bompard publicou em seu perfil na rede social corporativa LinkedIn um post acompanhando de uma carta. A postagem diz: “Em solidariedade com o mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não comercializar nenhuma carne do Mercosul. É este o sentido da minha mensagem aos presidentes dos sindicatos agrícolas.

A carta é direcionada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores. A postagem reúne mais de 4 mil reações positivas e quase 400  comentários, alguns de brasileiros questionando a iniciativa, mas muitos franceses elogiando.

A carta com o pedido de desculpas ao governo brasileira, até o momento, não foi replicada em seu perfil, assim como o também não foi publicado o comunicado emitido pela sede do Carrefour. O IstoÉ Dinheiro questionou o grupo se os documentos também serão compartilhados na rede pelo executivo e aguarda um posicionamento. Este texto será atualizado quando houver resposta.