terça-feira, 25 de março de 2025

Escândalo de corrupção: por que Itaú decidiu tornar públicos casos internos e como isso impacta o banco

 

Os dois episódios de executivos do Itaú que foram acusados pelo banco de irregularidades e tiveram seus casos publicizados causará danos muito limitados à companhia e à sua reputação, avaliam especialistas ouvidos pelo IstoÉ Dinheiro.

Contudo, a situação toda foi inusual, acreditam eles, o que desperta suspeita de que existam mais fatos a serem apresentados ou revelados durante os próximos passos da investigação. Os casos são totalmente distintos, mas foram revelados com poucos dias de diferença.

Primeiro, foi comunicada a saída do diretor de Marketing (CMO) do banco, Eduardo Tracanella, um alto executivo com 27 anos de casa e responsável por campanhas e ações de grande repercussão. Ao ser revelado que a saída de Tracanella estava relacionada ao mau uso do cartão corporativo, o banco confirmou a informação, mas sem detalhamento.

 

 

 


O segundo caso, que veio à tona no sábado, 7, envolve “conflito de interesses em pareceres contábeis”, segundo o banco, de seu ex-diretor financeiro (CFO) Alexsandro Broedel. Apuração do Brazil Journal apontou que o banco via indícios de crimes praticados por seu ex-executivo, como associação criminosa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta. Assim, a instituição teria contratado um escritório de advocacia para entrar com uma ação civil de reparação de danos contra os envolvidos.

O ex-executivo teria aprovado contratações, entre 2019 e 2024, no valor de R$ 13,2 milhões para uma empresa que era ligada a um fornecedor de quem ele era sócio. Além disso, o banco afirma que foram apurados indícios de que o fornecedor teria redirecionado parte do valor dos pagamentos para contas do executivo, em transações de cerca de R$ 4,8 milhões.

Surpresa

O momento e a forma como o Itaú apresentou o caso do CFO surpreendeu o mercado. José Aurélio Valporto, presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), comenta que Alexsandro Broedel, o CFO, era uma figura respeitada no meio, sendo inclusive professor da Universidade de São Paulo (USP).

Broedel deixou o banco meses atrás para atuar em um concorrente, o Santander, e Valporto sinaliza que a atitude do Itaú “queimar” o executivo foi inesperada.

“Não faz tanto sentido tornar isso público deste modo. No caso do CMO, ainda que houvesse gastos pessoais, não iriam detonar o cara dessa maneira, achei tudo muito estranho, há outros casos com conflito de interesses muito sérios e os sujeitos continuaram”, disse, citando o exemplo do suposto conflito de interesses de Ubiratan Machado, diretor de fusões e aquisições (M&A) do Itaú BBA que assessorou a venda da KaBum para o Magalu sendo cunhado do CEO da varejista, Fred Trajano.

“Acho o caso todo inusual. Na minha visão, há suspeita de que se tem algo por trás. Precisamos ver como será daqui para frente o processo de investigação”, completa.

Marcos Bedendo, professor de Marketing e Branding da ESPM, comenta que a postura do maior banco privado do Brasil foi “louvável” por um aspecto, dado o nível de transparência, mas também considera a atitude “um pouco incomum”.

“O mais usual é deixar o assunto meio que morrer. Geralmente as empresas não comunicam de uma maneira tão clara quanto foi nesse caso, só respondem quando são questionadas, mas é difícil se tomar frente deste modo e citar tudo o que ocorreu”, analisa.

Como agiu o Itaú

No caso de Broedel, após sua saída, foram verificadas as irregularidades e o assunto foi discutido em assembleia do conselho. Por regra, uma companhia caracterizada como Sociedade Anônima (S.A), precisa divulgar suas atas de assembleia. Além disso, havia prazo para não prescrição – parte das irregularidades, dos anos mais antigos, prescreveriam se o Itaú não tomasse as medidas tão logo.

No caso de Eduardo Tracanella, o ex-CMO, o banco primeiramente não havia informado a motivação para o desligamento do executivo. O próprio Tracanella comunicou sua saída em uma postagem no LinkedIn, dizendo estar “encerrando um ciclo” e que era hora de se dedicar à família.

Com a divulgação na imprensa de que a causa foi por mau uso do cartão corporativo, o banco confirmou a informação.

“O Itaú Unibanco confirma que o desligamento de Eduardo Tracanella foi motivado única e exclusivamente pelo mau uso do cartão de crédito corporativo, sem prejuízo material à instituição. O banco agradece sua dedicação ao longo de tantos anos e sua contribuição na construção de uma das marcas mais admiradas do país”, disse o banco, em seu comunicado sobre o caso.

Sobre a situação de Broedel, o banco, em comunicado, reforçou que “se trata de uma situação isolada e que não há prejuízo relevante à instituição”.

“Inclusive, não foi identificada nenhuma preocupação com relação aos pareceres recebidos. Ressalta-se, ainda, que seus balanços foram reavaliados pelo Comitê de Auditoria da Companhia e por consultoria externa e independente, a PWC, que certificaram a lisura e a ausência de impacto nas demonstrações financeiras e nos resultados do Itaú Unibanco”.

Além disso, a visão da casa é de que os procedimentos internos funcionaram, sem uma necessidade iminente de alterações nas regras de compliance e afins.

“O Itaú reafirma que seu robusto ecossistema de políticas e processos de ética e conformidade permanecem íntegros e não houve falha interna neste sentido. Com a devida tempestividade e transparência, o Itaú reportou o caso a todos os órgãos reguladores competentes. Por fim, declara que está ajuizando as medidas adequadas contra Broedel Lopes e o fornecedor para buscar o ressarcimento dos valores”.

Dentre as medidas tomadas, de imediato, estão uma ação civil já protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo e um processo administrativo em fase inicial na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que pode levar a sanções administrativas, caso sejam confirmadas irregularidades.

Reputação do Itaú deve seguir praticamente inabalada

O valor supostamente desviado pelo CFO, de R$ 13,2  milhões, representa cerca de mil vezes menos o que o banco já lucrou em um trimestre (mais de R$ 10 bilhões no terceiro trimestre de 2024), tendo impacto menor no balanço contábil.

Além disso, o impacto na marca e na imagem do banco também é relativamente limitado. Especialistas de marketing e branding comentam que são casos que ganharão a atenção de públicos extremamente específicos, como o mercado de capitais, acionistas do banco e afins.

“Isso não impacta a imagem do banco para o grande público, tem mais a ver com a parte dos acionistas e do meio, porque isso passa longe da maioria das pessoas. A grande maioria dos clientes sequer ficará sabendo, e boa parte dos que souberem não se importarão”, comenta Bedendo, da ESPM.

A consultoria Kantar BrandZ elegeu o Itaú Unibanco como a marca mais valiosa do Brasil em meados de março, com uma avaliação de US$ 7,4 bilhões – ficando a frente de Brahma, Skol, Claro e Nubank, respectivamente.

Marcílio Alves, estrategista de Branding e sócio da NDG Branding, explica que, apesar disso, há alguns danos limitados à marca do banco, mas endossa que a base de clientes também não deve ter a percepção alterada, especialmente pelo fato de que o banco já tomou medidas e está investigando as ações em relação aos fatos.

“Na minha percepção, é um arranhão, um leve arranhão, digamos assim, nessa trajetória da marca, algo que qualquer marca está sujeita”, analisa.

“Acredito que aos poucos essa situação, esse fogo, essa fumaça, digamos assim, ela vai se dissipar e o Itaú terá outras notícias aí para ocupar, outras informações para ocupar o noticiário”, completa.

Além disso, vale destacar que o impacto nas ações do Itaú foi nulo. Em ambos os casos, os papéis preferenciais do banco não tiveram aumento de volatilidade por conta dos casos – inclusive, no caso do CFO os papéis subiram no pregão subsequente, com alta de 0,46% na segunda-feira, 9.

Auditoria e reguladores não falharam

Diferentemente de casos como o da Americanas, em que as auditorias foram duramente criticadas por conta de terem deixado passar erros graves em balanços contábeis, nesse caso especialistas indicam que os problemas não mostraram grandes brechas na governança do banco e na atuação de reguladores e auditorias.

“Comparando com outros países, por mais que se ache que o Brasil é corrupto, quando olhamos para o mercado de capitais, temos legislação muito rígida e muitos mecanismos de controle, além do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com normas claras”, explica Mariana Bonfim, professora de contábeis da Universidade Federal Fluminense (UFF).

A professora ainda acrescenta que, por conta de casos como esse terem se tornado midiáticos, é sinal de que os problemas de governança e similares estão sendo expostos e combatidos.

O empresário, conselheiro de empresas como Exxata e KPL Supply e M&A advisor, Roberto Valverde, analisa que é ‘estranho’ uma companhia do tamanho do Itaú ter deixado falhas como essa terem passado com suas normas e regras de governança.

“Existe um processo de governança e compliance no banco; não acho que é coincidência os dois fatos virem à tona na mesma semana, é como se isso já tivesse ocorrendo e decidissem vazar isso na mídia na mesma semana”, comenta.

“Outra coisa que me chama atenção, que é uma companhia com vários comitês, auditada. Como deixaram passar isso durante um determinado tempo até que isso seja descoberto? Sendo uma empresa grande, é difícil um executivo fazer isso sozinho, sem terceiros estarem sabendo, não vou estranhar se no decorrer da investigação mais nomes aparecerem”, completa.

Valverde também avalia que a imagem do banco deve sofrer poucos danos com a publicização de ambos os escândalos com executivos.

Além disso, cita que foi uma “falha grotesca de governança” e que houve falta de procedimento. Os impactos diretos devem incluir uma revisão nos processos da empresa.

“Se for severo dentro do que o banco enxerga, o Conselho [de Administração] deveria rever o perfil dos C-Levels e pedir uma auditoria dos processos internos do banco. Não adianta contratar executivos, novos perfis, e ver a mesma falha ocorrendo. Eu como conselheiro, nesse momento, também discutiria o perfil dos executivos do banco, analisando se seria um problema de cultura ou um problema isolado, de um CPF só”.



Itaú entra com nova ação contra seu ex-diretor financeiro

 

O Itaú Unibanco entrou com uma ação judicial nesta terça-feira, 25, apresentando novas acusações contra seu ex-diretor financeiro e buscando ressarcimento por pareceres jurídicos que afirma ter pago, mas nunca recebido.

Alexsandro Broedel Lopes deixou o Itaú em 2024 e está prestes a assumir a diretoria de contabilidade do Banco Santander na Espanha.

O Itaú, o maior banco da América Latina, acusou Broedel em dezembro de violar políticas internas e de se beneficiar pessoalmente de pagamentos feitos ao consultor jurídico Eliseu Martins e a sua empresa, Care Consultores, com os quais o ex-diretor financeiro tinha uma conexão pessoal. Tanto Broedel quanto Martins negaram qualquer irregularidade.

Em janeiro, o Itaú entrou com uma ação judicial requisitando o pagamento de R$ 3,35 milhões por Broedel. Na nova ação, em que cita Martins, a Care e Broedel, o banco também afirma que seu ex-diretor financeiro, que foi para o Santander no ano passado, supostamente coescreveu um dos relatórios jurídicos encomendados pelo Itaú.

Na nova ação, o banco busca a restituição de R$ 6,64 milhões, que alega terem sido pagos de forma indevida a Martins e sua empresa, Care Consultores. Dessa quantia, o Itaú pede R$ 1,6 milhão em restituição imediata pelos pareceres alegadamente nunca entregues.

Os representantes de Broedel haviam dito anteriormente que seu cliente negava qualquer conduta irregular. Na terça-feira, disseram em um comunicado que Broedel ainda não havia sido oficialmente informado sobre a nova ação, acrescentando que as acusações contra ele são infundadas e sem sentido.

Em um comentário anterior sobre o futuro do executivo no banco, um porta-voz do Santander disse que “o Sr. Broedel é um executivo sênior altamente respeitado que, até julho, foi diretor financeiro do Itaú. Ele deve assumir o cargo (de diretor de contabilidade) mais tarde este ano e estamos monitorando qualquer desenvolvimento”.

Martins, por sua vez, disse em um comunicado no final do ano passado que o Itaú estava interpretando mal a situação, explicando que alguns serviços haviam sido pagos antecipadamente e que ele estava preparado para reembolsar o Itaú conforme apropriado. Martins não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Haddad lamenta exceções da reforma tributária e defende reavaliação até 2032

 

O ministro Fernando Haddad demonstrou considerar excessivas as isenções inseridas na Reforma Tributária e afirmou esperar mudanças durante o período de transição para o novo regime de impostos. A fala ocorreu durante um evento chamado “Reforma Tributária: e agora?”, realizado na manhã desta terça-feira, 25, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

“A luta não acabou. Nós temos uma reforma, a melhor possível em um regime democrático”, disse Haddad. “Nós vamos ter que batalhar muito para a transição se concluir, e até 2032 nós podemos sim reavaliar as exceções e diminuir o número delas para que a alíquota padrão se aproxime da alíquota média.”

Segudo o ministro, a alíquota média sobre o consumo estabelecida pela Reforma está estimada em 22%, mas a alíquota padrão está na casa dos 28%. Caso se confirme os 28%, o Brasil cobrará a maior porcentagem de Imposto de Valor Agregado (IVA) do mundo. Veja o ranking.

“Essa transição não é simples. Vai exigir tenacidade do Congresso Nacional para resistir aos diversos lobbies que vão surgir até 2032 para tentar ampliar ao invés de diminuir as excepcionalidades que fazem com que a alíquota máxima se distancie da alíquota média”, afirmou o ministro.

Isenções e descontos

Entre os itens com alíquota zerada hoje encontram-se alimentos da cesta básica nacional (como carnes, queijos, arroz, feijão, tubérculos e café), alguns medicamentos e itens de higiene. Também foram incluídos descontos para setores como hotéis, bares e restaurantes; serviços que exercem atividades intelectuais de natureza científica, literária ou artística (o que inclui advogados e representantes comerciais), entre outros.

Para além das isenções, o texto aprovado da reforma também removeu diversos segmentos do “imposto sobre pecado”, que buscava tributos diferentes para itens prejudiciais a saúde e ao meio ambiente. Oficialmente chamado Imposto Seletivo (IS), não irá incidir sobre itens como bebidas açucaradas, armas e munições.

Haddad critica Bolsonaro

Em sua fala, o ministro aproveitou para fazer críticas ao governo anterior, do presidente Jair Bolsonaro. Ele recordou que a proposta já era distutida há muitos anos e tramita no Congresso desde 2019.

“Em 2018, os candidatos a presidente, Alckimin e eu mas não só, aboserveram nos seus programas de governo aquilo que estava sendo proposto pelo Cecif [Centro de Cidadania Fiscal]”, disse. “Infelizmente, o único candidato que não incorporou essa proposta de Reforma Tributária, foi o que ganhou a eleição.”

Fernando Haddad ironizou o trabalho do governo anterior no âmbito tributário. “A única iniciativa do governo anterior não foi de pouca importância, dialogou com toda a população brasileira, foi a redução do imposto sobre o Jet Ski”, disse.

Para Haddad, o texto aprovado é um êxito político, que agregou diferentes forças. “Nós nunca fomos com apetite para o Congresso Nacional que não fosse de fazer com que ele aprovasse a própria reforma. Nós trabalhados de um ponto de vista suprapartidário”, afirmou. “Isso aqui é um legado para o Brasil que eu espero que seja respeitado por todas as forças políticas.”

BRAZIL JOURNAL: Controlador da EMS quer indicar conselheiros na Hypera

 

Carlos Sanchez não desistiu da Hypera. O controlador da EMS tem procurado investidores da Hypera para construir apoio e apontar até três conselheiros na próxima assembleia, incluindo Lírio Parisotto, um grande investidor em Bolsa e amigo íntimo de Sanchez, pessoas procuradas para discutir o assunto disseram ao Brazil Journal.

As gestões incluem visitas do próprio Sanchez e do CFO da EMS, Thiago Tavares. Hoje Sanchez tem entre 6% e 8% da Hypera, enquanto Lírio tem entre 1,5% e 3%, disseram as fontes. Pela matemática, se pedirem voto múltiplo na assembleia de abril e não conseguirem arregimentar mais apoio, a posição dos dois somada lhes permitiria eleger apenas um conselheiro.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal.

Cenário adverso levou Copom a indicar que ciclo de altas ‘não está encerrado’, diz ata

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) disse, na ata da sua última reunião publicada nesta terça-feira, 25, que o cenário econômico está adverso, que pretende diminuir o ritmo das altas da Selic a partir da próxima reunião, mas que o ciclo de aperto monetário ainda continuará.

“O Comitê, em sua comunicação, optou por conjugar três sinalizações sobre a condução de política monetária, caso se confirme o cenário esperado. Primeiramente, julgou que, em função do cenário adverso para a dinâmica da inflação, era apropriado indicar que o ciclo não está encerrado”, pontuou.

+ Veja a íntegra da ata do Copom

Ainda no trecho que tratou da discussão da condução da política monetária, o colegiado apresentou sua segunda sinalização: em função das defasagens inerentes ao ciclo monetário em curso, o comitê também julgou apropriado comunicar que o próximo movimento seria de menor magnitude. Além disso, completou que, diante da elevada incerteza, optou-se por indicar apenas a direção do próximo movimento.

“Na análise do Comitê, o cenário se desenrolou de tal maneira que a indicação anterior de elevação de 1,00 ponto porcentual na taxa Selic se mostrava a decisão apropriada. Julgou-se que o aperto monetário era requerido para a convergência da inflação à meta em um cenário marcado por expectativas desancoradas, projeções elevadas de inflação e resiliência na atividade”, justificou sobre a alta de 13,25% para 14,25% do juro básico determinada na semana passada.

Para além da próxima reunião, conforme o comitê, a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta”. Também dependerá, como citou o Copom, da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

A ata destacou ainda que as famílias e empresas no Brasil seguem acessando empréstimos de forma regular, com a atividade aquecida no País, mas que há alguns sinais de que pode estar começando um arrefecimento. “O mercado de crédito também se manteve pujante nos últimos trimestres em função do dinamismo do mercado de trabalho e da atividade econômica”, salientou.

Expectativa de alta menor em maio

O Copom repetiu que antevê um novo aumento “de menor magnitude” na taxa Selic no seu próximo encontro, de maio. A sinalização já constava no comunicado divulgado na última quarta-feira, 19.

O colegiado também reforçou que, a partir de maio, o tamanho total do ciclo será ditado pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá da evolução do cenário.

“Para além da próxima reunião, o comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz a ata.

A elevação sinalizada pelo Copom em maio colocaria a taxa em ao menos 14,50%, o maior nível desde os 14,75% atingidos em julho de 2006, ainda no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mercado espera altas de 0,5 ponto porcentual em maio e de 0,25 ponto em junho, que levariam os juros a 15,00% no fim do ciclo de aperto, segundo o último relatório Focus.

O Copom também repetiu as projeções de inflação que já haviam sido divulgadas no comunicado da última quarta-feira. O comitê espera que o IPCA atinja 3,9% no acumulado de 12 meses até o fim do terceiro trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária. A estimativa está acima do centro da meta, de 3%, e considera elevação de 3,8% para os preços livres e de 4,2% para os administrados.

O BC espera que o IPCA encerre 2025 em 5,1%, acima do teto da meta, de 4,5%. A estimativas consideram altas de 5,4% nos preços livres e de 4,3% nos administrados este ano.

terça-feira, 18 de março de 2025

Nvidia apresenta ‘Vera Rubin’, novo superchip de inteligência artificial

 

A próxima grande aposta da Nvidia é um superchip de inteligência artificial (IA), nomeado em homenagem para a astrônoma que descobriu a matéria escura. A empresa confirmou, durante sua conferência GTC nesta terça-feira, 18, que o Vera Rubin substituirá a linha Grace Blackwell como a nova geração de sistemas de IA.

Os chips Blackwell começaram a ser enviados em grande volume recentemente, e a versão aprimorada, o Blackwell Ultra, deve ser lançada ainda este ano. Já os chips Rubin devem começar a ser entregues na segunda metade de 2026.

Eles serão “monstros” – pelo menos é assim que o CEO da Nvidia, Jensen Huang, descreveu as especificações em sua palestra de abertura na conferência GTC.

Os sistemas Vera Rubin terão 3,3 vezes o desempenho computacional do Blackwell Ultra. Já o Vera Rubin Ultra – a versão aprimorada da linha, que deve ser lançada no final de 2027 – promete entregar 14 vezes o desempenho do Blackwell.

“Uma vez por ano – como o tic-tac do relógio”, comentou Huang, se referindo ao ritmo atual da Nvidia nos lançamentos de novos chips de IA.

O Rubin também precisará ser um sucesso estrondoso. Analistas estimam que esta série de chips da Nvidia deve gerar cerca de US$ 40 bilhões em receita no primeiro ano de vendas, e mais de US$ 95 bilhões no segundo, segundo estimativas da Visible Alpha. Isso é mais do que a receita anual de quase três quartos das empresas do S&P 500. Mas, como o nome sugere, a Nvidia precisa mirar nas estrelas. 

 

Fonte: Dow Jones Newswires.

Ouro atinge recorde com tensões geopolíticas e enfraquecimento do dólar

 

O ouro fechou em um novo recorde histórico acima de US$ 3 mil por onça-troy nesta terça-feira, 18, impulsionado pelo enfraquecimento do dólar norte-americano e pela escalada das tensões no Oriente Médio. Para a XS.com, combinados com um conflito comercial crescente causado pelas políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, os investidores foram atraídos pelo metal dourado como um canal de investimento seguro.

O contrato de ouro para abril encerrou a sessão com alta de 1,15%, a US$ 3.040,8 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

De acordo com Linh Tran, da XS.com, o dólar está sob pressão devido a dados econômicos fracos e preocupações com o ritmo de crescimento dos EUA, além do aumento da dívida pública.

Ao mesmo tempo, as tensões geopolíticas continuam a crescer no Oriente Médio.

“Somado ao agravamento da guerra comercial devido às políticas tarifárias dos EUA, os investidores buscam refúgio no ouro como uma proteção segura”, afirma Tran.

Nikos Tzabouras, da Tradu.com, acrescenta que a volatilidade em torno das guerras comerciais, a saúde do consumidor dos EUA e os conflitos geopolíticos estão levando alguns analistas a prever que os preços do ouro possam chegar até US$ 3.050 por onça-troy.

“Investidores estão cada vez mais inclinados a alocar capital em ativos mais seguros em meio à turbulência”, afirma Tzabouras. “As políticas comerciais disruptivas do presidente Trump estão fazendo efeito, com as expectativas de inflação disparando, o medo de recessão aumentando e Wall Street sob pressão.”

*Com informações da Dow Jones Newswires