quarta-feira, 26 de março de 2025

Ação educativa oportuniza trocas de informações entre Brasil e África

 Serge KATEMBERA RHUKUZAGE | PhD Sociology | Federal ...

A assimilação, por parte da sociedade, da importância dos princípios democráticos pode ser mais importante do que a consolidação de uma democracia institucionalizada. A avaliação é do pesquisador Serge Katembera, que participa nesta semana da atividade formativa “Cultivar Direitos: saberes e práticas para temas emergentes”, promovida na sede da Organização Não Governamental (ONG) Ação Educativa, em São Paulo.

A programação teve início nesta terça-feira (25) e se estende até a próxima sexta-feira (28). Foram convidados representantes do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos da Angola.

Um dos objetivos do intercâmbio é facilitar o compartilhamento de percursos e referências entre países do continente africano e o Brasil em esferas como a mudança do clima, igualdade de gênero e tecnologia.

Katembera, que é franco-congolês e realizou parte de sua trajetória acadêmica no Brasil, percebe que há, atualmente, uma arapuca relevante, por sua capacidade de capturar e estrangular mecanismos que garantem a manutenção de um regime democrático em um país. Para ele, o problema surge quando se pressupõe que a democracia é um interesse da sociedade civil como um todo. 

“É perigoso isso, porque dentro dela há grupos antidemocráticos”, explica o sociólogo, que se especializou na área de democratização e consolidação da democracia na África francófona. 

O pesquisador é um dos especialistas que integram as rodas de conversa, que teve a presença de outros participantes, como o advogado de direito internacional Jefferson Nascimento e a ex-secretária executiva do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos Élida Lauris. 

“O que a gente está observando é exatamente uma regressão da democratização da sociedade”, resume Katembera. 

Uma das histórias lembradas por ele, que hoje aprofunda seus estudos sobre o impacto das novas tecnologias da informação e do ciberativismo, foi a vez em que estava com dois amigos, na República Democrática do Congo, e foram abordados por agentes de segurança pública. Segundo Katembera, o que determinou seu destino foi a rápida opção por se comunicar com os agentes em uma língua da sua etnia, considerada superior por quem estava então no poder, em vez de falar a língua de seus amigos, pertencentes a outra. 

Katembera relatou, ainda, aos participantes do curso ministrado na capital paulista, que também já foi parado por agentes em Senegal, porque tirava fotos diante de uma instituição militar. Segundo ele, isso exemplifica como em alguns países, até recentemente ou mesmo na atualidade, remanesce um clima de suspeita de tentativas de espionagem e, com isso, de hipervigilância.

 “O grande fracasso é que a gente está indo no sentido contrário. Não só no Brasil, mas no mundo, nos Estados Unidos”, afirma o acadêmico, que adota como uma de suas ferramentas de trabalho os relatórios produzidos pela Human Rights Measurement Initiative (https://humanrightsmeasurement.org/), que coleta, monitora e repercute indicadores de direitos humanos de 196 países.

Conseleite/RS: preço do leite para março é projetado em R$ 2,5214 o litro

 

São Paulo, 26 – O Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Rio Grande do Sul (Conseleite) projetou em R$ 2,5214 o valor de referência do litro de leite em março no Estado. A informação foi divulgada pelo Conseleite em nota.

O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 26, indica uma elevação de 0,62% em relação ao projetado para o mês de fevereiro que foi de R$ 2,5058 o litro.

Os dados levam em conta os primeiros 20 dias do mês e foram realizados com base nos novos parâmetros de cálculo implementados em janeiro deste ano.

O valor consolidado do mês de fevereiro de 2025 ficou em R$ 2,4972, 1,03% acima do consolidado de janeiro (R$ 2,4718).

Durante a reunião, o Conseleite também divulgou os dados compilados com base nos parâmetros de 2021, estratégia adotada para garantir uma transição segura entre os dois modelos de cálculo. Nesta modalidade, o valor de referência do litro de leite projetado para março ficou em R$ 2,5303 frente a um projetado de fevereiro de R$ 2,5247. O consolidado de fevereiro fechou em R$ 2,5145.

Japão propõe ações para acelerar abertura comercial à carne brasileira

 


O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, propôs ações para acelerar a abertura do mercado japonês à carne bovina do Brasil. A demanda histórica dos produtores brasileiros foi um dos temas do encontro entre Ishiba e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em visita da Estado a Tóquio, capital japonesa.

O premiê sugeriu a formação de um grupo para o acompanhamento do setor e manifestou a disposição de enviar especialistas sanitários para coletar informações e avançar mais rapidamente para as próximas etapas de abertura do mercado. Um dos objetivos da viagem de Lula era, de fato, conseguir o compromisso político do Japão de enviar uma missão técnica para inspecionar as condições da produção de carne bovina do país.

O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa aproximadamente US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália, históricos aliados do país. No caso do Brasil, o processo de negociação para exportar a carne bovina ao Japão vem sendo conduzido há mais de 20 anos. O último protocolo já está sendo debatido há cinco anos.

Em maio de 2024, o Brasil se tornou livre de febre aftosa sem vacinação animal. O status abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação. Por outro lado, o fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados.

A homologação do novo status sanitário deve ocorreu em maio deste ano, durante a assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, do Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, de Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.

A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, do petróleo bruto e minério de ferro.

Agenda

Lula chegou ao Japão na segunda-feira (24) e, na terça-feira (25) de manhã, participou da cerimônia de boas-vindas, com honras militares, no Palácio Imperial, na capital japonesa. Após reunião reservada com o casal imperial e almoço privado, o presidente se encontrou com empresários brasileiros ligados à Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) para debater a abertura do mercado japonês ao setor.

Lula participou ainda de jantar oferecido a ele e à primeira-dama Janja Lula da Silva pelo imperador do Japão, Naruhito, e a imperatriz Masako. Na ocasião, pediu o “firme engajamento” do Japão na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em novembro, em Belém, no Pará.

Nesta quarta-feira (26), o presidente teve o dia mais cheio da visita ao Japão, que está 12 horas à frente do horário oficial de Brasília. A agenda começou com representantes de sindicatos japoneses. Em postagem nas redes sociais, Lula afirmou que o objetivo foi falar de questões trabalhistas e de como melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores no Brasil e no Japão.

O presidente também falou no Fórum Empresarial Brasil-Japão. Pelo lado brasileiro, estiveram presentes empresários dos setores de alimentos, agronegócio, aeroespacial, bebidas, energia, logística e siderurgia. No evento, Lula convocou os japoneses a investirem no Brasil e criticou o crescimento do negacionismo climático e do protecionismo comercial. Foi anunciado acordo da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) com a ANA, maior companhia aérea japonesa, para a compra de 20 jatos E-190.

Após outras reuniões bilaterais, Lula se encontrou com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, no Palácio Akasaka, para firmar os compromissos entre os dois países. Foram dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente, além de 80 instrumentos entre entidades subnacionais como empresas, bancos, universidades e institutos de pesquisas. Os dois países também anunciaram um plano de ação para revitalizar a Parceria Estratégica Global, um nível mais elevado nas relações diplomáticas estabelecidas desde 2014. Na sequência, foi oferecido um jantar a Lula e à comitiva.

A equipe brasileira em Tóquio é composta pelo presidente, a primeira-dama Janja, ministros, parlamentares, empresários e sindicalistas. A visita prossegue até quinta-feira (27), quando o presidente parte para Hanói, no Vietnã, para a segunda parte da viagem à Ásia.

Renovação contratual de distribuidoras permitirá alta a R$ 40 bi em investimentos, diz Aneel

 

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, disse que a renovação contratual para as distribuidoras vai permitir o aumento de investimentos de R$ 20 bilhões para R$ 40 bilhões. Ele também mencionou que haverá melhora significativa na resiliência de redes e declarou que haverá uma “onde digitalização” no setor de distribuição.

Feitosa participou de um painel do “CNN Talks”, evento da CNN Brasil que, na edição desta quarta-feira, 26, discute os desafios para a infraestrutura do País.

Alta no preço do milho no Brasil é a pressão da vez na inflação; entenda

 

 

As cotações do arroz ao produtor brasileiro acumulam queda de 20% no ano, o que indica que os consumidores devem continuar se beneficiando de um alívio no valor do produto básico nos supermercados, mas a pressão de alta da inflação que deve preocupar o governo Lula vem do milho e do impacto nas carnes, segundo especialistas.

Enquanto o arroz em casca é negociado abaixo de R$ 80 a saca de 50 kg no Rio Grande do Sul pela primeira vez desde outubro de 2022, o milho na praça referencial de Campinas (SP) opera em torno de R$ 90 a saca de 60 kg, no maior valor nominal em cerca de três anos, com alta de mais de 23% em 2025, segundo dados do Cepea, da Esalq/USP.

A queda nos preços do arroz ocorre por um esperado aumento de mais de 15% na produção brasileira, com boa recuperação na colheita gaúcha, além de uma melhora na oferta global. No caso do milho, o Brasil começou o ano com estoques baixos, há demanda firme da indústria de etanol e de carnes, além de preocupações com a segunda safra, a maior do país, que ainda precisa contar com o clima nos próximos meses para confirmar as previsões.

“No caso dos alimentos, um grande ponto de risco (para a inflação) é o milho, principal insumo utilizado na nutrição de aves de corte e postura, além de suínos e bovinos tanto nas criações de corte quanto de leite”, afirmou a consultoria Datagro, em avaliação nesta terça-feira.

A alta do milho está entre os fatores considerados pela consultoria para ver uma inflação acima da meta em 2025 — de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos –, em momento em que os preços dos alimentos têm preocupado integrantes do governo sobre o impacto disso na popularidade do presidente Lula.

A consultoria citou que os preços do milho em Rondonópolis, umas das referências em Mato Grosso, operavam em meados do mês com alta de mais de 40% sobre o mesmo período do ano passado, para cerca de R$ 85 a saca, no maior nível desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia, no início de 2022.

Possível impacto no IPCA

A Datagro afirmou também, utilizando estudos econométricos, que a “aceleração vigente” nas cotações do milho pode impactar a inflação brasileira de alimentos em até 1,07 ponto percentual ao longo dos próximos seis meses, enquanto no índice geral o impacto pode chegar a até 0,47 ponto percentual em igual período.

Isso evidencia a “possibilidade de impacto inflacionário sistêmico de médio prazo imprimido pela alta de preços de um dos principais componentes do custo de produção de proteínas animais”, como carnes de aves e suínos, afirmou a Datagro.

O economista do FGV IBRE André Braz, especialista em inflação, afirmou que, se for confirmada a queda dos preços do arroz aos consumidores, isso “vai ser uma boa ajuda” em termos inflacionários.

Mas ele destacou que o arroz –o quinto item alimentício de maior peso no IPCA — já não vem sendo um vilão dos preços, acumulando variação negativa de 3,99% em 12 meses, enquanto frango em pedaços, contrafilé e carne de porco subiram 10,95%, 21,47% e 20,22%, respectivamente.

“Mas a questão toda é que o aumento é generalizado, proteínas, seja carne bovina, suína, de aves, peixe, ovo, essas proteínas pesam mais no índice, os cereais pesam, mas é mais pelo fato de ser alimento típico…”, disse Braz. “O efeito tem que ser generalizado, uma andorinha só não faz verão”, afirmou ele, referindo-se ao arroz.

Pressão baixista nos preços de arroz

Carlos Cogo, sócio-diretor da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, disse que a pressão baixista nos preços de arroz “deve persistir nestes meses de colheita no Brasil e só será interrompida se as exportações começarem a ganhar ritmo, o que ainda não aconteceu”.

Essa conjuntura atenua o impacto de alimentos para a inflação, disse ele, citando também o feijão como um fator de baixa importante.

No caso do arroz, avaliou Cogo, a queda permitirá que o governo volte a recompor estoques, por meio dos Contratos de Opção de Venda (COV) oferecidos pela estatal Conab. “A ideia deles (produtores) é aproveitar o afundamento de preços para exercer opções…”, disse Cogo, estimando, contudo, que o volume que vai para estoques públicos será relativamente pequeno, de cerca de 90 mil toneladas.

A Conab tinha orçamento de R$ 1 bilhão para um programa COV de 500 mil toneladas de arroz, mas acabou usando R$ 162 milhões com menor interesse de produtores, segundo dados da estatal, que na semana passada abriu a possibilidade de o produtor antecipar de agosto para abril o exercício das opções.

Cogo também comentou sobre a pressão “altista” do milho, de outro lado, com impacto em “todas cadeias de proteínas”, puxando inflação para cima de produtos como frango, carne suína, leite, ovos e bovinos.

BRAZIL JOURNAL: Rodovias do Tietê conclui recuperação judicial. Agora, é achar comprador

 

A Rodovias do Tietê vai emergir da recuperação judicial amanhã — colocando fim a uma discussão de mais de quatro anos que envolveu 18 mil debenturistas e uma dívida de quase R$ 2 bilhões.

As debêntures da concessionária foram convertidas em ações hoje, transformando os credores em controladores, a última etapa do plano de RJ da companhia.

Com a conversão, os dois maiores acionistas da Rodovias do Tietê passam a ser a gestora brasileira Journey Capital e o family office chileno Megeve — cada um com cerca de 30% do capital.

No plano de RJ, os antigos controladores — a Via Appia (da Starboard) e a portuguesa Líneas — concordaram em vender suas ações por R$ 1 em troca da conversão das debêntures em equity.

Leia a matéria completa no Brazil Journal.

PlatôBR: as primeiras resistências na Câmara ao critério de ‘super-ricos’ do Imposto de Renda

 

Deputados de oposição e do Centrão estão em busca de alternativas para alterar a parte da compensação contida na proposta do governo que isenta da cobrança de Imposto de Renda pessoas que ganham até R$ 5 mil. Nesta terça-feira, 25, parlamentares do PL e da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) discutiram, em alguns encontros, pontos que pretendem alterar no texto.

Esse foi um dos poucos temas que despertou a atenção de deputados e senadores em um dia de Congresso esvaziado devido à viagem dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para o Japão na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O foco da imprensa também estava fora das atividades legislativas por causa do julgamento no STF das denúncias contra Jair Bolsonaro e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado.

Um dos encontros foi em um almoço da FPE com o secretário da Receita, Robinson Barreirinhas. Outra reunião que discutiu o assunto foi feita pela bancada do PL na Câmara, justamente na hora do julgamento, para “não assistir” a sessão do STF, conforme explicaram membros do partido.

A proposta de reforma na renda foi enviada pelo governo na semana passada. Quanto à isenção, a tendência é de que se forme um grande consenso. Mas no caso da taxação dos “super-ricos”, a oposição quer fazer mudanças profundas no texto: atua para forçar o governo a cortar gastos e a considerar que obteve folga na receita depois de que o Perse (programa criado na pandemia que isentava de impostos o setor de eventos) deixou de valer.

Leia a reportagem completa no PlatôBR.