quarta-feira, 12 de março de 2025

Se governo observar abuso, pode haver teto de juros no consignado privado, diz Marinho

 Luiz Marinho | Partido dos Trabalhadores

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o governo não quer, mas pode recorrer a um teto de juros do novo consignado privado, lançado nesta quarta-feira, 12. Ele contou que, nas negociações para o programa, os bancos relataram que a instituição do teto poderia limitar a oferta desse crédito.

“O governo tem a caneta na mão, e o comitê gestor, de observar que o sistema financeiro está abusando, poderá estabelecer teto futuro”, disse Marinho, durante uma entrevista coletiva para comentar a medida. “O desejo é que ele não tenha necessidade de recorrer a isso.”

Também presente na entrevista e respondendo à mesma pergunta, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, reforçou que a expectativa do governo é que o aumento na concorrência entre os bancos para oferecer o crédito resulte em juros mais baixos para a modalidade.

“Qualquer banco vai poder fazer uma oferta, e isso diminui a necessidade de ter um teto de juros, porque a gente vai ter, a gente imagina, um elevado nível de competição”, afirmou.

Pouco depois, o próprio Marinho disse que a ideia é que a plataforma do novo consignado privado crie uma “guerra” entre bancos para oferecer a modalidade e que isso diminua os juros. Ele acrescentou que o comitê gestor do consignado vai monitorar as taxas da modalidade.

Nova alíquota para o aço brasileiro nos EUA é ‘injustificável e equivocada’, diz MDIC

Em nota conjunta, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços afirmaram que a nova taxação de 25% sobre a importação do aço e do alumínio pelos EUA é “injustificável e equivocada” 

“Tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, que, em 2024, foram da ordem de US$ 3,2 bilhões”, apontou a nota. 

O texto lembrou do superávit de mais de US$ 7 bilhões que os EUA registraram na balança comercial com o Brasil em 2024.

“No caso do aço, as indústrias do Brasil e dos Estados Unidos mantêm, há décadas, relação de complementaridade mutuamente benéfica. O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (US$ 1,2 bilhão) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (US$ 2,2 bilhões, 60% do total das importações dos EUA), insumo essencial para a própria indústria siderúrgica norte-americana”, lembrou. 

A nota encerra afirmando que o governo brasileiro buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo norte-americano e na Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

OMC: comércio global de bens pode ser impactado por incerteza de política comercial e tarifas

 

O Barômetro de Bens da Organização Mundial do Comércio (OMC) permaneceu estável no quarto trimestre de 2024 e pode continuar a crescer nos primeiros meses de 2025. Porém, o aumento da incerteza da política comercial e a perspectiva de novas tarifas podem pesar no comércio no médio prazo, afirma a instituição em relatório publicado nesta quarta-feira.

A OMC afirma que o atual índice deve ser interpretado com cautela, já que a crescente incerteza da política comercial pode ter impulsionado temporariamente o comércio, com empresas e consumidores antecipando as importações antes de medidas potenciais, “possivelmente reduzindo a demanda no final do ano”.

A leitura do índice ficou em 102,8 em janeiro, acima do valor de base de 100 e da leitura de dezembro, de 102,7, o que mostra crescimento do volume de comércio de mercadorias. Todos os índices estão na tendência ou acima dela e, segundo a OMC, os pedidos de exportação, que geralmente são o componente mais preditivo do barômetro, permanecem próximos do valor base de 100. “Este indicador deve ser observado de perto para qualquer sinal de desaceleração comercial emergente”, explica.

XP diz que tomará medidas contra Grizzly Research após relatório citar suposto ‘esquema Ponzi’

 

A XP afirmou nesta quarta-feira que tomou conhecimento de “informações falsas, incorretas e imprecisas” sobre a companhia divulgadas pela Grizzly Research e que tomará medidas legais contra a empresa de análise norte-americana.

“A XP tomou conhecimento de informações falsas, incorretas e imprecisas divulgadas recentemente pela Grizzly Research e reforça seu comprometimento com a ética, a transparência, a conformidade regulatória, a governança e o cumprimento da lei”, afirmou em comunicado.

“Serão tomadas todas as medidas legais cabíveis contra a Grizzly Research”, acrescentou a empresa, afirmando que a companhia cumpre com a lei, segue todas as normas estabelecidas por órgãos reguladores e tem suas operações auditadas regularmente por instituições independentes.

Grizzly acusou XP de esquema Ponzi

A Grizzly Research escreveu em seu relatório que a companhia estaria operando “um esquema Ponzi massivo facilitado por certas vendas de derivativos para clientes de varejo”, que poderia “levar a profundas consequências para a estabilidade financeira e reputação” da empresa.

A Grizzly Research LLC se apresenta como uma empresa focada em produzir insights de pesquisa diferenciados sobre empresas de capital aberto por meio de due diligence aprofundada.

Em Nova York, por volta de 13:25 (horário de Brasília), as ações da XP exibiam queda de 3,14%, a US$14,49, tendo chegado a US$14,06 na mínima do dia mais cedo. A Reuters não pôde verificar de forma independente as alegações presentes no relatório da Grizzly Research.

Haddad diz que Brasil não deve retaliar de imediato tarifas dos EUA sobre aço

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 12, que o governo brasileiro não deve promover uma retaliação imediata após o governo dos Estados Unidos implementar tarifa adicional sobre o aço e o alumínio, ressaltando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu calma na análise do tema.

Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que o Ministério da Fazenda vai estudar propostas apresentadas pelo setor de aço e vai elaborar uma nota técnica sobre o tema para subsidiar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.

Os produtores de aço do Brasil defendem a continuidade de um acordo comercial estabelecido em 2018 que criou cotas rígidas de exportação de produtos siderúrgicos do país para os Estados Unidos, além de medidas para conter a “inundação” da entrada do aço chinês no Brasil.

A nova tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrou em vigor nesta quarta para o Canadá e todos os outros parceiros comerciais dos EUA, incluindo o Brasil.

Os EUA têm tarifas separadas sobre o Canadá, México e China, com planos de também taxar importações da União Europeia, Brasil e Coreia do Sul cobrando taxas “recíprocas” a partir de 2 de abril.

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que nada impedirá as tarifas de 25% do presidente Donald Trump sobre o aço e o alumínio até que a produção doméstica seja fortalecida, e que Trump acrescentará o cobre às suas proteções comerciais.

Segundo Lutnick, o aço e o alumínio estão entre os produtos essenciais que devem ser fabricados nos EUA por motivos de segurança nacional, junto de semicondutores e produtos farmacêuticos.

Brasil busca canal de negociação

O governo brasileiro conseguiu abrir um canal de negociação com os norte-americanos depois de conversas, na semana passada, entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e também entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o representante de Comércio norte-americanos, Jamieson Green.

Fontes ouvidas pela Reuters lembraram, no entanto, que uma primeira reunião técnica entre Brasil e Estados Unidos ainda não aconteceu e deve ser marcada para esta semana, de forma virtual.

Há um temor sobre o impacto que essas novas tarifas podem ter sobre o Brasil, já que informações divulgadas pela Casa Branca de que o governo norte-americano planeja uma tarifa única para cada país que aplica tarifas contra os EUA poderia impactar o comércio bilateral como um todo, não apenas um setor específico.

Nas negociações, o governo brasileiro quer tentar mostrar que não apenas o Brasil tem déficit no comércio bilateral com os Estados Unidos, como também a tarifa média aplicada pelo Brasil, de 2,75%, é inferior à média que os EUA aplica ao país, que chega a 3,5%.

O governo brasileiro pediu que o início da aplicação da tarifa contra o país fosse adiado, o que Lutnick e Green prometeram levar ao presidente norte-americano, Donald Trump. O governo também pretende tentar, nas negociações, manter as cotas atuais de exportação sem tarifa para o aço.

terça-feira, 11 de março de 2025

Grupo Piracanjuba vai produzir biogás em duas unidades industriais no Sul

 


Plantas de São Jorge D´Oeste (PR) e Carazinho (RS) serão contempladas 
 
Com recursos do Fundo Clima, empresa investirá em nova tecnologia para estações de tratamento de efluentes

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 150 milhões com recursos do Fundo Clima para o Grupo Piracanjuba. O valor será destinado para a implantação de quatro estações de tratamento de efluentes industriais (ETEs) com produção de biogás nas unidades de Araraquara (SP), Três Rios (RJ), Carazinho (RS) e São Jorge D´Oeste (PR). Os recursos também serão destinados para substituir caldeiras que atualmente consomem combustível fóssil nas unidades carioca e paulista. A captação do biogás poderá evitar a emissão de 152,7 mil toneladas de CO₂ equivalente (CO₂e) por ano, logo que as plantas atingirem seus máximos de produção. Além de evitar emissões, são esperadas nessas ETEs a elevação na eficiência, a melhora nos controles operacionais e a redução de custos. As plantas de biogás, tão logo atinjam seus máximos de produção, terão o potencial de gerar cerca de 11,7 milhões de metros cúbicos normais (Nm³) de biogás por ano. Para ter uma ideia de grandeza, seria como se um carro de passeio utilizasse esse biocombustível por uma distância de 600 mil quilômetros todos os anos.

"Estamos entusiasmados em anunciar a captação de R$ 150 milhões do BNDES, através do Fundo Clima, para investir em quatro projetos inovadores de tratamento de efluentes. Esses projetos irão gerar biogás, que será utilizado nas caldeiras, reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa e os custos com combustíveis. Além disso, substituiremos caldeiras que atualmente consomem combustíveis fósseis por alternativas mais sustentáveis. Esse investimento reafirma nosso compromisso com a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente, garantindo um futuro mais limpo e sustentável para todos", disse o presidente do Grupo Piracanjuba, Luiz Claudio Lorenzo, por meio de nota. Com origem no interior de Goiás, o Grupo Piracanjuba reúne as marcas Piracanjuba, Emana, LeitBom e as licenciadas Almond Breeze, Ninho e Molico (leite longa vida), com mais de 200 produtos no portfólio. A companhia tem mais de 4 mil funcionários, sete unidades fabris e 16 postos de recepção de leite, e capacidade para processar até 6 milhões de litros de leite por dia, além de fazendas de eucalipto e programas de educação continuada.

 

Fundo Clima

 
O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima, é vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e tem como finalidade de garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas. Segundo o diretor de desenvolvimento produtivo, inovação e comércio exterior do BNDES, José Luís Gordon, o Novo Fundo Clima apoia a adoção de fontes de energia limpa e a promoção do uso responsável e eficiente da energia. "E essa modalidade de financiamento está alinhada à nova política industrial, que incentiva a bioeconomia, a descarbonização, a transição e a segurança energética nas empresas brasileiras para garantir os recursos às futuras gerações."

 

 https://amanha.com.br/categoria/negocios-do-sul1/grupo-piracanjuba-vai-produzir-biogas-em-duas-unidades-industriais-no-sul

Terminal Portuário de São Luís (TPSL) é habilitado para exportar milho à China

 Terminal Portuário de São Luís superam volume total de 2021 ...

São Paulo, 11 – O Terminal Portuário de São Luís (TPSL), operado pela VLI, foi habilitado para exportar milho ao mercado chinês, segundo informou a companhia de logística, em nota. “A demanda chinesa por milho brasileiro cresceu significativamente após 2022, quando a guerra na Ucrânia impactou o abastecimento de grãos na região. Diante disso, a China expandiu seus contratos comerciais e, a partir de 2023, implementou protocolos de exigências quarentenárias, incluindo critérios rigorosos relacionados a sementes e pragas de ocorrência no Brasil”, destacou.

Ainda conforme a VLI, com a habilitação, o Brasil reforça sua posição como parceiro estratégico da China no fornecimento de milho. “No último ano, o Complexo Portuário de Santos também foi habilitado para a exportação da commodity. O Arco Norte, que não exportava grãos para o mercado chinês antes de 2023, alcançou um desempenho significativo: foram 3,6 milhões de toneladas de milho exportadas em 2023, e 2,2 milhões em 2024, mesmo com a retração do mercado global do cereal.”

No comunicado, a gerente de contas do segmento de Grãos da VLI, Vanessa Rocha, diz que a participação de market share do Arco Norte praticamente dobrou, passando de 23% em 2023 para 44% em 2024. “Esse porcentual deve aumentar ainda mais em 2025, com a habilitação do TPSL”, afirmou.

Além do milho, o terminal também tem habilitação para exportar soja ao país asiático.)