terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

IPCA-15: Prévia da inflação acelera em fevereiro e acumula alta de 4,96% em 12 meses

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), também chamado de prévia da inflação oficial do país, acelerou para 1,23% em fevereiro, depois de avançar 0,11% em janeiro, divulgou nesta terça-feira,25, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esta é a maior alta do IPCA-15 desde abril de 2022 (1,73%) e a maior para um mês de fevereiro desde 2016 (1,42%).

Em 12 meses, o índice acumulou alta de 4,96%, acima dos 4,50% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Apesar de ter acelerado em fevereiro, o resultado do IPCA-15 veio abaixo do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 1,33% para o período.

O que mais pesou

Segundo o IBGE, as maiores pressões inflacionárias no mês vieram dos grupos Habitação, que registrou alta de 4,34% e impacto de 0,63 ponto percentual (p.p) no índice geral, e Educação (4,78% e 0,29 p.p.).

Em Habitação, o que mais pesou foi a energia elétrica residencial, que saltou 16,33% em fevereiro, após a queda observada em janeiro (-15,46%), em função da incorporação do bônus de Itaipu. Outro destaque de alta foi a taxa de água e esgoto (0,52%), decorrente do reajuste de 6,42% nas tarifas em Belo Horizonte (3,60%) e do reajuste de 6,45% nas tarifas de uma das concessionárias em Porto Alegre (1,79%), vigentes desde 1º de janeiro.

Em Educação, a pressão veio dos preços dos cursos regulares (5,69%), por conta dos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. As maiores altas foram registradas no ensino fundamental (7,50%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%).

No grupo Alimentação e Bebidas, a alimentação no domicílio aumentou 0,63% em fevereiro, abaixo do resultado de janeiro (1,10%). As principais altas foram as da cenoura (17,62%) e do café moído (11,63%) e, no lado das quedas, destacaram-se a batata-inglesa (-8,17%), o arroz (-1,49%) e as frutas (-1,18%).

No grupo dos Transportes, os combustíveis aumentaram 1,88%. Houve aumentos nos preços do etanol (3,22%), do óleo diesel (2,42%) e da gasolina (1,71%), enquanto o gás veicular teve resultado negativo de 0,41%. As passagens aéreas mostraram redução de 20,42%.

“Em doze meses, os núcleos encontraram alguma acomodação ao redor de 4,5%, segundo nossa avaliação, mas esse patamar ainda é demasiadamente elevado frente à meta de 3,0%. Em suma, a surpresa na inflação fará com que as expectativas do mercado cedam, mas, estruturalmente, não se trata de um alívio”, avaliou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sachez.

Meta de inflação e Selic

O centro da meta perseguida pelo Banco Central para 2025 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O mercado eleva projeção de inflação para 2025 pela 19ª semana consecutiva, segundo o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira. A mediana das expectativas para o IPCA em 2025 agora é de alta de 5,65%, de 5,60% na semana anterior. Para o IPCA de 2026, a previsão passou de 4,35% para 4,40%.

A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

No final de janeiro, o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic como indicado em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano, e manteve a orientação de mais uma alta equivalente em março, deixando os passos seguintes em aberto.

Na visão da estrategista de macroeconomia da InvestSmart XP, Sara Paixão, a prévia da inflação de fevereiro somado a dados de atividade econômica abaixo do que era esperado pelo mercado compõem um cenário favorável para Banco Central, que pode não precisar elevar a taxa Selic ao patamar de 15%.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Grupo Havan projeta receita de R$ 18 bilhões neste ano

 


Companhia catarinense abrirá dez novas megalojas até dezembro 
 
A Havan é a 38ª maior empresa da região e também a 10ª maior de Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL

 

O grupo catarinense Havan projeta superar a marca de R$ 18 bilhões de faturamento neste ano. Em 2024, o conglomerado comandado pelo empresário Luciano Hang obteve receita bruta de R$ 16 bilhões, um salto de 22,2% em relação ao exercício de 2023. A margem bruta também apresentou uma melhora significativa de 3 pontos percentuais, saltando de 37,9% em 31 de dezembro de 2023 para 40,9% no final de 2024.

Outro marco impressionante foi o lucro líquido, que atingiu R$ 2,7 bilhões, um aumento extraordinário de 82,4% em relação ao ano anterior, quando o grupo registrou R$ 1,4 bilhão. A margem líquida cresceu expressivos 6,7 pontos percentuais, alcançando 22,8%. A nova classificação concebida pela agência internacional Fitch Ratings, que deu à Havan a nota máxima AAA, também foi conquistada em 2024. "O novo rating confirma a segurança e a força do crescimento da Havan, além de reafirmar nosso compromisso em crescer e inovar com sustentabilidade", destaca Hang.

A companhia mira novos recordes para 2025, quando pretende e chegar a 190 megalojas no Brasil, dez a mais do que o total que tem hoje. No ano que vem, quando a Havan completa 40 anos, o objetivo é chegar a 200 megalojas em todo o território nacional. A Havan é a 38ª maior empresa da região e também a 10ª maior de Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC Brasil (veja o ranking completo aqui e o anuário digital completo clicando neste link).

 

 https://amanha.com.br/categoria/empresa/grupo-havan-projeta-receita-de-r-18-bilhoes-neste-ano

WeWork no Brasil rompe com Softbank e assume 100% da operação no país

 

A empresa matriz WeWork Companies adquiriu os 49,9% da WeWork Brasil pertencentes ao Softbank e agora é novamente única proprietária da operação brasileira do negócio. O negócio recebeu a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) na última sexta-feira, 21.

A locadora de escritórios compartilhados funcionava como uma joint venture com o Softbank desde que aterrissou no país, em 2017. Depois de crescer aceleradamente e se tornar líder do segmento, a WeWork Brasil passou no entanto a sofrer problemas financeiros que culminaram na inadimplência com diversos locadores em 2024.

“A reintegração da WeWork Brasil em nossa estrutura global é um passo importante para consolidar nossa posição no País e reflete nosso compromisso em firmar a bandeira da marca nesta importante região do mercado latino-americano”, disse o CEO global da WeWork, John Santora, em nota após a compra da operação brasileira.

Até o final de 2023, a empresa possuía 32 unidades em operação no país. Em meio a crise e aos calotes, foi alvo de ações de despejo e informa agora ter 28 escritórios ainda em funcionamento no Brasil.

“Esperamos unificar nossas equipes sob uma missão global para manter a posição da WeWork como uma plataforma imobiliária global líder”, disse o presidente regional na América Latina sobre o novo momento.

Cronologia da crise

A WeWork não é proprietária dos prédios em que opera. Em geral, os escritórios compartilhados são locados de fundos imobiliários e sublocados para outras empresas.

Os primeiros relatos de inadimplência da WeWork começaram a surgir em junho. Na época, os fundos imobiliários Vinci Offices, Santander Renda de Aluguéis, Torre Norte, Rio Bravo Renda Corporativa e Valora Renda Imobiliária avisaram seus cotistas sobre possíveis impactos nos rendimentos.

No final de agosto, começaram a ser noticiados processos de despejo contra a empresa por falta de pagamento de aluguéis. O período de inadimplência das ações corresponde a três meses após junho, intervalo padrão em muitos contratos de aluguel para o início de ações do tipo.

Em outubro, foi anunciado que a empresa fechou um acordo para devolver ao fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11), da gestora Rio Bravo, um imóvel que locava no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. O prédio é sede do Quinto Andar no país.

Em janeiro, foi iniciado no Cade o processo para que a parte de propriedade do banco no país fosse readquirida pela matriz estadunidense.

O que prejudicou a WeWork?

CEO da Siila, Giancarlo Nicastro considera que o modelo de crescimento da empresa foi justamente um dos responsáveis pela atual crise. Segundo o executivo, a WeWork chegou “com uma agressividade na forma de consolidar o mercado muito forte, não só no Brasil como no mundo inteiro”.

A empresa fechou vários contratos de longa duração com preços de um momento de mercado aquecido. Depois, precisou lidar com um período de pandemia e com um retorno aos escritórios lento e com preços já mais baixos no mercado.

Assim, o próprio modelo de contratos longos engessou a WeWork em um momento em que era necessário flexibilidade. Até setembro de 2024, a ocupação de escritórios ainda não havia voltado ao mesmo patamar de 2019, segundo dados reunidos pela lataforma de dados SiiLA.

A pandemia prejudicou também a matriz, que chegou a entrar com um pedido de recuperação judicial no final de 2023, aprovado em maio do ano passado.

A empresa, fundada em 2010 como uma startup, fez seu IPO na bolsa de valores de Nova York em 2021. Após chegar a ter suas ações negociadas por valores na casa dos US$ 13, a empresa tem hoje papéis negociados por centavos de dólares.

Itaú volta a superar Nubank como banco mais valioso da América Latina; veja ranking

 

Na última semana a corrida entre os maiores bancos registrou uma nova ultrapassagem. As ações do Nubank, representado pela Nu Holding, despencaram mais de 17% na bolsa em Nova York, perdendo US$ 10,9 bilhões em valor de mercado, e, com isso, o Itaú ultrapassa o banco digital no ranking dos bancos mais valiosos da América Latina.

O valor de mercado do Nubank saiu de US$ 63,6 bilhões para US$ 52,7 bilhões após a fintech divulgar seus resultados financeiros referentes ao ano de 2024. O banco digital registrou um lucro líquido de US$ 552 milhões no terceiro trimestre do ano passado, praticamente em linha com o mesmo período de 2023. Já no acumulado anual, o lucro atingiu US$ 1,97 bilhão, um crescimento robusto de 91% na comparação com o ano anterior.

“O encolhimento de US$ 10,9 bilhões (cerca de R$ 62,2 bilhões) equivale ao valor de mercado de duas BRFs, companhia do setor de alimentos que hoje vale aproximadamente R$ 31 bilhões na B3”, destaca Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta.

Segundo Einar, apesar da expansão dos lucros e da sólida base de clientes, o movimento de queda sugere uma realização de lucros por parte dos investidores, que vinham impulsionando os papéis ao longo das últimas semanas.

O valor de mercado do Nu Holdings chegou a bater um pico de US$ 66,4 bilhões no início de fevereiro, mas perdeu força com a intensificação da volatilidade global e o aumento da aversão ao risco.

Veja o ranking das maiores empresas da América Latina em valor de mercado:

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Relator mantém fim da cobrança sobre herança em planos de previdência

 

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (21) para manter a decisão da Corte que considerou inconstitucional a cobrança do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) sobre os valores depositados em planos de previdência privada.

O plenário virtual iniciou o julgamento de um recurso protocolado pelo governo do estado do Rio de Janeiro para modular a decisão, ou seja, aplicar o entendimento somente a partir da data do julgamento, realizado no dia 16 de dezembro de 2024.

Na ocasião, a Corte decidiu que é proibido aos estados a realização da taxação do ITCMD referente aos recursos que estão em contas dos planos de VGBL e PGBL e foram repassados aos herdeiros após a morte do titular.

Ao analisar o caso, Toffoli, que é relator do caso, rejeitou o recurso por entender que a jurisprudência da Corte e legislação garantem que o imposto causa mortis não pode ser cobrado.

“O Código Tributário Nacional contém norma segundo a qual a transmissão causa mortis está relacionada às ideias de heranças e legados. Recorde-se, também, que o artigo 794 do Código Civil expressamente indica que o seguro de vida não é considerado herança para todos os efeitos de direito”, justificou.

O entendimento foi acompanhado pelo ministro Alexandre de Moraes. Faltam os votos de nove ministros.

O julgamento virtual vai até sexta-feira (28).

Governo vai editar MP com crédito extra de R$4 bi para destravar Plano Safra, diz Haddad

 

Após a pasta anunciar a suspensão de parte dos novos financiamentos desse tipo por falta de verba, Haddad disse em entrevista a jornalistas que, apesar de o mecanismo não ser contabilizado na meta fiscal do ano, o governo fará com que o gasto fique dentro dos limites do arcabouço para as contas públicas.

A medida com crédito extraordinário deve ser editada “no mais tardar na segunda-feira”, segundo o ministro.

Plano Safra suspenso

O governo federal anunciou para os anos 2024/2025 o maior Plano Safra da história, com R$ 260 bilhões disponibilizados como crédito para o setor agropecuário. O objetivo era ampliar a produção rural para, entre outras coisas, desacelerar a inflação de alimentos. No entanto, o Tesouro Nacional anunciou a suspensão do Plano na quinta-feira, 20.

Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, que assina o documento, as estimativas dos gastos para 2025 com a subvenção econômica foram atualizadas, mostrando um “aumento relevante” das despesas.

Isso aconteceu “devido à forte elevação nos índices econômicos que compõem os custos das fontes em relação aos utilizados na confecção do Projeto de Lei Orçamentária — PLOA 2025, ainda em tramitação no Congresso Nacional”.

Mais cedo, em entrevista ao ICL Notícias, Fernando Haddad chegou a dizer que o ministério da Fazenda acionaria o Tribunal de Contas da União (TCU) para destravar os recursos. Também aponto o atraso na aprovação do Orçamento pelo Congresso como a causa da suspensão do Plano.

Haddad teria conversado desde então com o presidente do TCU e com Lula, que cobrou uma solução imediata para o problema. “O Tribunal de Contas deixou claro que efetivamente sem essa solução que foi encontrada não haveria possibilidade de execução do plano”, disse Haddad.

Frente Parlamentar critica gastos

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) lamentou o corte das linhas, apontando que o Plano Safra atual foi anunciado como “o maior” da história, mas “no momento em que os produtores ainda colhem a primeira safra e iniciam o plantio da próxima, os recursos já se esgotaram”.

“Culpar o Congresso Nacional pela própria incapacidade de gestão dos gastos públicos não resolverá o problema. A má gestão impacta no aumento dos juros e impede a implementação total dos recursos necessários”, disse a FPA, após integrantes do governo afirmarem que as linhas foram cortadas pela demora na aprovação da LOA.

Videocast quer conectar empresariado brasileiro e europeu via Lisboa

 

 

O jornalista Guilherme Amado, colunista do PlatôBR, parceiro da Istoé, anunciou na segunda-feira, 17, o Lisboa Connection, primeiro videocast de um canal de YouTube que Amado lançará em junho.

O Lisboa Connection será apresentado por Amado e pelo economista Paulo Dalla Nora Macedo, hoje radicado em Portugal. Com gravações no Brasil e na Europa, os dois contarão a cada episódio com a participação de jornalistas ou influenciadores digitais, que juntos, entrevistarão um convidado especial. A proposta do programa é explorar temas que conectam o Brasil e a Europa, trazendo personalidades do meio empresarial, político, cultural e de entretenimento que cruzam o Atlântico.

Os primeiros 14 episódios do Lisboa Connection são oferecidos pela Embraer, que acreditou no projeto como maneira de reforçar um compromisso com a inovação e o diálogo entre os mercados brasileiro e europeu.

“Enquanto alguns nacionalistas querem se fechar para o mundo, a parceria Brasil-Europa é, mais do que nunca, estratégica. O Lisboa Connection nasce para fortalecer essa ponte, que há séculos liga as nossas culturas; que já conquistou os pilares inegociáveis da independência e da democracia, e agora é um caminho de sustentabilidade e resiliência”, explicou Guilherme Amado.

O jantar de anúncio do programa foi na residência do advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, exatamente no dia em que ele havia divulgado uma carta com críticas ao que chamou de isolamento político de Lula.

A carta foi um dos temas centrais das rodas de conversa, e contou com a presença de ministros do Supremo Tribunal Federal, ministros do governo Lula, parlamentares de diversas correntes políticas, jornalistas brasileiros e europeus, empresários e artistas.

Entre os convidados, os ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli; o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, deputado Hugo Mota; os ministros José Múcio e Ricardo Lewandowski; o presidente da Embratur, Marcelo Freixo; o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, o ator e produtor cultural Antônio Grassi e a modelo e ativista Luiza Brunet.

A estreia dos Lisboa Connection está marcada para junho, e, até lá, o público poderá acompanhar as novidades pelo canal amadomundo, no YouTube, e nas demais redes sociais.